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Santa Catarina terá plano de desenvolvimento da ovinocultura

Foto: divulgação Sistema Faesc/Senar

Fundo de Apoio terá participação pública e privada e destinação de recursos para a execução e administração de ações, projetos e programas

A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC) e a Associação dos Criadores de Ovinos do Estado de Santa Catarina (ACCO) – com o apoio do Sebrae/SC – elaboraram o Plano de Desenvolvimento da Ovinocultura de Santa Catarina, apresentou este semana ao governador em exercício Moacir Sopelsa. O objetivo é alcançar a autossuficiência com a profissionalização dos agentes da cadeia produtiva e atingir a produção de 1 milhão de animais/ano com um faturamento em torno de 500 milhões de reais/ano.

A reunião contou com a presença do secretário de Agricultura Ricardo Miotto, do presidente da FAESC José Zeferino Pedrozo, do presidente da ACCO José Volni, do representante da ABCOL e prefeito de Lajeado Grande Anderson Bianchi, do superintendente do Sebrae/SC Carlos Henrique Ramos Fonseca, acompanhados do desenvolvimento regional Wanderley Andrade, consultor Murilo Flores e o analista técnico Ênio Parmeggiani.

Santa Caterina terá plano de desenvolvimento da ovinocultura
Foto: divulgação Sistema Faesc/Senar

O ponto de partida para a implementação do plano será o Fundo de Apoio ao Desenvolvimento da Ovinocultura do Estado (FADOVINOS) cujo projeto de lei foi apresentado ao governador. Quando instituído, o Fundo será vinculado à Secretaria de Agricultura, Pesca e Desenvolvimento Rural e seus recursos serão utilizados para custear e financiar ações, projetos e programas para o desenvolvimento da ovinocultura no território catarinense.

FADOVINOS terá um Conselho Deliberativo composto igualmente entre o governo e o setor privado e a destinação de seus recursos será no máximo 2% para custos administrativos e no mínimo 98% para execução e administração de ações, projetos e programas.

O presidente da FAESC, José Zeferino Pedrozo, considerou essencial a existência de legislação específica que defina uma política de apoio ao desenvolvimento da ovinocultura, envolvendo assistência técnica, aumento da oferta de animais e produtos de origem da ovinocultura, estabelecimento de padrões genéticos, nutrição animal , combate a doenças, pesquisa, marketing e imagem do produto catarinense. Participarão da implementação das ações a Secretaria de Estado da Agricultura, EPAGRI e CIDASC, SEBRAE, SENAR, SENAI, além das organizações de produtores de animais e agroindústrias.

O responsável destacou que a criação de ovinos permite benefícios socioeconómicos como a redução do êxodo rural; lã como matéria-prima para produtos artesanais; processamento de carne ovina na produção de embutidos; aumento dos rendimentos de propriedade com a venda de cordeiros para abate, lã e pele para artesanato. Atualmente, dado o nível de abrangência, os principais mercados a serem alcançados são São Paulo e Rio de Janeiro, com boas perspectivas no mercado internacional.

A ovinocultura catarinense, seja de carne ou leite, ainda é um setor incipiente, mas começa a se mobilizar para enfrentar seus grandes problemas e o encontrou no Senar, por meio do Programa de Assistência Técnica e Gerencial – ATEG, e do Sebrae (Sebraetec ), suporte técnico para o seu desenvolvimento, principalmente no primeiro, bem como ações da Epagri e da própria Embrapa.

Os objetivos específicos de um Plano Estadual são aumentar a capacidade produtiva no campo; oferecer uma alternativa estruturada aos produtores catarinenses; estimular o alcance de escala comercialmente competitiva para abastecimento adequado e estimulante ao setor agroindustrial; qualificar a disponibilidade de produtos no nível exigido pelo mercado; fortalecer as organizações de produtores e agroindustriais da ovinocultura para seu empoderamento político-institucional na busca de consolidar o acesso ao mercado fornecedor e aos órgãos públicos reguladores; estruturar um sistema de informações (abate, produção de leite e derivados e mercado para melhor orientar as estratégias das cadeias produtivas da carne e do leite) e estabelecer a equalização tributária em relação ao estado do Rio Grande do Sul.

