Produtores da Zona da Mata visitam vinícolas em Caldas e Andradas

Para conhecer o processo de produção de uvas, vinhos e suco de uva, um grupo de 22 produtores de Miraí, São Sebastião da Vargem Alegre, Muriaé e Guiricema visitou a unidade da Epamig em Caldas e produtores de vinho artesanal em Caldas e Andradas. Os visitantes são produtores experientes e iniciantes em busca de novas experiências com gestão e tecnologias.

A delegação foi acompanhada pelo gerente regional do Sistema Faemg Senar em Viçosa, Marcos Reis; a mobilizadora em Miraí, Zilda Marta Almeida; o mobilizador em Caldas, Luan Augusto Oliveira, e os presidentes dos Sindicatos Rurais de Caldas e Andradas, Messias Sebastião Guimarães e Márcia Aparecida Carlim.

O roteiro foi organizado pelo gerente regional do Sistema Faemg Senar em Passos, Rogger Miranda Coelho, e pelo mobilizador Luan Augusto Oliveira. “O objetivo foi levar os produtores a conhecer a Epamig, referência no país em viticultura, para entender a parte técnica e prática sobre algumas variedades que já cultivam e outras que podem ser implantadas de acordo com o clima em que atuam”, explicou Luan.

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Todos conheceram a gestão na propriedade do produtor e técnico da Emater, Deny Alves Alvarenga, e participaram de degustações comentadas. Segundo Luan, isso os ajudou a entender melhor a qualidade do vinho de mesa artesanal.

Na propriedade da Deny, os produtores tiveram a experiência completa: escolha das mudas, sistema de manejo, espaçamento e cuidados com o solo e fitossanitários, além do manejo agroecológico. “A ação foi muito bem orquestrada pelo Sistema Faemg Senar. Eles estão interessados ​​em resolver problemas. E quem ainda vai ingressar na atividade já quer começar do jeito certo”, comentou Deny.

Experiência

A vinícola da Epamig produz um dos vinhos mais renomados do Brasil e foi lá que o grupo viveu momentos importantes na parte técnica da vinícola e do vinhedo. A visita foi liderada pelo pesquisador da Epamig Francisco Medeiros Câmara e pela enóloga Angélica Bender. Os produtores provaram vinhos, espumantes e sucos.

O grupo também visitou a propriedade de Adrien Junqueira, produtor cuja família produz vinhos artesanais, sem conservantes, há três gerações, somando mais de 100 anos de história. “Receber o grupo em nossa casa foi muito gratificante. Pudemos trocar experiências e contar um pouco da nossa história e aspirações futuras. Esse tipo de troca serve de combustível para continuarmos nesse caminho com as uvas”.

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Uma das propostas levantadas pelo grupo é o trabalho em vinícolas voltadas ao turismo, como nova fonte de renda. Em Andradas, eles conheceram esse processo na tradicional Casa Geraldo. Durante a visita técnica, conheceram o processo de produção e comercialização e encerraram o trabalho com degustação de vinhos e um tradicional café mineiro.

Oportunidade

Para Zilda Marta, mobilizadora e produtora de uvas em Miraí, o intercâmbio superou as expectativas e ajudará a transformar o cenário dos produtores da região. Este ano, ela está fazendo sua segunda colheita de uvas. Após as visitas, ela pretende melhorar a produção.

“Era uma faculdade. Voltamos com muita bagagem e muito conhecimento para compartilhar com todos os produtores. Conhecemos outras variedades de frutas e métodos de cultivo. A visita à família, que é um pequeno produtor, com uma realidade parecida com a nossa, foi inspiradora e nos motivou a seguir em frente”.

Luiz Carlos Pinheiro, a quem Zilda Marta chama de “pai da uva”, foi o precursor da cultura na região. Natural de Jundiaí (SP), o produtor mora em São Sebastião da Vargem Alegre e planta uvas há nove anos. Além de vender frutas frescas, ele também produz suco artesanal e vinho de mesa há quatro anos. Para ele, o que aprendeu nas visitas será valioso para o futuro da produção vinícola.

“Na Zona da Mata é difícil ter uvas para vinho porque nosso verão é muito quente e chuvoso. Durante a visita, aprendemos e vimos de perto a técnica de inversão de produção (tecnicamente conhecida como poda dupla), que é colhida no inverno, evitando o desafio da chuva e tendo uma uva mais doce”. Luiz disse ainda que a visita acabou com um mito que alimentavam. “Achávamos que tínhamos que produzir apenas uvas finas para fazer vinhos, mas todos na indústria usam uvas de mesa em parte da produção e podemos fazer isso também”.

Para o gerente regional de Viçosa, Marcos Reis, foi uma oportunidade enriquecedora para evoluir tanto na técnica quanto na prática. “Em nossa visita à Epamig, vimos o quanto a técnica evoluiu. Com os pequenos produtores, vimos o que eles têm feito e seus resultados na produção de uva e vinho. Foi uma oportunidade enriquecedora para eles evoluirem tanto na técnica quanto na prática”, acrescentou.

Investimento na fruticultura

A uva é a segunda aposta da região de São Sebastião da Vargem Alegre e Miraí na fruticultura. A primeira foi a banana e, segundo Luiz Carlos, fundador de uma ONG que incentiva os jovens a permanecer no campo, foram plantadas 30 mil bananeiras em um projeto de três anos com a Empresa Brasileira de Alumínio (CBA). “Em reunião com a comunidade, os produtores entenderam que a fruticultura seria um bom negócio para melhorar a renda no campo”, explicou.

Com o fim do projeto, Luiz Carlos, que já possuía 600 videiras em sua propriedade, decidiu investir no plantio da cultura para mais produtores e, em um novo empreendimento, foram plantadas 9.000 videiras na região. A missão ao Sul de Minas foi mais um capítulo dessa história, que conta com o apoio e o compromisso da Associação dos Agricultores e Artesãos Familiares de Miraí, entidade conveniada ao Sistema Faemg Senar, que pensou na viagem como uma possibilidade de aprendizado .



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AgroBIT Brasil abre espaço para o poder das mulheres na agricultura

As mulheres têm assumido um papel de liderança no agronegócio. É por esse papel de destaque, dentro e fora dos portões, que o AgroBIT Brasil 2022, que acontece nos dias 8 e 9 de novembro, no Parque de Exposições Governador Ney Braga, em Londrina, oferece um canal de debate sobre a participação feminina no setor de economia, que mais contribui para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

A “Academia AgroBIT para Mulheres Agro” é uma rodada de debates e palestras exclusivas para produtores e gestores rurais, que acontecerá no segundo dia do evento, 9 de novembro, a partir das 8h, na Arena Agro Integração.

A gerente de Marketing e Relacionamento do Grupo FB-Eventos, Fernanda Anastácio da Silva, considera que esse forte movimento, no qual se constitui a participação das mulheres na agricultura, consolida também um programa voltado para o público feminino.

“Em 2020 e 2021 tivemos painéis com temas relacionados às mulheres e com a participação de influenciadores e agricultores. Este ano, acreditamos que esse movimento deve se consolidar em algo mais concreto e expressivo. Dessa forma, criamos um espaço dedicado às mulheres no evento, a Academia AgroBIT para Mulheres no Agro, programa voltado exclusivamente para mulheres agricultoras e gestoras de propriedades rurais, com debates sobre a participação feminina na agricultura”, afirma Fernanda.

