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Painel discute viabilidade financeira de modelos de recuperação de Reserva Legal com Araucária

Painel discute viabilidade financeira de modelos de recuperacao de Reserva

Um painel de especialistas discutiu e definiu coeficientes técnicos para os modelos de recuperação florestal utilizados no Projeto de Conservação da Araucária. O projeto, que incentiva a recuperação de áreas degradadas em propriedades rurais, trabalha com três modelos baseados no cultivo da araucária com espécies nativas dessa tipologia florestal, como erva-mate e bracatinga, além da criação de abelhas sem ferrão.

Os três modelos foram discutidos e avaliados durante o painel, que levantou a receita e os custos de diversos pontos envolvidos na implantação e manutenção das áreas, como insumos (mudas, fertilizantes, tratos culturais), demanda de mão de obra (horário de trabalho dos diversos atividades envolvidas), equipamentos de proteção, entre outros. Com base nessas informações, será possível realizar uma análise financeira e desenvolver cenários para os três modelos e adequar sua implementação à realidade dos produtores rurais.

“O Projeto de Conservação Araucária já implantou 12 Unidades de Referência Tecnológica (URTs) em propriedades rurais do Centro-Sul do Paraná, utilizando esses três modelos propostos para a recuperação de reservas legais. Agora, a discussão dos coeficientes e a análise financeira de sua viabilidade vão subsidiar ajustes e refinamentos nos modelos, para que outros produtores possam se inspirar nessas áreas e ter uma ideia de sua viabilidade técnica e financeira”, analisa Ives Goulart, da Embrapa Florestas, responsável pela implantação das URTs.

Representantes do IDR Paraná, do Instituto Água e Terra (IAT) e do Conselho Gestor da Erva Mate do Vale do Iguaçu (Cogemate) participaram do painel, que aconteceu nos dias 14 e 15/07. De acordo com o pesquisador da Embrapa Florestas, Sergio Ricardo Silva , coordenador do projeto, “especialistas de fora da Embrapa foram convidados a fazer parte de um Grupo de Trabalho Técnico, com o objetivo de complementar o conhecimento dos pesquisadores e analistas da Embrapa Florestas. Dessa forma, a importância do trabalho é demonstrar que é possível conciliar um serviço ambiental de recuperação ou implantação de Reservas Legais com geração de renda para os agricultores, principalmente para aqueles inseridos no contexto da agricultura familiar”.

Segundo o pesquisador Marcelo Francia Arco-Verde, da Embrapa Florestas, que liderou o painel, “o planejamento do sistema produtivo e sua análise financeira são requisitos fundamentais para o sucesso do empreendimento. Como estamos trabalhando com espécies florestais, que possuem maior tempo de retorno, entender os desenhos dos modelos, os coeficientes técnicos e financeiros envolvidos traz maior segurança ao produtor. Nesse caso, teremos benefícios ambientais, com a recuperação da reserva legal, mas também geração de renda para os produtores quando bem planejados”.

De acordo com o Novo Código Florestal, os produtores devem recuperar áreas de Reserva Legal (RL) e Preservação Permanente (APP) em suas propriedades, mas faltam referências sobre sistemas de produção que combinem produção/geração de renda e conservação. O Projeto, então, propõe estabelecer formas de como fazer isso de forma tecnicamente adequada, conservando a floresta e, ao mesmo tempo, com levantamentos de custos de implantação e possibilidades de geração de renda.

Para Margit Hauer, do Instituto Água e Terra, os produtores rurais têm o compromisso de cumprir o Código Florestal com a implantação do “Plano de Regularização Ambiental” (PRA), e é “interessante discutir como fazer isso para que, quando exigência entrar em vigor, já temos ferramentas e informações para o produtor não só abandonar a área, mas plantar de forma mais adequada e enxergar a floresta como uma atividade econômica, além de ambiental”.

Essa preocupação em aliar conservação e renda é corroborada por Nei Kukla, presidente do Conselho Gestor da Erva-mate do Alto Iguaçu, que reforça que “o objetivo de todos os envolvidos, dos diversos segmentos, é trazer algo concreto para o produtor , para que ele possa aproveitar essas áreas para preservação e fonte de renda. É algo bem pensado, que de fato trará mais uma opção para as propriedades rurais, principalmente a agricultura familiar”.

O IDR Paraná é parceiro na implantação de URTs, com a seleção de produtores para instalação das Unidades e monitoramento. A ideia é servir de modelo para os produtores de cada região e, para isso, é importante a análise de coeficientes técnicos e financeiros, como a erva-mate, que é um dos componentes da geração de renda.

Segundo Jonas Bianchin, técnico extensionista do IDR Paraná, “discutir os custos de produção dos sistemas propostos é importante para avaliar e repassar ao produtor valores aproximados que condizem com sua realidade. É bom colocarmos os custos mais precisos possíveis, pois o produtor estará investindo e precisa ter segurança para saber quanto vai investir e quanto vai ter retorno de sua erva, seja em sistemas sombreados, seja em bracatinga e araucária”.

O Projeto de Conservação da Araucária

O Projeto de Conservação da Araucária, uma parceria entre a Embrapa Florestas, IDR Paraná e Sistema de Transmissão Gralha Azul, teve início em 2020 com o objetivo de promover o plantio de araucária, bem como estruturar um banco genético para a conservação da espécie no estado de Paraná.



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