Santa Caterina terá plano de desenvolvimento da ovinocultura
Foto: divulgação Sistema Faesc/Senar

OVELHA DE CARNE

O rebanho atual de ovinos no estado de Santa Catarina é estimado em cerca de 250.000 animais. O abate atual, no setor de carnes, é de 10 mil cabeças por mês. No entanto, cerca de 95% dos animais abatidos em Santa Catarina são adquiridos por frigoríficos do estado do Rio Grande do Sul. Por outro lado, a capacidade de abate dos frigoríficos está atualmente em torno de 300 mil cabeças por ano. Mas ainda há ociosidade ao considerar esse número. E esta carne é vendida com excelente imagem no setor de abastecimento, restaurantes e consumidores finais.

Considerando a situação atual e as possibilidades de organização de cadeias de ovinos para abate, o Plano de Desenvolvimento da Ovinocultura de Santa Catarina visa abater 1 milhão de animais por ano, dentro do próprio estado. Além de reduzir os custos logísticos, com a produção local, a renda auferida pela cadeia também é apropriada pelos produtores, fortalecendo as estratégias de desenvolvimento territorial. Essa meta pode ser alcançada em dez anos.

Para atingir esse número com a produção estadual, estima-se a necessidade da participação de cerca de 5 mil produtores com média de 200 matrizes, apenas como referência para a definição das políticas a serem implementadas. Para que esses ganhos atinjam os mais diversos perfis de produtores, a área disponível para pequenos produtores pode ser inferior a 15 hectares, o que permite integrar uma parcela substancial de produtores que desejam se profissionalizar na área de ovinos de corte. Há demanda no mercado interno para esta oferta, mas a possibilidade de exportação não está descartada, dependendo da situação do mercado.

Um primeiro aspecto é a forte redução da informalidade no setor. Outro aspecto importante seria a melhoria do gozo com o aumento da prolificidade do rebanho, com o apoio da genética, e a redução da mortalidade. A equação se resume à genética associada ao bom manejo e controle sanitário que proporcionam excelentes resultados.

Com poucos investimentos, o setor frigorífico pode atingir a capacidade de abate de um milhão de animais por ano. A receita com vendas de carcaças deve chegar (valores de 2022) em torno de 500 milhões de reais por ano.

No mesmo sentido, está prevista a geração de 8 a 10 novas ocupações produtivas – em estabelecimentos rurais ou em agroindústrias – e terá um impacto muito grande na movimentação de toda a cadeia produtiva, envolvendo equipamentos, insumos e serviços, promovendo uma dinâmica importante entre vários elos da cadeia produtiva.

LEITE DE OVELHA

Atualmente, a capacidade instalada é de cerca de 300 mil litros de leite por ano, sendo parte exportada para outros estados. Um insumo muito importante para o desenvolvimento da ovelha leiteira em Santa Catarina já está presente no estado: a base genética.

O plano prevê a formação de bacias leiteiras próximas ao laticínio como estratégia de crescimento organizado e viável a longo prazo. Será estimulada a produção de queijos artesanais e de autor – desenvolvidos com base na criatividade local –, bem como produtores integrados em cadeias produtivas de grande escala. Outro mercado a ser construído é o de leite em pó, com possibilidade de abrangência nacional e internacional.

O presidente da FAESC explicou que o porte da ovinocultura leiteira estará diretamente ligado ao crescimento e cumprimento das metas de produção de ovinos para fins de abate, criando uma dinâmica importante para toda a cadeia produtiva e para o produtor rural especificamente. . A formação de técnicos especializados na área da ovinocultura de corte e leite, a adoção do sistema de rastreabilidade e o incentivo a projetos de pesquisa e extensão na área de ovinos, em universidades e centros de pesquisa, são ações previstas no plano.

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