A programação conta com a “Mesa Redonda: Sistema Faep/Senar-PR – Apresentação sobre a Importância da Comissão Estadual da Mulher Faep”, com os temas: “Uso de Tecnologias na Produção de Leite”, coordenação de Lisiane Rocha Tcheca, e “Utilização de Tecnologias na Produção de Grãos”, coordenado por Carla Rossato, com participação de Maria Bratriz Orso, Ligia Lilian Perri Ganacin e Marisa Acorsi, com moderação de Bruna Fioroni.

gestão rural

A administradora e gestora rural Sônia Bonato fará uma palestra sobre o tema “Gestão: A importância de conhecer os números”. A agricultora vai compartilhar sua experiência na Fazenda Palmeiras, uma fazenda de 131 hectares no município de Ipameri, adquirida pelo marido em 1995.

Sônia vai falar exatamente sobre a importância do manejo agropecuário para acompanhar os números das operações de entrada e saída, “pois só eles podem dar uma visão ampla da fazenda, permitindo o planejamento da propriedade a curto, médio e longo prazo ”.

Com suas planilhas de sucesso, a agricultora foi premiada em 2018, conquistando o 2º lugar no Prêmio Novo Agro da Esalq/Santander, na categoria Mulheres na gestão de Pequenas Propriedades. “Nunca imaginei que ganharia esse prêmio, porque não sou formada e não sou esalquiana”, conclui.

A agrônoma Alessandra Decicino, especialista em Gestão do Agro, fará palestra sobre inovação e tecnologia no agronegócio. “Trago a visão que temos do mercado, para entender o contexto de crescimento do agronegócio no Brasil. Abordaremos também as principais demandas em campo, dentro e fora da portaria, com visão de soluções e as mais recentes tecnologias de Inteligência Artificial no agro para atender as dores do produtor rural, trazendo maior assertividade no campo. Sempre em busca de uma melhor otimização de custos e recursos, atrelada à sustentabilidade”, detalha Alessandra.

Marketing

A consultora e presidente da Riders Business School, Thaciana Reis, ministrará a palestra “O poder do Marketing Essencial na Era Digital”. Segundo ela, o Essence Marketing é um convite à simplicidade, um convite a trabalhar como o ser trino que somos: corpo, alma e espírito, visando promover a transformação no agro mercado.

“Dentro desta proposta, criamos vínculos de consciência e comunhão, com conexões mais verdadeiras em nosso mercado. Se queremos marcas mais fortes e um agro mais forte, nosso caminho precisa ser a integração, ou seja, a dualidade no equilíbrio, a manifestação do dom”, reflete a consultora.

Para o especialista, antes de mais nada, é preciso perceber que o Marketing Digital é apenas uma das várias estratégias que uma empresa possui para divulgar seus produtos e comunicar suas campanhas, o ponto mais importante é questionar se o seu cliente-alvo será alcançado. com essa ação e se reverterá as vendas.

Sucessão e governança

Coautora do livro “Mulheres do Agro”, colunista do Canal Rural e da Agrishow, a consultora Marielly Biff apresentará a palestra “Como as mulheres podem contribuir para o processo sucessório e a implementação da governança nos negócios”.

Marielly ressalta que a mulher do agro tem um olhar mais sensível para a gestão, incluindo as pessoas, sabendo lidar com os talentos da equipe de trabalhadores.

“As mulheres também contribuem porque são observadoras e dispostas a aprender. Não que os homens não sejam, mas as mulheres gostam de buscar conhecimento o tempo todo e se manter atualizadas, procurando cursos, participando de palestras. Isso favorece a obtenção de informações para trazer coisas que possam ser aplicadas no negócio”, completa Marielly.

A combinação perfeita de um gestor é a soma da formação técnica e da experiência à frente da gestão. “Se as mulheres se dedicam a esses dois fins, também são importantes no processo de sucessão e governança”, acrescenta Marielly.

empoderamento feminino

“A Sociedade Rural do Paraná sempre contou com mulheres na composição de sua diretoria, dada a crescente representatividade e protagonismo feminino nos últimos anos nas atividades agropecuárias, principalmente em cargos de liderança, agroindústria, gestão e até mesmo na composição do trabalho pesado dentro a propriedade. rural, seja na produção de insumos, equipamentos e até na comercialização dos produtos finais da cadeia produtiva. As mulheres estão cada vez mais superando preconceitos, se empoderando e trazendo soluções modernas para o agronegócio, então o SRP sempre será um incentivo para o debate sobre a força da mulher no agronegócio”, afirma Roberta Garbelini Gomes, diretora de Atividades Equestres do SRP.

Para a CEO do FB Group Eventos, Daiana Bisognin, a AgroBIT sempre buscou valorizar as mulheres que atuam no agronegócio, seja dentro ou fora do portão. “O programa voltado para elas é um reconhecimento a todas as mulheres que estão no campo, nos centros de pesquisa, que atuam em diferentes áreas do agronegócio e ocupam cargos de liderança”, diz Daiana.

A Academia AgroBIT para Mulheres Agro apresenta palestras de empresas convidadas, como o Sistema Faep/Senar PR, BB Seguros, Sicredi, UPL, Semegrão, Integrada Cooperativa, Adama e New Holland.

A AgroBIT é organizada pela Sociedade Rural do Paraná (SRP), Sebrae, Grupo FB-Eventos e AgroValley Londrina.

SERVIÇO



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Mercado de etanol sofre baixa e gasolina ganha espaço com ICMS menor

Segundo projeções da StoneX, em São Paulo, a mudança nas taxas, de 25% para 17% para 18%, favoreceu o crescimento dos fósseis, que proporcionaram paridade acima de 70% em boa parte do Centro-Sul.

A análise da consultoria simula o comportamento de consumo do Ciclo Otto para o último trimestre de 2022.

Com a redução dos valores cobrados nas bombas, a demanda por gasolina apresentou resultado positivo no primeiro semestre deste ano e deve se manter estável no segundo semestre.

Outro fator apontado é a baixa elasticidade-preço dos combustíveis fósseis, o que faz com que os preços, mesmo elevados, tenham pouco impacto no consumo.

A StoneX estima um consumo total de hidratado de 15,13 milhões de m³ em 2022, uma queda de 0,7% em relação a 2021.

“Com isso, a participação do hidratado no consumo do Ciclo Otto apresentaria queda de 1,3 ponto percentual, fechando em 26,4%”, destaca a consultoria.

No primeiro semestre de 2022, a Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) registrou que as vendas de gasolina comum totalizaram 19,7 milhões de m³. O número indica crescimento de 10,8% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Quanto ao etanol, houve redução na demanda por biocombustível. No primeiro semestre de 2022, as vendas de etanol totalizaram 7,7 milhões de m³, representando uma queda de 15,7% em relação ao mesmo período de 2021.

A queda de renováveis ​​no mercado está relacionada ao aumento dos preços do hidratado devido à diminuição da oferta com a quebra antecipada da safra de cana-de-açúcar em 2021.

“A partir de novembro/21, quando não havia mais moagem no Centro-Sul, até o início do novo ciclo da cana-de-açúcar, os preços do etanol começaram a subir, causando recordes históricos para o biocombustível”, explica StoneX.

O cenário de baixa oferta fez com que as vendas do biocombustível fossem prejudicadas e os preços elevados resultaram na perda de competitividade do etanol em relação ao seu equivalente fóssil.

“Desde o final de junho, o mercado vem sendo marcado por uma queda significativa nos preços da gasolina C ao consumidor final, motivada tanto pela redução das tarifas estaduais (…) preços aos distribuidores”.

Na ante-sala da live semanal da epbr, a consultora de gestão de riscos da StoneX, Ligia Heise, ressaltou que a expectativa para o próximo ano é que o mix seja mais açucarado e ainda não competitivo com o etanol.

