Motriz do agronegócio, a agricultura familiar é a principal responsável por garantir que os alimentos cheguem às nossas casas – em todo o mundo, ela responde por 80% da produção de alimentos, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas). Por isso, é fundamental pensar em formas de promover o seu desenvolvimento e garantir o interesse das novas gerações no campo.
A tarefa de encantar e incentivar a permanência dos jovens nem sempre é simples. Ao falar de sucessão na agricultura, é preciso primeiro entender que esse setor engloba tanto a produção de subsistência quanto os maiores grupos agrícolas. Nesse amplo espectro, é preciso entender que cada negócio rural é único. Também é preciso entender que cada membro da família é parte fundamental da gestão de uma propriedade, ainda mais quando se trata de planejamento de longo prazo.
“Para o sucesso da continuidade dos negócios, a serenidade durante a passagem do bastão é de extrema importância. Aqueles que permanecerão no governo precisam estar cientes de seus papéis, enquanto é preciso deixar claro que os antecessores não serão excluídos. Em um momento tão delicado, a modernidade dos sucessores e a experiência dos pioneiros precisam estar em equilíbrio”, explica Alessandra Decicino, agrônoma e especialista em gestão.
Nesse processo, as novas tecnologias do campo têm papel fundamental na tomada de decisão dos sucessores, pois são uma demonstração da evolução e profissionalização da agricultura. Também conhecida como Agricultura 4.0, as ferramentas de trabalho atuais exigem menos esforço físico e, ao mesmo tempo, aumentam a produtividade da lavoura. Assim, a prosperidade da agricultura depende do maquinário agrícola, pois os agricultores passam a maior parte do tempo gerenciando o negócio.
“No Brasil, que tem um papel de liderança na agricultura global, adotar tecnologias que ajudem agricultores de todos os portes é uma necessidade absoluta, e nosso setor assume as rédeas para o desenvolvimento dessas soluções e iniciativas no campo. E é justamente essa presença constante da tecnologia que atrai o interesse dos produtores mais jovens, vindos de famílias já presentes no agronegócio”, afirma o diretor de vendas da Valtra, Alexandre Vinicius de Assis.
O futuro da agricultura começa agora
A ONU prevê que em 2050 haverá mais de 10 bilhões de pessoas no planeta, o que exigirá um crescimento de 70% na produção global de alimentos. O Brasil, nesse contexto, terá que aumentar sua produtividade em 40% e, ao mesmo tempo, manter a sustentabilidade do setor. Isso significa que o tamanho da área agrícola do futuro será um pouco maior do que a atual, mas para que isso aconteça serão necessários vários avanços em pesquisa e extensão rural.
Portanto, é de extrema importância que os grupos agrofamiliares tenham um planejamento para as próximas gerações, que serão responsáveis por alimentar parte dessa população. A ampliação da formação rural, o acesso a novas tecnologias e a abertura do mercado trazem muitas possibilidades, mas ainda há muito a ser feito para que parte dos agricultores se perceba como empreendedores rurais.
“Esse é um processo que precisa ser discutido entre os membros da liderança e da gestão. O agro está se profissionalizando, temos grupos familiares que fazem parte do mercado financeiro, enquanto outros precisam de orientações básicas para pensar nos próximos passos. Cada uma dessas histórias precisa ser analisada individualmente, não há receita de bolo para sucessão”, diz Alessandra.
“Fatecs, startups e outras instituições do agronegócio fazem um excelente trabalho de pesquisa. Além disso, as tecnologias são muito importantes para a sucessão, pois muitas vezes uma determinada ferramenta permanece na história de uma propriedade por mais de uma geração. Pensar no longo prazo nem sempre é fácil, mas estou muito otimista com o futuro da agricultura brasileira”, completa Assis.
Uma jovem que assumiu a gestão da fazenda
Entre os Valtreiros e Valtreiras, como são conhecidos os produtores e fãs clientes da Valtra, não faltam histórias de sucesso de sucessão familiar. É o exemplo de Virgínia Quaini, de Cruz Alta (RS), que em 2017 decidiu ajudar no trabalho diário da fazenda de sua família. Como filha única, a continuidade das operações no campo sempre foi uma preocupação, porém, em pouco tempo assumiu 100% da colheita e, desde então, participa ativamente da gestão da propriedade.
“A minha paixão pela agricultura vem desde o meu nascimento e, em todos os momentos, a Valtra fez parte desta história, pois estamos relacionados com a marca desde o tempo do meu avô. Hoje 90% da nossa frota é do fabricante e eu cuido muito da movimentação aqui”, explica.
Tradição entre gerações
Em Tunas (RS), a família Schmitt está em sua quarta geração no campo. Esta história começa com Eduardo Jesus Schmitt, que está na agricultura desde os 15 anos. A identificação com a marca foi intensa e Eduardo adquiriu vários tratores Valtra ao longo dos anos. A tradição passou para seu filho Eloi José Schmitt e seu neto Eduardo Schmitt.
“Desde que me lembro, tenho ajudado a produzir alimentos para o mundo e essa é a tradição que vem sendo passada de geração em geração”, diz o patriarca Eduardo Jesus. “Aqui, o grupo familiar trabalha junto e com o mesmo propósito. As máquinas estão aqui para nos ajudar e desde o tempo do meu pai, a Valtra está no nosso coração”, explica Eloi. “São máquinas nas quais confiamos e que realmente nos ajudam em campo”, acrescenta Eduardo.