Pular para o conteúdo

Vassoura-de-bruxa em plantações de cacau e cupuaçu

No fim da década de 1980, o País ocupava a segunda posição, quando a vassoura-de-bruxa chegou à região de Ilhéus, no sul da Bahia, e devastou plantações inteiras, provocando queda no preço da fruta no mercado internacional.

De exportador, o Brasil passou a ser importador do produto. O volume produzido caiu de 390 mil toneladas, em 1988, para 123 mil, em 2000.

A partir de 1998, a importação de cacau se tornou necessária para atender ao consumo interno. A vassoura-de-bruxa também fez a Bahia perder para o Pará o posto de maior produtor nacional.

A doença continua sendo o maior desafio para os pomares de cacaueiro e ainda atinge as árvores de cupuaçu, espécie “prima” do cacau.

As estratégias de manejo permitem manter a produção em torno de 250 mil toneladas de cacau por ano ao prevenir e tratar a praga. Conheça o que é e como produzir o fruto apesar da vassoura-de-bruxa.

Com a vassoura-de-bruxa controlada, fazendas conseguem produzir cacau de forma saudável.

A vassoura-de-bruxa é uma doença causada pelo fungo Moniliophthora perniciosa, que provoca deformação, apodrecimento e morte de cacaueiros e cupuaçuzeiros.

Os sintomas da enfermidade são folhas e galhos secos, que deixam as plantas semelhantes a uma vassoura velha, daí o nome popular da praga.

O fungo altera o equilíbrio hormonal da planta, levando ao crescimento excessivo dos tecidos infectados de forma semelhante a um câncer.

“Por essa razão, a vassoura-de-bruxa debilita e leva à queda na produtividade dos cacaueiros”, diz o engenheiro agrônomo Antônio Figueira, professor titular do Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo (Cena-USP) e líder da pesquisa.

A praga provocou danos econômicos, sociais e ambientais, como o endividamento de fazendeiros e o desemprego massivo nas fazendas, além de dificultar a preservação da Floresta Atlântica, bioma preservado para promover a “cabruca”, região sombreada que permite o desenvolvimento do cacau e do cupuaçu.

Fruta cupuaçu ainda pendurada na árvore
Vassoura-de-bruxa em plantações de cacau e cupuaçu

As plantas sadias podem coexistir com as doentes, mas é necessário ter um cuidado extra e constante.

A propagação do fungo deve ser evitada com a poda drástica dos ramos infectados para reduzir os drenos metabólicos, conforme a prática contínua estabelecida nos pomares de cacau, o que eleva a necessidade de mão de obra.

O desenvolvimento de estudos genéticos no cacaueiro é difícil porque a planta demora dois anos para começar a produzir frutos.

No entanto, cientistas utilizaram o tomateiro micro-tom para aprofundar os entendimentos sobre a doença e desenvolver possíveis tratamentos mais efetivos contra a praga.

Pesquisadores suspeitavam que o fungo da vassoura-de-bruxa provocava desequilíbrio hormonal ao infectar o tomateiro e conseguiram identificar plantas mutantes com genes de síntese que eram menos suscetíveis aos sintomas provocados pela praga.

Em laboratório, desenvolveram inibidores sintéticos capazes de reverter a doença, porém mais estudos serão necessários para que o produto possa chegar ao mercado.

Source link

agricultura agricultura de precisão agricultura familiar agrolink agronegocio agrotoxico Ambiente arroz avicultura biodiesel biotecnologia boi brasil cabras café cavalo certificação consultoria crédito rural ensino à distância etanol feijão flores frutas gado gado de corte geladeiras gestão rural milho noticias ovelha para pasto pecuaria pecuária leiteira pragas na agricultura Qual saúde Animal seguro rural setor sucroenergético SOJA suinocultura Treinamento trigo Turismo rural

 

 

 

 

 



 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Patrocinadores