“Devemos entrar em um ano de superávit de açúcar. Com a safra de cana aumentando, a oferta de etanol no mercado interno tende a aumentar”, disse.

ICMS sobre combustíveis

Em junho, foi promulgada a Lei Complementar 194/2022, que na prática estabelece um teto de 17% a 18% sobre a alíquota de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre combustíveis.

O ICMS é um imposto estadual que está incluído no valor da maioria dos produtos vendidos no país. A arrecadação tributária serve, por exemplo, para financiar políticas públicas nos estados.

No entanto, o governo vetou os dispositivos que previam compensação financeira aos estados que reduzissem os impostos federais sobre o setor.

Impactos do mercado

A redução de impostos acabou beneficiando o mercado de gasolina e com isso, o preço do etanol sofreu uma queda de 13%, fazendo com que a paridade entre os produtos, em julho, ficasse em média em 68,9%.

Segundo StoneX, a queda significativa no valor da gasolina comum ao consumidor final também se deve à deterioração dos preços de venda da Petrobras às distribuidoras. A redução pode ter sido motivada pelo preço internacional da gasolina no mercado, que recuou.

A consultoria estima que, em 2022, a demanda por gasolina no Centro-Sul será de 29,4 milhões de m³, ou seja, um aumento de 5,4% em relação ao ano passado. Se a previsão se confirmar, o consumo de gasolina será o maior desde 2017.

Para hidratado, StoneX projeta consumo de 4,3 milhões de m³, alta de 31,1% em relação ao mesmo período de 2021. Assim, a participação do hidratado no consumo do Ciclo Otto cairia 1,3 ponto percentual, fechando em 26,4% ao final de 2022 .

Perspectivas futuras

A tendência de alta dos preços dos biocombustíveis ocorre dentro da sazonalidade da safra de cana-de-açúcar no Centro-Sul. Com a safra já encerrada, a oferta de etanol tende a diminuir.

O mercado calcula que o processamento da cana-de-açúcar deve continuar até dezembro, quando o setor inicia a entressafra. Durante o período, o hidratado pode ter disponibilidade limitada, gerando alta nas negociações.

EPE eleva previsão de consumo de combustível

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) aumentou suas projeções de consumo de diesel e gasolina para 2022. A revisão reflete maior otimismo com a economia e os efeitos da desoneração do imposto sobre combustíveis.

O crescimento das vendas de diesel está estimado em 2,4% este ano e 3,6% para 2023. Cenário melhor do que o projetado em agosto, quando a EPE projetava alta de 1,2% para 2022 e 1,1% para 2023.

O estudo Perspectivas do Mercado Brasileiro de Combustíveis para o Curto Prazo, publicado bimestralmente, cita alguns sinais de melhora da economia para 2022. Veja o texto completo (.pdf).

Para 2023, a expectativa é que haja uma desaceleração econômica. A projeção é de aumento da demanda devido à previsão de safra recorde, recuperação do transporte público e entrada de novos projetos de infraestrutura hidroviária e ferroviária.

O crescimento do consumo de diesel ocorre em meio às perspectivas de preços elevados. E o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR) — a “prévia do PIB” — registrou retração de 1,13% em agosto, na comparação mensal.

Para a gasolina, a previsão de alta em 2022 passou de 1,6% para 3,1%, refletindo a isenção do combustível. Para o próximo ano, porém, a EPE projeta retração de 6,1% nas vendas, ante a projeção de queda de 4,7% em agosto.

É a gasolina ganhando mercado no Ciclo Otto, onde concorre com o etanol hidratado. A previsão para a demanda total de combustíveis permaneceu inalterada: crescimento de 1,5% em 2022 e 0,4% em 2023.



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Ferramenta biotecnológica acelera lançamento de novas cultivares de café

  • A técnica de predição genômica permite a identificação de materiais que possuem em seu DNA genes favoráveis ​​à expressão de características de interesse na cadeia produtiva.
  • Estima-se que, com a técnica, o tempo do processo seletivo seja reduzido pela metade, em relação às metodologias tradicionais.
  • A técnica foi bem sucedida tanto para arábica quanto para canephora.
  • Sem a biotecnologia, a criação tradicional teve que esperar que as árvores crescessem, frutificassem e até mesmo testar cruzamentos e descendentes para identificar os melhores indivíduos.

A aplicação da técnica de seleção genômica ampla (GWS) permite que o melhoramento genético de cafeeiros se torne mais ágil e eficaz. Essa foi uma das conclusões do documento Aceleração do melhoramento do café via seleção genômica: agilidade e eficiência no lançamento de novas cultivares, resultado do trabalho de pesquisadores da Embrapa Café (DF), da Universidade Federal de Viçosa (UFV) , da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), do Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM) e da Empresa Mineira de Pesquisa Agropecuária (Epamig).

Com a técnica de predição genômica, é possível identificar materiais que possuam em seu DNA genes favoráveis ​​à expressão de determinadas características de interesse na cadeia produtiva, utilizando marcadores moleculares. Assim, a presença de determinados marcadores é capaz de indicar que a planta possui uma característica relacionada a eles, como, por exemplo, resistência a determinada doença, boa produtividade, etc.

O GWS permite prever precocemente o comportamento dos indivíduos, o que, sem a ferramenta, só seria possível na idade adulta. Isso é especialmente importante para o melhoramento de organismos perenes, que geralmente levam muito tempo para atingir a idade adulta ou a fase de produção. É o caso de animais, espécies florestais, árvores frutíferas, cana-de-açúcar e café. O valor genético genômico é a previsão das características fenotípicas que um indivíduo terá e que é estimada pelos milhares de marcadores moleculares distribuídos no genoma. “Esses marcadores podem ser analisados ​​em qualquer fase do desenvolvimento da planta, inclusive quando jovem (mults). Seria uma previsão de como o indivíduo se comportará em termos de características de interesse agronômico”, detalha a pesquisadora da Embrapa Eveline Caixeta, que coordenou a pesquisa que avaliou a eficiência do GWS na previsão de características produtivas, agronômicas e resistência a doenças e pragas. do cafeeiro. O trabalho também analisou a eficiência da técnica para prever o valor genético genômico (GEBV) de populações dessas plantas em melhoramento.

“Nosso objetivo com esta publicação é demonstrar como uma das ferramentas biotecnológicas disponíveis pode auxiliar os programas de melhoramento genético do café e, assim, acelerar a aquisição de cultivares melhoradas”, diz Caixeta. Segundo o pesquisador, os estudos de seleção genômica em café ainda são incipientes e as informações nessa área são importantes para subsidiar ações de melhoria da cultura. Estudos na área também ajudam a dar maior sustentabilidade ao sistema produtivo da cadeia do café, segundo o cientista.

Os estudos registraram que o GWS contribuiu para o melhoramento tanto do café arábica quanto da canephora, ao permitir a redução do tempo necessário para completar o ciclo de seleção fenotípica. “Obtivemos resultados semelhantes para ambas as espécies e para as principais características agronômicas de cada uma delas. De acordo com o trabalho inicial que fizemos, estimamos uma redução de metade do tempo de seleção para ambos”, relata.

programas de reprodução

Trabalhos de seleção genética são realizados no Brasil desde 1932. Eles tiveram grande impacto no desenvolvimento de cultivares com diferentes características agronômicas de interesse para a cafeicultura. O melhoramento genético permitiu a adaptação do cafeeiro a diferentes regiões do país; atribuíram maior produtividade, estabilidade e precocidade, e resistência à ferrugem do cafeeiro, principal doença da cultura. Características como tolerância à seca e geada, arquitetura adequada para adensamento; tamanho pequeno e formato de copo adequado para colheita mecanizada; e alta granulometria e qualidade da bebida também têm sido alvo de pesquisadores ao longo dos anos.

