Pular para o conteúdo

XIV Encontro Técnico do Algodão promove debate sobre a safra 21/22 nas principais regiões produtoras

A segunda safra do algodão 21/22 em Mato Grosso foi marcada por condições climáticas que impactaram significativamente no desenvolvimento vegetativo, produção e qualidade da fibra. Com a aproximação do fim da safra, é possível dizer que houve queda na produtividade final, que em algumas regiões chega a 30%. Elas são resultado dos efeitos causados ​​pelo excesso de chuva no início da semeadura e no final das chuvas em abril. Os desafios do ciclo e sua retrospectiva serão um dos momentos do XIV Encontro Técnico Algodão, que acontece na próxima semana (de 29 a 31 de agosto), em Cuiabá, promovido pela Fundação Mato-grossense de Amparo à Pesquisa Agropecuária (Fundação MT). .

Para contribuir, foram convidados profissionais que atuam em instituições e grupos agrícolas que cultivam algodão nas principais regiões produtoras de Mato Grosso e Bahia. Confira, abaixo, uma prévia de alguns aspectos importantes da safra e as medidas adotadas para minimizar os problemas da safra.

Sobre Mato Grosso

Márcio Souza, coordenador de Projetos e Difusão de Tecnologias do Imamt – Instituto Mato Grosso do Algodão, será o moderador da retrospectiva. Ele comenta que o algodão segunda safra no estado foi semeado no momento certo, cerca de 80% em janeiro e o restante em fevereiro. O corte de chuvas ocorreu geralmente entre os dias 18 e 22 de março. Em abril, algumas regiões ainda contavam com chuvas, mas em maio pouquíssimas áreas tiveram chuva. “Então esse algodão segunda safra, plantado depois de 20 de janeiro, sofreu muito, não conseguiu ter boa formação do terço médio superior e ponteiro. Quanto mais tarde foi plantada, pior a produtividade. Nas regiões de Sapezal, Campo Novo do Parecis, Deciolândia e Diamantino isso ficou muito evidente”, completa.

Outro destaque, segundo o coordenador, foi o excesso de chuva que ocorreu ao longo de fevereiro e parte de março. “O alagamento favoreceu as raízes superficiais e a morte de algumas delas por falta de oxigênio no solo, causada pela alta umidade, então quando a chuva parou as plantas até começaram a se desenvolver, mas isso ainda nos prejudicou”, explica. .

Para ele, o problema central da segunda safra de algodão pode ser resumido em dois estresses hídricos: alagamento e falta de chuva. “Em algumas regiões que não choveu, a queda na produtividade chega a 30%. Em Campo Novo do Parecis e Sapezal, esses problemas climáticos atingiram quase 50% da área de produção da segunda safra, então, em geral, a produtividade vai cair muito”, comenta.

Márcio ressalta que as boas práticas agrícolas são a principal ferramenta para o produtor não ficar tão dependente do clima. E também defende uma janela menor entre a primeira safra de soja e a segunda safra de algodão para que possíveis problemas climáticos sejam melhor enfrentados. “Para isso, a estrutura do produtor é muito importante em termos de plantio e colheita da soja na janela ideal, com a escolha de variedades precoces para também estabelecer o algodão na melhor época”, ressalta.

Região Médio Norte do MT, na extensão da BR 163

O engenheiro agrônomo Fernando Piccinini, coordenador técnico regional do Grupo Bom Jesus, relata que, apesar das condições climáticas terem possibilitado o plantio mais precoce nesta região do Mato Grosso, entre os dias 5 e 23 de janeiro, a expectativa de um ciclo excelente foi prejudicada pela falta de chuva do mês de abril. As estratégias de manejo utilizadas, como o uso adequado de regulador de crescimento e manejo de adubação, foram fundamentais para a antecipação da definição do potencial produtivo. “Foram essenciais para que nossas médias de produtividade, embora um pouco abaixo do esperado, ficassem acima de outras regiões do estado que também sofreram com a paralisação das chuvas”, destaca.

Em sua apresentação, o profissional também falará sobre as cultivares de algodão utilizadas pelo Grupo, com ciclos médios e tardios, suas características, o comportamento das variedades na situação climática vivenciada, bem como os resultados de produtividade e qualidade da fibra. O manejo de doenças, pragas e plantas daninhas adotado será outro destaque, com o relato do que deu certo no controle desses problemas.

Bahia

O produtor rural Paulo Schmidt, que cultiva algodão no oeste baiano, relata que no início da colheita do algodão, que na Bahia ocorre em dezembro, as lavouras estavam submersas. O alagamento afetou o enraizamento das plantas, que logo depois tiveram que enfrentar a seca, pois as chuvas que deveriam continuar até março ou abril terminaram em fevereiro.

O produtor também chama a atenção para o aumento significativo da pressão do nematoide nas lavouras de algodão, segundo ele, favorecida pelo excesso de chuvas no início do ciclo. “Eles tiveram condições favoráveis ​​para se estabelecer desde cedo”, diz.

Números

Segundo a Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), Mato Grosso cultivou 1.185.733,72 hectares da safra em 22/1, sendo 152.977,52 ha de algodão, com plantio em dezembro, e 1.032.756,20 ha na segunda safra, estabelecido em Janeiro.

Na Bahia, até agora, foram colhidos 94% do algodão cultivado em 308.987 hectares, entre sequeiro (258,4 mil ha) e irrigado (50,5 mil ha), área 15% maior do que na safra anterior. A média geral de produtividade é de 274,3@/ha.

Para fins comparativos, em 2020, em agosto, a produtividade média na Bahia foi de 311,3 @/ha e, em 2021, foi de 310,6 @/ha. As informações são da Abapa – Associação Baiana de Produtores de Algodão.



Source link

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Patrocinadores