O alto valor nutricional e o baixo teor de gordura fazem do pescado um alimento estratégico para combater dois grandes problemas de saúde pública, a desnutrição e a obesidade. No entanto, no Brasil, a produção e consumo de peixes, crustáceos, moluscos e outros alimentos de origem aquática ainda são pequenos. Além disso, segundo especialistas, estão bem abaixo do potencial do país.
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Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), do Instituto de Pesca – vinculada à Agência Paulista de Tecnologias do Agronegócio (APTA) -, Além da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e a Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Eles pretendem contribuir para a transformação desse cenário nos próximos anos por meio de um projeto de pesquisa aplicada que será desenvolvido em parceria com empresas brasileiras, norte-americanas e europeias do setor pesqueiro, além de órgãos governamentais. A iniciativa é apoiada pela FAPESP no âmbito do programa Centros de Ciência para o Desenvolvimento (CCDs).
investimento do projeto
O investimento total previsto para o período, incluindo todas as contrapartidas, infraestrutura e salários, é de aproximadamente R$ 23,8 milhões. A expectativa do grupo é que os resultados se traduzam em benefícios tanto para a saúde da população quanto para a economia. Hoje o país é o 16º maior produtor de pescado (via agropecuária) do mundo e o terceiro maior do Ocidente. No entanto, cerca de 30% dos produtos aquáticos consumidos pelos brasileiros ainda são importados.
“O Brasil é um país do agronegócio e pode se tornar tão grande na produção de pescado quanto é hoje em termos de soja, milho, algodão, café, laranja, frango ou carne bovina. Somos capazes de crescer e atender o mercado interno e externo. Estima-se que a necessidade de alimentos no mundo pode dobrar até 2050 e nosso país pode se tornar uma potência na aquicultura”, diz Daniel Lemos, professor do Instituto Oceanográfico (IO-USP) e coordenador do projeto.
Primeiros passos
Na avaliação do pesquisador, para promover o consumo de pescado entre os brasileiros, será necessário atuar em pelo menos três aspectos: reduzir o custo dos produtos, facilitar o acesso e modificar os hábitos alimentares, destacando as vantagens nutricionais que os alimentos de origem aquática têm em relação às carnes vermelhas e, principalmente, ao comidas rápidas.
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Um dos primeiros passos nessa direção será estudar o perfil de consumo da população do Estado de São Paulo. Após identificar as espécies de peixes mais consumidas, os pesquisadores pretendem analisar amostras representativas para verificar o perfil nutricional. Com base nessas informações, eles procurarão entender como as práticas agrícolas afetam o conteúdo nutricional dessas espécies e testarão estratégias de fortificação.
“Sabemos que peixes de água fria como o salmão são geralmente mais ricos em ácidos graxos de cadeia longa. [ômega-3]. Mas essa é uma característica que podemos manipular durante o processo de criação, adicionando certos compostos naturais à ração dada aos animais, por exemplo. Também pretendemos aplicar técnicas de marcadores genéticos para selecionar características que tornem os peixes ainda mais nutritivos”, explica Lemos.
Para baratear a produção, uma das estratégias propostas é incentivar o aproveitamento de resíduos que atualmente são desperdiçados ou utilizados em produtos de baixo valor agregado, como farinha de peixe para alimentação animal.
“Um dos alimentos de origem aquática mais consumidos no país hoje, principalmente pela população de maior renda, é o filé de tilápia, que representa cerca de 30% do pescado. O resto do corpo do animal pode ser tão nutritivo quanto o filé e ser utilizado na fabricação de almôndegas, hambúrgueres e defumados, por exemplo. Isso pode reduzir o custo total de produção”, explica Lemos.
Disseminação do conhecimento sobre os peixes
Todas as informações geradas durante o desenvolvimento do projeto serão reunidas em uma plataforma digital de acesso aberto. O grupo possui um centro de comunicação, que será responsável por produzir boletins informativos e divulgar informações científicas em redes sociais e sites. Os resultados do projeto também serão expostos no Museu da Pesca, vinculado ao Instituto da Pesca, em Santos.
“Hoje, os brasileiros comem relativamente pouco peixe e acreditamos que o aumento do consumo pode estar associado à melhora da saúde. O Estado de São Paulo já possui ativos de pesquisa capazes de contribuir para a solução desse problema e o edital da FAPESP representa uma oportunidade para catalisar os esforços dos diversos setores interessados”, diz Lemos. “A história do frango – que antes tinha um custo alto e com investimento se tornou a principal proteína consumida no país – nos mostra que carnes de qualidade despertam o interesse do mercado brasileiro, desde que sejam acessíveis em termos de custo”, afirma. adiciona.
Além de instituições de pesquisa, participam do projeto empresas brasileiras, como Polinutri e Neogen, e estrangeiras, como Biomar (Noruega), Veramaris (Holanda) e AquaHana (Estados Unidos). Entre os órgãos governamentais envolvidos estão o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a Fundação de Amparo à Pesquisa Agropecuária (Fundag) e a APTA.
O Programa Ciência para o Desenvolvimento prevê um modelo de financiamento tripartido. A FAPESP fará um aporte de R$ 3,7 milhões e um valor econômico-financeiro equivalente será investido pelas empresas parceiras (aproximadamente R$ 5 milhões). A contrapartida das instituições acadêmicas será na forma de infraestrutura física e salários para os pesquisadores e técnicos envolvidos no projeto.
Porque os paranaenses produzem mas frangos, suínos, leite e pescado?
Os paranaenses produz tanto frango, porco, leite e pescado quanto Cascavel, Toledo, Castro e Nova Aurora, respectivamente. As quatro cidades lideram a produção desses alimentos, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em setembro, e conferem ao Paraná o título de “capital do estado” para proteínas animais.
Dos cinco principais produtos da pecuária brasileira, os paranaenses não são os únicos líderes na cadeia da carne bovina (atividade que demanda mais espaço e o Paraná tem apenas 2,3% do território nacional).
Paranaenses lideram, das quatro capitais de proteína animal do Paraná, a novidade da lista é Cascavel, que superou Santa Maria de Jetibá, no Espírito Santo, agora em segundo lugar na lista.
A façanha da cascavel ocorreu porque os avicultores locais produziram, em 2021, um total de 20 milhões de cabeças de frango (soma de galos, galinhas, galinhas, frangas, pintinhos e pintinhos). É como se Cascavel tivesse produzido 60 galinhas para cada um de seus 332 mil habitantes.
Com seis galpões e capacidade para abrigar, ao mesmo tempo, mais de 200 mil cabeças de frango, Álvaro José Baccin é um dos responsáveis pela façanha. A movimentação dentro da propriedade, com três funcionários envolvidos na operação, reflete os números da Cascavel. A Baccin tem planos de construir mais dois galpões, cada um com 2.400 metros quadrados, para ampliar a produção.
“Estamos aguardando o momento de maior estabilidade do mercado para investir, já que nos últimos anos os materiais de construção ficaram muito caros”, compartilha.
Erwin Soliva também está se preparando para aumentar a produção. Ele já mantém um núcleo com quatro aviários, com capacidade para abrigar 90 mil porcas, que produzem ovos destinados à incubação. Agora, a Soliva está investindo R$ 8 milhões na construção de mais três galpões e na renovação tecnológica do complexo, com retorno do investimento em dez anos.
“Com dois alqueires, o produtor consegue ter uma [com avicultura]. Com o alto preço do terreno na região, é uma alternativa interessante. E as pessoas podem aliar a avicultura com outra atividade”, diz o produtor, que também se dedica à pecuária de corte.
cultura dos polos
Apesar de ser a novidade entre as capitais de proteína animal do Paraná, não é só o frango que produz números astronômicos. A força na produção de suínos, leite e pescado também destaca a dinâmica da formação de polos produtivos.
No caso do leite, Castro e Carambeí dobram no ranking e formam uma verdadeira metrópole leiteira. Em peixes, outras duas cidades estão entre os primeiros lugares: Nova Aurora e Palotina. Na suinocultura, além de Toledo, também se destacam as regiões Sudoeste e Campos Gerais.
“Mais do que oferecer alimentos ao Brasil e ao mundo, o Paraná é especializado em vender segurança alimentar aos compradores mais exigentes do planeta”, destaca Ágide Meneguette, presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR.
Os pólos criam uma dinâmica de círculo virtuoso para o desenvolvimento agrícola. Os grãos de soja e milho são transformados em ração animal, que agrega valor em proteína e gera empregos em cada etapa da cadeia produtiva.
“Esse arranjo produtivo gera uma especialização que beneficia todos os envolvidos, direta e indiretamente, nas atividades”, destaca Mariani Benites, técnica do Departamento Técnico Econômico (DTE) do Sistema FAEP/SENAR-PR.