Programas de melhoramento genético de plantas resultam em fortes impactos na produção agrícola, conforme analisa o chefe geral da Embrapa Café, Antônio Fernando Guerra. “Inicialmente, o melhoramento genético de plantas baseava-se exclusivamente em características morfoagronômicas para selecionar indivíduos em populações segregantes”, ou seja, aquelas que associam alta média e variabilidade genética suficiente para permitir a seleção de linhagens com desempenho superior aos seus genitores. Vários cruzamentos foram realizados e as plantas com melhor desempenho agronômico foram selecionadas, o que poderia levar mais de dez anos para obter os resultados esperados.

Guerra explica que, há cerca de 40 anos, os marcadores moleculares foram desenvolvidos e passaram a ser utilizados como ferramenta auxiliar para informações fenotípicas, permitindo avanços significativos em diversos programas de melhoramento.

Ele diz que os programas de melhoramento estão incorporando novas tecnologias. As abordagens mais utilizadas são a seleção assistida por marcadores moleculares (SAM) e a seleção genômica ampla (GWS). “Em plantas perenes com ciclos longos, como o café, a aplicabilidade de ampla seleção genômica é de grande importância. Essa estratégia permite aumentar os ganhos genéticos, para diversos caracteres agronômicos, por unidade de tempo, o que permite reduzir o tempo de lançamento de cultivares de café”, afirma o chefe-geral.

Embora a maioria dos programas de melhoramento brasileiros se concentre principalmente no desenvolvimento de cultivares de C. arabica, a crescente importância da espécie C. canephora (café canéfora) tem despertado o interesse em obter também cultivares dessa espécie. O cultivo comercial do café canéfora no Brasil foi impulsionado a partir da década de 1950, com o advento dos cafés solúveis e, posteriormente, com sua utilização em grãos torrados e moídos, em blends (blend) com arábica. Esse aumento da demanda por C. canephora estimulou a produção brasileira e, consequentemente, a expansão do parque cafeeiro nacional e o desenvolvimento de novas cultivares.

“O processo de melhoramento genético é um trabalho de longo prazo e, muitas vezes, quando uma cultivar é desenvolvida, outros problemas aparecem, tornando um desafio constante aos melhoristas sempre buscar novas cultivares”, diz Eveline Caixeta. Este cenário impulsiona a necessidade de agregar novas tecnologias capazes de aumentar a dinâmica e capacidade de resposta dos programas de melhoramento.

O pesquisador diz ainda que o potencial de melhoria da biotecnologia está não apenas na redução do tempo de execução do programa, mas também na sólida base científica que pode explicar a genética e a bioquímica das mudanças que ocorreram ou podem ocorrer no processo de melhoramento genético. Em outras palavras, permite conhecer com mais detalhes e precisão a genética da planta e as previsões de suas características.



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Novos Agentes de Turismo Rural em Santos Dumont

A solenidade de formatura do grupo de agentes de turismo rural de Santos Dumont reuniu dezenas de pessoas, entre convidados, familiares e autoridades, que testemunharam a formação do grupo “Tão Vai”, com 15 novos agentes que vão atuar em toda a região. No evento, que aconteceu no hotel Aurora, foram apresentados novos roteiros turísticos, com um misto de atrações históricas, ecoturismo, gastronomia e autoconhecimento.

Este foi o quinto grupo de agentes de turismo rural formado na região de Juiz de Fora este ano. As anteriores foram em Baependi, Cataguases, Rio Preto e Conselheiro Lafaiete. Em Caxambu, outro curso está em desenvolvimento e deve ser concluído em dezembro. Wander Magalhães, gerente regional do Sistema Faemg em Juiz de Fora, diz que este é um programa importante para o desenvolvimento das cidades, que devem aproveitar o potencial turístico para atrair investimentos. “Agora a cidade terá 15 novos agentes, focados no desenvolvimento do turismo na região. Santos Dumont, conhecida como a terra do pai da aviação, também tem a pecuária leiteira em sua história, com a primeira indústria de laticínios da América Latina. Além disso, é reconhecida por sua diversidade natural, atrativos que podem ser muito bem aproveitados por esses novos profissionais”, disse.

O secretário de turismo e esportes da cidade, Fabrício Corrêa de Andrade, esteve presente na solenidade. Ele acredita que o novo grupo pode ajudar a divulgar o município para diferentes regiões. “Temos o melhor dos dois mundos. Temos atrativos históricos e naturais, além de ótimos acessos, próximos às principais cidades da região. Temos muita história no museu Cabangu e no bairro Dores do Paraibuna. Temos também represas, cachoeiras e natureza preservada para quem busca sossego”, relatou.

A instrutora do curso, Fernanda Silva, ficou orgulhosa ao ver o grupo se formar. Todos os alunos que iniciaram nesta turma concluíram o curso, uma turma diversificada com a qual houve uma grande troca de conhecimentos. “Senti uma responsabilidade com este grupo, pois muitos aqui já tinham experiência em turismo quando começamos. Trabalhamos com muito empenho e, agora, deixamos para os formandos a responsabilidade de disseminar conhecimento e trabalhar com responsabilidade pelo turismo da região”.

Hélio Campos Fortes, tesoureiro da Associação dos Produtores de Leite Balde Cheio, entidade cooperativa do Sistema Faemg na cidade, disse que o grupo é uma grande aposta. “Esperamos que esses novos agentes possam ajudar no desenvolvimento da região, trazendo cada vez mais turistas para a cidade e gerando renda”.

Novos agentes se preparam para agir

O grupo Tais Vai reuniu pessoas de diferentes idades e áreas de atuação. Profissionais de turismo, comunicação, proprietários de hotéis e pousadas aproveitaram para aprender mais sobre turismo, atualizar-se e aprimorar os produtos que poderiam ser oferecidos aos consumidores. Kennedy Fernandes é dono do hotel fazenda Aurora, onde foi realizada a cerimônia de formatura. Ele é um dos novos agentes que poderão atuar na região. “Aqui na pousada, sempre procuramos receber os turistas com conforto e boa comida. Mesmo trabalhando com turismo há muitos anos, aprendi novas formas de tratar e fidelizar meu público”, disse.

A especialista em turismo Carolina Palmieri aproveitou para se atualizar. “Foi muito bom fazer parte desse aprendizado. Descobrimos vários atrativos turísticos aqui na cidade, lugares que a própria população muitas vezes não conhece”. Gicele Brittes é natural do distrito de Conceição do Formoso e sócia da Associação Turismo é Bom e Dá Trabalho. Ela disse que o curso foi uma oportunidade de aprender mais sobre a própria região. “Durante os módulos, descobrimos como explorar adequadamente o que temos aqui. Nos nossos roteiros inserimos paisagens naturais e locais religiosos, que podem proporcionar aos turistas uma experiência única”, disse.

João Lusvardi é publicitário e artista digital. Para ele, o curso abriu novas ideias para o futuro profissional. “Antes, pensava em trabalhar apenas com publicidade. Hoje, o turismo tem se mostrado com uma perspectiva diferente, como uma nova opção de mercado para atuação”, disse. Andréia Oliveira é historiadora e hoje agente de turismo rural. Ela aposta na história como atração. “Um lugar tão importante na região merece ser melhor aproveitado. Vamos resgatar a história desta cidade e mostrar o que há de melhor por aqui”, relatou.

