Cafeeiro: desafios da seca

Cafeeiro: desafios da seca

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Café e Mudanças Climáticas Mudanças climáticas afetam diretamente a produção de café. Neste sentido, é importante compreender a relação entre clima e cafeicultura para mitigar os impactos negativos e buscar soluções sustentáveis para a produção.

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Efeitos das Mudanças Climáticas Com o aumento da temperatura global, condições de aumento na temperatura associada ao déficit hídrico podem afetar a produtividade da cultura do café.

Além disso, a variação do regime de chuvas e alterações climáticas impactam a fisiologia das plantas, reduzindo a taxa fotossintética e afetando o ciclo de produção. Bienalidade do Café O ano de 2020 é caracterizado por uma bienalidade positiva na produção de café, com estimativa de alta produção.

No entanto, para 2021, espera-se uma bienalidade negativa devido à seca prolongada e altas temperaturas observadas no ano anterior, resultando em uma redução da safra.

Fenologia e Fisiologia do Cafeeiro A compreensão da fenologia e fisiologia do cafeeiro é essencial para entender como as condições climáticas, como a seca e as temperaturas elevadas, afetam a cultura do café em diferentes fases de crescimento, desde a formação de gemas foliares até a maturação dos frutos.

A regularidade da florada do café e sua relação com a produção da safra seguinte são influenciadas pela distribuição irregular de chuvas, causando desuniformidade na maturação e afetando a capacidade de gerar novos ramos. Fisiologia do Cafeeiro Sob condições de altas temperaturas e déficit hídrico, a fisiologia das plantas de café é significativamente afetada, resultando no fechamento estomático e redução da taxa fotossintética.

O conhecimento das estratégias eficazes para proteger o solo, reduzir a perda de água e promover o desenvolvimento radicular em profundidade torna-se crucial para lidar com essas condições desfavoráveis.

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Ao obter conhecimento sobre estratégias de gestão, os produtores podem enfrentar os desafios decorrentes das mudanças climáticas e promover uma produção sustentável. Junte-se a nós nessa jornada de inovação na cafeicultura e alcance a excelência em todas as etapas do processo produtivo. Aproveite essa oportunidade e saiba mais sobre o curso clicando no link abaixo.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

Calendário agrícola do café

A cafeicultura é uma atividade altamente dependente de fatores climáticos. Isso porque que os cafeeiros, geralmente são plantados em ambientes abertos e na maioria das vezes em sistema de sequeiro.

Dessa forma, mudanças climáticas, como o aumento da temperatura e modificações no regime de chuva podem afetar diretamente a produção, além de alterar a geografia e o calendário da produção agrícola brasileira.

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De acordo com o gráfico, nos últimos anos, observa-se aumento constante da temperatura global.

Nesse sentido, condições de aumento da temperatura associado ao déficit hídrico trazem consequências a fisiologia das plantas, afetando assim a produtividade da cultura.

Gráfico do índice da temperatura global da terra, oceano.

Fonte: NASA

O ano de 2020 é um ano de bienalidade positiva do café, ou seja, um ano com alta produção de café.

Segundo a CONAB (Companhia Nacional de abastecimento), em levantamento realizado em setembro de 2020, estima-se uma produção de 61,6 milhões de sacas beneficiadas, sendo desse total, 47,4 milhões de café Arábica e 14,3 milhões de café Conilon.

Já, o ano de 2021, será um ano de bienalidade negativa, onde é esperado um volume menor de produção do grão. Com a seca prolongada observada em 2020, projeta-se uma safra ainda menor para 2021.

Isso ocorre, pois como já mencionado, condições de altas temperaturas associadas ao déficit hídrico trazem consequências para a fisiologia das plantas, sendo observado um aumento na evapotranspiração das plantas, e redução da taxa fotossintética, em função do fechamento estomático.

Curso Gestão na Produção de Café Arábica
Curso Gestão na Produção de Café Arábica

Fenologia do cafeeiro

Para entender o comportamento da cultura do café em relação ao clima é necessário conhecer alguns aspectos de sua fenologia e fisiologia, pois o café arábica (Coffea arábica L.) leva dois anos para completar o ciclo fenológico de frutificação, ao contrário da maioria das plantas, quem completam seu ciclo reprodutivo no mesmo ano fenológico (CAMARGO & CAMARGO, 2001).

Conforme mostra o esquema abaixo, o ciclo fenológico é constituído de seis fases distintas, dessas, sendo duas vegetativas e quatro reprodutivas:

  • 1ª Vegetação e formação de gemas foliares;
  • 2ª Indução e maturação das gemas florais;
  • 3ª Florada;
  • 4ª Granação dos frutos;
  • 5ª Maturação dos frutos;
  • 6ª Repouso e senescência dos ramos terciários e quaternários, sendo a 1ª e 2ª no período vegetativo e da 3ª a 6ª no período reprodutivo.
Tabela com as fases fenológicas do cafeeiro arábica.
Tabela com as fases fenológicas do cafeeiro arábica.

Esquematização das seis fases fenológicas do cafeeiro arábica, durante 24 meses, nas condições climáticas tropicais do Brasil. Adaptado CAMARGO E CAMARGO (2001).

Nesse sentido, condições de seca na 1ª fase (setembro a março do primeiro ano fenológico), que ocorre a vegetação e formação de gemas foliares, pode afetar as gemas e produção do ano seguinte.

Da mesma forma, condições de seca na 3ª fase, que compreende o período de setembro a dezembro do 2.º ano fenológico, pode ocasionar em abortamento das flores, e em peneiras baixas.

