Agropecuária Sustentável: O Futuro do Brasil
Agricultura; Enquanto o mundo se assombra com os eventos climáticos extremos que pautam os debates da COP-28, a 28.ª Conferência de Mudanças Climáticas da ONU, o Brasil avança na adoção de sistemas de produção integrados, trazendo benefícios para o clima e para a agropecuária nacional.
Thank you for reading this post, don't forget to subscribe!Um Novo Modelo de Produção
Cada vez mais agropecuaristas brasileiros estão adotando sistemas de produção integrados com lavouras, gado e árvores. Essa integração não apenas recupera áreas degradadas, mas também permite a produção com menos emissões de gases de efeito estufa, contribuindo para uma pegada de carbono menor.
Mudança de Paradigma
Conforme a Rede ILPF, a agropecuária sustentável representa uma virada significativa para o Brasil, tanto do ponto de vista econômico quanto ambiental. Com metas ambiciosas estabelecidas pelo Plano ABC+, o país se prepara para alcançar um patamar onde a agropecuária tradicional dará lugar a práticas sustentáveis, evitando a emissão de 1 bilhão de toneladas de CO2 na atmosfera.
Enquanto o mundo se assombra com os eventos climáticos extremos que pautam os debates da COP-28, a 28.ª Conferência de Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU), em Dubai, nos Emirados Árabes, o Brasil vai fazendo sua lição de casa. Cada vez mais agropecuaristas brasileiros estão adotando sistemas de produção integrados com lavouras, gado e árvores.
Além de recuperar áreas degradadas, a integração permite que grãos, carne e leite sejam produzidos com menos emissões de gases de efeito estufa, ou seja, com uma pegada de carbono menor, o que é bom para o clima. É a agropecuária sustentável não só do portão para dentro, mas também de baixo para cima. Os vários modelos de sistemas integrados melhoram a qualidade do solo, ampliam a diversidade da área, aumentam a produtividade das lavouras, das pastagens e dos animais e, de quebra, produzem maior conforto térmico, preservando a saúde do gado e o ambiente.
“Os sistemas integrados lavoura-pecuária-floresta representam um dos grande trunfos para melhorar o desempenho da agropecuária nacional pelo ponto de vista econômico e ambiental”, afirma o pesquisador Bruno Alves, da Embrapa Agrobiologia e coordenador da Câmara Temática de Carbono, um dos braços da Rede Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF).
A Rede ILPF foi formada em 2012 por um grupo de empresas capitaneadas pela Embrapa para acelerar a adoção das tecnologias de sistemas integrados pelos produtores. “A possibilidade de melhorar a fertilidade do solo com a combinação lavoura-pastagem faz com que a produtividade aumente. Em consequência, o material vegetal que retirou carbono da atmosfera se acumula no solo como matéria orgânica. É o que se conhece por sequestro de carbono”, explicou Alves.
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Baixa pegada de carbono logo será condição básica para garantir exportações para a Europa e outros países, segundo ele. “Esses efeitos de redução de emissões de gases são ainda mais fortes em sistemas que incluem árvores, as quais, ao produzir sombra, permitem maior conforto para os animais em dias de sol intenso. Esses benefícios são percebidos pelos agricultores que, aos poucos, vão adotando essa forma de produzir”, disse. A Rede catalisa o processo por meio de treinamentos, dias de campo e apoio às Caravanas ILPF realizadas pela Embrapa em todas as regiões do País.
A conversão da agropecuária tradicional para a sustentável avança a passos largos. A meta estipulada pelo Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC+) em 2009 era aumentar em 4 milhões de hectares a área com ILPF em todo o País em 2020. De 5,51 milhões de hectares em 2010, o sistema avançou para 11,47 milhões de hectares em 2015, superando a meta em quase 50%. Dali para 2021, houve outro salto ainda maior para 17,5 milhões de hectares, segundo dados da Rede.