Entre os aspectos que influenciam esse círculo virtuoso nos polos produtivos do Paraná, para a técnica Nicolle Wilsek, também do DTE, estão a logística e o crédito. “A eficiência no escoamento dos produtos e também na obtenção de insumos são diferenciais competitivos. Além disso, a especialização facilita o crédito, pois há menos chance de inadimplência”, resume.
Frango não é para aventureiros
Em 2021, o Paraná foi responsável por 40,4% das 7,6 milhões de toneladas de frango exportadas pelo Brasil, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O melhoramento genético e os avanços tecnológicos para proporcionar um ambiente melhor são alguns dos fatores que explicam o sucesso da atividade.
Além disso, a representação política por meio dos sindicatos rurais, como a aprovação da Lei da Integração (que cria conselhos conjuntos indústria e produtores), tem proporcionado importantes avanços na estabilidade do setor produtivo no Estado.
A expansão que vem sendo registrada nos últimos anos tem potencial para continuar no futuro, mas exige cautela, destaca o avicultor de Cascavel Adair Oldoni e membro do Comitê Técnico (CT) de Aves do Sistema FAEP/SENAR-PR. “A região Oeste é favorável para a produção de frangos.
Quem quiser participar precisa saber que a atividade não é um mar de rosas. Temos dificuldades para fechar as contas e bons resultados dependem de dedicação 24 horas por dia, sete dias por semana”, alerta Oldoni.
Mariani, do DTE, afirma que é preciso ter cuidado ao pensar na implantação de novas unidades produtivas ou expansão, principalmente por conta dos custos de produção. “Hoje, o que mais nos preocupa são os altos preços da energia elétrica, matéria-prima para aquecimento das fazendas e mão de obra.
Temos alternativas, como investir em energias renováveis, novas tecnologias de automação que reduzem a necessidade de mão de obra e custos de aquecimento. No entanto, é preciso colocar na ponta do lápis antes de assumir compromissos com as instituições financeiras”, alerta.
Porcos: liderança em tempos difíceis
Mais uma vez, Toledo manteve a liderança como maior produtor de carne suína do país. Os números, no entanto, escondem uma situação difícil que a atividade atravessa em nível nacional, pressionada pelo aumento dos custos de produção e recomposição do rebanho na China – que vinha importando carne brasileira em grande escala.
“Houve um aumento no número de cabeças, com recorde de abate, mas, por outro lado, os animais foram abatidos mais leves, por conta dos custos de produção. Tivemos também o abate matricial, devido aos produtores que abandonaram a atividade”, observa Nicolle, do Sistema FAEP/SENAR-PR.
Mesmo assim, as previsões são de que o mercado melhore no ano que vem, com perspectivas de preços mais baixos dos grãos (com boas estimativas de safra) e aumento do consumo de carne suína – que em dez anos saltou de 13,3 quilos. por pessoa para 17,7 quilos. Com as consecutivas altas dos preços da carne bovina, o setor também se adaptou, passando a oferecer novos cortes de carne suína, com mais opções para o consumidor.
Com isso, a expectativa é que Toledo se mantenha no topo do ranking. O rebanho suíno do município, por exemplo, é seis vezes maior que a população. Por ser um polo agrícola, a região tem vantagens logísticas: Toledo está próxima aos produtores de grãos, facilitando o acesso à ração animal – que responde por 80% dos custos de produção.
O produtor e membro da Comissão Técnica de Suinocultura do Sistema FAEP/SENAR-PR Jacir Dariva acompanhou de perto a consolidação da atividade no Paraná. O suinocultor mudou-se para o estado na década de 1960, trazendo consigo as primeiras porcas.
Na época, a atividade era complementar a muitas famílias, mas, com o tempo, a suinocultura passou a ser foco de muitas propriedades.
“Houve um salto muito grande. Primeiro, foi a genética. Na época, quando uma porca dava 12 ou 15 leitões por ano, pensávamos muito. Hoje, com o avanço da capacidade reprodutiva, fala-se em 37 leitões por ano”, observa.
Outro ponto destacado por Dariva é a evolução da biossegurança e da saúde animal, que deu mais segurança aos elos da cadeia produtiva. Além disso, o produtor aponta o alto grau de especialização induzido pela integração – em que o produtor se dedica a um ciclo produtivo específico.
“Antes, você fazia todos os ciclos do animal. Hoje, cada um passa por uma fase, fazendo com que o produtor se especialize cada vez mais. Isso trouxe eficiência ao processo produtivo”, destaca
megalópole do leite
No caso do leite, além de Castro continuar no topo do ranking, a vizinha Carambeí apareceu, mais uma vez, em segundo lugar. Assim, mais do que uma “capital”, o Paraná tem uma megalópole do leite.
O volume impressiona: Castro capta 381,7 milhões de litros por ano, enquanto Carambeí produz 227,8 milhões de litros. Juntos, eles respondem por mais de 8% da produção nacional. É a bacia leiteira mais produtiva do país. Não é à toa que Castro é oficialmente reconhecida como Capital Nacional do Leite, por força de lei federal promulgada em 2017 pelo então presidente Michel Temer.
Baseada em investimentos constantes em genética, alimentação e bem-estar animal, a produção da megalópole se destaca pela produtividade, com rebanhos que atingem produtividade média superior a 40 litros por animal por dia.
Castro, por exemplo, tem menos vacas em lactação que Patos de Minas (terceiro no ranking) e a produção é 85% superior à do município de Minas Gerais. Carambeí tem metade do rebanho de Patos, mas também produz mais leite. Para efeito de comparação, se todo o leite produzido em Castro e Carambeí fosse consumido pela população local, cada habitante teria mais de 6.300 litros por ano.
“É uma região onde o arranjo produtivo está bem estabelecido, com laticínios e unidades de processamento. E tem como diferencial animais extremamente produtivos, com excelente genética, boas condições de alimentação, além do clima favorável”, observa Nicolle Wilsek.
O produtor Roelof Hermannes Rabbers é um exemplo desse avanço. Seus avós chegaram ao Brasil em 1953, trazendo no navio algumas cabeças de gado Holandês. Hoje, a família mantém 170 vacas em lactação, com média de 33 litros por animal por dia.
Em regime de semi-confinamento, o rebanho dos Coelhos sintetiza a tônica da produção leiteira em Castro: genética de ponta e nutrição de primeira. “Foi uma evolução natural, dia a dia, com suor e investimentos, até que Castro se tornou o que é hoje”, diz Rabbers.
Peixes: preocupação com a disponibilidade de água
O Paraná é o maior produtor de pescado do Brasil. Em 2021, 22% de toda a produção nacional foi retirada das águas do Paraná. O crescimento da atividade no Paraná tem sido de 20% ao ano. Se as previsões da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab) se concretizarem, o volume de pescado criado no Paraná saltará para 376 mil toneladas até 2027.
Para Mariani Benites, do Sistema FAEP/SENAR-PR DTE, a nutrição e a genética ainda estão atrás do frango, o que abre uma margem significativa de crescimento nesse aspecto. Por outro lado, além dos gargalos do frango, com alto custo de produção, o pescado sofre com aspectos relacionados às licenças ambientais e outorgas de água.
“Temos algumas bacias saturadas. A perspectiva agora é que a atividade se espalhe para outras regiões. Tanto que o Sistema FAEP/SENAR-PR e a Embrapa Territorial estão elaborando um estudo de disponibilidade hídrica para ajudar a promover o desenvolvimento sustentável da atividade”, revela.
Integrante da Comissão Técnica de Aquicultura de Marechal Cândido Rondon, Edio Chapla vê potencial de expansão porque o pescado virou commodity, assim como o frango. No entanto, o fim da Tarifa Noturna Rural no estado, as dificuldades de acesso aos descontos federais de energia e os impedimentos relacionados ao licenciamento que dificultam a obtenção de financiamentos com juros subsidiados para investir em energia renovável, compõem a lista de gargalos, segundo o produtor.
“A piscicultura é uma das cadeias que mais demandam energia elétrica. A produção de pescado com alto preço na conta de luz acaba pesando no produtor rural, muitas vezes inviabilizando a atividade”, observa.
Um aspecto que desfavorece a produção de pescado é a falta de insumos para produtores independentes (que são minoria no Paraná). “Uma lagoa de 12.000 metros quadrados está atualmente sem peixes. Eu pesquei há 100 dias e é difícil encontrar alevinos, por causa do frio que foi mais intenso este ano”, destaca André Evangelista, também membro do CT de Aquicultura.
Um estudo abrangeu todas as regiões brasileiras e mostrou que a pandemia interrompeu um período de forte crescimento do setor.
O comércio de pescado em feiras livres foi o mais afetado.
A pandemia também fez aumentar a procura por produtos congelados.
