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A produção de mandioca e fécula está crescendo em ritmo acima da demanda no Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada?

Noticias do Jornal do campo Soberano
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Para ficar atualizado sobre o agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão, não deixe de acompanhar o nosso site. Aqui, você encontrará informações relevantes sobre a produção de raiz e amido de mandioca no país, além de outros tópicos relacionados ao setor agrícola.

No cenário atual, as estimativas indicam que a produção brasileira de mandioca tende a crescer em 2023, mesmo em um contexto de procura enfraquecida. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a produção total de mandioca, considerando tanto o consumo doméstico como a indústria, poderá aumentar em 1,3% neste ano, totalizando cerca de 18,4 milhões de toneladas.

Esse aumento na produção ocorre devido a avanços tanto na área cultivada, com um crescimento de 0,8% que poderá atingir 1,23 milhão de hectares, quanto na produtividade média, que tem uma perspectiva de crescimento de 0,5%, atingindo 14,9 toneladas por hectare.

Os maiores estados produtores de amido, como Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo, também apresentam boas perspectivas de crescimento na área de raízes, que deverá ultrapassar 247,5 mil hectares, um aumento de 9,1% em relação ao ano anterior. Além disso, a produção de raízes também deverá ser 7% maior, chegando a aproximadamente 5,6 milhões de toneladas.

Considerando a produção de amido especificamente, dados preliminares do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) mostram que a moagem de raízes na indústria de fécula apresentou um crescimento significativo nos primeiros oito meses deste ano, totalizando 1,8 milhão de toneladas. Isso representa um aumento de 12% em relação ao mesmo período do ano passado e é o maior valor observado para o período desde 2016.

No entanto, mesmo com o aumento na produção de amido, tanto no mercado interno quanto no internacional, a demanda não tem acompanhado esse crescimento. Segundo o Cepea, o consumo aparente no mercado interno aumentou apenas 21% em comparação com o mesmo período do ano passado, o que é um ritmo inferior ao da produção. Além disso, as transações de amido no mercado internacional diminuíram em 43% em relação ao ano anterior.

Essa situação resulta em um excedente de produto no mercado, causando uma queda nos preços. Por outro lado, estudos mostram que a fécula de mandioca é utilizada em mais de mil aplicações, o que significa que qualquer mudança na atividade econômica pode ter efeitos no consumo do derivado em diferentes magnitudes.

No panorama econômico brasileiro, o cenário é de certo contraste. O Relatório Focus do Banco Central do Brasil prevê um crescimento de 2,6% no Produto Interno Bruto (PIB) este ano, no entanto, os componentes relacionados ao consumo e à indústria estão seguindo caminhos opostos. Dados do Monitor do PIB da Fundação Getúlio Vargas indicam um avanço de apenas 0,2% na atividade econômica no segundo trimestre deste ano, com aumento no consumo de bens de consumo das famílias, porém elementos ligados à indústria estão apresentando retração.

Essa retração na indústria reflete-se também nos números da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que registra queda na receita real e na utilização da capacidade instalada nos últimos 12 meses. Como consequência, os estoques em diversos segmentos estão elevados, o que limita o consumo de fécula de mandioca e outros amidos.

Com esse cenário de oferta excedente, os preços tendem a sofrer ajustes, e estima-se que a produção de amido em 2023 possa ser a maior dos últimos cinco anos, dependendo da oferta de matéria-prima e maior produtividade industrial. No entanto, isso pode resultar em riscos nas margens e exigir avanços na gestão econômica e financeira das fábricas de amido.

Em conclusão, a produção de raiz e amido de mandioca tem perspectivas de crescimento no Brasil, com aumento na produção e na área cultivada. No entanto, a demanda não tem acompanhado esse crescimento, resultando em excedente de produto no mercado e queda nos preços. Para as fábricas de amido, é necessário um bom gerenciamento econômico e financeiro para lidar com a volatilidade do setor.

Perguntas com respostas de alta demanda:
1. Quais são as perspectivas de crescimento da produção de mandioca no Brasil?
R: As estimativas indicam um aumento de 1,3% na produção total de mandioca em 2023.

2. Quais são os principais estados produtores de amido de mandioca?
R: Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo são os principais estados produtores de amido de mandioca.

3. Como tem sido o desempenho da indústria de fécula de mandioca nos últimos meses?
R: A moagem de raízes na indústria de fécula apresentou um crescimento de 12% nos primeiros oito meses deste ano.