A ratificação do Acordo de Paris sobre as mudanças do clima pelo governo brasileiro, em 2016, adicionou à meta do plano mais 5 milhões de hectares com sistema ILPF. Assim, o País deve alcançar 35 milhões de hectares sob esse manejo até 2030. Ao chegar a esse patamar, com estas e outras práticas sustentáveis na agropecuária, o Brasil pode evitar a emissão de 1 bilhão de toneladas de CO2 na atmosfera na próxima década, segundo estimativa da Embrapa.
Há, ainda, um longo caminho a percorrer. Conforme o Ministério da Agricultura e Pecuária, o Brasil tem cerca de 350 milhões de hectares ocupados pela agropecuária. Se a meta para 2030 for cumprida, até lá, apenas 10% dessa imensidão de pastos e lavouras estarão com algum sistema integrado. Hoje, 83% da área manejada utilizam a integração apenas de lavoura e pecuária, enquanto 9% são de lavoura-pecuária-floresta, 7% de pecuária-floresta e 1% de lavoura-floresta.
Conforme a Rede, os Estados mais avançados em áreas com sistemas integrados são Mato Grosso do Sul (3,1 milhões de hectares), Mato Grosso (2,9 milhões), Rio Grande do Sul (2,2 milhões), Goiás e Distrito Federal (1,4 milhão) e São Paulo (1,3 milhão).
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Nos principais mercados mundiais, o “boi de capim” do Brasil vem substituindo a “carne de ração” dos países onde o sistema de confinamento predomina. O problema é a baixa produtividade das pastagens brasileiras: estima-se que 90 milhões de hectares sejam de pastos degradados. É uma situação que vem de muitas décadas atrás, segundo o presidente do Conselho de Administração da Cocamar, Luiz Lourenço, que é também um dos fundadores da Rede ILPF. “No Paraná, o solo era muito bom, era uma região de floresta que depois passou para o algodão, o café e a pastagem. Era tanto pasto e tão alto que encobria o gado.”
O problema é que o criador da época não se preocupava com a correção de solo e, ano após ano, a terra foi se exaurindo. “Foi um desastre completo, (o solo) empobreceu ao ponto de não produzir mais nada. Lá pelos anos de 1992 e 1993 tivemos um monte de invasões de terras no Paraná e muitos produtores plantaram soja de qualquer jeito nessas áreas só para se livrar das invasões”, lembra. Foi quando Lourenço, à frente da Cocamar, começou a trabalhar o sistema de integração lavoura-pecuária.
Ele lembra que, na época, a Embrapa também tinha essa preocupação e fazia trabalhos parecidos em Minas Gerais e Goiás. “Aí fizemos a Rede, que hoje reúne um monte de gente graúda para ajudar a disseminar a técnica para o Brasil inteiro. E continuamos fazendo isso na Cocamar. A ordem é ajudar o produtor a fazer essa virada”, disse Lourenço.
1. Por que a integração lavoura-pecuária-floresta é importante para a agricultura brasileira?
Resposta: A integração traz uma série de benefícios, incluindo a redução das emissões de gases de efeito estufa, melhoria da qualidade do solo e aumento da produtividade.
2. Como a adesão aos sistemas integrados pode contribuir para a meta de redução de emissão de CO2 estabelecida pelo governo brasileiro?
Resposta: A adesão aos sistemas integrados pode ajudar o Brasil a evitar a emissão de 1 bilhão de toneladas de CO2 na atmosfera na próxima década, segundo estimativa da Embrapa.
3. Qual o papel da Rede Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) na disseminação dos sistemas integrados entre os produtores brasileiros?
Resposta: A Rede ILPF foi formada para acelerar a adoção das tecnologias de sistemas integrados pelos produtores, oferecendo treinamentos, dias de campo e apoio às Caravanas ILPF realizadas pela Embrapa em todas as regiões do País.
4. Quais são os Estados mais avançados em áreas com sistemas integrados no Brasil?
Resposta: Segundo a Rede, os Estados mais avançados em áreas com sistemas integrados são Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Goiás, Distrito Federal e São Paulo.
