Pular para o conteúdo

Estresse por calor em bovinos leiteiros

Estresse por calor em bovinos leiteiros

Estresse por calor em gado leiteiro – inimigo dos produtores

Se, por um lado, o clima tropical do Brasil favorece o crescimento de pastagens e melhora a oferta de forragem durante um bom período do ano, por outro, temperaturas e umidade do ar mais elevadas são fatores contrários ao bom desempenho produtivo e reprodutivo de vacas leiteiras.

Para as lactantes ou com alto potencial de produção de leite, as condições climáticas são ainda mais incisivas, devido à alta produção de calor decorrente da maior ingestão de alimentos para atender as demandas de produção.

Esses fatores ambientais, associados à produção de calor metabólico, reduzem a capacidade do animal de eliminar o calor corporal, resultando em uma condição conhecida como estresse térmico.
O estresse por calor em gado leiteiro tornou-se um grande inimigo dos produtores de leite, pois afeta não só a quantidade produzida, mas também a qualidade do produto.

estresse por calor em gado leiteiro

Dentre os distúrbios que ocorrem com maior frequência, podemos citar: redução do consumo alimentar e da taxa metabólica, aumento da frequência respiratória, sudorese e aumento do consumo de água, além de alterações nas concentrações hormonais e necessidades de manutenção.

Ao final, esses mecanismos resultarão em diminuição da produção de leite, baixas taxas de concepção e retardo no crescimento dos animais de reposição, o que pode causar perdas econômicas significativas para o produtor.


Animais em estresse calórico apresentam alguns sinais, incluindo: temperatura retal acima de 39,4°C; frequência respiratória superior a 80 movimentos por minuto (mov/min); e se houver uma redução de 10% no consumo de ração e na produção de leite, também pode significar que o rebanho está apresentando sinais de estresse térmico.

estresse por calor em gado leiteiro
Tabela 1 – Variáveis ​​fisiológicas e níveis de estresse – Pires e Campos (2004)

Levar em conta os efeitos das altas temperaturas na hora de traçar as melhores estratégias de manejo é um dos detalhes que caracterizam um bom produtor.

Algumas raças são mais suscetíveis ao estresse térmico do que outras, e para um animal homeotérmico (de sangue quente) manter esse equilíbrio (homeostase), existem alguns métodos de controle.

Zonas de conforto térmico, como: sombra natural (árvores) e sombra artificial (tendas), ventilação e resfriamento evaporativo, reduzem o impacto da radiação solar.

Em geral, existem 3 estratégias de gestão para minimizar os efeitos da estresse por calor em gado leiteiro:

1) Modificação física do meio ambiente;
2) Desenvolvimento de raças tolerantes ao calor;
3) Melhoria das práticas nutricionais.

MODIFICAÇÃO FÍSICA DO AMBIENTE

água e vento

Otimizar o ambiente para minimizar os efeitos do estresse térmico pode ser uma excelente opção.

Equipamentos que produzem vapor d’água e ventilação são um dos métodos mais utilizados para resfriar vacas, pois apresentam bons resultados.


Os ventiladores e aspersores podem ser instalados em locais estratégicos, por exemplo, na saída da sala de ordenha ou em locais onde haja grande aglomeração de animais.

Este método reduz significativamente os efeitos do calor no gado.estresse por calor em gado leiteiro

Integrar pastagem com arborização não se torna apenas uma opção para reduzir estresse por calor em gado leiteiro mas também pode servir como alternativa de renda para o produtor, com a produção de madeira ou fornecimento de frutas.estresse por calor em gado leiteiroPara adotar este sistema, é necessário levar em consideração:

• Terra – que permite o rápido crescimento das árvores;
• A terra – para o melhor aproveitamento do pasto;
• Árvores – que não são tóxicas para os animais.

Sombra

Além das árvores, outra maneira de fornecer bons espaços de sombra para os animais são os métodos artificiais.

Como exemplo, temos as tendas ou as populares cortinas, que são capas feitas de malha tecida, geralmente com fios de polietileno.estresse por calor em gado leiteiroVale lembrar que esse tipo de cobertura só ajuda a diminuir a incidência de raios solares nos animais, mas por si só não são suficientes para equilibrar a temperatura corporal, pois não interferem na umidade do ar e na temperatura atmosférica.

Essas instalações podem ser fixas ou móveis, oferecendo autonomia ao produtor que pode gerenciá-las como bem entender.

