Pular para o conteúdo

Como a produção de soja pode melhorar com novas tecnologias?

Como a produção de soja pode melhorar com novas tecnologias?
Como a produção de soja pode melhorar com novas tecnologias?

O agronegócio é uma das fontes mais importantes para o PIB brasileiro e representa mais de 20% de tudo o que é produzido no país. E, com boas safras seguidas, a produção de soja é um dos destaques da agricultura nacional.

Mesmo assim, os produtores desse grão estão constantemente em busca de novas tecnologias e boas práticas para aumentar a produtividade das suas lavouras.

O objetivo é quase sempre o mesmo: produzir mais com menos custos e, assim, garantir a competitividade do produto. Tudo isso sem se esquecer do meio ambiente e da qualidade dos grãos.

Para isso, vale a pena acompanhar as novidades e apostar em tecnologias que auxiliam no aumento da produção, na economia e na sustentabilidade. Quer conhecer algumas delas? Então, confira agora como a produção de soja pode melhorar com novas tecnologias!

Quem vê os bons números da produção de soja e as notícias sobre safra recorde pode imaginar que os produtores têm vida fácil. No entanto, quem trabalha no campo sabe que não é bem assim. Entre os principais desafios enfrentados, destacam-se:

  • baixa qualidade de insumos, como sementes e fertilizantes;
  • fatores climáticos, como falta ou excesso de chuva;
  • custos de produção elevados;
  • dificuldade de conciliar as tarefas de agricultura com a administração do negócio;
  • falta de acesso a novas tecnologias;
  • variação do preço de venda devido a fatores econômicos nacionais e internacionais;
  • proliferação de pragas e doenças, como lagartos ou ferrugem;
  • compactação do solo.

Portanto, apesar dos desafios, os bons resultados são obtidos com muito esforço dos produtores e com a adoção de tecnologias para o aumento da qualidade e produtividade.

Veja o que pode ser feito a fim de manter a força da produção de soja nas lavouras brasileiras!

Plantacao-de-soja

Adubação e fixação de nitrogênio

A adubação tem influência direta no resultado da lavoura, nos custos da produção e no impacto ambiental da agricultura. Para otimizar todos esses aspectos, a fixação biológica de nitrogênio pode ser uma boa saída.

Trata-se de um processo pelo qual bactérias transformam o nitrogênio presente da atmosfera, para que ele possa ser utilizado pelas plantas. Essas bactérias fixadoras são adicionadas às sementes durante a semeadura.

Se a fixação de nitrogênio não for utilizada, é necessário empregar adubos nitrogenados. Esse material pode representar um grande custo: ele tem baixa eficiência porque boa parte se perde n

o solo. O material pode, ainda, acabar contaminando a terra e a água de rios e lagos, prejudicando diversas espécies.

Assim, a adoção das técnicas de fixação de nitrogênio em substituição aos adubos nitrogenados é capaz de reduzir custos para o produtor e ainda melhorar o aspecto ambiental da produção de soja.

A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) é uma das principais desenvolvedoras de tecnologia para a produção agropecuária no Brasil. Além de desenvolver, ela também auxilia produtores na aplicação dessas tecnologias.

Entre as soluções da Embrapa para produção de soja, o equipamento denominado Tecnobroto é o grande destaque. Com ele, é possível produzir brotos de soja sem o uso do solo, de fertilizantes e de defensivos agrícolas. Ele é montado utilizando:

  • bomba de PVC para depósito de água;
  • bombas para drenagem;
  • caixa d’água;
  • mangueiras;
  • temporizadores para controlar a irrigação;
  • materiais elétricos e hidráulicos;
  • controladores de temperatura e nível da água.

Segundo a Embrapa, com um investimento baixo, é possível montar o Tecnobroto e garantir um rendimento de 5 a 12 quilos de broto para cada quilo de semente.

Além do Tecnobroto, a Embrapa desenvolve constantemente outras iniciativas, principalmente para obter cultivares cada vez mais eficientes, para o controle de pragas e patologias, entre outras.

Os fertilizantes são capazes de aumentar consideravelmente a produção de soja sem que seja necessário ampliar a área cultivada. Eles garantem que o grão obtenha os nutrientes necessários, complementando e ajustando aqueles já presentes no solo.

Os fornecedores de fertilizantes especiais têm visto as suas vendas crescerem desde que o mercado começou a entender a importância do seu uso. Entre os produtos, estão:

  • orgânicos;
  • organomineral — fertilizantes orgânicos adicionais de matérias minerais;
  • foliar — adubos absorvidos pelas folhas, geralmente pulverizados sobre a plantação:
  • substrato para plantas;
  • condicionadores de solo.

