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Quais são os efeitos do Fenômeno El Niño na produção de soja e milho nos EUA, América do Sul e Mar Negro?

Quais sao os efeitos do Fenomeno El Nino na producao

Noticias do Jornal do campo
Boa leitura!
**El Niño e seus efeitos no mercado de commodities**

Depois de vários anos com um La Niña ativo no radar do mercado, 2023 é um ano de El Niño. Quando se trata de soja e milho, as regiões afetadas pelo fenômeno incluem os EUA, América do Sul e Mar Negro, destaca hEDGEpoint no relatório “El Niño e seus efeitos no mercado de commodities”. “A começar pelos Estados Unidos, os efeitos do El Niño são sentidos com mais intensidade durante os meses de inverno. Isso porque afeta a posição das correntes de ar sobre o país, influenciando o clima”, observa Pedro Schicchi, analista de Grãos e Oleaginosas da hEDGEpoint Global Markets.

O especialista destaca que, nos meses de verão, uma dessas correntes, a Polar Jet Stream, já está mais ao norte, minimizando os efeitos no Centro-Oeste dos EUA. Embora significativa para culturas como trigo de inverno, essa janela não é relevante para milho e soja. “No entanto, dizer que os efeitos são menores durante o verão não é o mesmo que dizer que eles são inexistentes”, ressalta.

Entre os dez principais estados produtores dos EUA, as correlações não são muito altas em nenhum lugar, o que significa que os efeitos, enquanto estão lá, são pequenos. A boa notícia é: eles foram em sua maioria positivos este ano. Os únicos estados onde um efeito negativo mais consistente é visto são Ohio e Indiana. Naqueles anos, o milho era mais suscetível a mudanças de produtividade do que a soja.

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“Para o milho em particular, os EUA têm como meta a marca de mais de 180 bu/ac nacionalmente e, por algumas temporadas consecutivas, o mau tempo diminuiu essas expectativas. Pelo menos a princípio, parece que temos as condições para que isso aconteça este ano. O plantio começou cedo e as condições climáticas dos últimos anos do El Niño foram benéficas para as lavouras”, diz Schicchi.

Passando para a América do Sul, duas janelas são relevantes para serem analisadas: outono/início do inverno – quando temos milho de inverno se desenvolvendo no Brasil – e primavera/início do verão – quando temos soja no Brasil e soja e milho na Argentina. Primeiro, no outono/inverno brasileiro (março a agosto), o El Niño está associado a temperaturas mais altas no Brasil, conforme citado para outras commodities. A lógica geral também é semelhante: o risco de geada é menor e o crescimento é favorecido (desde que as temperaturas não sejam excessivamente altas).

“Dado esse contexto, há uma divisão muito clara entre a produtividade do sul do Brasil e da Argentina, em relação ao resto do Brasil. O El Niño teve influência positiva no primeiro grupo e neutra no segundo”, observa Schicchi. “No entanto, caímos na mesma nuance: como o El Niño não tem tanta correlação com a precipitação no Centro-Oeste, pode desviar para os dois lados. Como tal, torna-se um fator decisivo que pode puxar a safra para cima ou para baixo. Obviamente, com a probabilidade de calor na região, o impacto do estresse hídrico na produtividade é maior”, acrescenta o analista.

Assim, em anos em que a precipitação é boa, a produtividade do milho safrinha também tende a ser maior. No entanto, quando falha, as altas temperaturas podem levar a perdas. A questão é que o inverno já é a estação mais seca do Brasil e, neste ciclo, vários estados plantaram milho fora da janela ideal, o que pressiona ainda mais as lavouras. “A safra 2022/2023 ainda tem grandes chances de ser uma boa safra”, prevê Schicchi, “mas as notícias não tão boas começam a se acumular e podem impedir que o Brasil chegue ao limite superior das expectativas”.