Além dos consumidores, o estudo analisou 13 frigoríficos das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
A dificuldade na aquisição de insumos foi percebida por 54% dos empresários do setor.
Entre as empresas de processamento de pescado, 46% encontraram dificuldades para adquirir matéria-prima.
A pandemia do coronavírus freou o crescimento das compras de pescado, que vinha sendo verificado até fevereiro de 2020, quando os resultados econômicos da cadeia aumentaram em relação ao ano anterior.
Isso foi verificado por um estudo realizado por pesquisadores da Embrapa Pesca e Aquicultura (TO), em um dos primeiros trabalhos que retratam o reflexo do comportamento do consumidor na cadeia do pescado durante a pandemia.
O estudo “Efeitos do isolamento social durante a pandemia de Covid-19 na comercialização e consumo de pescado no Brasil”, que abrangeu todas as regiões brasileiras, revelou que, para 40,31% dos entrevistados, o preço do produto aumentou. Como resultado, 26,92% dos entrevistados reduziram o consumo de pescado e 4,27% eliminaram completamente a ingestão dessa proteína.
Mudança nos locais de compra e preferência de conservação
Antes do coronavírus, 21,79% dos consumidores tinham o hábito de comprar pescado em hipermercados, 20,23% dos entrevistados preferiam comprar em feiras ou peixarias e 3,13% em atacadistas. Com o coronavírus, houve aumento na preferência por hipermercados (29,91%), delivery (8,69%) e atacadistas (3,56%).
“Em geral, com o fato de feiras livres e mercados informais estarem praticamente fechados nos primeiros meses da pandemia, as únicas opções disponíveis eram as grandes redes de hipermercados”, observa o analista da Embrapa Diego Neves de Sousa, um dos autores da pesquisa. “Este estudo, ainda que de forma amostral, revelou essa condição de diminuição do consumo de pescado, o que é preocupante para o setor e para a economia local, dada a interferência negativa na geração de renda da população que depende desse setor para sobreviver. ”, avalia.
Com o fechamento do comércio, a disponibilidade do pescado foi afetada na percepção de 17,38% dos consumidores, que sentiram mais dificuldade em comprar devido à oferta reduzida do produto. A qualidade também foi afetada por 11,40% dos participantes da pesquisa, que relataram redução na qualidade usual dos produtos.
A pandemia também mudou a preferência do consumidor quanto ao tipo de conservação do pescado: a preferência por peixes e frutos do mar congelados subiu de 22,36% para 27,49%. “O aumento da compra de peixe congelado durante a pandemia do novo coronavírus pode ser explicado pela desconfiança do consumidor em relação à qualidade do peixe fresco”, analisa Sousa.
Um total de 702 pessoas participaram do estudo sobre os impactos da pandemia, sendo 62,11% mulheres e 37,89% homens. A maioria (30,06%) tinha entre 30 e 39 anos, seguida das faixas etárias de 20 a 29 anos e de 40 a 49 anos, com 21,51% cada. Havia 25,64% com mais de 50 anos e, com menos de 19 anos, 1,28% do total de participantes da pesquisa.
Em relação às regiões de origem dos participantes da pesquisa, 36,32% eram do Sudeste, 24,79% do Nordeste, 16,95% do Norte, 15,1% do Sul e 6,84% do Centro-Oeste brasileiro.
O estudo analisou 13 frigoríficos das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, totalizando 13 empresas no Brasil.
Pandemia atrapalha crescimento do consumo nos últimos anos
A pandemia chegou em um momento em que o consumo de pescado estava aquecido. O estudo revelou que 25,93% dos entrevistados consumiam peixe pelo menos uma vez por semana, 23,93% duas a três vezes por mês, 20,94% duas ou mais vezes por semana e 11,68% pelo menos uma vez por semana. mês.
Em algumas capitais, o consumo foi ainda maior. De acordo com outra pesquisa da Embrapa Pesca e Aquicultura, que abrangeu capitais das cinco regiões do Brasil, consumidores de Curitiba (29%) e São Paulo (28%), por exemplo, consumiram filés de peixe pelo menos uma vez por semana, em fevereiro de 2019
“A produção e consumo de pescado no Brasil e no mundo experimentou um crescimento global nos últimos quarenta anos, principalmente devido ao avanço da aquicultura. Especialistas acreditam que o desenvolvimento dessa cadeia produtiva está atrelado a um comportamento crescente do mercado consumidor de valorizar alimentos mais saudáveis”, enfatiza Sousa.
Frigoríficos também foram afetados.
Outro setor afetado pela pandemia foram os frigoríficos de pescado. O estudo também registrou que, para 46% das empresas processadoras de pescado, houve diminuição na oferta de matéria-prima para o processamento do produto.
As vendas foram, em sua maioria, afetadas negativamente com queda global (61%) e interrupção total das vendas (8%), causadas pelas consequências da pandemia de coronavírus.
Da mesma forma, para 54% dos empresários que atuam no setor de processamento, houve dificuldades na aquisição de insumos, como atrasos na entrega das embalagens, falta de material de limpeza, equipamentos de proteção individual, cloro e falta de salmão no mercado.
Mesmo com essas dificuldades, a maioria das indústrias manteve seu quadro de funcionários, sem necessidade de demissões; em alguns houve suspensão temporária das atividades por até 60 dias.
“A pesquisa mapeou até que ponto a cadeia aquícola foi afetada, com o objetivo de propor políticas públicas de incentivo à retomada do consumo, como a desoneração da ração para peixes, por exemplo”, destaca o pesquisador Roberto Manolio Valladão Flores, chefe da Transfer de Tecnologia da Embrapa Pesca e Aquicultura.
Além disso, o estudo buscou orientar ações de projetos de Pesquisa e Desenvolvimento e Transferência de Tecnologia em andamento, além de subsidiar a tomada de decisão das unidades de processamento, atacadistas e varejistas que atuam nessa cadeia produtiva.
Para a chefe-geral da Embrapa Pesca e Aquicultura, Danielle de Bem Luiz, a pesquisa ajudou a esclarecer dúvidas sobre um período de incerteza que o país vive. “O estudo corroborou dois aspectos que ocorreram na pandemia. Primeiro, se os dados de que os custos de produção e processamento de muitos produtos alimentícios aumentaram ou não durante a pandemia. E o segundo, o período de incerteza sobre como ocorreu a contaminação pelo Sars-CoV -2, o que levantou dúvidas sobre o consumo de pescado, reduzindo, em especial, o consumo de produtos in natura e processados nos restaurantes”, observa.
“Apesar das restrições de circulação, o setor continuou a produzir e oferecer produtos de pescado aos consumidores, com pouca variação de preço. Além disso, a solidez da indústria permitiu a sobrevivência da atividade que se manteve ativa por conta da infraestrutura e das estratégias adotadas”, aponta a pesquisadora Patrícia Costa Mochiaro Chicrala, uma das autoras da pesquisa.
O estudo servirá de referência para futuras iniciativas da Embrapa Pesca e Aquicultura. “A pesquisa visa desenvolver mais soluções tecnológicas alinhadas à nova realidade e obedecendo aos novos rumos do setor. Ele servirá de guia para esforços e demandas futuras”, afirma Leandro Kanamaru Franco de Lima, supervisor do Centro Temático de Pesca e Aquicultura do centro de pesquisas da Embrapa.
Um estudo revelou que houve redução de 26,92% no consumo de pescado e 4,27% da população entrevistada disse que eliminou totalmente a ingestão dessa proteína.
A pandemia do coronavírus freou o crescimento das compras de pescado, que vinha sendo verificado até fevereiro de 2020, quando os resultados econômicos da cadeia aumentaram em relação ao ano anterior. Isso foi verificado por um estudo realizado por pesquisadores da Embrapa Pesca e Aquicultura (TO), em um dos primeiros trabalhos que retratam o reflexo do comportamento do consumidor na cadeia do pescado durante a pandemia.
O estudo “Efeitos do isolamento social durante a pandemia de Covid-19 na comercialização e consumo de pescado no Brasil”, que abrangeu todas as regiões brasileiras, revelou que, para 40,31% dos entrevistados, o preço do produto aumentou. Como resultado, 26,92% dos entrevistados reduziram o consumo de pescado e 4,27% eliminaram completamente a ingestão dessa proteína.
Mudança nos locais de compra e preferência de conservação
Antes do coronavírus, 21,79% dos consumidores tinham o hábito de comprar pescado em hipermercados, 20,23% dos entrevistados preferiam comprar em feiras ou peixarias e 3,13% em atacadistas. Com o coronavírus, houve aumento na preferência por hipermercados (29,91%), delivery (8,69%) e atacadistas (3,56%).