As Águas de Santos Dumont

Quebrar padrões e paradigmas. Esse foi um dos objetivos para a escolha dos nomes e roteiros criados pela turma. A Rota das Águas Santos Dumont surgiu com a ideia de desmistificar uma história regional, direcionada à cidade há alguns anos, que suas águas levaram pessoas que bebiam a se tornarem homossexuais. A brincadeira de mau gosto acabou sendo a inspiração para a exploração dos atrativos locais, dando outra visão para esse recurso no município.

O roteiro foi criado com o objetivo de promover o ecoturismo na região, aproveitando atrativos como lagos, represas, rios e cachoeiras. Quatro roteiros foram desenvolvidos a partir dessa ideia:

  • Direto da Fonte – Quem beber verá
    • Inclui passagem por troços da Estrada Real, chafariz, miradouros, troços de natureza preservada, piquenique e visita ao museu Cabangu (casa de Santos Dumont).
  • Roça de Pé
    • Visita às igrejas históricas da região, ao museu Cabangu, às ruínas de antigas estações ferroviárias, hotel fazenda, mirantes e lanche.
  • Estou na Roça Mais Formosa
    • Este percurso inclui o distrito de Conceição do Formoso. Inclui gastronomia local, cachoeiras, passeio pela mata atlântica preservada, visitas a igrejas e patrimônio arquitetônico.
  • Caminho Interior
    • Programação para quem busca contato com a natureza e autoconhecimento. inclui visita ao museu Cabangu, almoço ovo-lacto-vegetariano em fazenda, colheita de ervas e folhas para chás. Experiência ideal para quem procura desfrutar da natureza e praticar meditação.

Além dos roteiros, o grupo também desenvolveu um novo prato, o Tao Bão, bolinho de chuva recheado com doce de leite Borboleta, tradicional na cidade. Os roteiros já estão à venda. Para contratar ou saber mais, acesse a página do grupo no Instagram: tao.vao.tur



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A curva de Keeling – Portal do Agronegócio

O aumento da concentração de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera, normalmente denominado dióxido de carbono equivalente (CO2 eq) é inequivocamente causado pela atividade humana, principalmente pela queima de combustíveis fósseis, desmatamento e queima de vegetação nativa.

É possível calcular as emissões desses dois setores, pois sabemos quanto combustível fóssil é consumido a cada ano e qual é a taxa de conversão em CO2, o mesmo ocorrendo com o desmatamento desenfreado e a queima de material vegetal. Nem todo o dióxido de carbono emitido vai para a atmosfera, cerca de 57% das emissões permanecem no ar. O restante é parcialmente absorvido nos oceanos e outra parte é utilizada na fotossíntese, sendo uma parte fixada na biomassa por períodos de tempo variáveis.

Um pouco de história

O estudo da relação entre as emissões de GEE e as mudanças climáticas tem quase dois séculos. Um dos primeiros estudos sobre o assunto deve-se a Eunice Foots, cientista americana. Ela publicou no The American Journal of Science and Arts, em 1856, um experimento simples. Ela encheu três copos de vidro – um com vapor, um com CO2 e um terceiro com ar, observando como eles se comportavam quando expostos ao sol. O vidro com dióxido de carbono aqueceu muito mais que os outros e levou mais tempo para esfriar. Este estudo é a base para demonstrar o efeito estufa, modulado pela composição de gases e vapor d’água na atmosfera.

Aproximadamente na mesma época, e sem conhecer o trabalho de Eunice, o irlandês John Tyndall demonstrou como certos gases, incluindo o CO2, capturam calor na atmosfera, publicando seus estudos em 1859. Outro pioneiro foi o cientista sueco Svante Arrhenius que, em meio a XIX, calculou o impacto teórico de um aumento de CO2 na atmosfera. Ele estimou que dobrar a concentração de CO2 na atmosfera poderia aumentar a temperatura média do planeta em até 6°C.

Há cerca de 70 anos, um químico americano, Charles Keeling, observou o intenso aumento da concentração de CO2 na atmosfera. Como resultado de seus estudos e sua persistência, instituições norte-americanas, como universidades e a Agência Nacional para os Oceanos e a Atmosfera (NOAA), começaram a registrar níveis de dióxido de carbono na atmosfera. Em homenagem ao pioneiro, esse registro ficou conhecido como a Curva de Keeling. O avanço da curva ao longo do tempo pode ser verificado em keelingcurve.ucsd.edu.

O presente

O Observatório Mauna Loa da NOAA, localizado no flanco norte do extinto vulcão de mesmo nome no Havaí, a uma altitude de 3.397m acima do nível do mar, é o ponto de referência para estimar a concentração atmosférica de CO2. O local foi escolhido por ser distante de grandes centros urbanos e locais com fortes emissões de GEE, para evitar distorções e verificar como as emissões, embora localizadas, seriam distribuídas na atmosfera global. A informação para estabelecer a Curva de Keeling vem deste observatório.

Os cientistas estimam que a concentração de CO2 atmosférico já foi maior do que atualmente, mas isso foi há muitos milhões de anos. Como a queima de combustíveis fósseis não é natural, os recentes aumentos de carbono na atmosfera, nos oceanos e na biosfera terrestre também não podem ser naturais. O que mais chama a atenção dos cientistas não é tanto a concentração de dióxido de carbono – embora muito alta -, mas a taxa de aumento, que nada tem a ver com o passado recente, digamos, os últimos 800 mil anos. Poucos processos naturais podem liberar carbono fóssil na atmosfera tão rapidamente quanto nós humanos estamos fazendo agora com a extração e uso de combustíveis fósseis, desmatamento e queima de vegetação nativa.

Na década de 1990, a sociedade global começou a se preocupar com o aquecimento global. Atualmente, o clima é monitorado por inúmeros satélites e milhares de termômetros em todo o mundo. E o monitoramento não é feito apenas por questões científicas ou ambientais, o impacto social e econômico tem sido muito intenso.

Nos últimos anos, nos Estados Unidos, as mudanças climáticas foram apontadas como responsáveis ​​por reduções do PIB da ordem de US$ 1,3 trilhão. Somente em 2018, as perdas foram estimadas em US$ 80 bilhões. Embora não existam estudos em nível global, estima-se que esse impacto chegue a trilhões de dólares (https://impactlab.org/).

As propostas para evitar uma catástrofe que se avizinha incluem a redução do uso de combustíveis fósseis, a eliminação da queima desnecessária de vegetação nativa e a redução da pegada climática da pecuária.

Enquanto isso, a solução enfrenta o negacionismo científico daqueles que insistem em negar as mudanças climáticas, apesar de todas as evidências em contrário. Além disso, há inúmeros interesses econômicos formidáveis ​​em jogo, como a produção e uso de petróleo, gás e carvão, e a extração ilegal de madeira nas florestas remanescentes. Sem um compromisso global de todos os atores sociais e econômicos, o preço que as próximas gerações pagarão será muito alto, talvez até impossível de pagar.

O autor é Engenheiro Agrônomo, pesquisador da Embrapa Soja e membro fundador do Conselho Agro Sustentável.

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Concentração de CO2 na atmosfera, medida no observatório Mauna Loa.

Crédito: Laboratório de Monitoramento Global ESRL – Observatório Mauna Loa (noaa.gov)

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Concentração de CO2 na atmosfera, contrastando os dados arqueológicos (1700-1950) com os medidos no observatório de Mauna Loa desde 1960.

Crédito: Laboratório de Monitoramento Global ESRL – Observatório Mauna Loa (noaa.gov)

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Concentração de CO2 na atmosfera, contrastando dados arqueológicos (até 800.000 anos antes de 2022) com os medidos no observatório de Mauna Loa a partir de 1960.

