Ureia – Conheça as utilidades e Cuidados

Ureia

Conheça as utilidades e Cuidados

Ureia - Conheça as utilidades e Cuidados
Ureia - Conheça as utilidades e Cuidados 2

A uréia é um composto sólido, nitrogenado não protéico derivado do petróleo. Ao alcançar o rúmen do animal, através da enzima uréase é desdobrada em amônia e CO2, daí os microorganismos passam a usar essa fonte de nitrogênio para síntese de nova proteína.
A principal vantagem da uréia é permitir a economia de insumos sem comprometer a produtividade dos animais, e o melhor aproveitamento de alimentos com  teor de fibras (grosseiros).

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A aptidão para o uso as amônia pelos microorganismos do rúmen é o fator mais importante na nutrição de ruminantes.
A proteína sintetizada através da uréia é também degradada no abomaso e intestino, e os aminoácidos (constituintes de proteína), são absorvidos e levados para os tecidos pelo sangue, onde poder ser utilizados para a síntese de nova proteína.


FATORES QUE INFLUENCIAM O APROVEITAMENTO DA URÉIA PELOS RUMINANTES

  • A fonte e a quantidade de carboidratos são os fatores mais importantes para a síntese de proteína microbiana pelos microorganismos do rúmen.
  • O nível de proteínas verdadeiras na dieta afeta a conversão de nitrogênio não protéico em proteína microbiana, portanto é imprescindível.
  • Aminoácidos contendo enxofre, como cisteina, cistina e metionina, saem sintetizados pelas bactérias e incorporados à proteína microbiana.
  • A idade a categoria animal e o tipo de exploração afetam o aproveitamento da uréia.
  • A uréase pelo afto de ser produzida por bactérias, o liquida do rúmen apresenta uma alta atividade ureolítica. Por isso, a taxa de hidrólise da uréia do rúmen é quatro vezes maior que a capacidade de utilização de amônia pelas bactérias do rúmen.


OBSERVAÇÃO PARA UTILIZAÇÃO DA URÉIA

  • As exigências nutricionais, devem estar satisfeitas em energia e minerais principalmente.
  • A primeira regra pratica: o nitrogênio da uréia não pode ser maior do que 33% do nitrogênio total da dieta.
  • A quantidade da uréia na ração não pode ser superior a 1% da matéria seca da dieta.
  • Quando os animais são alimentados com concentrados, a uréia não pode ultrapassar 3% da mistura.
  • Para uma margem de segurança, ministrar de 30 a 50 gramas de uréia para cada 100kg de peso vivo do animal, conforme o tipo de dieta e modo de administração.
  • A uréia deve ser misturada homogeneamente no alimento concentrado para obter uma ingestão regular do alimento.
  • As misturas contendo uréia devem ser fornecidas pelo menos duas vezes ao dia.
  • O controle do consumo individual deve ser rigoroso.


TOXIDEZ DA URÉIA E PREVENÇÃO


Os sintomas de intoxicação incluem surdez, inquietação, tremores musculares, salivação excessiva, defecação constante, respiração ofegante, incoordenação motora, enrijecimento das pernas, empanzinamento (ventre aumentado), colapso circulatório, asfixia e morte.

A toxidez ocorre quando a uréia é fornecida de forma rápida, ou quando os animais estão fracos ou não adaptados à dieta com uréia, ou ainda quando não há fontes de carboidratos solúveis na dieta, ou quando a mistura não está bem feita.

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A intoxicação é devida ao excesso de amônia no rúmen


A melhor forma de adaptar o animal a dieta contendo uréia pelo aumento gradual semanalmente, até alcançar a ingestão da quantidade desejada. Deve-se iniciar com um quarto (25%), da quantidade total.


COMO UTILIZAR A URÉIA

Silagem

A silagem tem sido usada amplamente como veiculo para ministrar uréia nos animais. Trabalhos mostram que silagem sem nenhum aditivo foi incapaz de manter o peso vivo dos animais, e quando adicionou uréia, (0,5%) houve ganhos da ordem de 0,880kg por dia


Uréia com cana-de-açúcar

A mistura de uréia com cana-de-açúcar é relativamente simples, deve ser utilizada a 0,5% no período de adaptação e a 1% após a segunda semana de uso.

Para uma melhor performance dos animais, a cana-de-açúcar deve ser corrigida com minerais, proteínas e gordura.

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Uréia com restos culturais

As palhadas (arroz, cevada, feijão, bagaço de cana) são caracterizadas pelo alto conteúdo de parede celular e baixo teor de digestibilidade.

A utilização da uréia nas palhadas consiste em:
Preparar uma solução de 5% de uréia (5kg para cada 100 litros de água) aplicar esta solução de 0,5 litros por kg de palha, em seguida cobrir o material com lona plástica, vedando todos os orifícios. Após 3 semanas remover o material  e expor ao sol para secagem.