“Em geral, com o fato de feiras livres e mercados informais estarem praticamente fechados nos primeiros meses da pandemia, as únicas opções disponíveis eram as grandes redes de hipermercados”, observa o analista da Embrapa Diego Neves de Sousa, um dos autores da pesquisa. “Este estudo, ainda que de forma amostral, revelou essa condição de diminuição do consumo de pescado, o que é preocupante para o setor e para a economia local, dada a interferência negativa na geração de renda da população que depende desse setor para sobreviver. ”, avalia.
Com o fechamento do comércio, a disponibilidade do pescado foi afetada na percepção de 17,38% dos consumidores, que sentiram mais dificuldade em comprar devido à oferta reduzida do produto. A qualidade também foi afetada por 11,40% dos participantes da pesquisa, que relataram redução na qualidade usual dos produtos.
A pandemia também mudou a preferência do consumidor quanto ao tipo de conservação do pescado: a preferência por peixes e frutos do mar congelados subiu de 22,36% para 27,49%. “O aumento da compra de peixe congelado durante a pandemia do novo coronavírus pode ser explicado pela desconfiança do consumidor em relação à qualidade do peixe fresco”, analisa Sousa.
Perfil dos participantes
Um total de 702 pessoas participaram do estudo sobre os impactos da pandemia, sendo 62,11% mulheres e 37,89% homens. A maioria (30,06%) tinha entre 30 e 39 anos, seguida das faixas etárias de 20 a 29 anos e de 40 a 49 anos, com 21,51% cada. Havia 25,64% com mais de 50 anos e, com menos de 19 anos, 1,28% do total de participantes da pesquisa.
Em relação às regiões de origem dos participantes da pesquisa, 36,32% eram do Sudeste, 24,79% do Nordeste, 16,95% do Norte, 15,1% do Sul e 6,84% do Centro-Oeste brasileiro.
O estudo analisou 13 frigoríficos das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, totalizando 13 empresas no Brasil.
Pandemia atrapalha crescimento do consumo nos últimos anos
A pandemia chegou em um momento em que o consumo de pescado estava aquecido. O estudo revelou que 25,93% dos entrevistados consumiam peixe pelo menos uma vez por semana, 23,93% duas a três vezes por mês, 20,94% duas ou mais vezes por semana e 11,68% pelo menos uma vez por semana. mês.
Em algumas capitais, o consumo foi ainda maior. De acordo com outra pesquisa da Embrapa Pesca e Aquicultura, que abrangeu capitais das cinco regiões do Brasil, consumidores de Curitiba (29%) e São Paulo (28%), por exemplo, consumiram filés de peixe pelo menos uma vez por semana, em fevereiro de 2019
“A produção e consumo de pescado no Brasil e no mundo experimentou um crescimento global nos últimos quarenta anos, principalmente devido ao avanço da aquicultura. Especialistas acreditam que o desenvolvimento dessa cadeia produtiva está atrelado a um comportamento crescente do mercado consumidor de valorizar alimentos mais saudáveis”, enfatiza Sousa.
Frigoríficos também foram afetados.
Outro setor afetado pela pandemia foram os frigoríficos de pescado. O estudo também registrou que, para 46% das empresas processadoras de pescado, houve diminuição na oferta de matéria-prima para o processamento do produto.
As vendas foram, em sua maioria, afetadas negativamente com queda global (61%) e interrupção total das vendas (8%), causadas pelas consequências da pandemia de coronavírus.
Da mesma forma, para 54% dos empresários que atuam no setor de processamento, houve dificuldades na aquisição de insumos, como atrasos na entrega das embalagens, falta de material de limpeza, equipamentos de proteção individual, cloro e falta de salmão no mercado.
Mesmo com essas dificuldades, a maioria das indústrias manteve seu quadro de funcionários, sem necessidade de demissões; em alguns houve suspensão temporária das atividades por até 60 dias.
“A pesquisa mapeou até que ponto a cadeia aquícola foi afetada, com o objetivo de propor políticas públicas de incentivo à retomada do consumo, como a desoneração da ração para peixes, por exemplo”, destaca o pesquisador Roberto Manolio Valladão Flores, chefe da Transfer de Tecnologia da Embrapa Pesca e Aquicultura.
Além disso, o estudo buscou orientar ações de projetos de Pesquisa e Desenvolvimento e Transferência de Tecnologia em andamento, além de subsidiar a tomada de decisão das unidades de processamento, atacadistas e varejistas que atuam nessa cadeia produtiva.
Para a chefe-geral da Embrapa Pesca e Aquicultura, Danielle de Bem Luiz, a pesquisa ajudou a esclarecer dúvidas sobre um período de incerteza que o país vive. “O estudo corroborou dois aspectos que ocorreram na pandemia. Primeiro, se os dados de que os custos de produção e processamento de muitos produtos alimentícios aumentaram ou não durante a pandemia. E o segundo, o período de incerteza sobre como ocorreu a contaminação pelo Sars-CoV-2, que levantou dúvidas sobre o consumo de pescado, reduzindo, em especial, o consumo de produtos in natura e manipulados nos restaurantes”, observa.
“Apesar das restrições de circulação, o setor continuou a produzir e oferecer produtos de pescado aos consumidores, com pouca variação de preço. Além disso, a solidez da indústria permitiu a sobrevivência da atividade que se manteve ativa por conta da infraestrutura e das estratégias adotadas”, aponta a pesquisadora Patrícia Costa Mochiaro Chicrala, uma das autoras da pesquisa.
O estudo servirá de referência para futuras iniciativas da Embrapa Pesca e Aquicultura. “A pesquisa visa desenvolver mais soluções tecnológicas alinhadas à nova realidade e obedecendo aos novos rumos do setor. Ele servirá de guia para esforços e demandas futuras”, afirma Leandro Kanamaru Franco de Lima, supervisor do Centro Temático de Pesca e Aquicultura do centro de pesquisas da Embrapa.
Fonte: Ascom Embrapa Pesca e Aquicultura
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A pandemia do coronavírus freou o crescimento das compras de pescado, que vinha sendo verificado até fevereiro de 2020, quando os resultados econômicos da cadeia aumentaram em relação ao ano anterior. Isso foi verificado por um estudo realizado por pesquisadores da Embrapa Pesca e Aquicultura (TO), em um dos primeiros trabalhos que retratam o reflexo do comportamento do consumidor na cadeia do pescado durante a pandemia.
O estudo “Efeitos do isolamento social durante a pandemia de Covid-19 na comercialização e consumo de pescado no Brasil”, que abrangeu todas as regiões brasileiras, revelou que, para 40,31% dos entrevistados, o preço do produto aumentou. Como resultado, 26,92% dos entrevistados reduziram o consumo de pescado e 4,27% eliminaram completamente a ingestão dessa proteína.
Mudança nos locais de compra e preferência de conservação
Antes do coronavírus, 21,79% dos consumidores tinham o hábito de comprar pescado em hipermercados, 20,23% dos entrevistados preferiam comprar em feiras ou peixarias e 3,13% em atacadistas. Com o coronavírus, houve aumento na preferência por hipermercados (29,91%), delivery (8,69%) e atacadistas (3,56%).
“Em geral, com o fato de feiras livres e mercados informais estarem praticamente fechados nos primeiros meses da pandemia, as únicas opções disponíveis eram as grandes redes de hipermercados”, observa o analista da Embrapa Diego Neves de Sousa, um dos autores da pesquisa. “Este estudo, ainda que de forma amostral, revelou essa condição de diminuição do consumo de pescado, o que é preocupante para o setor e para a economia local, dada a interferência negativa na geração de renda da população que depende desse setor para sobreviver. ”, avalia.
Com o fechamento do comércio, a disponibilidade do pescado foi afetada na percepção de 17,38% dos consumidores, que sentiram mais dificuldade em comprar devido à oferta reduzida do produto. A qualidade também foi afetada por 11,40% dos participantes da pesquisa, que relataram redução na qualidade usual dos produtos.
A pandemia também mudou a preferência do consumidor quanto ao tipo de conservação do pescado: a preferência por peixes e frutos do mar congelados subiu de 22,36% para 27,49%. “O aumento da compra de peixe congelado durante a pandemia do novo coronavírus pode ser explicado pela desconfiança do consumidor em relação à qualidade do peixe fresco”, analisa Sousa.
Um total de 702 pessoas participaram do estudo sobre os impactos da pandemia, sendo 62,11% mulheres e 37,89% homens. A maioria (30,06%) tinha entre 30 e 39 anos, seguida das faixas etárias de 20 a 29 anos e de 40 a 49 anos, com 21,51% cada. Havia 25,64% com mais de 50 anos e, com menos de 19 anos, 1,28% do total de participantes da pesquisa.
Em relação às regiões de origem dos participantes da pesquisa, 36,32% eram do Sudeste, 24,79% do Nordeste, 16,95% do Norte, 15,1% do Sul e 6,84% do Centro-Oeste brasileiro.