Crédito: Laboratório de Monitoramento Global ESRL – Observatório Mauna Loa (noaa.gov)

Por Décio Luiz Gazzoni, membro do Conselho Científico Agro-Sustentável



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Animais da Casa Branca passam por teste de desempenho para identificam os melhores

Os animais são avaliados desde o nascimento, passando pelo desmame até o nascimento.

O objetivo é acompanhar e medir de perto o desenvolvimento de machos e fêmeas, com extrema rigidez em termos de indicadores de desempenho zootécnico.

Afinal, a pecuária moderna exige resultados produtivos e reprodutivos cada vez mais precisos.

Uma das ferramentas mais importantes utilizadas pela Casa Branca é o teste de desempenho, realizado pela empresa há 10 anos. Desde de 2021, além do masculino, o feminino também passou a ser avaliado.

“Confiamos na importância da comprovação de desempenho e estamos sempre incluindo novas medições para identificar cada vez mais os melhores animais, que serão disponibilizados aos criadores”, explica Fabiana Marques Borrelli, diretora da Casa Branca.

O teste consiste em duas fases: após o período de adaptação, os animais são avaliados por 70 dias com medições periódicas.

É um acompanhamento completo, que envolve quatro pilares: desempenho, adaptabilidade, morfologia e habitação, visando ter uma visão geral de todos os pontos importantes para uma alta produtividade.

Este processo inclui a medição da ingestão alimentar residual (CAR) e ganho de peso residual. Todos os animais são avaliados pela técnica de ultrassom de carcaça.

a professora Sarah Meirelles, do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras (UFLA), destaca que um diferencial do trabalho da Casa Branca é combinar o CAR com a ponderação para espessura de gordura subcutânea e incluir o ganho de peso residual para compor o Índice da Casa Branca.

“Dessa forma, selecionamos animais que apresentam consumo proporcionalmente menor, com deposição adequada de gordura na carcaça sem afetar o ganho de peso, o que pode levar à redução dos custos de produção e aumento do lucro do gado”.

“Os alimentos representam até 70% das despesas totais de produção.

Animais que consomem menos e são mais eficientes obviamente geram menos custos e são mais desejáveis”, explica o professor da UFLA, que coordena a competição.

Jaime Tarouco (UFRGS) é o responsável por avaliar o mérito das carcaças obtidas por ultrassom em tempo real, que analisa a espessura da gordura subcutânea, área de olho de lombo e gordura intramuscular, teste extremamente eficaz para identificar a porção superior do rebanho.

“O ultrassom de carcaça é uma ferramenta importante para a seleção de matrizes pela qualidade da carcaça (espessura de gordura e gordura intramuscular), sem comprometer a velocidade de ganho de peso.

É importante ressaltar que essa é uma característica de herdabilidade média/alta, que tem grande impacto na seleção e contribui decisivamente para a produção de carne de qualidade, cada vez mais desejada por frigoríficos e consumidores”, enfatiza o professor.

“Realizamos o teste de desempenho com machos jovens contemporâneos, recém desmamados, para selecionar os melhores produtos da Casa Branca com base nos indicadores econômicos mais importantes, incluindo alto ganho de peso, menor consumo de ração e bom acabamento de carcaça.

Quanto às fêmeas, procuramos as futuras mães de bezerros de alta qualidade, que crescerão mais rápido e podem se tornar candidatas a touros.

Rigorosas avaliações zootécnicas fazem parte do nosso compromisso de oferecer animais de uso comprovado com sucesso em fazendas de todo o Brasil Central”, afirma Fabiana Marques Borrelli.

Em 10 anos, ganhos indiscutíveis de desempenho.

A professora Sarah Meirelles, da UFLA, analisou a evolução de diversos indicadores medidos entre 2012 e 2022 nos testes de desempenho de machos Angus e Brahman na Casa Branca. Os ganhos de produtividade são indiscutíveis e confirmam a importância dessa ferramenta de avaliação, conforme demonstrado nas figuras.

Entre os machos Angus, o destaque foi o aumento de 36% no ganho médio diário, além de 51% na espessura de gordura da garupa e 36% na espessura de gordura subcutânea.

Nos machos Brahman, esses mesmos indicadores se destacaram, com aumento de 71% na espessura de gordura da garupa, 58% na espessura de gordura subcutânea e 22% no ganho de peso.

“Esses resultados mostram claramente que o trabalho da Casa Branca está focado em indicadores econômicos, principalmente com o aumento das partes de cortes nobres, que representam o maior valor para a pecuária de corte”, destaca Fabiana Marques Borrelli.

para o professor. Sarah Meirelles, essa evolução confirma que a Casa Branca se preocupa em oferecer aos seus clientes animais cada vez melhores, tanto na qualidade da carcaça quanto em diversas outras características avaliadas nos testes.

Ela também destaca a busca por animais mais eficientes que ingerem menos alimentos, mas que não deixem de ganhar peso e depositar gordura na carcaça, trazendo mais rentabilidade ao produtor rural.

“Nesses 10 anos de seleção, conseguimos uma clara evolução nas características relacionadas ao mérito da carcaça obtida por ultrassom em tempo real, além do ganho médio diário, conforme a imagem”, afirma o coordenador do testes.

 

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Integrada avança no tratamento de sementes com novos equipamentos instalados na UBS de Londrina

Como parte dos investimentos previstos no planejamento estratégico até 2025, a Integrada anuncia mais um avanço no atendimento aos seus associados. Mais um centro industrial de tratamento de sementes foi inaugurado na Unidade Básica de Sementes, localizada no Pólo de Londrina, ampliando a capacidade de fornecimento de insumos de alta qualidade.

Em parceria com a Syngenta Seedcare, a nova máquina Momesso tem capacidade para processar 20 toneladas por hora, com operação totalmente automatizada para dosagem de sementes e produtos. O equipamento permite a aplicação de fungicidas, herbicidas, enraizadores e produtos biológicos, potencializando os atributos de qualidade da semente.

O lançamento contou com a presença do CEO da Integrada, Jorge Hashimoto, que falou sobre os 15 anos da parceria, lembrando a instalação do primeiro Centro Industrial de Tratamento de Sementes na Integrada, em 2007, na UBS de Santa Cecília do Pavão. “A produção de sementes de alta qualidade é prioridade para a Integrada. Nossos 12.000 membros precisam ter acesso a matéria-prima pronta para uso e colher uma boa colheita todos os anos. E a parceria com a Syngenta só reforça nosso caminho para a excelência. Parabéns a todos por esta conquista”, concluiu Hashimoto.

O gerente sul da Seedcare Syngenta, Felipe Fett, reforçou a importância de estar ao lado da Integrada para oferecer sementes certificadas. “Nossa satisfação é saber que o cooperado tem a segurança de adquirir uma semente de alta qualidade e que nossa parceria se fortalece com os resultados no campo”, comemorou Fett.

Expansão da capacidade de tratamento de sementes

O Centro de Tratamento de Sementes da UBS Londrina é o terceiro instalado nas unidades Integrada, em parceria com a Seedcare Syngenta. A primeira máquina, também com capacidade para processar 20 ton/hora, foi instalada em 2007 na UBS Santa Cecília do Pavão, que faz parte da Região do Assaí.

Em 2014, o CTS foi instalado na unidade de Mauá da Serra, que processa 10 toneladas/hora de sementes de soja e trigo.

