Os preços do boi gordo vivem tempos turbulentos e com grande pressão sobre os mercados pecuários do país.
No mercado físico de gado vivo, observamos que os jogadores – matadouros e pecuaristas – continuar a operar com muita cautela, em ambas as extremidades da cadeia.
Do lado da oferta de gado pronto para abate, o volume de animais que chega ao mercado ainda está acima da demanda atual, mesmo para o atual período do ano.
Mas afinal, quanto vale um boi gordo de 20@ no seu estado? Verificação de saída!
Segundo os consultores, esse desequilíbrio de oferta/demanda ainda deve permanecer após a virada do mês desde o balanças de abate de indústrias são compostos na maior parte, por oferta de lote de auto confinamento ou mesmo o bom volume de boi a termo que foi fechado nos meses anteriores.
No balanças de abate das indústrias brasileiras já estão entrando no mês de novembro, eliminando em grande parte a necessidade de fazer novas compras de gado gordo no mercado à vista.
Portanto, observou-se grande pressão negativa sobre os preços tanto para animais destinados ao mercado interno quanto para aqueles que atendem ao padrão de exportação!
O preço pago por carne bovina destinada à exportação caiu R$ 5,00/@, na comparação diária.
Portanto, estreita o prêmio entre “carne doméstica” e carne bovina-China agora está em R$ 5,00/@.
Bovinos gordos e novilhas, destinados ao mercado interno, seguiram com preços estáveis em relação ao dia anterior (25/10). Para a vaca gorda, as indústrias ofereceram menos R$ 2,00/@, na mesma comparação.
Outro fator que limita o vigor das compras é a redução das operações de abate observada em algumas unidades frigoríficas, diz o IHS. Apesar disso, Vale ressaltar novamente que apesar dos preços da arroba permanecerem estáveis neste meio de semana, a pressão baixista sobre os preços persiste.
Vamos lá, qual o valor do boi gordo de 20 @
Vamos realizar o cálculo, com base em nos principais mercados pecuários do país, conforme cotação diária da Scot Consultoria, considerando os preços livres do Funrural.
Desta forma, vamos obter o preço da arroba de 26 de outubro, fazendo o cálculo para o animal de 20@.
Na praça São Paulo, a que serve de referência para as demais praças, o mercado segue com preços estáveis, fechando no valor à vista de R$ 269,00/@. Assim, o pecuarista obteve uma receita de R$ 5.380,00 por gado vivo abatido.
Considerando a praça mineira em Belo Horizonte, o animal ainda está cotado a R$ 261,00/@, ou seja, o animal padrão 20@ Nelore gerou uma receita de R$ 5.220,00 por cabeça.
No entanto, o cenário permanece ainda mais desfavorável para as praças de Goiás, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, onde esse mesmo animal gera uma receita de R$ 5.120,00/boi, R$ 5.180,00/boi e R$ 4.720,00/boi, respectivamente.
Os preços do gado destinado ao abate ficaram estáveis na comparação do dia a dia, para a região de Paragominas/PA, saindo a arroba cotada a R$ 259,00/@.
O pecuarista conseguiu atingir uma receita de R$ 5.180,00 por cabeça, cenário mais promissor do que regiões do Tocantins.
E na sua região, quando vale um boi gordo de 20@?
Os preços do boi gordo abriram mais uma semana sob pressão baixista, isso é fato. Além de patinar o consumo interno, a carne bovina brasileira perdeu força no cenário internacional.
China continua voraz pela carne brasileira, mas quer comprar barato
O mercado também está atento ao comportamento da demanda chinesa por carne bovina brasileira.
Nas últimas semanas, a China forçou uma redução no preço da proteína brasileira, disparando um sinal de alerta em toda a cadeia produtiva.
De acordo com Mesa de Commodities Necton Investimentos, Breno Maia, a desvalorização da moeda chinesa também deve pesar nas exportações de carne bovina.
“A moeda chinesa frente ao dólar se desvalorizou e atingiu os patamares do ano 2000, ou seja, o poder de compra dos chineses diminuiu. Diante disso, não vejo melhora no cenário do boi vivo”, comentou.
O momento não é animador para o pecuarista em termos de preço, em que a oferta de animais e a demanda permanecem ajustadas.
“Nos últimos dias, negócios de R$ 270,00/@ a R$ 280,00/@ vêm ocorrendo no estado de São Paulo, onde havia frigoríficos que compravam animais no patamar de R$ 280,00/@ em São Paulo e saiu das compras para poder preencher as escalas de novembro”, relatado em entrevista ao Notícias Agrícolas.
Até a terceira semana de outubro, o Brasil exportou 142.692 toneladas de carne bovina in natura, resfriada ou congelada, com média diária de 10.192 toneladas, segundo dados preliminares da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia.
Esse volume é 148% superior ao registrado no mesmo mês do ano passado, quando a média foi de 4.109 toneladas por dia.
A receita no período foi de US$ 841,67 milhões. Em base diária, o valor de US$ 5,89 milhões é 14,1% superior à média diária de US$ 5,16 milhões um ano antes.
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