Elevada disponibilidade interna de lácteos mantém em queda preço do leite ao produtor

Por que o preço do leite ao produtor está caindo?

Sumário:

1. Queda no preço médio do leite cru captado por laticínios

2. Perspectivas de continuidade da queda em setembro

3. Aumento na captação leiteira e seus efeitos nas cotações

4. Preocupações em relação aos custos de produção

5. Maior oferta de lácteos e seu impacto nos preços dos derivados

Introdução:

O preço do leite cru captado por laticínios registrou mais uma queda em agosto, marcando o quarto mês consecutivo de recuo. Essa tendência de desvalorização se deve ao aumento da disponibilidade interna de lácteos, impulsionada pelo crescimento da produção nacional e pelas importações em patamares elevados. Neste artigo, vamos discutir as principais causas dessa queda, bem como suas perspectivas para o mês de setembro. Além disso, abordaremos os efeitos desse cenário nas cotações, nas preocupações em relação aos custos de produção e nos preços dos derivados. Acompanhe a seguir!

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Foto: Pixabay

O preço médio do leite cru captado por laticínios em agosto registou a quarta queda mensal consecutiva, recuando 6,8% frente a julho e passando para R$ 2,25/litro na “Média Brasil” líquida, conforme levantamento do Cepea. Esse valor é 29,4% menor que o registrado no mesmo período do ano passado, em termos reais. Com esse resultado, o preço do leite acumula queda real de 13,6% desde o início deste ano (os valores foram deflacionados pelo IPCA de agosto/23).

Apesar do forte recuo, o movimento de queda do leite ao produtor ainda pode persistir em setembro. Pesquisas ainda em andamento do Cepea apontam que a diminuição pode ser entre 5% e 10% na Média Brasil líquida do leite captado em setembro. Os fatores que sustentam a desvalorização do leite ao produtor continuam sendo o aumento da disponibilidade interna de lácteos, a qual se explica, por sua vez, pelo crescimento da produção nacional e pelas importações ainda em patamares elevados.

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O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea aumentou 3,2% de julho para agosto, sustentado pela melhora nos custos de produção em 2023 frente a 2022. A expectativa é que a captação continue em alta em setembro, ainda influenciada por investimentos realizados no segundo trimestre – o que pode seguir pressionando as cotações. Porém, é importante destacar que esse contexto tem mudado.

Desde julho, a retração no preço do leite supera a desvalorização do milho, diminuindo, portanto, o poder de compra do pecuarista frente a este importante insumo. A pesquisa do Cepea mostra que o Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira na “Média Brasil” registrou a segunda alta consecutiva em setembro. Esse cenário desperta preocupações para o setor, tendo em vista que a progressiva perda na margem do produtor pode diminuir os investimentos na atividade neste curto prazo (ver seção Custos de Produção, na página 6).

Ainda assim, o movimento baixista pode permanecer em setembro, em decorrência da disponibilidade interna elevada. Mesmo com o recuo de 21,8% das importações em setembro, as compras externas somaram 1,6 bilhão de litros em equivalente leite no acumulado do ano – volume 90,4% maior que o registrado no mesmo período do ano passado.

Com maior oferta de lácteos e consumo doméstico muito sensível ao preço, os estoques de derivados nas indústrias e canais de distribuição cresceram em setembro. Com isso, os preços do UHT, da muçarela e do leite em pó fracionado negociados entre laticínios e canais de distribuição no estado de São Paulo caíram 6,3%, 2,3% e 4,2% frente a agosto. Essa queda no mercado de derivados em setembro deve ser transmitida ao produtor no preço do leite captado naquele mês.

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Por que o preço do leite ao produtor está caindo? 5

Fonte: Assessoria Cepea

O preço médio do leite cru em queda

Queda consecutiva

O preço médio do leite cru captado por laticínios em agosto registou a quarta queda mensal consecutiva, recuando 6,8% frente a julho e passando para R$ 2,25/litro na “Média Brasil” líquida, conforme levantamento do Cepea. Esse valor é 29,4% menor que o registrado no mesmo período do ano passado, em termos reais. Com esse resultado, o preço do leite acumula queda real de 13,6% desde o início deste ano (os valores foram deflacionados pelo IPCA de agosto/23).