Ainda este ano, a Regional Mauá da Serra vai inaugurar o segundo equipamento da unidade, fruto de mais uma importante parceria, com capacidade para tratar 30 toneladas de grãos por hora, aumentando em três vezes a velocidade de processamento da regional. O início das operações está previsto para os próximos meses, com o tratamento de sementes de trigo para a safra de inverno de 2023.

Com essas expansões, a Integrada aumentará sua capacidade total nas três UBS’s para 100 toneladas/hora, podendo assim atender mais rapidamente a demanda dos cooperados.

“Nossos cooperados têm buscado cada vez mais sementes de alta produtividade produzidas pela Integrada. E esse investimento em uma estrutura de tratamento industrial é fundamental, tanto para garantir a demanda quanto para agilizar os processos de campo”, explica Romildo Birelo, gerente de insumos da Integrada.

O novo CTS do Complexo de Londrina recebeu da Seedcare Syngenta o Selo de Certificação de Qualidade, que comprova a excelência no tratamento de sementes. “Nossa certificação dá mais confiança aos produtores. Eles sabem que estão comprando os melhores produtos do mercado para aumentar a produtividade das lavouras”, comentou o coordenador comercial da Seedcare Syngenta, Humberto Rosada.

Entre os critérios analisados ​​para a Certificação Seedcare estão a avaliação da dosagem dos produtos, que deve estar dentro da faixa correta; manutenção da alta germinação das sementes; manutenção e ajuste do equipamento adequadamente; a qualificação dos funcionários e os cuidados com a segurança – uso de EPI para as operações; proteção ambiental e atendimento à legislação, com licenças, licenças e normas atualizadas.

Safra Super – Inovação e alta performance

Durante a inauguração, foi prestada uma homenagem ao coordenador de Insumos da Integrada, Marcio Zanatta, em reconhecimento ao trabalho inovador desenvolvido no tratamento de sementes.

Zanatta liderou uma pesquisa por três anos, em busca de uma padronização visual da semente Safra Super, um insumo especial e exclusivo da Integrada, com alta taxa de germinação e vigor, e desenvolvimento superior com alto teor de nutrientes. A semente recebeu uma cor dourada.

Polímeros foram testados para cobrir as sementes na dose correta para fixação do pó e que não retirassem a fluidez, não interferissem na germinação e vigor e que evitassem o desprendimento do pó.

“Como temos cores diferentes para cada produto aplicado durante o tratamento das sementes, optamos por colocar o polímero preto, neutralizando a cor, e por fim aplicar a cor dourada, um diferencial de mercado”, explica Zanatta.

A homenagem destacou os atributos preservados do Safra Super e a contribuição do profissional para a inovação visual da semente. “O trabalho desenvolvido por Marcio Zanatta é de grande importância para a padronização e garantia da qualidade das sementes no mercado. E a Seedcare reconhece os esforços de pesquisa e apoia o excelente resultado”, destacou Humberto Rosada.

Para a safra de verão 2023, já estão à disposição dos cooperados 100 mil sacas da semente especial de soja Safra Super, o tesouro de ouro da Integrada.



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Presidente da CNA diz que Digital Hub está ‘portas abertas’ para inovação no AGRO

Falando na inauguração do CNA Digital HUB, o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, João Martins, disse que o espaço “simboliza uma rede muito mais ampla inteiramente dedicada à inovação na agricultura”.

Na terça-feira (25), a CNA, por meio de seu Instituto, inaugurou o HUB CNA Digital e lançou um edital com cinco desafios para empresas de tecnologia encontrarem soluções que ajudem os produtores rurais de todo o país.

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Marcos Montes, o presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Carlos Melles, o presidente da Embrapa, Celso Moretti e o presidente do Instituto CNA, Roberto Brant.

No início da sua intervenção, João Martins salientou que a rapidez e o dinamismo com que as tecnologias chegam ao campo “nos fazem pensar como serão as propriedades rurais nos próximos anos” e mais do que isso, “que competências e conhecimentos serão exigidos dos agricultores do futuro”.

Ele mencionou que a quarta revolução na agricultura, conhecida mundialmente como agro 4.0, apresenta como um importante desafio “treinar produtores rurais e disseminar tecnologias para o processo de digitalização das propriedades”.

Em seu discurso, João Martins afirmou que o Sistema CNA, Senar e Instituto trabalha há mais de 70 anos com produtores rurais de todas as regiões do Brasil, oferecendo serviços para que sejam cada vez mais eficientes na produção de alimentos, fibras e energia renovável . . E para que melhorem a gestão com consequente aumento da rentabilidade de suas atividades.

“Hoje, mais um importante passo está sendo dado nesse sentido com a inauguração do HUB CNA Digital. Esse espaço simboliza uma rede muito mais ampla e inteiramente dedicada à inovação no agronegócio”, afirmou.

João Martins disse que “neste ambiente, vamos debater física e remotamente com outros Pólos, universidades, institutos de investigação, pensadores e organizações públicas e privadas, nacionais e internacionais, os principais desafios tecnológicos dos produtores rurais”.

“Queremos identificar startups e empresas de tecnologia dispostas a apresentar suas soluções. Outra importante missão do HUB CNA Digital será incentivar a adoção de tecnologias por pequenos e médios produtores”, disse.

O presidente da CNA disse que enfatizou que “as soluções tecnológicas concebidas e desenvolvidas aqui serão disponibilizadas de forma acessível e adaptadas às diferentes realidades brasileiras por meio da rede de Assistência Técnica e Gerencial do Senar”.

João Martins encerrou a sua intervenção dizendo que a partir de agora, “o HUB CNA Digital está aberto a todos os que queiram contribuir para este objetivo”.

O ministro da Agricultura, Marcos Montes, destacou a importância da iniciativa do Sistema de lançar um edital com desafios para atender às necessidades do setor. “Parabéns à CNA, que vai fazer história no país, pelo bem que tem feito principalmente para o pequeno produtor”.

Para o presidente do Instituto CNA, Roberto Brant, a iniciativa da CNA de “convocar a inteligência brasileira, organizar essa inteligência e dar os incentivos necessários” dará um novo sentido à agricultura brasileira.

“Este chamado da inteligência brasileira consagrará esta nova fase de imaterialidade e inovação na agricultura brasileira, que poderá ser amplamente reconhecida no futuro”.

Celso Moretti afirmou que o polo digital mostra mais uma vez a capacidade de inovação da agricultura brasileira. “Esse é um modelo que começa no produtor, passa pela validação das soluções e retorna ao produtor. É um modelo que vai funcionar e continuará gerando resultados para a agricultura brasileira”.

Carlos Melles, presidente do Sebrae, afirmou que a agricultura brasileira é moderna e que a inauguração do Pólo mostra que a inovação só pode ser alcançada por meio do conhecimento e da ciência. “Esse é o caminho e essa iniciativa é maravilhosa, o Sebrae está junto, parabéns ao CNA. ”

Desafio CNA – A iniciativa inédita do Sistema CNA/Senar terá duração de 12 meses e visa promover a digitalização do campo por meio da resolução de problemas específicos dos produtores rurais em cima de cinco desafios: 1 – Conectividade, 2- Seguro Paramétrico, 3 – Animal Rastreabilidade, 4- Crédito de Carbono e 5- Comércio Eletrônico.

A CNA financiará o desenvolvimento de soluções com investimento de R$ 750 mil, com ticket médio de até R$ 150 mil para as cinco empresas selecionadas na primeira rodada.

Além da estrutura física do HUB, as empresas selecionadas terão acesso a uma série de ações como o programa de educação para desenvolvimento de equipes (Passos ao Agro), possibilidade de visitas a feiras e eventos do setor, contato com especialistas do agro e acesso ao mercado.

