Pular para o conteúdo

7 passos para ter sucesso na suplementação a pasto.

A suplementação de bovinos em pastejo é uma das ferramentas mais poderosas que o pecuarista pode utilizar em sua operação, mas para isso ele precisa de muita estratégia e boa tomada de decisão, pois existe uma linha muito tênue entre lucro ou prejuízo com sua utilização . . .

Para ajudá-lo a ter sucesso na escolha das estratégias de suplementação, vamos discutir neste artigo vários pontos relacionados ao conhecimento de suplementos, pastagens e do animal para que você possa ter uma avaliação completa do seu sistema de produção e suas oportunidades, o que permitirá que você tome cada decisão seja o mais assertivo possível, garantindo assim a sustentabilidade da atividade no curto, médio e longo prazo.

A montanha-russa do agricultor.


A sazonalidade climática é um dos principais fatores que limitam a produtividade dos animais em pastejo.

Isso porque, em grande parte do Brasil, o clima é caracterizado por duas estações bem definidas: o verão chuvoso e o inverno seco.

Nesse sentido, podemos observar três condições bem diferenciadas ao longo do ano: a estação chuvosa, que se caracteriza pela alta produtividade e qualidade nutricional do capim, a estação seca, devido à baixa produtividade e qualidade, e, dentre elas, a período de transição. Essa variação nutricional do pasto resulta em períodos de deficiência nutricional, limitando as respostas produtivas e reprodutivas do rebanho (Figura 1).

Figura 1. Variação da qualidade da grama em função das condições climáticas.

Suplementacao em sistemas a pasto Imagem1 1

Prepare-se para cada passeio de montanha-russa!


Uma alternativa para evitar esse problema seria a utilização de suplementação concentrada, que visa preencher as lacunas deixadas pela variação nutricional do capim ao longo do ano, atendendo assim as exigências para cada categoria e objetivo dentro do rebanho.

O primeiro passo na suplementação animal é conhecer os tipos de suplementos que existem no mercado e as normas que os classificam.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, com base na Instrução Normativa nº 12, regulamentou e definiu os parâmetros das características mínimas dos suplementos destinados à pecuária, como pode ser visto na Figura 2.

Suplementacao em sistemas a pasto Imagem2 1

Figura 2.

Características mínimas dos suplementos destinados a bovinos (MAPA).
Portanto, considerando os tipos de suplementos para bovinos, temos quatro classificações: mineral, mineral com uréia, proteína e proteína energética.

O suplemento mineral é fornecido durante todo o ano, basicamente porque as gramíneas tropicais apresentam baixa concentração de minerais em sua composição, principalmente fósforo, sódio e zinco. A utilização da mistura de minerais com uréia é uma forma econômica de manter o peso dos animais na estação seca, desde que a quantidade respeite o limite recomendado.

Sua utilização visa suprir a deficiência de nitrogênio das bactérias ruminais, favorecendo seu desenvolvimento e, consequentemente, melhorando sua capacidade de degradar fibras, o que aumenta a ingestão de forragem e a ingestão de nutrientes, revertendo assim a condição de perda de peso para manutenção do peso.

O ajuste da taxa de lotação pode ser feito de acordo com a produção. O mineral proteico é um suplemento mineral que contém em sua composição fontes de proteína verdadeira (ex: farinha de soja) e uréia, podendo conter outros ingredientes em menor quantidade como o milho.

Este suplemento visa ganhos moderados na faixa de 150 a 250 g/dia na estação seca, com ingestão variando de 0,1 a 0,2% do peso vivo, respectivamente.

A proteína mineral energética é um suplemento composto de minerais, uréia, proteína verdadeira (por exemplo, farinha de soja) e energia (por exemplo, milho ou sorgo).

O objetivo deste suplemento é obter ganhos mais expressivos que variam de acordo com a quantidade ofertada, variando entre 0,3 e 1% do peso vivo com ganhos de 350 a 850 g/dia, respectivamente, na estação seca.

Outro suplemento bastante utilizado é o mineral energético, que possui alta concentração de energia (>70% TDN) e menor teor de proteína (15% PB) em relação aos demais suplementos, sendo amplamente utilizado em dietas de terminação e com teores mais elevados . taxa de inclusão ≥ 1% do peso vivo (Figura 3).

Suplementacao em sistemas a pasto Imagem3 1

Figura 3. Desempenho animal em função dos níveis de suplementação.
Bom, conhecendo agora os tipos de suplementos, suas características e aplicações, você deve estar se perguntando, mas por onde começo? Para isso trouxemos 7 passos para você ter sucesso na suplementação de animais em pastejo.

7 passos para uma suplementação de grama bem sucedida.


Passo 1: Comece com a grama!


Tenha uma boa oferta de forragem mesmo que esteja seca, pois o capim é o principal recurso e o objetivo sempre será maximizar seu uso.

Passo 2: Tenha metas e objetivos!


Se você não sabe para onde está indo, provavelmente não saberá qual suplemento usar. Tenha sempre suas metas e objetivos bem definidos, caso não os tenha procure alguém especializado para te ajudar.

Passo 3: Conheça os requisitos do seu rebanho!


Pode parecer uma coisa difícil de realizar, mas como você saberá se sua estratégia é eficaz sem saber quanta proteína, energia e minerais são necessários para atingir suas metas de renda?

Passo 4: Identifique os fatores limitantes!


Sejam minerais, proteínas ou energia, o importante é saber qual nutriente está limitando o desempenho esperado.

Passo 5: Saiba como escolher!


Escolha o suplemento que maximiza o uso da forragem disponível! As pastagens são o recurso mais barato e devem ser bem aproveitadas.

Passo 6: Use o suplemento corretamente e meça a resposta!


Fique atento à disponibilidade do comedouro, abastecimento e adaptação, além disso, não esqueça de pesar os animais pois só assim saberá se a estratégia está alinhada com o objetivo de lucro ou se será necessário trocar suplementos e/ ou aumentar o nível de inclusão.

Passo 7: Assuma o controle do seu fluxo de caixa!


O uso da suplementação requer desembolsos que, por falta de planejamento, podem afetar a estratégia de suplementação e trazer prejuízos.

Suplementacao em sistemas a pasto Imagem4

Figura 4. Diagrama de fluxo de um sistema utilizando recursos complementares.

Tome as decisões certas!


Os suplementos, além de agregar nutrientes extras ou suprir aqueles em deficiência, também podem proporcionar um aumento na capacidade de carga do capim, pois o consumo de capim, dependendo do nível de suplementação, pode levar a uma redução no consumo de capim. forrageira, abrindo uma oportunidade para aumentar a taxa de retorno.

Além disso, a suplementação de animais em pastejo visa reduzir a idade ao abate e ao primeiro bezerro, recuperar a condição corporal e, consequentemente, a eficiência reprodutiva das vacas e potencializar o ganho de peso dos animais.

O sucesso na escolha das estratégias de suplementação, além do conhecimento dos suplementos, das pastagens e do animal, exige uma avaliação criteriosa de seu sistema de produção e de suas oportunidades, para que a tomada de decisão seja a mais assertiva possível, garantindo assim a sustentabilidade da atividade . curto, médio e longo prazo.

Para isso, conta com ferramentas que ajudam a analisar e criar as melhores estratégias para o uso da suplementação.

Autor:

Angel Amaral Seixas

Dr. em Zootecnia

1 comentário em “7 passos para ter sucesso na suplementação a pasto.”

  1. Antonio Plinio de Novaes Neto Plínio

    Forneça uma receita de um bom e barato sal proteinado para período da seca.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Patrocinadores