5. Qual a importância econômica da adesão aos sistemas integrados para os produtores brasileiros?
Resposta: A adesão aos sistemas integrados pode garantir exportações para a Europa e outros países, além de melhorar a fertilidade do solo e aumentar a produtividade, gerando ganhos econômicos para os produtores.
O avanço da agropecuária sustentável no Brasil
A importância da produção integrada
Enquanto a COP-28 debate mudanças climáticas em Dubai, o Brasil avança na integração da agropecuária. Sistemas integrados de produção, que combinam lavouras, gado e árvores, estão se tornando cada vez mais comuns entre os agropecuaristas brasileiros. Além de recuperar áreas degradadas, essa integração resulta em menor emissão de gases de efeito estufa, contribuindo para uma pegada de carbono menor.
Agricultura sustentável em ascensão
A integração lavoura-pecuária-floresta é vista como um dos grandes trunfos para melhorar o desempenho econômico e ambiental da agropecuária no Brasil. Esses sistemas melhoram a qualidade do solo, ampliam a diversidade da área e aumentam a produtividade das lavouras, pastagens e animais. Além disso, a produção integrada também contribui para o sequestro de carbono, ajudando a reduzir as emissões de gases.
Rede ILPF e o avanço da tecnologia
A Rede Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), formada em 2012, tem desempenhado um papel fundamental na aceleração da adoção de sistemas integrados pelos produtores. Através de treinamentos, dias de campo e apoio às Caravanas ILPF realizadas pela Embrapa, a Rede tem catalisado o processo de conversão da agropecuária tradicional para a sustentável.
Metas e desafios futuros
O Brasil tem como meta alcançar 35 milhões de hectares sob manejo integrado até 2030. No entanto, apenas 10% da área ocupada pela agropecuária no país estará integrada até lá. Atualmente, o sistema de integração lavoura-pecuária predomina em 83% da área manejada, enquanto sistemas mais complexos, como lavoura-pecuária-floresta, representam apenas 9% da área.
O papel do Brasil nos mercados mundiais
Nos principais mercados mundiais, a produção integrada brasileira tem substituído a carne produzida em sistemas de confinamento. No entanto, a baixa produtividade das pastagens brasileiras é um desafio a ser superado, considerando que 90 milhões de hectares são degradados. A integração lavoura-pecuária-floresta surge como uma solução para esse problema.
O processo de transformação na agropecuária
A transição da agropecuária tradicional para a sustentável está em andamento. Produtores, empresas e órgãos de pesquisa estão trabalhando em conjunto para disseminar a técnica de manejo integrado em todo o país. O objetivo é ajudar os produtores a fazer essa virada e contribuir para a redução das emissões de gases de efeito estufa e a preservação do meio ambiente.
Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo
Perguntas Frequentes sobre Agropecuária Sustentável
Quais são os benefícios da agropecuária sustentável?
A agropecuária sustentável traz uma série de benefícios, incluindo a redução das emissões de gases de efeito estufa, a melhora da qualidade do solo, o aumento da diversidade da área, e a ampliação da produtividade das lavouras, pastagens e animais.
Como a agropecuária sustentável impacta o clima?
A agropecuária sustentável contribui para a redução das emissões de gases de efeito estufa, permitindo uma pegada de carbono menor. Isso é fundamental para enfrentar as mudanças climáticas e mitigar seus impactos.
Quais são as metas e desafios para a adoção da agropecuária sustentável no Brasil?
O Brasil estabeleceu metas ambiciosas para expandir a área de sistemas integrados de lavoura-pecuária-floresta (ILPF). No entanto, ainda existem desafios relacionados à conversão da agropecuária tradicional para a sustentável e à correção de pastagens degradadas.
Enquanto o mundo se assombra com os eventos climáticos extremos que pautam os debates da COP-28, a 28.ª Conferência de Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU), em Dubai, nos Emirados Árabes, o Brasil vai fazendo sua lição de casa. Cada vez mais agropecuaristas brasileiros estão adotando sistemas de produção integrados com lavouras, gado e árvores.