RAÇAS MAIS TOLERANTES AO CALOR

Um exemplo disso é o cruzamento de animais Gir com animais Holandeses, dando origem ao conhecido Girolando, uma raça mais rústica, resistente e que mantém bons índices de produção de leite.


Há também estudos realizados com a raça Senepol. Nesses estudos, os cientistas tentam identificar e isolar um gene diretamente relacionado ao crescimento da pelagem e alta tolerância ao calor, fatores que podem ser incorporados em raças leiteiras, resultando em alta produtividade e baixa temperatura retal durante períodos de estresse.

NUTRIÇÃO

Ao pensar em um bom manejo nutricional para aliviar a estresse por calor em gado leiteiro Durante as estações quentes do ano, você deve:

• Fazer uso de uma dieta com alta proporção de nutrientes para a síntese do leite e baixo incremento calórico proveniente da fermentação e metabolismo dos alimentos.

Portanto, o ideal é aumentar a densidade energética da dieta (se houver diminuição do consumo, é necessário adicionar mais nutrientes em um volume menor de alimento), utilizando ingredientes com alto teor de óleo ou gordura, que não produz calor de fermentação. (não ultrapasse 7% da dieta total).

Além de fazer uso de nutrientes protegidos;
• Não alimente uma dieta com mais de 65% de proteína degradável no rúmen (a excreção de nitrogênio é cara e gera calor metabólico);


• Aumentar a porcentagem de minerais na ingestão total de matéria seca (se houver perda excessiva de minerais no suor e na saliva, é necessária a reposição):
– Adicionar 1,3 a 1,5% de potássio;
– Adicionar 0,5% de sódio;
– Adicionar 0,3% de magnésio.


• Adicionar tampões à dieta para estabilizar o pH ruminal;


• Aumentar o porcionamento dos alimentos ao longo do dia (reduzindo a quantidade de alimentos por refeição): evita o aquecimento e a deterioração dos alimentos; estimula o consumo da dieta; permite a observação mais frequente dos animais e a detecção precoce dos efeitos do calor e da umidade sobre eles; reduz a quantidade de insetos no ambiente;


• Alimentar as vacas logo pela manhã e no final da tarde, evitar altas horas de sol e manter água de boa qualidade à disposição dos animais, são práticas nutricionais fundamentais para minimizar os efeitos do estresse calórico.estresse por calor em gado leiteiroOs desafios da pecuária leiteira nacional são diversos. Além de uma produção de leite que respeita os rígidos padrões de saúde, higiene e aspectos nutricionais que atendem a legislação nacional, a fabricação deste produto em larga escala, visando atender a grande demanda, exige atenção à rotina dos animais.

Os avanços tecnológicos e os aprimoramentos genéticos já mostram o avanço da cadeia produtiva desse produto, porém, é preciso saber otimizar o sistema, atentando para os detalhes.

Entender que o animal também é sensível ao meio ambiente e que a forma como é manuseado influencia diretamente no seu comportamento e consequentemente na produção de leite é fundamental.

O estresse por calor em gado leiteiro é um inimigo em potencial que, se não respeitado, pode comprometer a produção de leite e colocar em risco todo o rebanho.

Estresse por calor em bovinos leiteiros

Meta descrição: Neste artigo, você vai aprender sobre os efeitos do estresse por calor em bovinos leiteiros e como prevenir e reduzir esse problema na sua propriedade.

O estresse por calor é um dos principais fatores que afetam a produtividade e o bem-estar dos bovinos leiteiros. O estresse por calor ocorre quando a temperatura ambiente e a umidade relativa do ar ultrapassam os limites de conforto térmico dos animais, dificultando a troca de calor entre o corpo e o ambiente. Isso resulta em alterações fisiológicas, comportamentais e imunológicas nos bovinos, que podem comprometer a saúde, a reprodução e a produção de leite.

Neste artigo, você vai aprender sobre os principais sinais de estresse por calor em bovinos leiteiros, as consequências dessa condição para a atividade leiteira e as medidas que podem ser adotadas para prevenir e reduzir o estresse por calor na sua propriedade. Acompanhe!

Sinais de estresse por calor em bovinos leiteiros

Os bovinos possuem mecanismos de termorregulação que permitem manter a temperatura corporal constante em diferentes condições ambientais. Esses mecanismos incluem a sudorese, a respiração, o fluxo sanguíneo e o comportamento. No entanto, quando esses mecanismos são insuficientes para dissipar o excesso de calor, os animais entram em estado de estresse por calor.

