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Plantio de pasto podem reduzir em 70% a emissão de gás metano

Manejos mais eficientes e que contribuam com a menor emissão de gases de efeito estufa têm sido adotados por muitos pecuaristas. Pesquisas apresentam novas tecnologias para a eficiência da produção bovina, com menores emissões de metano, um gás poluente ao meio ambiente. E em um novo estudo, o uso da leguminosa conhecida como feijão-guandu – em consórcio com outras gramíneas – aumentou o ganho de peso dos bovinos e emitiu menos metano por quilograma na pastagem oferecida como alimento aos animais.

Segundo a pesquisadora Patrícia Anchão Oliveira, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa-Pecuária Sudeste), a pastagem degradada é sempre o pior cenário para manter um manejo eficiente do rebanho bovino. “Existe aquele solo que está tão degradado que o pecuarista não consegue recuperar. Então é importante fazer uma avaliação da pastagem e, depois, inserir a leguminosa”, afirma.

A degradação ocorre com a perda da produtividade das pastagens, erosões, a perda nutricional das plantas, entre outros fatores que refletem nos problemas ambientais. “Com essas condições desfavoráveis, o solo fica exausto e compromete a produção de qualidade da pastagem. Tudo isso acaba em aumentar a emissão de metano entérico, um processo natural do bovino”.

Os tratamentos foram comparados com as áreas degradadas e recuperadas com o plantio da leguminosa BRS Mandarim ou feijão-guandu. De acordo com Patrícia, os resultados mostraram maior eficiência do rebanho bovino, com ganho de peso, rendimento de carcaça e a redução de emissão de gás metano. A pesquisa aponta ainda que a emissão diária de gases por quilograma de ganho de peso foi de 614,05 gramas na pastagem consorciada, cerca de 70% menor que na pastagem degradada, que teve 2.022,67 gramas.

A recuperação de pastagem com o plantio do guandu também diminui o uso de fertilizantes, outra vantagem para o pecuarista. De acordo com Patrícia, a inserção de leguminosas, além da fixação biológica do nitrogênio no solo, fornece também mais nutrientes ao animal. “Com os altos custos dos fertilizantes, ter uma pastagem com esses nutrientes é uma vantagem para o pecuarista, que não precisa investir em suplementos alimentares”.

Há ainda, com a inserção de plantio do feijão-guandu com o capim braquiária, o maior sequestro de carbono, outro fator importante para os pesquisadores que estudam a diminuição de gás metano da pecuária para o meio ambiente.

Neste sentido, Patrícia lembra que a tecnologia que contribui com a redução de gás metano na pecuária ganha no maior valor nutricional ao bovino. “Observamos também que esse material (leguminosa) consegue sobreviver por três anos, já que a cada roçada feita pelo produtor o guandu rebrota”, diz a pesquisadora ao comentar que não precisa novos plantios para essa pastagem.

Natalia Zanon Carvalho investe na integração soja-pecuária

Natalia Zanon Carvalho investe na integração soja-pecuária

Na propriedade da engenheira agrônoma Natalia Zanon Carvalho, as mudanças para as práticas sustentáveis tiveram início há algum tempo, com a integração entre pecuária e soja. “É uma virada de chave investir em tecnologia na lavoura de soja e de uma pecuária sustentável. Temos dois pilares importantes, o ambiental, onde produzimos mais em uma menor área, e o econômico, em que agregamos mais valor com duas receitas de produção”, conta Natalia.

Para o pecuarista Gustavo Polizelli, a integração lavoura- pecuária é importante já que aumenta a produtividade da soja, e há uma quebra do ciclo de doenças, o que diminui o gasto com defensivos agrícolas. “É só vantagem, porque, além disso, elimina as pragas de mato-competição e, para o gado, diminui a incidência de carrapatos e moscas. (CC)

Com mais de 200 milhões de bovinos de corte e de leite, o Brasil tem ainda muitos desafios para diminuir os efeitos causados pelo gás metano através do arroto do boi, segundo o pesquisador e chefe geral da Embrapa Pecuária Sudeste, Alexandre Berndt. Ele destaca que a Embrapa estuda há mais de 20 anos os impactos causados pela emissão de gases de efeito estufa por parte da pecuária brasileira.

“Tudo que estiver ao alcance da pesquisa para contribuir com tecnologias que diminuam esse impacto ambiental e de uma pecuária sustentável, é desejável e deve ser inserido no País”, pontua. Alexandre diz ainda que o Pacto Global sobre as Mudanças Climáticas firmou acordo para que o Brasil reduza em 30% as emissões de metano até 2030.

Ele diz que muitas tecnologias para uma pecuária sustentável já estão disponíveis para o produtor, seja para a produção de carne bovina ou para a de leite. “O consórcio entre leguminosas e gramíneas para as pastagens é uma medida importante para o sequestro de carbono do solo.

O manejo integrado entre pecuária, soja e floresta também é outra tecnologia de sustentabilidade. É possível fazer pecuária sustentável, sim”, diz Alexandre. (CC)

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