O estudo analisou 13 frigoríficos das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, totalizando 13 empresas no Brasil.
Pandemia atrapalha crescimento do consumo nos últimos anos
A pandemia chegou em um momento em que o consumo de pescado estava aquecido. O estudo revelou que 25,93% dos entrevistados consumiam peixe pelo menos uma vez por semana, 23,93% duas a três vezes por mês, 20,94% duas ou mais vezes por semana e 11,68% pelo menos uma vez por semana. mês.
Em algumas capitais, o consumo foi ainda maior. De acordo com outra pesquisa da Embrapa Pesca e Aquicultura, que abrangeu capitais das cinco regiões do Brasil, consumidores de Curitiba (29%) e São Paulo (28%), por exemplo, consumiram filés de peixe pelo menos uma vez por semana, em fevereiro de 2019
“A produção e consumo de pescado no Brasil e no mundo experimentou um crescimento global nos últimos quarenta anos, principalmente devido ao avanço da aquicultura. Especialistas acreditam que o desenvolvimento dessa cadeia produtiva está atrelado a um comportamento crescente do mercado consumidor de valorizar alimentos mais saudáveis”, enfatiza Sousa.
Frigoríficos também foram afetados.
Outro setor afetado pela pandemia foram os frigoríficos de pescado. O estudo também registrou que, para 46% das empresas processadoras de pescado, houve diminuição na oferta de matéria-prima para o processamento do produto.
As vendas foram, em sua maioria, afetadas negativamente com queda global (61%) e interrupção total das vendas (8%), causadas pelas consequências da pandemia de coronavírus.
Da mesma forma, para 54% dos empresários que atuam no setor de processamento, houve dificuldades na aquisição de insumos, como atrasos na entrega das embalagens, falta de material de limpeza, equipamentos de proteção individual, cloro e falta de salmão no mercado.
Mesmo com essas dificuldades, a maioria das indústrias manteve seu quadro de funcionários, sem necessidade de demissões; em alguns houve suspensão temporária das atividades por até 60 dias.
“A pesquisa mapeou até que ponto a cadeia aquícola foi afetada, com o objetivo de propor políticas públicas de incentivo à retomada do consumo, como a desoneração da ração para peixes, por exemplo”, destaca o pesquisador Roberto Manolio Valladão Flores, chefe da Transfer de Tecnologia da Embrapa Pesca e Aquicultura.
Além disso, o estudo buscou orientar ações de projetos de Pesquisa e Desenvolvimento e Transferência de Tecnologia em andamento, além de subsidiar a tomada de decisão das unidades de processamento, atacadistas e varejistas que atuam nessa cadeia produtiva.
Para a chefe-geral da Embrapa Pesca e Aquicultura, Danielle de Bem Luiz, a pesquisa ajudou a esclarecer dúvidas sobre um período de incerteza que o país vive. “O estudo corroborou dois aspectos que ocorreram na pandemia. Primeiro, se os dados de que os custos de produção e processamento de muitos produtos alimentícios aumentaram ou não durante a pandemia. E o segundo, o período de incerteza sobre como ocorreu a contaminação pelo Sars-CoV -2, o que levantou dúvidas sobre o consumo de pescado, reduzindo, em especial, o consumo de produtos in natura e processados nos restaurantes”, observa.
“Apesar das restrições de circulação, o setor continuou a produzir e oferecer produtos de pescado aos consumidores, com pouca variação de preço. Além disso, a solidez da indústria permitiu a sobrevivência da atividade que se manteve ativa por conta da infraestrutura e das estratégias adotadas”, aponta a pesquisadora Patrícia Costa Mochiaro Chicrala, uma das autoras da pesquisa.
O estudo servirá de referência para futuras iniciativas da Embrapa Pesca e Aquicultura. “A pesquisa visa desenvolver mais soluções tecnológicas alinhadas à nova realidade e obedecendo aos novos rumos do setor. Ele servirá de guia para esforços e demandas futuras”, afirma Leandro Kanamaru Franco de Lima, supervisor do Centro Temático de Pesca e Aquicultura do centro de pesquisas da Embrapa.
O IFC Brasil 2022 reuniu o produtor e a indústria processadora. Os congressistas vieram de vários países e estados do Brasil. Apenas o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) organizou 16 comitivas de produtores. Foram submetidos 102 trabalhos científicos do Brasil e do exterior. Entidades do setor, universidades e órgãos públicos também estiveram representados no evento.
Ministro da Agricultura do IFC
A solenidade oficial de abertura foi realizada nesta quarta-feira, 31 de agosto, com a presença do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Marcos Montes. Para o ministro, é fundamental abrir o mercado externo ao pescado brasileiro, visando o desenvolvimento sustentável da cadeia. “Nossa responsabilidade é produzir alimentos em quantidade e qualidade para combater esse fantasma que vem nos assombrando, que é a insegurança alimentar. O Ministério está comprometido com isso”, disse.
Em seu discurso, Montes destacou a abertura de crédito para o setor de aquicultura, por meio das linhas de financiamento da Caixa Econômica Federal, e a segurança jurídica para os produtores. “Agora, nosso objetivo é o mercado externo, como fizemos com as proteínas de carne bovina, suína e de aves”. O ministro classificou a proteína que vem das águas como um grande potencial para o Brasil. “Temos muito espaço para avançar.” Ele mencionou que menos de 3% das águas brasileiras são utilizadas em uma extensão de 8.500 litorais. “Falta é agregar tecnologia aos produtores, que são bastante eficazes, e o governo criar condições para isso”, declarou. As exportações brasileiras de piscicultura dobraram de valor de janeiro a julho deste ano. O crescimento foi de 14%, totalizando US$ 14 milhões e quase 5 mil toneladas, indicaram as informações sobre Comércio Exterior da Piscicultura, produzidas pela Embrapa.
O setor pesqueiro ainda aguarda a desoneração do PIS e da COFINS para alimentação de peixes, anunciada pelo Governo Federal para começar a partir de janeiro de 2023. Durante sua permanência no IFC, o ministro citou projeto de lei em análise pela Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania de a Câmara dos Deputados. “Muito em breve teremos essa aprovação para a isenção de PIS e COFINS para alimentação de peixes”, disse.
IFC reforça a busca pelo conhecimento
A Diretora Executiva do IFC Brasil, Eliana Panty, destacou que a realização da quarta edição do evento, após um período de pandemia, foi uma grande vitória. “Mais do que isso, a magia que é para o público vir, viajar de vários estados do Brasil e de vários países”, disse ela. “Isso nos move muito, porque é uma cadeia proteica que está em pleno crescimento e que busca tecnologia, que busca inovação”.
O IFC Brasil 2022, diz Panty, conseguiu reunir grande parte da aquicultura mais moderna do mundo hoje, aqui no Brasil, perto da produção. “Temos certeza de que, no longo prazo, veremos na história a importância de todas as empresas de tecnologia, esses cérebros pensantes, toda essa inteligência reunida com mais de 50 palestrantes de 16 países”. Essa troca, acredita, “marcará um período na produção de proteína de pescado”.
A cadeia protéica do peixe está em processo de maturação, “mas cresce rápido devido à contribuição da tecnologia”, garantiu Panty. Uma evolução já vivida pelos setores de frangos, suínos e bovinos. “A cadeia do pescado no Brasil vai evoluir muito rapidamente, por meio de cooperativas, grandes empresários e o trabalho de pequenos produtores que estão espalhados pelo Brasil”.
Para Panty, isso representa uma dispersão de renda, envolvendo milhares de famílias no processo, que hoje conta com apoio financeiro voltado para a aquicultura. “A Caixa Econômica trouxe isso para a aquicultura e esse aporte financeiro, junto com a tecnologia que está disponível, possibilita uma cadeia proteica em plena expansão, bastante sustentável e próxima também aos centros de consumo”.
A produção pulverizada no Brasil, acredita Panty, também tem um papel social na geração de renda, emprego e divisas, em dispersão econômica. “Acredito que uma grande revolução está por vir e vai acontecer muito graças ao trabalho da cadeia do pescado”, destacou.
Quarta edição marca a consolidação do IFC Brasil
Para o ex-ministro da Pesca e presidente do IFC Brasil, Altemir Gregolin, a quarta edição representou a consolidação do evento. Ele citou fatores como a grandeza do evento, a representatividade das empresas, a robustez do programa técnico-científico e a representatividade do setor. “É a uma só voz que o evento está extremamente consolidado, no sentido de abrir portas para a América Latina”.
Além das principais empresas brasileiras, a quarta edição contou com a participação de empresas e profissionais do Chile, Estados Unidos, Índia, entre outros países. “Isso nos dá uma indicação segura de que o IFC caminha para ser um grande evento internacional, o maior da América Latina, que é o nosso objetivo”, projetou.