Os principais sinais de estresse por calor em bovinos leiteiros são:

  • Aumento da frequência respiratória e da temperatura retal;
  • Diminuição do consumo de água e de alimentos;
  • Redução da atividade física e do tempo de ruminação;
  • Alteração do padrão de distribuição do consumo ao longo do dia, com maior ingestão no período noturno;
  • Busca por áreas mais frescas e ventiladas, como sombras ou bebedouros;
  • Aumento da aglomeração dos animais;
  • Diminuição da produção e da qualidade do leite;
  • Redução da taxa de concepção e da fertilidade;
  • Maior susceptibilidade a doenças infecciosas e parasitárias.

Consequências do estresse por calor para a atividade leiteira

O estresse por calor pode causar prejuízos significativos para a atividade leiteira, tanto em termos econômicos quanto sociais. Estima-se que o estresse por calor cause uma perda anual de cerca de 2 bilhões de dólares para a indústria leiteira mundial, considerando apenas os efeitos sobre a produção de leite.

Além disso, o estresse por calor pode afetar negativamente outros aspectos da atividade leiteira, como:

  • A qualidade do leite, que pode apresentar menor teor de gordura, proteína e lactose, maior contagem de células somáticas e maior risco de contaminação microbiana;
  • A reprodução dos animais, que pode ser prejudicada pela redução da libido, da ovulação, da fertilização e da implantação embrionária, além do aumento da mortalidade embrionária e fetal;
  • A saúde dos animais, que pode ser comprometida pelo aumento da incidência de mastites, metrites, cetoses, acidose ruminal, deslocamento de abomaso, laminite e outras doenças;
  • O bem-estar dos animais, que pode ser afetado pela diminuição do conforto térmico, do comportamento natural e da qualidade de vida dos bovinos;
  • O meio ambiente, que pode ser impactado pelo aumento das emissões de gases de efeito estufa provenientes da respiração e da fermentação ruminal dos animais sob estresse por calor.

Medidas para prevenir e reduzir o estresse por calor em bovinos leiteiros

Diante dos desafios impostos pelo estresse por calor aos bovinos leiteiros, é fundamental adotar medidas que visem prevenir ou reduzir esse problema na sua propriedade. Algumas dessas medidas são:

  • Escolher raças ou cruzamentos mais adaptados ao clima tropical ou subtropical, com maior capacidade de tolerar altas temperaturas e umidade;
  • Fornecer água limpa, fresca e abundante aos animais, preferencialmente em bebedouros sombreados e de fácil acesso;
  • Oferecer uma dieta balanceada e de alta qualidade, com adequado teor de energia, proteína, fibra, minerais e vitaminas, evitando alimentos que possam aumentar a produção de calor metabólico;
  • Ajustar o horário de fornecimento da dieta, priorizando os períodos mais frescos do dia, como o início da manhã e o final da tarde;
  • Disponibilizar sombra natural ou artificial aos animais, com área suficiente para evitar a aglomeração e o estresse social;
  • Instalar sistemas de ventilação e aspersão de água nos locais onde os animais permanecem por mais tempo, como as salas de espera e as ordenhas;
  • Realizar o manejo dos animais com cuidado e tranquilidade, evitando movimentos bruscos, gritos, choques ou outras formas de estresse;
  • Monitorar constantemente os sinais de estresse por calor nos animais, utilizando ferramentas como termômetros, anemômetros e índices de temperatura e umidade;
  • Implementar medidas preventivas e terapêuticas para controlar as doenças que possam agravar o estresse por calor ou ser causadas por ele.

Conclusão

O estresse por calor é um problema sério que afeta os bovinos leiteiros em todo o mundo, especialmente nas regiões de clima quente e úmido. O estresse por calor pode comprometer a produtividade, a qualidade, a reprodução, a saúde e o bem-estar dos animais, além de causar impactos ambientais negativos.

Por isso, é essencial adotar medidas que possam prevenir ou reduzir o estresse por calor na sua propriedade, melhorando as condições ambientais, nutricionais, sanitárias e de manejo dos bovinos leiteiros. Assim, você poderá garantir a sustentabilidade e a rentabilidade da sua atividade leiteira.

Esperamos que este artigo tenha sido útil para você. Se você gostou, compartilhe com seus amigos nas redes sociais. E se você tem alguma dúvida ou sugestão sobre o assunto, deixe seu comentário abaixo. Até a próxima!

Source link

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Patrocinadores