Com o desenvolvimento de fertilizantes orgânicos de alta qualidade, muitos produtores estão optando por esse tipo de cultura. Já é possível produzir orgânicos em larga escala, impulsionando o crescimento desse setor no país.

Na soja, o grão orgânico tem valor de venda elevado em relação ao comum, o que atrai cada vez mais agricultores.

A agricultura de precisão se baseia no uso de tecnologia para avaliação do solo e da colheita, mapeamento de pragas e doenças e medição da produtividade da lavoura de uma maneira geral. Entre as ações possíveis graças à agricultura de precisão, estão:

  • análise localizada do solo, permitindo tratamento diferente de áreas do mesmo terreno;
  • uso de fertilizantes e defensivos em taxas variadas, conforme a necessidade real;
  • mapeamento de pragas e doenças constantemente;
  • medição de colheita.

Ou seja, usando a tecnologia, os produtores são capazes de direcionar os insumos para as partes da lavoura que realmente precisam deles.

Assim, a agricultura de precisão gera economia, redução do preço de produção, diminuição do impacto ambiental e aumento da produtividade.

Entre os equipamentos utilizados nesse tipo de agricultura, destacam-se as máquinas agrícolas com funções como:

  • sistema de posicionamento e navegação;
  • piloto automático;
  • controle de pulverização bico a bico,
  • controle automatizado de dosagem.

Enfim, a tecnologia está cada vez mais presente no campo e precisa fazer parte da rotina das fazendas.

A transferência de tecnologia, como o nome sugere, se refere à prática de incentivar a troca de informações entre produtores, empresas fornecedoras do setor agrícola, profissionais de agronomia e os demais envolvidos nas atividades no campo.

No Brasil, o principal órgão que incentiva esse tipo de ação é a Embrapa, mas as associações de produtores e os próprios fornecedores também são uma excelente fonte para transferência de tecnologia. Manter-se atualizado é fundamental a fim de garantir competitividade.

Apesar dos grandes ganhos que as novas tecnologias trazem à produção de soja, o agricultor não pode negligenciar alguns cuidados básicos ao longo das operações, pois podem reduzir a produtividade da safra.

Vamos considerar agora alguns dos principais pontos de atenção que devem fazer parte do planejamento do produtor durante o ciclo produtivo, garantindo maior rentabilidade e estabilidade à cultura.

Escolha das sementes

O primeiro aspecto importante na produção de soja é a qualidade da semente. Um insumo de qualidade pode garantir maior vigor à germinação a fim de a lavoura se estabelecer.

Isso é muito importante porque, quando plantada no solo, a semente encontra muitas condições adversas, como temperatura e umidade. Se ela for de alta qualidade, as chances de resistir e germinar serão muito maiores.

Essa qualidade depende de vários fatores, como genética, vigor e germinação, questões sanitárias e pureza física. Um dos pontos mais importantes é o fator genético, pois ele determina, em grande parte, o potencial produtivo da cultivar. 

Já o vigor e a germinação definem o potencial de a planta alcançar um estandarte adequado e aumentar a produtividade. Quanto maior o vigor, mais produtiva será. Já a pureza física se refere à ausência de substâncias indesejáveis.

O percentual mínimo de pureza praticado deve ser de 98%. Quando falamos de germinação, a probabilidade deve ser de 80%. No que se refere às questões sanitárias, a ideia é que a semente não seja um vetor de transmissão de doenças.

Felizmente, hoje percebemos grande preocupação por parte dos agricultores em buscar altos padrões de qualidade para a semente da soja. Empresas que distribuem sementes também têm controles internos para monitorar a qualidade dos seus produtos.

As semeadoras ou plantadeiras são as máquinas responsáveis pelo plantio. Quando esse equipamento não é adequadamente regulado, a soja pode apresentar baixa germinação e falhas no estande.

Além disso, uma vez que a janela de plantio é curta, a operação precisa ser feita sem grandes entraves, que geralmente são causados por máquinas descalibradas e que quebram facilmente. Esse problema pode gerar atrasos na semeadura.

Além da limpeza das máquinas, é necessário fazer uma inspeção geral nos seus componentes para detectar peças desgastadas ou mesmo quebradas. A partir disso, faça a reposição necessária.

Na produção de soja, é importante que o produtor escolha o espaçamento de semeadura mais adequado, regulando os carrinhos da semeadora conforme a distância planejada.

O mais praticado nas lavouras de soja é um espaçamento de 45 cm ou 50 cm entre fileiras e de 7 cm a 10 cm entre as plantas, sempre desenhando linhas paralelas. Porém, sempre busque orientações dos fornecedores da cultura e de um agrônomo.

