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Na Fenasucro & Agrocana, setor defende mercado livre para compra de bioenergia

alta complexidade

Segmento afirma que limite estabelecido pelo governo para negociações dificulta investimentos em bioeletricidade

Em mais um dia de eventos presenciais, a 28ª Fenasucro & Agrocana abordou, nesta quarta-feira (17), como o mercado de bioenergia vem se atualizando ao longo das décadas, mas ainda há desafios a serem superados para apoiar o setor. O assunto foi tema central do Seminário CEISE Br./UNICA, que discutiu 35 anos de bioeletricidade no Brasil.

Newton Duarte, presidente da Associação da Indústria de Cogeração de Energia – COGEN, explicou que, ao longo dos anos, o país melhorou sua capacidade de geração de energia elétrica a partir dos subprodutos da cana-de-açúcar, mas ainda enfrenta um desafio antigo: operar livremente no mercado .

“É inexorável que tenhamos um novo mercado nos próximos anos, com modernização e versatilidade, mas para isso precisamos de leis que garantam o livre mercado. O governo limita a venda de bioenergia, mas se apropria da geração de lucro, deixando de repassar aos fornecedores, que ficam impedidos de vender no mercado livre”, disse Duarte.

Segundo ele, trata-se de uma apropriação indébita, já que a produção acima do limite estabelecido pelo Ministério de Minas e Energia não pode ser livremente negociada pelas usinas de biomassa.

O pensamento também é compartilhado pelo gerente comercial da Energy BP Bunge Bioenergia, José Pineiro, que reforça a necessidade de abertura de mercado, sem intervenção governamental. “Essa discussão deve ser acompanhada pela valorização dos produtos que serão comercializados em um mercado cada vez mais livre. Queremos jogar de igual para igual com todos os setores. E mesmo com todas as limitações, seguimos em frente”.

Segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o Brasil tem grande potencial na geração de energia a partir de fontes renováveis. Até 2031, a produção de biogás deverá atingir 7,1 bilhões de Nmᶟ. E para o biometano, 3,8 bilhões de Nmᶟ.

Essa é a previsão para um mercado que processa cana-de-açúcar e produz subprodutos, ou seja, há uma matéria-prima abundante que pode até suprir a necessidade externa, como aponta Samuel Custódio, gerente comercial de energia elétrica da Tereos – Açúcar & Energia Brasil. “Podemos ser fornecedores de energia e combustível para outros países”.

Ele também cita o plano da Tereos, até 2030, de ter 100% da frota de caminhões exclusivamente com biometano, eliminando a dependência do diesel. “O Brasil já está com déficit de diesel, então imagine suprir isso com uma fonte nacional que seja renovável? O mercado produtor precisa de garantias para se desenvolver e acessar novos mercados”, relatou.

O hidrogênio verde é uma promessa

Também nesta quarta-feira (17) a Feira Internacional de Bioenergia recebeu autoridades, que destacaram o potencial da bioeletricidade, do hidrogênio verde e também da sustentabilidade gerada pelo setor.

O ex-ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil, Marcos Pontes, elogiou o potencial de energia renovável do Brasil, que é de 74%, em comparação com outros países (26%). “Isso não nos deixa à vontade, pois ainda precisamos investir muito no desenvolvimento de tecnologias, atuando também em toda a cadeia produtiva. Você precisa de sustentabilidade em todos os circuitos”, declarou.

Ele também disse que o hidrogênio verde é a grande aposta para o futuro. E que, para isso, deve primeiro haver uma transição do combustível fóssil para o uso de biocombustíveis com eletricidade. “Temos a tecnologia para essa transformação e o Brasil tem o que é preciso para ter muito sucesso como um dos maiores produtores de hidrogênio verde”, disse.

O presidente da Frente Parlamentar do Setor Sucroenergético, Arnaldo Jardim, apontou para a Fenasucro o importante contexto de recuperação do setor e, também, os desafios. “Isso porque nos leilões de energia tivemos dificuldades e competitividade. Estabelecemos um novo padrão para DG [Geração Distribuída] e esperamos que isso dê um equilíbrio de contenção. Mas queremos muito garantir competitividade para o que vem da energia da biomassa”, disse. “No biogás, vimos que a cana-de-açúcar virou cana do etanol, da bioeletricidade e, agora, da nova fronteira: biometano e biogás. Junto com a UNICA e a Cogen, conseguimos formular um projeto que estabelece o marco regulatório do biogás. É uma alegria ver que nossas empresas estão se preparando para essa nova realidade. Queremos avançar muito neste setor”, acrescentou.

O prefeito de Ribeirão Preto, Duarte Nogueira, também destacou os 35 anos de avanços na bioeletricidade e no setor como um todo, que promoveram profundas transformações na matriz energética brasileira e paulista. “O mundo inteiro respira e transpira questões de sustentabilidade. As empresas já estão incorporando a sustentabilidade e a agenda ESG, em busca de boas práticas. Precisamos dele para sobreviver e viver com qualidade”, concluiu.

programação de quinta-feira

Nesta quinta-feira, 18/08, a Fenasucro & Agrocana promove seminário sobre processos de moagem de cana-de-açúcar, com conceitos, capacidade industrial e ampliação do conhecimento na cadeia produtiva. Neste dia, às 14h, há uma palestra sobre geração de energia elétrica como oportunidade para novos negócios e mercados.

Até sexta-feira, 19/08, a programação da feira completará mais de 36 horas de eventos com conteúdo exclusivo, com atividades 100% presenciais.



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