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Produtores da Zona da Mata visitam vinícolas em Caldas e Andradas

Para conhecer o processo de produção de uvas, vinhos e suco de uva, um grupo de 22 produtores de Miraí, São Sebastião da Vargem Alegre, Muriaé e Guiricema visitou a unidade da Epamig em Caldas e produtores de vinho artesanal em Caldas e Andradas. Os visitantes são produtores experientes e iniciantes em busca de novas experiências com gestão e tecnologias.

A delegação foi acompanhada pelo gerente regional do Sistema Faemg Senar em Viçosa, Marcos Reis; a mobilizadora em Miraí, Zilda Marta Almeida; o mobilizador em Caldas, Luan Augusto Oliveira, e os presidentes dos Sindicatos Rurais de Caldas e Andradas, Messias Sebastião Guimarães e Márcia Aparecida Carlim.

O roteiro foi organizado pelo gerente regional do Sistema Faemg Senar em Passos, Rogger Miranda Coelho, e pelo mobilizador Luan Augusto Oliveira. “O objetivo foi levar os produtores a conhecer a Epamig, referência no país em viticultura, para entender a parte técnica e prática sobre algumas variedades que já cultivam e outras que podem ser implantadas de acordo com o clima em que atuam”, explicou Luan.

Todos conheceram a gestão na propriedade do produtor e técnico da Emater, Deny Alves Alvarenga, e participaram de degustações comentadas. Segundo Luan, isso os ajudou a entender melhor a qualidade do vinho de mesa artesanal.

Na propriedade da Deny, os produtores tiveram a experiência completa: escolha das mudas, sistema de manejo, espaçamento e cuidados com o solo e fitossanitários, além do manejo agroecológico. “A ação foi muito bem orquestrada pelo Sistema Faemg Senar. Eles estão interessados ​​em resolver problemas. E quem ainda vai ingressar na atividade já quer começar do jeito certo”, comentou Deny.

Experiência

A vinícola da Epamig produz um dos vinhos mais renomados do Brasil e foi lá que o grupo viveu momentos importantes na parte técnica da vinícola e do vinhedo. A visita foi liderada pelo pesquisador da Epamig Francisco Medeiros Câmara e pela enóloga Angélica Bender. Os produtores provaram vinhos, espumantes e sucos.

O grupo também visitou a propriedade de Adrien Junqueira, produtor cuja família produz vinhos artesanais, sem conservantes, há três gerações, somando mais de 100 anos de história. “Receber o grupo em nossa casa foi muito gratificante. Pudemos trocar experiências e contar um pouco da nossa história e aspirações futuras. Esse tipo de troca serve de combustível para continuarmos nesse caminho com as uvas”.

Uma das propostas levantadas pelo grupo é o trabalho em vinícolas voltadas ao turismo, como nova fonte de renda. Em Andradas, eles conheceram esse processo na tradicional Casa Geraldo. Durante a visita técnica, conheceram o processo de produção e comercialização e encerraram o trabalho com degustação de vinhos e um tradicional café mineiro.

Oportunidade

Para Zilda Marta, mobilizadora e produtora de uvas em Miraí, o intercâmbio superou as expectativas e ajudará a transformar o cenário dos produtores da região. Este ano, ela está fazendo sua segunda colheita de uvas. Após as visitas, ela pretende melhorar a produção.

“Era uma faculdade. Voltamos com muita bagagem e muito conhecimento para compartilhar com todos os produtores. Conhecemos outras variedades de frutas e métodos de cultivo. A visita à família, que é um pequeno produtor, com uma realidade parecida com a nossa, foi inspiradora e nos motivou a seguir em frente”.

Luiz Carlos Pinheiro, a quem Zilda Marta chama de “pai da uva”, foi o precursor da cultura na região. Natural de Jundiaí (SP), o produtor mora em São Sebastião da Vargem Alegre e planta uvas há nove anos. Além de vender frutas frescas, ele também produz suco artesanal e vinho de mesa há quatro anos. Para ele, o que aprendeu nas visitas será valioso para o futuro da produção vinícola.

“Na Zona da Mata é difícil ter uvas para vinho porque nosso verão é muito quente e chuvoso. Durante a visita, aprendemos e vimos de perto a técnica de inversão de produção (tecnicamente conhecida como poda dupla), que é colhida no inverno, evitando o desafio da chuva e tendo uma uva mais doce”. Luiz disse ainda que a visita acabou com um mito que alimentavam. “Achávamos que tínhamos que produzir apenas uvas finas para fazer vinhos, mas todos na indústria usam uvas de mesa em parte da produção e podemos fazer isso também”.

Para o gerente regional de Viçosa, Marcos Reis, foi uma oportunidade enriquecedora para evoluir tanto na técnica quanto na prática. “Em nossa visita à Epamig, vimos o quanto a técnica evoluiu. Com os pequenos produtores, vimos o que eles têm feito e seus resultados na produção de uva e vinho. Foi uma oportunidade enriquecedora para eles evoluirem tanto na técnica quanto na prática”, acrescentou.

Investimento na fruticultura

A uva é a segunda aposta da região de São Sebastião da Vargem Alegre e Miraí na fruticultura. A primeira foi a banana e, segundo Luiz Carlos, fundador de uma ONG que incentiva os jovens a permanecer no campo, foram plantadas 30 mil bananeiras em um projeto de três anos com a Empresa Brasileira de Alumínio (CBA). “Em reunião com a comunidade, os produtores entenderam que a fruticultura seria um bom negócio para melhorar a renda no campo”, explicou.

Com o fim do projeto, Luiz Carlos, que já possuía 600 videiras em sua propriedade, decidiu investir no plantio da cultura para mais produtores e, em um novo empreendimento, foram plantadas 9.000 videiras na região. A missão ao Sul de Minas foi mais um capítulo dessa história, que conta com o apoio e o compromisso da Associação dos Agricultores e Artesãos Familiares de Miraí, entidade conveniada ao Sistema Faemg Senar, que pensou na viagem como uma possibilidade de aprendizado .



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