A preparação do solo é uma etapa importante para obter uma boa safra de soja. A análise e a correção do solo precisam ser feitas, pelo menos, três meses antes.

Uma vez que muitos produtores iniciam um cultivo atrás do outro, é preciso repetir o cuidado uma vez por ano, pelo menos. 

A análise do solo deve ser feita na entressafra depois do encerramento da cultura anterior.

Os resultados da análise vão dar base para corrigir deficiências do solo e fazer a fertilização.

Por exemplo, quando o pH está baixo, o calcário é aplicado, corrigindo a sua acidez e elevando as concentrações de cálcio e magnésio. 

É preciso ficar atento porque a soja é uma cultura muito sensível à supercalagem. Por isso, é preciso monitorar o solo para que o pH fique em 6. Se ficar acima disso, há grandes chances de gerar deficiência em Mn.

Se for utilizada a passagem de grade para a incorporação do calcário, é necessário ficar atento às questões climáticas. Chuvas após a passagem podem causar erosão no solo.

Além disso, torrões levantados pela grade precisam ser verificados para não atrapalhar a deposição das sementes.

A análise pode determinar quantas doses serão necessárias para nutrir o solo com os macronutrientes (P, S e K — Ca e Mg já terão sido incorporados à época da correção com calcário).

A adubação de K (potássio) é mais bem aproveitada se for dividida em duas aplicações, em vez de uma única operação. A segunda deve ser aplicada 30 dias depois da germinação.

Por fim, outro aspecto importante de preparo da área para a produção de soja é certificar-se de que esteja livre de ervas daninhas e que o nível de umidade seja suficiente para contribuir para o rápido desenvolvimento das plantas.

O controle de pragas é uma operação de suma importância. Esses inimigos podem simplesmente exterminar a produção, se não forem tomados os devidos cuidados.

Assim, o primeiro passo é conhecer as pragas, as suas características e os principais métodos de controle.

Os insetos-pragas atacam a soja em todos os estágios de desenvolvimento da planta.

O monitoramento frequente, com base nas melhores práticas do Manejo Integrado de Pragas, pode determinar quais tipos de produtos serão aplicados e quando devem ser realizadas pulverizações com defensivos agrícolas. Suas principais pragas são:

  • lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis);
  • lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda);
  • lagarta-Elasmo (Elasmopalpus lignosellus);
  • lagarta-falsa-medideira (Chrysodeixis includens);
  • mosca-branca (Bemisia sp.);
  • percevejo-castanho (Scaptocoris spp.);
  • percevejo-marrom-da-soja (Euschistus heros);
  • percevejo-verde-pequeno (Piezodorus guildinii);
  • percevejo-verde (Nezara viridula).

Os tipos de intervenção variam conforme a espécie. No entanto, antes de iniciar a pulverização, é importante estar atento a alguns pontos:

  • identificar corretamente a praga;
  • dosar o produto de acordo com a recomendação do fabricante;
  • cuidar da manutenção dos pulverizadores;
  • estar atento às condições atmosféricas antes, durante e após a aplicação;
  • monitorar populações de insetos resistentes aos defensivos.

A operação de colheita exige certos cuidados para garantir a boa produtividade e preparar o solo para o plantio que se seguirá. Uma das principais práticas incluem a dessecação pré-plantio com uso de herbicidas para controlar daninhas, uniformizar a área e antecipar a colheita.

É preciso ficar atento, porque o grão da soja pode não estar totalmente formado, estando esverdeado e com muita umidade. Para garantir melhores resultados, recomenda-se;

  • dessecar quando houver a presença de hastes verdes e retenção de folhas;
  • colher sete dias após a dessecação, pelo menos.

É possível usar o copo Medidor da Embrapa para calcular os níveis de perda e fazer os ajustes necessários. O processo é simples: após a passagem da colhedora, monte uma armação de 2 m² e retire os grãos contidos ali dentro.

Ao depositá-los no recipiente, a escala deve marcar no máximo uma saca de 60 kg/ha. A partir daí, ajustes podem ser feitos na máquina para reduzir as perdas.

Source link

agricultura agricultura de precisão agricultura familiar agrolink agronegocio agrotoxico Ambiente arroz avicultura biodiesel biotecnologia brasil cabras café cavalo certificação consultoria crédito rural ensino à distância etanol feijão flores frutas gado gado de corte geladeiras gestão rural milho noticias ovelha para pasto pecuaria pecuária leiteira pragas na agricultura Qual rural saúde Animal seguro rural setor sucroenergético SOJA suinocultura Treinamento trigo Turismo rural

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Patrocinadores