Peixe brasileiro será fundamental para a segurança alimentar mundial
Como profissional do setor, que acompanha o desenvolvimento da cadeia há pelo menos três décadas, Gregolin citou a aquicultura como a grande promessa do Brasil. “Hoje, vemos esse potencial se tornando realidade.” Temos, disse Gregolin, uma cadeia estruturada, verticalizada, com as maiores empresas da cadeia global de suprimentos – nutrição, genética, saúde, equipamentos – presentes no Brasil suprindo a demanda. “Portanto, a velocidade de desenvolvimento dessa cadeia é maior do que com as outras proteínas”, observou.
“A expectativa, a partir de agora, é que o Brasil caminhe como um grande produtor mundial de pescado”, acredita. Somente os produtores brasileiros, segundo Gregolin, têm condições de atender uma demanda de 24 milhões de toneladas até 2030 e 50 milhões de toneladas de pescado até 2050, conforme projetado no evento por Audun Lem, vice-diretor da Divisão de Políticas e Recursos do Departamento da FAO de Pesca e Aquicultura. “Enquanto o Sudeste Asiático, maior produtor mundial de pescado, está reduzindo a produção, o Brasil está em condições de assumir o controle. E nossa equipe do IFC Brasil fazendo parte desse processo de desenvolvimento e consolidação”, destacou.
Sobre o futuro da IFC Brasil, Gregolin planeja um evento global. Com participantes de diversos continentes, na quarta edição, o IFC já se consolida como um grande evento internacional. “Não tenho dúvidas de que, com mais duas edições, o IFC será o maior evento da cadeia pesqueira latino-americana”, concluiu.
O IFC Brasil 2023 já está marcado, de 19 a 21 de setembro, em Foz do Iguaçu – Paraná.
Apoio e patrocínio do IFC Brasil 2022
O 4º Congresso Internacional do Peixe foi coorganizado pela Fundação de Apoio ao Ensino, Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação (Fundep) e a Unioeste. Patrocinado pelo IFC Brasil 2022: Itaipu Binacional, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Fomento Paraná, Companhia Paranaense de Energia (Copel), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) , Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA, Federações e Sindicatos), Tilabrás, Cooperativa Copacol, Sistema Faep/Senar-PR e Cooperativa C.Vale.
O IFC Brasil contou com o apoio da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), Associação das Indústrias Pesqueiras (Abipesca), Associação dos Produtores de Peixes do Brasil (Peixe BR), Clube de Inovação Aquícola do Chile, Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), Associação Brasileira dos Criadores de Camarão (ABCC), Sindicato dos Armadores e Indústrias Pesqueiras de Itajaí e Região (Sindipi), Associação Brasileira de Reciclagem Animal (ABRA) e Associação Brasileira de Supermercados (Abras). A Caixa Econômica Federal foi parceira do evento, que lançou recentemente linhas de crédito exclusivas para o agronegócio.
## Como escolher e armazenar peixes no verão: dicas essenciais do Instituto de Pesca de São Paulo
O consumo de peixes é amplamente recomendado devido ao alto teor de proteínas e baixo teor de gorduras, tornando-se uma excelente opção para uma dieta saudável. No entanto, no verão, é crucial prestar atenção especial à escolha e ao armazenamento de peixes devido às altas temperaturas. Para evitar qualquer tipo de contaminação ou deterioração, seguir as orientações corretas é fundamental. Por isso, a pesquisadora científica Érika Furlan, do Instituto de Pesca de São Paulo, elaborou algumas práticas simples e eficazes para garantir a qualidade do pescado durante a estação mais quente do ano.
### Os desafios do verão para o consumo de peixes
Com a chegada das altas temperaturas, o calor intenso pode prejudicar a qualidade do pescado, levando-o à deterioração de forma mais rápida. Isso torna fundamental entender quais são os desafios enfrentados no verão, e como contorná-los para manter a qualidade e a segurança alimentar. A seguir, vamos explorar algumas estratégias simples e eficazes para escolher e armazenar peixes durante a estação mais quente do ano, de acordo com as orientações do Instituto de Pesca de São Paulo.
### Dicas essenciais para a escolha de peixes no verão
Ao comprar peixes durante o verão, é crucial estar atento a certos sinais que indicam a qualidade do produto. A pesquisadora Érika Furlan ressalta a importância de escolher peixes que estejam bem refrigerados e com uma aparência fresca. Além disso, é fundamental observar as características físicas do peixe, como a cor dos olhos, a textura da pele e a resistência da carne. Seguindo as orientações do Instituto de Pesca de São Paulo, é possível garantir a compra de peixes de alta qualidade, ideais para consumo durante o verão.
### Estratégias eficazes para o armazenamento adequado
Após a compra, o armazenamento correto é essencial para manter a qualidade dos peixes durante o verão. A pesquisadora ressalta a importância de manter o pescado refrigerado de forma adequada, evitando a contaminação e a proliferação de bactérias. Além disso, é importante estar atento à higiene e à limpeza do ambiente de armazenamento, garantindo a segurança alimentar. Com as estratégias corretas, é possível desfrutar de peixes frescos e saborosos, mesmo durante os dias mais quentes da estação. Com essas dicas, fica evidente que a escolha e o armazenamento de peixes no verão não precisam ser um desafio, desde que sejam seguidas as recomendações adequadas do Instituto de Pesca de São Paulo.
Como escolher peixes de qualidade no verão
No verão, a alta temperatura pode afetar a qualidade do pescado. Por isso, é essencial saber como escolher peixes frescos e de boa procedência. A pesquisadora científica Érika Furlan, do Instituto de Pesca de São Paulo, recomenda algumas práticas simples para garantir a qualidade do pescado durante essa estação.
Procure por peixes com olhos claros e brilhantes
Um dos principais sinais de frescor em um peixe é a aparência dos olhos. Peixes frescos têm olhos claros e brilhantes, enquanto peixes com olhos opacos e sem brilho podem indicar que estão há mais tempo fora da água.
Atente-se ao cheiro do peixe
Outra forma de identificar a qualidade de um peixe é pelo cheiro. Peixes frescos têm um odor suave e agradável, enquanto peixes estragados têm um cheiro forte e desagradável. Portanto, sempre cheire o pescado antes de comprá-lo.
Como armazenar peixes no verão
Além de saber escolher peixes de qualidade, é importante também saber como armazená-los corretamente. Durante o verão, as altas temperaturas podem acelerar o processo de decomposição do pescado, por isso, é essencial mantê-los refrigerados e consumi-los o mais rápido possível.
Dicas para o armazenamento adequado
Após a compra, mantenha o peixe refrigerado e longe do sol, em uma temperatura abaixo de 5°C. Caso não vá consumi-lo imediatamente, o ideal é congelá-lo o mais rápido possível para preservar sua qualidade. Além disso, evite descongelar e congelar o peixe repetidamente, pois isso pode comprometer sua textura e sabor.
Conclusão
No verão, é fundamental ter cuidados especiais ao escolher e armazenar peixes. Seguindo as dicas da pesquisadora Érika Furlan, é possível garantir a qualidade do pescado e desfrutar de refeições saborosas e nutritivas durante essa estação. Portanto, ao comprar peixes, atente-se à aparência, cheiro e forma de armazenamento para desfrutar de pratos deliciosos com toda a segurança que a sua saúde merece.
Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo
O consumo de peixes é recomendado por ser rico em proteínas e baixo em gorduras. No entanto, escolher e armazenar peixes no verão requer cuidados especiais devido às altas temperaturas.
A quarta edição do International Fish Congress & Fish Expo Brasil reunirá expositores internacionais e receberá visitantes de toda a América Latina.
Diversos centros de pesquisa da Embrapa estarão presentes no próximo International Fish Congress & Fish Expo, que acontecerá nos dias 31 de agosto, 1º e 2 de setembro em Foz do Iguaçu (PR). O IFC 2022 reúne uma feira de negócios, um congresso e uma exposição de trabalhos científicos. Também estarão presentes o atual ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcos Montes, e o presidente da Embrapa, Celso Moretti. Na ocasião, as Unidades de Pesca e Aquicultura (Palmas-TO) e Amazônia Ocidental (Manaus-AM) lançarão uma nova tecnologia: um serviço que identifica o sexo do pirarucu e do tambaqui para auxiliar na formação de bandos, que será oferecido aos produtores dos dois centros de pesquisa.
O chefe-geral da Embrapa Pesca e Aquicultura, Danielle de Bem, comenta a importância da participação da empresa no evento. “A Embrapa estará no IFC 2022 para continuar abordando os diversos elos da cadeia produtiva do pescado, captar suas demandas e propor o desenvolvimento de inovações tecnológicas de forma mais assertiva e efetiva”, destaca. A empresa participará com um estande, onde reunirá parceiros que desenvolvem novas tecnologias que serão expostas durante o evento.