Os seguintes resultados com palha de arroz foram obtidos: teor de proteína passou de 3% para 7,1%. A digestibilidade da matéria orgânica passou de 41% para 52%.

Houve aumento na ingestão de matéria seca em 27%.

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Uréia com concentrados

Diversos trabalhos mostram que é necessário usar fonte de nitrogênio protéico quando se usa uréia (melaço, farelo de algodão, farelo de trigo e fubá de milho).


Tratamento de intoxicação: forçar o animal intoxicado a ingerir vinagre no inicio na intoxicação, seguindo-se i,a segunda ingestão de 3 horas após a primeira, de 3 a 5 litros por animal.

Qualquer duvida procurar técnico para esclarecimentos. Antes de utilizar qualquer tecnologia, fazer planilha de custo beneficio.    

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Você sabe o que são coprodutos, quais são os principais usados nas dietas de gado de corte no Brasil e o pontos de atenção para o seu uso? Estas perguntas foram respondidas no Giro do Boi desta quinta, 28, em entrevista com a zootecnista Simone Garcia, mestre em qualidade e produtividade animal com especialização em produção de ruminantes pela Esalq e consultora de serviços técnicos de bovinos de corte na Agroceres.

Coprodutos, ou subprodutos, como a gente também chama em algumas regiões, são resíduos da indústria. São matérias primas que são processadas nas indústrias seja de tecido, como o algodão, alimentícia, de combustível, e o que sobra deste processamento é utilizado na pecuária. O boi é tão bom que ele permite que a gente utilize determinados produtos que não teriam utilidade na nutrição dele

classificou a zootecnista.

Simone ponderou, no entanto, que seu uso tem limitações e que os pecuaristas devem levantar várias questões paralelas antes de buscar redução do custo da dieta do animal inserindo os coprodutos na comida.

No Brasil, os mais utilizados são caroço de algodãopolpa cítricacasca de sojatorta de algodãoDDG e WDG.

Segundo Simone, os coprodutos podem ser usados na dieta como volumosos ou concentrados, dependendo de sua composição.

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“Os volumosos têm mais de 18% de fibra e 60% de NDT, que é energia. O concentrado vai ter menos fibra e, dentro dos concentrados, a gente ainda pode dividir eles entre proteicos e energéticos.

Os proteicos têm mais de 20% de proteína, os energéticos têm menos. Então esta divisão também ocorre pros subprodutos e aí basta a gente entender um pouquinho deles para alocar eles da melhor forma na dieta”, aconselhou.

“O que ele precisa ter primeiro é a análise deste subproduto, lembrando que como ele é um resíduo, eles apresentam muitas variações entre as cargas que chegam na fazenda. É muito importante a gente avaliar tudo que é colocado dentro da fazenda em relação subprodutos, mandar para algum laboratório e testar análise bromatológica.

As próprias empresas que comercializam estes resíduos, estes coprodutos, geralmente já mandam um laudo do que tem naquele produto isso é muito importante para o produtor e para o técnico.

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Além disso para o produtor é interessante ele ter o custo destes subprodutos, então com as informações da análise bromatológica e do custo deste subproduto, é ideal que ele passe isso para os seus técnicos que acompanham a sua nutrição e esse técnico possa avaliar a melhor forma de incluir este produto na dieta que ele faz.

Hoje a gente tem diferentes tipos de dietas, dietas mais volumosas, dietas mais concentradas, e tudo isto influencia a alocação deste produto e o resultado final no desempenho animal”, esmiuçou a especialista.

Simone alertou para o uso de resíduos da soja, um alimento essencialmente proteico, porque eles podem conter grãos de soja quebrados ou até soja inteira e pedaços da própria vagem.

“Um ponto de atenção que a gente deve ter com estes resíduos é que geralmente a gente vai ter soja quebrada nestes resíduos e esta soja, quando a gente produz algum suplemento ou uma ração com ela quebrada e coloca ureia nesta formulação, nesta batida de dieta ou suplemento, ao armazenar este produto final a gente pode ter uma reação entre a soja e a ureia e isto aí libera amônia no cocho e pode prejudicar consumo do animal.

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A gente chama de atividade ureática. Então é um ponto importante que a gente deve estar tendo quando a gente vai trabalhar com este tipo de resíduo” advertiu.

Simone fez considerações ainda sobre o caroço de algodão e a torta de algodão. “Ambos são alimentos proteicos.

Mais a torta, porque ela tem uma boa quantidade de proteína. Eles carregam com eles também o óleo, o extrato etéreo, que ajuda muito a aumentar a densidade de energia da dieta. Nós temos utilizado muito estes coprodutos para melhorar a terminação destes animais. Além disso, são alimentos que a gente fala que é completo, tem proteína, energia e ele ainda ajuda a gente na questão de fibra efetiva, é o que a gente precisa para o animal.

Isso não quer dizer que a gente pode substituir silagem ou forragem por estes coprodutos, significa que eles ajudam a gente a ter uma certa segurança em relação a fibra efetiva.

