Raça Barrosã tem força e carne inigualáveis

Esta raça tem uma dupla função: carne e trabalho. A sua carne DOP (denominação de origem protegida) é muito saborosa e muito apreciada. Hoje é pouco utilizado no trabalho graças aos novos mecanismos agrícolas. Esses traços trazem e permitem que a raça continue sua expansão e criação!

Pode-se dizer que estamos diante de um animal perfeitamente adaptado às áreas de agricultura de montanha, onde desempenha um papel importante, permitindo o trabalho de campos muito pequenos, fertilizando-os com estrume e valorizando os recursos alimentares naturais disponíveis que de outra forma seriam desperdiçado.

A raça Barrosã caracteriza-se pelo seu temperamento dócil, terço anterior bem desenvolvido, o que lhe confere boa aptidão para o trabalho. Apresenta dimorfismo sexual acentuado, podendo observar-se a imponente estrutura córnea em machos castrados, que pode atingir mais de dois metros de envergadura, e em machos intactos destaca-se o terço anterior mais escuro.

características da raça

São animais de pelo castanho claro, tendendo a ser palha ou cereja. Apresentam coloração mais clara na região das pálpebras, borda ao redor do focinho, face interna dos membros e região mamária.

Cabeça: curto e largo, encimado por uma forte estrutura córnea em forma de lira. Testa quadrada, deprimida no centro com região orbital muito proeminente. Chanfro reto, arredondado e levemente saliente, boca larga, lábio superior desenvolvido.

Focinho largo, um pouco grosso e arrebitado, de cor preta. Tem uma borda clara. Conjunto de olhos salientes, cílios escuros e abertura das pálpebras.

Orelhas médias, cercadas por pelos geralmente escuros e longas por dentro. Comprimento e espessura dos chifres bem desenvolvidos, de cor esbranquiçada com pontas escuras de seção elíptica.

Pescoço: curto, bem preso à cabeça e ao ombro. Barba muito desenvolvida.

Porta-malas: cernelha larga e ligeiramente saliente, dorso bem arqueado, peito largo e baixo. Região dorso-lombar larga e horizontal, de comprimento médio, bem conectada à garupa, que é horizontal, larga e longa, com boa largura isquiática. Nádegas subconvexas, baixas e largas. Coxas bem musculosas e regularmente largas. Cauda com inserção média, terminando com uma borla regular de pêlos escuros.

Úbere: pouco desenvolvidos, cobertos por pêlos mais espessos e longos, mais claros.

Membros: bem arrumado, pouco ossudo e baixo. Eles têm unhas pequenas, duras, escuras e arredondadas.

Pele, pêlo e membranas mucosas: pele grossa mas macia, com rugas no pescoço. Pêlo muito curto e fino, mais desenvolvido na orelha e na borla da cauda. Mucosas escuras.

CARACTERÍSTICAS REPRODUTIVAS

Na raça Barrosã, o método de acasalamento natural ainda é o sistema mais utilizado, embora a inseminação artificial venha aumentando.

A raça Barrosã caracteriza-se por possuir grande longevidade reprodutiva, em média 7,6 anos, levando a uma baixa taxa de reposição (aproximadamente 10% ao ano). Como regra geral, não há alta incidência de partos distócicos, com intervalo entre os partos em torno de 420 dias, podendo variar de acordo com fatores ambientais. Dependendo da disponibilidade e qualidade dos alimentos, o primeiro parto pode ser antecipado ou atrasado.

Por exemplo, na presença de dietas adequadas, podemos ter bezerros atingindo a puberdade antes dos 16 meses, o que permite antecipar o primeiro parto em dois meses. Podemos dizer que, em média, o primeiro acasalamento ocorre entre 15 e 18 meses, com o primeiro parto ocorrendo entre 24 e 36 meses.

No que diz respeito aos touros, eles iniciam a reprodução aos 18 meses, e o sêmen pode ser coletado a partir dos 16 meses, em touros testados para esse fim.

Em geral, esta raça apresenta bons parâmetros reprodutivos, com o mesmo potencial para o seu melhoramento.

‘Carne Barrosã’ – DOP é obtida a partir de animais Barrosã alimentados essencialmente com pastagens naturais (santos) e forragem (palha e feno) que se encontravam principalmente em duas áreas geográficas: Minho e Barroso. No entanto, ao longo dos anos, a área geográfica de produção da ‘Carne Barrosã’ alargou-se a outras regiões..

Para ser considerada DOP, a carne deve ser proveniente de animais inscritos no livro genealógico da raça, nascidos e criados na área geográfica definida para o efeito e alimentados com produtos naturais dessa região.

Segundo Silvestre Bernardo Lima em 1873, o rebanho era de 102.301 machos e 144.501 fêmeas, tendo-se observado uma queda abrupta com um rebanho de fêmeas não superior a 7.000 animais e no caso dos machos o número é insignificante.

Associação – AMIBA

Associação dos Criadores de Gado Barrosã (AMIBA) foi criado no início dos anos noventa para defender a raça e proteger seus criadores. A gestão do Registo Zootécnico/Livro Genealógico foi confiada à associação, bem como o melhoramento animal da raça Barrosã.

O grupo de produtores foi criado em 2 de julho de 1996 e a comercialização teve início em setembro do mesmo ano. Começou no norte mas atualmente a Carne Barrosã – DOP é vendida em todo o país. A irmandade gastronómica da Carne Barrosã foi fundada a 3 de Setembro de 2001.

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