Danielle de Bem
Para o presidente do IFC, Altemir Gregolin, “a Embrapa Pesca e Aquicultura vem desempenhando um papel importante na geração de novas tecnologias e ações de inteligência para o desenvolvimento da aquicultura no país. A participação no IFC é muito importante para a disseminação desse conhecimento e para o aprofundamento do relacionamento com o setor produtivo”.
Além da Embrapa Pesca e Aquicultura, estarão presentes os centros de pesquisa da Embrapa: Meio Ambiente (Jaguariúna-SP), Territorial (Campinas-SP), Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília-DF), Amazônia Ocidental (Manaus-AM) e Instrumentação (São Carlos-SP).
Tecnologias para o setor de aquicultura
Na feira, a Embrapa apresentará duas soluções baseadas em geotecnologias para entender o setor de aquicultura no Brasil e a conjuntura em que está inserido. O primeiro, já disponível ao público, é o Sistema de Inteligência Territorial Estratégica para Aquicultura, uma plataforma de dados qualificados sobre o segmento, que pode ser combinado com informações das cinco dimensões que impactam toda a atividade no meio rural: a natural, agrária, agrícola, de infraestrutura e socioeconômica. Desenvolvido em conjunto pelos núcleos da Embrapa Pesca e Aquicultura e Territorial, em formato geoweb, apresenta mais de 300 camadas de dados, com recursos para filtros, upload de dados próprios, download e impressão de mapas.
O outro produto que será apresentado no estande é o mapeamento das lagoas e tanques-rede escavados por meio de imagens de satélite, que está sendo realizado para todo o território nacional. Resultados parciais já foram publicados para os estados do Paraná, Mato Grosso e Rondônia. O trabalho tem sido um desafio para a equipe de sensoriamento remoto da Embrapa. “Já existem técnicas consolidadas de processamento para valorização de corpos d’água em imagens de satélite. A principal dificuldade do trabalho é separar as estruturas destinadas à produção aquícola de outros usos”, explica Lúcíola Alves Magalhães, subchefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Territorial.
O AgroTag Aqua será mais uma tecnologia apresentada no evento pela Embrapa. Este é um dos módulos temáticos do sistema AgroTag, voltado para a coleta de dados dos sistemas de produção aquícola. Sua aplicação proporciona a otimização da coleta de informações em campo e disponibiliza um banco de dados qualificado para o usuário individual. O recurso está disponível como um aplicativo na versão Android na loja de aplicativos Google Play.
Outra tecnologia muito útil para os produtores que será apresentada no IFC 2022 é a Plataforma AquaPLUS, que compreende um conjunto de análises genéticas de matrizes ou reprodutores de espécies aquícolas. Os seguintes serviços estão disponíveis na Plataforma: TambaPLUS: ferramentas genômicas para análise, qualificação, certificação, manejo e melhoramento genético de tambaqui (Colossoma macropomum); VannaPLUS: ferramentas genômicas para análise, qualificação, certificação, manejo e melhoramento genético do camarão vannamei (Litopenaeus vannamei); TilaPLUS: ferramentas genômicas para análise, qualificação, certificação, manejo e melhoramento genético de tilápias (Oreochromis niloticus).
O foco da Plataforma é fornecer soluções simples, práticas e inovadoras para qualificação, manejo e melhoramento genético de espécies aquícolas. Através dos serviços disponíveis, é possível saber se as matrizes das espécies aquícolas possuem algum grau de parentesco entre si e se são puras ou híbridas (fruto do cruzamento com outra espécie), permitindo assim o direcionamento do cruzamento das referidas matrizes tanto para produção de alevinos para engorda e reposição, troca e comercialização de germoplasma de matrizes e, consequentemente, redução de perdas de produtividade. Os acasalamentos consanguíneos geram perdas produtivas tanto na fase de creche quanto na fase de engorda.
A Sonda Multiparâmetros para Aquicultura também será apresentada no IFC 2022 pela Embrapa. Desenvolvida com tecnologia nacional, a Sonda Acqua Probe é capaz de medir – em tempo real e remotamente – por meio de um celular, tablet ou computador, 12 parâmetros, como pH, oxigênio dissolvido e temperatura da água de lagoas destinadas ao cultivo de organismos aquáticos espécies como peixes e crustáceos. A tecnologia permite quantificar in situ florações de clorofila e algas que, em excesso, podem comprometer o cultivo de espécies aquáticas ou até mesmo levar à morte da fauna.
Por fim, a RV Piscicultura também será apresentada no estande da Embrapa. É um software que simula virtualmente um ambiente real de cultivo de tambaqui (Colossoma macropomum). A utilização desta ferramenta de realidade virtual permite uma explicação fácil e lúdica sobre o tema saúde, seja na parte educativa em cursos e treinamentos, como também em eventos, palestras e workshops.
mercado de Peixe
A Embrapa também participará do debate sobre mercado e competitividade do pescado brasileiro – um dos pontos fortes do congresso. As exportações de pescado e as perspectivas para o Brasil no mercado internacional serão tema de painel com o pesquisador Manoel Xavier Pedroza Filho, da Embrapa Pesca e Aquicultura; Eduardo Lobo, Sócio da Prime Seafood Company e presidente da Abipesca; e Valdemir Paulino dos Santos, superintendente comercial e de marketing da Cooperativa Copacol-PR e presidente do Conselho de Administração do Peixe BR.
Segundo o ex-ministro da Pesca e presidente da IFC Brasil, Altemir Gregolin, o IFC2022 terá uma dimensão inédita “Depois do recorde de público, empresas expositoras, lançamentos de novas tecnologias, conferências e volume de negócios ocorrido no ano passado, desta vez o IFC tem muitas novidades. Agora, por exemplo, está focada na América Latina, com inúmeras empresas de outros países como Chile, Islândia, Estados Unidos e Índia, que trarão muitas inovações para o Brasil”, antecipa Gregolin.
Altemir Gregolin
O International Fish Congress & Fish Expo Brazil reunirá palestrantes de 15 países que destacarão temas relacionados aos mercados de peixes e crustáceos, além de temas técnicos como sistemas de produção, tecnologias, nutrição, saúde, biossegurança e genética.
“A IFC assumirá uma dimensão sem precedentes este ano. Desde sua origem, seu principal objetivo é ser um grande instrumento de apoio ao desenvolvimento da cadeia produtiva do pescado no Brasil. Ao apontar tendências, expor o que há de melhor em tecnologias e apresentar caminhos e ações para o desenvolvimento, o IFC 2022 padroniza as informações e coloca todos os atores na mesma linha e trabalhando na mesma direção”, afirma Gregolin.
Fonte: Assessoria
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A 19ª edição do evento começa no dia 1º de setembro; entre a pesca e a aquicultura, o Brasil produz 1,6 milhão de toneladas por ano.
O setor produtivo nacional realiza o Semana do Peixe 2022 de 1 a 15 de setembro, uma campanha de incentivo ao consumo de peixes, moluscos e crustáceos.
Idealizado pelo extinto Ministério da Pesca e Aquicultura, o evento pretende movimentar todas as regiões do país e envolverá supermercados, restaurantes, feiras e pontos de atacado e varejo, oferecendo espaços gastronômicos abertos à população.
Altemir Gregolin, membro da coordenação nacional do evento e presidente do Congresso Internacional do Peixe (IFC Brasil), disse que o objetivo da 19ª Semana do Peixe é estimular o consumo e criar uma “Segunda Quaresma”. Ou seja, uma nova temporada de consumo de pescado no segundo semestre do ano.
“No primeiro semestre, temos a semana Santa e, no segundo semestre, o objetivo é criar uma nova temporada e, com isso, estimular o consumo, que é uma prática cotidiana das pessoas, porque é mais saudável e, com mais consumo, estimula a produção em um país que tem um gigante em potencial”.
A Semana do Pescado será lançada no dia 1º de setembro, durante a quarta edição do IFC Brasil, que acontecerá em Foz do Iguaçu, no Paraná.
A comissão organizadora elaborou uma agenda de trabalho que envolveu todos os setores ligados à cadeia produtiva da pesca e da aquicultura; renovar a marca da campanha; movimentar as redes sociais oficiais da Semana do Peixe; promover reuniões e encontros; entre outras ações.
Produção brasileira de pescados
Levantamento da Associação Brasileira de Piscicultura (peixe BR) revela que o país produziu, no ano passado, 841.005 toneladas de peixes cultivados (tilápia, peixes nativos e outras espécies), gerando receita de R$ 8 bilhões.
O resultado representa o crescimento de 4,7% na produção de 2020 (802.930 toneladas). Em seis anos, esse mercado acumula um aumento de 45,4%. A criação de Tilápia é o segmento que mais cresce na cadeia da piscicultura.
no conjunto de pesca e aquiculturaO Brasil produz 1,6 milhão de toneladascom faturamento em torno de R$ 20 bilhões, segundo a Associação Brasileira das Indústrias do Pescado (Abifishing).