E aí a gente tem que tomar cuidado com inclusão destes produtos na formulação justamente pela questão do óleo.

excesso de extrato etéreo na dieta prejudica o ambiente ruminal e aí faz com que a fibra, por exemplo, não seja digerida da forma correta. A gente costuma trabalhar com extrato etéreo na dieta no limite de 6% da dieta total e matéria seca, então este é um ponto importante”, frisou.

A zootecnista falou também sobre a aplicação de DDG e WDG nas dietas mais intensivas. “São alimentos relativamente novos no Brasil, são resíduos da indústria de etanol do milho. […] O DDG é seco e o WDG é o coproduto úmido.

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Dependendo da inclusão da quantidade da inclusão dele na dieta, ele pode ser uma boa fonte de proteína, ele tem muita proteína não degradada no rúmen, entrando como uma fonte de proteína verdadeira também, e ele também tem apresentado um alto valor alimentar na dieta. Ele tem aumentado a energia da dieta substituindo muito bem o milho em algumas situações.

O ponto de atenção que a gente tem que ter é que o ideal é estar perto da indústria do produto, principalmente na questão do coproduto úmido, que é o WDG. Ou qualquer outros coprodutos, como cevada, é interessante a gente estar próxima da indústria porque a gente tem que lembrar que quando você carrega um alimento úmido, você vai estar carregando água.

O frete de água […] é caro. Além disso, estes alimentos muito úmidos tendem a estragar a perder as qualidade nutricionais mais rápido. Então é ideal que você receba a carga com tanques. Se você está longe desta indústria, isso vai ficar inviável, então é um ponto de atenção.

Por isso que a gente vai ter muito uso de DDG no Brasil hoje em GoiásMato Grosso, um pedacinho de Minas Gerais ali que divide com Goiás tem entrado bem, região de Ituiutaba tem aparecido bastante esse tipo de insumo. Então tem que estar atento aí, mas são ótimos produtos, que tendem a aumentar a participação deles nas dietas no Brasil”, projetou.

Simone comentou ainda alguns produtos usados nas dietas de bovinos no estado de São Paulo. “Aqui no estado de São Paulo, Minas Gerais também, a gente tem usado muito bagaço de cana como fonte de volumoso.

Lembrando que não é um alimento nutritivo, a função dele é fazer o animal ruminar, é mastigar e garantir o mínimo de fibra para o funcionamento do rúmen”, indicou.

“Agora as demais fontes de volumoso, como silagem de canasilagem de milhosilagem de capim, que têm aparecido muito no Mato Grosso e algumas regiões de Minas Gerais, estes produtos a gente não chama de coproduto ou subproduto.

É uma forma de conservar a forragem, é diferente da cana. A cana sim, pode ser um resíduo da indústria de etanol. Os demais são fontes de volumosos que podem ser extremamente nutritivos, dependendo da região, da aptidão da fazenda, da roça, do processo de ensilar este produto e de um manejo que o pecuarista vai ter na fazenda, o cuidado que ele vai ter com o painel do silo, com a limpeza que ele vai ter, se ele fecha ou não o silo, tipo de lona que ele usa.

São fontes de volumosos que não podem ser considerados coprodutos, mas são de extrema importância quando a gente fala de confinamento”, apontou.

Simone revelou ainda que os coprodutos não estão restritos ao uso no cocho. “São utilizados para a TIP, a terminação intensiva a pasto, para o semiconfinamento e para o confinamento. Além disso, a gente utiliza muito coproduto na suplementação animal.[…] Torta de algodão, em algumas regiões, tem entrado muito em proteicos-energéticos, a casquinha de soja, quando está disponível, a polpa cítrica em proteico-energético.

Em proteinados, nós temos farelo de algodão, torta de algodão entrando muito bem nas dietas. […] Vira e mexe aparece algo diferente para gente incluir na suplementação a pasto também”, comentou.

No entanto, Simone disse que é preciso cautela ao adicionar novos produtos nas dietas dos animais, mesmo que isto signifique redução de custo. “Um ponto importante é: vamos ter cuidado porque as nossas dietas, em algumas regiões, já trabalham com muitos coprodutos, como é o caso aqui do estado de São Paulo.

Qualquer novo coproduto que apareça, que seja disponível para a gente, é interessante ele ser muito bem estudado pelo técnico que atende o pecuarista. Deixe o técnico trabalhar, fazer o trabalho dele, indicar como usar da melhor forma”, aconselhou.

A zootecnista pediu ainda foco na operação de inclusão destes coprodutos na dieta, o que pode fazer diferença no resultado do pecuarista.

“Um ponto que ninguém considera, por exemplo, é a questão operacional da fazenda. Não adianta, às vezes, você ter sete tipos de alimentos para entrar numa dieta se na hora de misturar você não tem funcionário. Então são vários pontos de atenção que a gente deve ter na hora de escolher o que a gente vai usar para baratear nossos custos”, concluiu.

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