4. Por que os preços do amido de mandioca estão em queda?
R: A demanda não tem acompanhado o aumento na produção, resultando em excedente de produto no mercado.

5. Quais são os desafios enfrentados pelas fábricas de amido de mandioca?
R: Os estoques elevados e a volatilidade do mercado exigem uma gestão econômica e financeira eficiente para lidar com os riscos nas margens.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo
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A produção de raiz e amido de mandioca deverá crescer em 2023, num contexto de procura enfraquecida. As estimativas mais recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) indicam que a produção brasileira de mandioca (para mesa e indústria) poderá aumentar 1,3% este ano, totalizando 18,4 milhões de toneladas, devido a avanços de 0,8% na área, que deverá atingir 1,23 milhão de hectares, e 0,5% na produtividade média, de 14,9 toneladas/hectare.

Considerando os maiores estados produtores de amido (Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo, que responderam por 98% do total produzido em 2022), a área de raízes deverá ultrapassar 247,5 mil hectares, 9,1% acima do registrado em 2022, e a produção de raízes deverá ser 7% maior, em torno de 5,6 milhões de toneladas – dados do IBGE.

Dados preliminares do Cepea indicam que a moagem de raízes na indústria de fécula totaliza 1,8 milhão de toneladas de janeiro a agosto deste ano, 12% acima do observado nos primeiros oito meses de 2022 e o maior para o período desde 2016. Além disso, as boas condições climáticas na temporada 2022/2023 aumentou o desempenho industrial, que subiu 12% na média acumulada (de janeiro a agosto) em relação ao mesmo período do ano passado.

Nesse contexto, levantamento do Cepea mostra que a produção de amido nos primeiros oito meses deste ano é 25,4% superior à observada no mesmo período de 2022. E essa maior oferta de produtos amiláceos no mercado não tem sido acompanhada de demanda. Segundo cálculos do Cepea, o consumo aparente no mercado interno cresceu 21% na comparação anual, ou seja, em ritmo inferior ao da produção.

Além do mercado interno, as transações de amido no mercado internacional também diminuíram, após dois anos de volumes e receitas recordes. Neste ano (até agosto), foram embarcadas 16,9 mil toneladas do derivado, volume 43% inferior ao verificado no mesmo período de 2022, segundo dados da Secex.

Assim, a soma do consumo aparente (mercado interno) e das exportações resultou num volume consumido abaixo da produção, o que resultou num excedente de produto no mercado, o que, por sua vez, resulta numa queda dos preços.

Estudos mostram que a fécula de mandioca é utilizada em mais de mil aplicações; portanto, quaisquer alterações na atividade econômica têm efeitos no consumo do derivado, em diferentes magnitudes, em cada elo de consumo.

O Relatório Focus do Banco Central do Brasil (Bacen), baseado em projeções de mercado, aponta que o Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer 2,6% este ano. Contudo, a análise dos números mostra que os componentes ligados ao consumo e à indústria estão em trajetória oposta, pelo menos por enquanto.

Dados do Monitor do PIB da Fundação Getúlio Vargas (FGV) indicam que a atividade econômica avançou apenas 0,2% no segundo trimestre deste ano, com aumento no consumo de bens de consumo das famílias. Por outro lado, elementos ligados à indústria apresentam retração.

Segundo dados de julho da Confederação Nacional da Indústria (CNI), nos últimos 12 meses, houve queda de 6,8% na receita real e de 3,4% na utilização da capacidade instalada. Como consequência, os estoques em diversos segmentos são elevados, limitando o consumo de fécula de mandioca e outros amidos.

Dados do Cepea indicam que, entre julho e agosto, a quantidade do derivado armazenada nas fábricas de amido e modificadores de amido cresceu 27,8%, superando em 28% a quantidade armazenada no mesmo período do ano passado. Com isso, a pressão sobre os preços aumentou, e o valor nominal médio do amido em agosto já registrou queda de 22,3% em 12 meses.

Dependendo da oferta de matéria-prima, com maior produtividade industrial, as estimativas iniciais do Cepea indicam que a produção de amido em 2023 poderá ser a maior dos últimos cinco anos. Portanto, após dois anos em níveis nominais elevados, os preços tendem a sofrer ajustes, o que poderá ter efeitos na eficiência econômica das fábricas de amido e riscos nas margens. Este cenário exige avanços na gestão do ponto de vista econômico (variáveis ​​não controláveis) e financeiro (variáveis ​​controláveis ​​pelas empresas).

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