Consumo de peixe por habitante
A expectativa dos coordenadores da 19ª Semana do Peixe é ampliar esses números. Gregolin esclareceu que um quilo de peixe por habitante/ano significa 213 mil toneladas, considerando a população do país.
“Se transformarmos isso em um peixe vivo, há precisa de cerca de 500 mil toneladas de produção, com um aumento de um quilo no consumo por habitante por ano de pescado processado. Temos o privilégio de ter um mercado gigante e, por isso, estimular o mercado interno é fundamental”.
Em média, o consumo atual de pescado no Brasil chega a 10 quilos por habitante por ano, ainda abaixo do recomendado, que é de 12 quilos por habitante/ano, e longe da média mundial de 20,2 quilos por habitante/ano. O presidente da IFC Brasil reconheceu que a população brasileira tem muitas outras opções, como frango e carne bovina e suína, que muitos países não têm. “Assim, o peixe compete pelo mercado com essas outras proteínas”.
potencial de mercado
Gregolin diz acreditar, porém, no potencial de crescimento do consumo de pescado no Brasil. “Temos um grande potencial, porque é a proteína mais saudável, porque estamos crescendo muito na organização da cadeia, tendo assim mais competitividade. O setor está sendo mais eficiente, reduzindo custos de produção, reduzindo o preço final para o consumidor, aumentando a produção nacional. Então, o setor produtivo tem, cada vez mais, melhores preços, melhor qualidade”.
Gregolin, que é ex-ministro da Pesca e Aquicultura, reiterou que o peixe é saúde, é a proteína mais saudável. “Por isso é a proteína mais consumida e comercializada no mundo”.
Você países asiáticossão os maiores consumidores de pescado, liderados pelo Japãoonde o consumo por indivíduo atinge mais de 60 quilos por ano.
Na última edição da Semana do Pescado, no ano passado, o segmento alcançou um aumento de 30% no consumo em relação à edição de 2020.
Desempenho no Brasil
O Paraná é o líder nacional na produção de pescado, com 172 mil toneladas em 2020 contra 154,2 mil toneladas no ano anterior. Um dos grandes destaques do estado é a tilápia, que cresceu 11,5%. Uma explicação para o excelente resultado é o desempenho cooperativo, com incentivos à produção.
Em segundo lugar aparece São Paulo, com crescimento de 6,9% em 2020. Segundo a Coordenação Nacional da Semana do Peixe, o que explica esse avanço é a regulamentação ambiental registrada nos últimos dois anos, além do fato de São Paulo ser um grande centro consumidor, que atrai investimentos.
O bom desempenho do pescado nativo coloca Rondônia na terceira posição no ranking de produtores, apesar de ter sofrido uma queda de 4,8% em 2020. O volume produzido de 65,5 mil toneladas ainda está bem acima do quarto lugar que é Santa Catarina, cuja produção cresceu 3 % e atingiu 51,7 mil toneladas.
pesca extrativista
Principal representante do setor pesqueiro no Brasil, a Abipesca processa mais de 400 espécies de peixes, gerando cerca de 10.000 empregos diretos e 6.000 indiretos.
A cada ano mais de US$ 400 milhõescom uma expansão de 10% na taxa anual de vendas ao exterior.
Fonte: Agência Brasil
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O setor produtivo nacional realiza o Semana do Peixe 2022 de 1 a 15 de setembro, uma campanha de incentivo ao consumo de peixes, moluscos e crustáceos.
Idealizado pelo extinto Ministério da Pesca e Aquicultura, o evento pretende movimentar todas as regiões do país e envolverá supermercados, restaurantes, feiras e pontos de atacado e varejo, oferecendo espaços gastronômicos abertos à população.
Altemir Gregolin, membro da coordenação nacional do evento e presidente do Congresso Internacional do Peixe (IFC Brasil), disse que o objetivo da 19ª Semana do Peixe é estimular o consumo e criar uma “Segunda Quaresma”. Ou seja, uma nova temporada de consumo de pescado no segundo semestre do ano.
“No primeiro semestre, temos a semana Santa e, no segundo semestre, o objetivo é criar uma nova temporada e, com isso, estimular o consumo, que é uma prática cotidiana das pessoas, porque é mais saudável e, com mais consumo, estimula a produção em um país que tem um gigante em potencial”.
A Semana do Pescado será lançada no dia 1º de setembro, durante a quarta edição do IFC Brasil, que acontecerá em Foz do Iguaçu, no Paraná.
A comissão organizadora elaborou uma agenda de trabalho que envolveu todos os setores ligados à cadeia produtiva da pesca e da aquicultura; renovar a marca da campanha; movimentar as redes sociais oficiais da Semana do Peixe; promover reuniões e encontros; entre outras ações.
Produção brasileira de pescados
Levantamento da Associação Brasileira de Piscicultura (peixe BR) revela que o país produziu, no ano passado, 841.005 toneladas de peixes cultivados (tilápia, peixes nativos e outras espécies), gerando receita de R$ 8 bilhões.
O resultado representa o crescimento de 4,7% na produção de 2020 (802.930 toneladas). Em seis anos, esse mercado acumula um aumento de 45,4%. A criação de Tilápia é o segmento que mais cresce na cadeia da piscicultura.
no conjunto de pesca e aquiculturaO Brasil produz 1,6 milhão de toneladascom faturamento em torno de R$ 20 bilhões, segundo a Associação Brasileira das Indústrias do Pescado (Abifishing).
Consumo de peixe por habitante
A expectativa dos coordenadores da 19ª Semana do Peixe é ampliar esses números. Gregolin esclareceu que um quilo de peixe por habitante/ano significa 213 mil toneladas, considerando a população do país.
“Se transformarmos isso em um peixe vivo, há precisa de cerca de 500 mil toneladas de produção, com um aumento de um quilo no consumo por habitante por ano de pescado processado. Temos o privilégio de ter um mercado gigante e, por isso, estimular o mercado interno é fundamental”.
Em média, o consumo atual de pescado no Brasil chega a 10 quilos por habitante por ano, ainda abaixo do recomendado, que é de 12 quilos por habitante/ano, e longe da média mundial de 20,2 quilos por habitante/ano. O presidente da IFC Brasil reconheceu que a população brasileira tem muitas outras opções, como frango e carne bovina e suína, que muitos países não têm. “Assim, o peixe compete pelo mercado com essas outras proteínas”.
potencial de mercado
Gregolin diz acreditar, porém, no potencial de crescimento do consumo de pescado no Brasil. “Temos um grande potencial, porque é a proteína mais saudável, porque estamos crescendo muito na organização da cadeia, tendo assim mais competitividade. O setor está sendo mais eficiente, reduzindo custos de produção, reduzindo o preço final para o consumidor, aumentando a produção nacional. Então, o setor produtivo tem, cada vez mais, melhores preços, melhor qualidade”.
Gregolin, que é ex-ministro da Pesca e Aquicultura, reiterou que o peixe é saúde, é a proteína mais saudável. “Por isso é a proteína mais consumida e comercializada no mundo”.
Você países asiáticossão os maiores consumidores de pescado, liderados pelo Japãoonde o consumo por indivíduo atinge mais de 60 quilos por ano.
Na última edição da Semana do Pescado, no ano passado, o segmento alcançou um aumento de 30% no consumo em relação à edição de 2020.
Desempenho no Brasil
O Paraná é o líder nacional na produção de pescado, com 172 mil toneladas em 2020 contra 154,2 mil toneladas no ano anterior. Um dos grandes destaques do estado é a tilápia, que cresceu 11,5%. Uma explicação para o excelente resultado é o desempenho cooperativo, com incentivos à produção.
Em segundo lugar aparece São Paulo, com crescimento de 6,9% em 2020. Segundo a Coordenação Nacional da Semana do Peixe, o que explica esse avanço é a regulamentação ambiental registrada nos últimos dois anos, além do fato de São Paulo ser um grande centro consumidor, que atrai investimentos.
O bom desempenho do pescado nativo coloca Rondônia na terceira posição no ranking de produtores, apesar de ter sofrido uma queda de 4,8% em 2020. O volume produzido de 65,5 mil toneladas ainda está bem acima do quarto lugar que é Santa Catarina, cuja produção cresceu 3 % e atingiu 51,7 mil toneladas.
pesca extrativista
Principal representante do setor pesqueiro no Brasil, a Abipesca processa mais de 400 espécies de peixes, gerando cerca de 10.000 empregos diretos e 6.000 indiretos.
A cada ano mais de US$ 400 milhõescom uma expansão de 10% na taxa anual de vendas ao exterior.
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