Cada desafio terá um mentor para prestar esclarecimentos e informações sobre o setor às empresas. O desafio da Rastreabilidade Animal terá o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) e pecuarista, Antônio Pitangui de Salvo.

Na Conectividade Rural, estará o presidente da Comissão Nacional de Irrigação da CNA, David Schmidt. O diretor do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Miguel Ivan Lacerda de Oliveira, será o mentor do desafio Seguros Paramétricos.

O desafio Comércio Eletrônico terá como mentor o produtor rural Osvaldo Martins de Barros Filho e no desafio Crédito de Carbono, Daniel Barcelos Vargas será o coordenador de pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV Agro).

Também participaram do evento os presidentes das Federações da Agricultura e Pecuária da Bahia (Faeb), Humberto Miranda, da Paraíba (Faepa-PB), Mário Borba, do Amazonas (Faea), Muni Lourenço, do Espírito Santo (Faes), Júlio da Silva Rocha Jr., de Goiás (Faaeg), Mário Scheirener, do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Pereira, de Santa Catarina (Faesc), José Zeferino Pedroso, secretário executivo do ICNA, Monika Bergamaschi, diretora – General do Serviço Nacional de Aprendizagem (Senar), Daniel Carrara, o coordenador de Inovação do Sistema CNA/Senar/Instituto, Matheus Ferreira, o superintendente do Senar Minas, Christiano Nascif, diretores e técnicos do Sistema CNA/Senar/Instituto , além de parlamentares, representantes de empresas, universidades e entidades de pesquisa.

Para mais informações sobre o calendário de seleção, as regras de participação e como inscrever as propostas para os desafios, acesse o edital: www.cnabrasil.org.br/hub.



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O nanismo pode reduzir a produção de grãos em mais de 70%.

A cultura do milho continua enfrentando um dos principais desafios fitossanitários de sua história, o nanismo, que pode reduzir em mais de 70% a produção de grãos em plantas suscetíveis, segundo informações da Embrapa. Além de garantir que a área esteja livre de plantas voluntárias de milho (tiguera ou guaxas), outro método que pode ajudar a diminuir a incidência do problema é o tratamento de sementes, que ajuda a proteger a planta de milho até que ela surja e obtenha suas primeiras folhas.

De acordo com o especialista em milho da Bayer, Paulo Garollo, o tratamento das sementes é uma prática de manejo fundamental para manter os adultos da cigarrinha (Dalbulus Maidis), vetor e disseminador do complexo de dublês, longe da nova cultura de milho. “Esse manejo pode trazer uma eficiência de até 90% no início da semeadura, isso reduz significativamente a incidência da praga na lavoura, além de facilitar o manejo contra ela posteriormente. Ou seja, é mais um cuidado preventivo que vai ajudar a evitar que o problema saia do controle”, comenta.

Um dos tratamentos de sementes que tem mostrado maior eficiência e bons resultados em campo é o grupo químico dos neonicotinóides, comenta Garollo, que auxiliam não só no manejo da cigarrinha, mas também de outra praga de difícil controle, a verde bicho de barriga.

“A primeira dica para o produtor é observar se o tratamento de semente adquirido está registrado na praga alvo, no caso a cigarrinha, com a dose específica para isso. Alguns produtos comerciais recomendam doses mais altas para cigarrinhas, em comparação com percevejos, por exemplo.”

Tratamento industrial X Na fazenda

Ao adquirir as sementes, o produtor tem a opção de escolher se as sementes já serão entregues com tratamento industrial (TSI) ou se o revestimento será aplicado na própria fazenda. Segundo Garollo, embora os custos pareçam menores quando a opção é fazer por conta própria, vários fatores mostram que isso não compensa.

“O tratamento feito com máquinas industriais garante que cada semente receba a quantidade exata do princípio ativo, de forma homogênea e com maior aderência. No tratamento feito na fazenda, o produtor terá que dividir o tempo que já é gasto durante a semeadura para realizar o processo e, não poderá se dedicar como deveria. Além disso, o ingrediente ativo é colocado no tanque de mistura e não há garantia de que cada semente receberá a quantidade certa dele, sendo capaz de gerar imperfeições que podem comprometer a proteção individual das plantas, além de aumentar a chance de bloqueio distribuição. do plantador”, comenta o especialista em milho.

O tratamento industrial também evita que sementes fora do tamanho sejam repassadas ao produtor e que máquinas específicas não causem fissuras ou rachaduras durante a aplicação dos ingredientes ativos. Na fazenda, o manejo é mais rústico, geralmente realizado em tanques que podem danificar a semente.

“Se, após o tratamento na fazenda, a semente apresentar uma fissura ou rachadura, há uma grande chance de que isso gere doenças no período de emergência, ou até facilite a entrada de fungos que causam a morte das plantas antes mesmo de elas surgirem. Ou seja, a economia gerada no tratamento trará prejuízos devido a essa safra desigual e imperfeita”, comenta Garollo. “Isso é uma dor de cabeça desnecessária, pois o custo benefício não compensa.”

Cuidados de armazenamento

Uma vez definido o método de tratamento, outro ponto de atenção que pode alterar drasticamente a eficácia dessa estratégia é o armazenamento das sementes. De acordo com o especialista da Bayer, o produtor precisa estar atento ao horário acordado de recebimento da semente e que está adequado ao cronograma de início do plantio do milho, para não prolongar o tempo de despejo dessa semente.

“Uma semente tratada armazenada por muito tempo pode perder sua qualidade fisiológica e, assim, ter seu potencial de germinação e vigor reduzidos. Claro, o local de armazenamento também deve ser adequado, o espaço não pode ser muito quente e abafado. O ideal é optar por armazená-los em pallets, para garantir uma boa circulação de ar e menor captação de umidade do solo, além de evitar colocá-los próximos a fertilizantes ou sal para ração animal, que captam a umidade que pode ser transmitida às sementes” , diz Garollo.

Caso o produtor já tenha iniciado o plantio e precise interromper o trabalho, principalmente devido às chuvas, é importante que as sementes armazenadas nos tanques da plantadora não entrem em contato com a umidade.

“Manter as sementes nas semeadoras durante a noite não é um problema. No entanto, esse maquinário precisa ser mantido longe da chuva, guardado em galpão, ou mesmo sob uma lona para que as sementes não entrem em contato com a umidade. Se entrarem em contato com a umidade, além de terem boas chances de começar a germinar, podem inchar, ficar presos no disco e estragar o plantio”, comenta Garollo.

Gerenciamento e monitoramento integrados

Garollo ressalta que o tratamento de sementes por si só não é suficiente para minimizar o nível de incidência e danos causados ​​pela cigarrinha. Soma-se também ao Manejo Integrado de Pragas e Doenças (MIPD) a escolha de híbridos mais tolerantes, a eliminação do milho voluntário e o monitoramento recorrente das áreas. Isso porque nem todo agricultor planta na mesma data e, como as cigarrinhas conseguem percorrer grandes distâncias por dia (acima de 20 km em um dia), a explosão populacional pode acontecer até de um dia para o outro, por isso é importante fique alerta e aja antes de perder o controle.

“Com todos esses cuidados iniciais tomados, o produtor deve estar atento e continuar monitorando suas áreas. E, ao perceber que a população de cigarrinhas está aumentando, já optando pelo controle químico, completando as ações para minimizar os danos gerados pelo complexo de nanismo. Cada uma dessas ações de manejo se complementa e reduz a população da cigarrinha, aumentando a chance de sucesso”, conclui o especialista.



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