Persistência da queda

Apesar do forte recuo, o movimento de queda do leite ao produtor ainda pode persistir em setembro. Pesquisas ainda em andamento do Cepea apontam que a diminuição pode ser entre 5% e 10% na Média Brasil líquida do leite captado em setembro. Os fatores que sustentam a desvalorização do leite ao produtor continuam sendo o aumento da disponibilidade interna de lácteos, a qual se explica, por sua vez, pelo crescimento da produção nacional e pelas importações ainda em patamares elevados.

Aumento da produção

O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea aumentou 3,2% de julho para agosto, sustentado pela melhora nos custos de produção em 2023 frente a 2022. A expectativa é que a captação continue em alta em setembro, ainda influenciada por investimentos realizados no segundo trimestre – o que pode seguir pressionando as cotações. Porém, é importante destacar que esse contexto tem mudado.

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Impacto no poder de compra do pecuarista

Desde julho, a retração no preço do leite supera a desvalorização do milho, diminuindo, portanto, o poder de compra do pecuarista frente a este importante insumo. A pesquisa do Cepea mostra que o Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira na “Média Brasil” registrou a segunda alta consecutiva em setembro. Esse cenário desperta preocupações para o setor, tendo em vista que a progressiva perda na margem do produtor pode diminuir os investimentos na atividade neste curto prazo (ver seção Custos de Produção, na página 6).

Disponibilidade interna elevada

Ainda assim, o movimento baixista pode permanecer em setembro, em decorrência da disponibilidade interna elevada. Mesmo com o recuo de 21,8% das importações em setembro, as compras externas somaram 1,6 bilhão de litros em equivalente leite no acumulado do ano – volume 90,4% maior que o registrado no mesmo período do ano passado.

Aumento dos estoques de derivados

Com maior oferta de lácteos e consumo doméstico muito sensível ao preço, os estoques de derivados nas indústrias e canais de distribuição cresceram em setembro. Com isso, os preços do UHT, da muçarela e do leite em pó fracionado negociados entre laticínios e canais de distribuição no estado de São Paulo caíram 6,3%, 2,3% e 4,2% frente a agosto. Essa queda no mercado de derivados em setembro deve ser transmitida ao produtor no preço do leite captado naquele mês.

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Fonte: Assessoria Cepea

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Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

Conclusão

O preço do leite cru captado por laticínios continua em queda, registrando a quarta queda consecutiva em agosto. O aumento da disponibilidade interna de lácteos e as importações em patamares elevados são fatores que contribuem para a desvalorização do leite ao produtor. Além disso, o poder de compra do pecuarista frente ao milho também tem sido afetado. Apesar da expectativa de que os preços possam continuar em queda em setembro, é importante ressaltar que esse cenário tem mudado.

Perguntas e Respostas

1. Por que o preço do leite cru captado por laticínios está em queda?

O preço do leite está em queda devido ao aumento da disponibilidade interna de lácteos e às importações em patamares elevados.

2. O que tem afetado o poder de compra do pecuarista?

O poder de compra do pecuarista tem sido afetado pela queda no preço do leite em relação ao milho, um importante insumo para a produção leiteira.

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3. O que tem contribuído para a melhora nos custos de produção do leite?

A melhora nos custos de produção do leite tem sido influenciada pelos investimentos realizados no segundo trimestre.

4. Por que os preços dos derivados do leite estão em queda?

Os preços dos derivados do leite estão em queda devido ao aumento da oferta de lácteos e ao consumo doméstico sensível ao preço.

5. Qual é a perspectiva para o preço do leite em setembro?

A perspectiva é de que o preço do leite possa continuar em queda em setembro devido à disponibilidade interna elevada e ao aumento dos estoques de derivados.

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Foto: Pixabay

Fonte: Assessoria Cepea

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