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Um estudo do Embrapa Pecuária Sudeste (SP) demonstrou que a disponibilização de sombreamento artificial em sistema de confinamento de alimentos gado o corte foi capaz de reduzir as pegadas hídricas e terrestres, bem como aumentar a eficiência nutricional.

Em média, as pegadas hídrica e terrestre foram 3% e 7% menores, respectivamente, em áreas sombreadas em comparação com instalações a pleno sol. A procurar foi publicado na revista internacional Ciência Meio Ambiente Total neste mês de setembro.

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Foram avaliados os três indicadores: Pegada Hídrica, Pegada de Uso do Solo e eficiência de uso dos nutrientes Nitrogênio (N) e Fósforo (P). As pegadas foram avaliadas em diferentes cenários agrícolas: soja no Paraná e São Paulo, e 1ª e 2ª safra de milho, também nesses dois estados.

A avaliação é pioneira em relação ao impacto de um sistema de confinamento bovino, considerando plenamente as eficiências hídricas, terrestres e nutricionais e as sinergias entre os três indicadores.

Segundo o pesquisador Julio Palhares, o impacto das mudanças climáticas, com aumento de temperaturas e eventos climáticos extremos mais frequentes, também terá consequências negativas no desempenho da pecuária de corte.

“O impacto destes fenómenos climáticos no gado estende-se ao consumo alimentar, aos padrões comportamentais, ao uso da água e à eficiência na conversão de nutrientes em carne. Portanto, a gestão responsável e o uso de tecnologias são importantes para mitigar esses efeitos e melhorar a gestão ambiental”, destaca Palhares.

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O estudo indicou que fornecer sombra artificial, além de melhorar o bem-estar animal, impacta diretamente no desempenho ambiental.

A pesquisadora da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo (USP), Taisla Novelli, destacou que tecnologias que reduzam o estresse térmico e proporcionem mais conforto climático ao gado devem ser consideradas para aumentar a eficiência no uso dos recursos ao pecuária. corte.

O experimento

A pesquisa foi realizada no Confinamento da Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos (SP), de setembro a dezembro de 2019. Participaram 48 touros Nelore, divididos em dois grupos, um com sombra e outro a pleno sol.

O material utilizado para proporcionar sombra foi uma malha de alumínio termorreflexiva. De acordo com as especificações do fabricante, 78-83% de sombra e 32% de transmissão de luz difusa.

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Os animais foram separados em quatro áreas com 12 touros cada durante 85 dias. As 11 primeiras foram para adaptação, seguidas das fases de crescimento e finalização.

A dieta foi composta por bagaço de cana, soja, milho e mistura mineral, com valores baseados na matéria seca. Para mensurar o consumo de ração e água foram utilizados cochos e bebedouros eletrônicos.

Pegada hídrica

O cálculo da pegada hídrica considerou a água consumida na produção de alimentos (água verde) e a consumida pelos animais (água azul).

Para o cálculo da água verde foram considerados oito cenários, envolvendo duas cidades: Pradópolis (SP) e Maringá (PR), e quatro sequências de culturas. A pegada da soja foi calculada para Pradópolis (SP) e Maringá (PR). O milho foi calculado para ambos os municípios e duas sequências de culturas: milho primeira safra e segunda safra.

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Uso de nutrientes

O balanço parcial de nutrientes no sistema de produção foi avaliado para nitrogênio (N) e fósforo (P). A eficiência de uso de N e P foi calculada.

Pegada de uso da terra

A pegada foi calculada como a razão entre a área de terra (m²) necessária para produzir ração e o rendimento das culturas.

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Foto: Gisele Rosso/Embrapa

Resultados

O sombreamento artificial reduziu a pegada hídrica e de uso do solo e melhorou a eficiência do uso de nutrientes. A localização da produção dos grãos e a época de plantio do milho também influenciaram os valores.

Para ambos os tratamentos, o cenário de cultivo com soja e milho primeira safra produzidos em Maringá resultou nos menores valores de pegada hídrica e pegada de uso do solo. Animais sem acesso à sombra apresentaram consumo médio de água azul maior do que aqueles com acesso à sombra.

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No experimento a pleno sol, o cenário de soja e milho da primeira safra em Maringá (PR) apresentou a menor pegada hídrica – 917 litros por quilograma de peso vivo. Por outro lado, a soja e o milho segunda safra em Pradópolis (SP) tiveram uma pegada de 1.676 litros por quilo de peso vivo.

Em ambos os tratamentos, o cultivo com soja e milho da primeira safra produzido em Maringá teve o menor consumo de água verde. “Sem sombra” o consumo médio foi de 532 m3 e com sombra a média foi de 526 m3. O cenário soja e milho segunda safra em Pradópolis (SP) apresentou o maior consumo de água verde em ambos os tratamentos, com média de 976 m3 no sem sombra e 964 m3 não na sombra.

O consumo médio total de água pelos animais durante o ciclo de produção a pleno sol foi de 3.252 litros, 8% superior ao do tratamento sombreado, onde a média foi de 2.983 litros. O consumo médio diário de água por animal (sem sombra) foi de 40 litros por dia, enquanto com acesso à sombra foi de 36,8 litros.

A pleno sol, a eficiência no aproveitamento do Nitrogênio foi de 15,2%, em relação ao Fósforo, a eficiência média foi de 35,4%.

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Na pegada de uso da terra, todos os cenários de cultivo utilizando milho primeira safra exigiram áreas menores em comparação com outros cenários. Isto significa que as dietas baseadas neste grão (1ª colheita) têm uma pegada terrestre menor.

Isso se deve principalmente à produtividade do milho primeira safra, que foi 50% maior em Maringá e 29% maior em Pradópolis. Independentemente do município, o uso do milho segunda safra resultou em maior necessidade de terras para produção de dietas para bovinos.

Os animais com acesso à sombra e seguindo o melhor cenário levaram a uma redução de 7% na pegada do uso da terra em comparação com os animais sem sombra no mesmo cenário de cultivo.

O gado que teve acesso à sombra demonstrou melhor eficiência hídrica, de nutrientes e de uso da terra em comparação com animais a pleno sol. Em média, as pegadas hídrica e terrestre no tratamento com sombra foram 3% e 7% menores, respectivamente, do que no tratamento sem sombra.

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Esses resultados indicam que proporcionar práticas de bem-estar, além de promover melhor conforto térmico aos animais, traz impactos ambientais positivos no que diz respeito ao uso eficiente de recursos e insumos naturais.

Segundo o pesquisador da Embrapa Sérgio Raposo Medeiros, a eficiência da pecuária é uma métrica complexa que depende de vários fatores, sendo o tipo e a formulação da dieta um dos principais aspectos.

Se a dieta for ajustada para cada fase do desenvolvimento do animal, pode levar a um melhor aproveitamento dos elementos alimentares, resultando em menos excedentes. O uso eficiente da ração não só melhora a ciclagem de nutrientes, mas também reduz as perdas para o meio ambiente e os custos.

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