Florada de café em seca e alta temperatura.
Florada de café em seca e alta temperatura.

Florada em condições de seca e altas temperaturas (Foto: Vinicius Teixeira).

Flores do tipo “estrelinha” caracterizada pelo abortamento da florada, atribuído a altas temperaturas e períodos secos durante o abotoamento e floração.
Flores do tipo “estrelinha” caracterizada pelo abortamento da florada, atribuído a altas temperaturas e períodos secos durante o abotoamento e floração.

Flores do tipo “estrelinha” caracterizada pelo abortamento da florada, que é atribuído a altas temperaturas e períodos secos durante o abotoamento e floração.

Florada do café

A florada do café acontece geralmente entre os meses de setembro a novembro, em que após uma restrição hídrica, seguida por chuva ou irrigação abundante, acarreta em florada da cultura. 

No florescimento do cafeeiro, as gemas seriadas, localizadas nos nós dos ramos plagiotrópicos, são induzidas a gemas florais pelo estímulo da diminuição do comprimento do dia, e entram em dormência devido ao estresse hídrico que coincide com o estímulo de dias curtos. Quando a estação da seca termina e o balanço hídrico da planta volta as condições normais, essas gemas florais iniciam o processo de antese (SAKIYAMA et al., 2015).

Uniformidade da florada

A irregularidade na distribuição de chuvas, afetam a uniformidade do florescimento do café, implicando em maior número de floradas e com isso uma maturação desuniforme, tendo por consequência problemas logísticos de colheita e perda na qualidade do produto final.

Planta do café com crescimento de flores indesejadas.
Planta do café com crescimento de flores indesejadas.

Desuniformidade na maturação – Presença de flores e frutos na mesma planta. (Foto: Larissa Cocato).

Florada x produção da safra seguinte

Além da irregularidade na florada, há prejuízos na safra seguinte, uma vez que, em condições de seca, a interferência na capacidade de gerar novos ramos do cafeeiro e somente a partir desses ramos novos o café pode produzir no ano seguinte.

Fisiologia do cafeeiro

Em relação a fisiologia, a fotossíntese das plantas é caracterizada pela captação da energia solar para oxidar a H2O (água), liberando O2 (oxigênio), e para reduzir CO2, produzindo compostos orgânicos, primeiramente açúcares.  Esta energia estocada nas moléculas orgânicas é utilizada nos processos celulares da planta e serve como fonte de energia.

Sob condições de altas temperaturas, e déficit hídrico, há o fechamento estomático, como estratégia para a planta reduzir a perda de água, e dessa forma, há redução da taxa fotossintética, uma vez que, não há a entrada de CO2, que é um produto da fotossíntese, afetando assim a produtividade das plantas.

Além disso, devido ao cafeeiro ser uma planta C3 (nome dado devido ao composto formado apresentar 3 carbonos), a faixa adequada de temperatura para se obter a máxima fotossíntese é inferior quando comparada a uma planta C4, como exemplo do milho. Inclusive, as plantas com esse tipo de metabolismo (C3), apresentam maiores taxas de fotorrespiração, ou seja, processo que há a absorção de luz, associada a liberação de CO2. Esta estratégia, apesar de ruim, é necessária para a sobrevivência da planta.

Fique atento!

Portanto, em condições de altas temperaturas, como vem sendo observado nos últimos anos, associados ao déficit hídrico, há interferências na fisiologia da planta de café e em seu desenvolvimento vegetativo e reprodutivo. 

Por isso, estratégias que visem atenuar o efeito dessas condições desfavoráveis as plantas, tornam-se altamente desejáveis.

Elas devem visar a proteção do solo, reduzir a perda de água por evaporação, também, condições que proporcionem maior desenvolvimento radicular em profundidade, com boas condições químicas e físicas desse solo em profundidade, pois, dessa forma, as plantas tendem a sentir menos as condições de seca e altas temperaturas.

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Larissa Cocato - Coordenadora de Ensino Café
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Joana Oliveira
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FAQ – Perguntas Frequentes

Por que a cafeicultura é tão afetada pelas mudanças climáticas?

A cafeicultura é altamente dependente de fatores climáticos, pois os cafeeiros são plantados em ambientes abertos e na maioria das vezes em sistema de sequeiro. Mudanças climáticas, como aumento da temperatura e modificações no regime de chuva, podem afetar diretamente a produção, além de alterar a geografia e o calendário da produção agrícola.

Qual o impacto das mudanças climáticas na produção de café?

Condições de aumento da temperatura associado ao déficit hídrico trazem consequências à fisiologia das plantas, afetando a produtividade da cultura.

Por que 2021 será um ano de bienalidade negativa para o café?

Devido à seca prolongada observada em 2020, projeta-se uma safra ainda menor para 2021, já que condições de altas temperaturas associadas ao déficit hídrico afetam a fisiologia das plantas, reduzindo a produtividade.

Como o clima afeta a florada do café?

A irregularidade na distribuição de chuvas impacta a uniformidade do florescimento do café, resultando em maior número de floradas e maturação desuniforme, o que pode gerar prejuízos na safra seguinte.

Quais são as estratégias para atenuar os efeitos das condições desfavoráveis às plantas de café?

Estratégias visam proteger o solo, reduzir a perda de água por evaporação e proporcionar maior desenvolvimento radicular em profundidade, para que as plantas sintam menos as condições de seca e altas temperaturas.

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