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No Mar Negro, a Ucrânia pode experimentar temperaturas mais altas e condições mais secas durante um evento de El Niño, o que pode levar à seca e diminuir a produtividade das safras. As primeiras estimativas oficiais para a safra 23/24 já apontam para uma safra quase metade dos níveis pré-guerra (42,1M t em 21/22 contra 21,7M t em 23/24) e estoques no país, antes inflados pelas baixas exportações estão voltando aos níveis pré-conflito. Isso significa que qualquer impacto na produtividade devido ao El Niño pode levar a uma situação muito difícil no setor produtivo ucraniano.

“Embora as estimativas já indiquem produtividades menores devido às dificuldades da guerra, a projeção de 6 mt/ha continua acima do observado em outros anos de El Niño, como 2009 e 2015, mostrando que ainda há espaço para deterioração”, aponta Schicchi. A situação só não é mais alarmante porque a União Européia – grande importadora de milho ucraniano – deve se recuperar da quebra de safra do ano passado. E, o fenômeno meteorológico traz uma anomalia positiva de precipitação para a maioria dos países da UE, de modo que eles seriam menos dependentes do abastecimento ucraniano, segundo o especialista.

**Conclusão:**

O El Niño é um fenômeno meteorológico que impacta o mercado de commodities, afetando principalmente as regiões produtoras de soja e milho nos EUA, América do Sul e Mar Negro. Seus efeitos podem variar de acordo com a estação do ano e a correlação com a precipitação. No caso dos EUA, os efeitos são sentidos com mais intensidade durante o inverno, afetando a posição das correntes de ar e influenciando o clima. Já na América do Sul, as influências do El Niño podem ser positivas para o sul do Brasil e neutras para o restante do país. No Mar Negro, a Ucrânia pode enfrentar temperaturas mais altas e condições mais secas durante o evento de El Niño, o que pode prejudicar a produtividade das safras. No entanto, é importante ressaltar que esses efeitos podem variar de ano para ano e que outras fatores também podem influenciar a produção de commodities agrícolas.

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**Perguntas frequentes:**

1. O El Niño afeta apenas a produção de soja e milho?
– Não, o El Niño pode afetar diversas culturas agrícolas, mas seu impacto é mais relevante nas regiões produtoras de soja e milho.

2. O El Niño sempre causa impacto negativo na produtividade das safras?
– Não necessariamente. Os efeitos do El Niño podem variar de acordo com a estação do ano e a correlação com a precipitação. Em alguns casos, o El Niño pode ter influência positiva na produtividade das safras.

3. Existem regiões mais afetadas pelo El Niño do que outras?
– Sim, algumas regiões são mais suscetíveis aos efeitos do El Niño, como os EUA, América do Sul e Mar Negro. No entanto, a intensidade dos efeitos pode variar de acordo com o ano e outros fatores meteorológicos.

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4. O El Niño pode causar prejuízos econômicos na agricultura?
– Sim, o El Niño pode levar a condições climáticas mais extremas, como secas ou chuvas intensas, que impactam negativamente na produtividade das safras e podem causar prejuízos econômicos na agricultura.

5. Existe alguma medida que os agricultores podem tomar para mitigar os efeitos do El Niño?
– Os agricultores podem adotar medidas de manejo adequadas, como o uso de técnicas de irrigação e manejo de solo, para minimizar os impactos do El Niño na produtividade das safras. Além disso, o acompanhamento e a análise das previsões climáticas podem auxiliar na tomada de decisões estratégicas.
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Depois de vários anos com um La Niña ativo no radar do mercado, 2023 é um ano de El Niño. Quando se trata de soja e milho, as regiões afetadas pelo fenômeno incluem os EUA, América do Sul e Mar Negro, destaca hEDGEpoint no relatório “El Niño e seus efeitos no mercado de commodities”. “A começar pelos Estados Unidos, os efeitos do El Niño são sentidos com mais intensidade durante os meses de inverno. Isso porque afeta a posição das correntes de ar sobre o país, influenciando o clima”, observa Pedro Schicchi, analista de Grãos e Oleaginosas da hEDGEpoint Global Markets.

O especialista destaca que, nos meses de verão, uma dessas correntes, a Polar Jet Stream, já está mais ao norte, minimizando os efeitos no Centro-Oeste dos EUA. Embora significativa para culturas como trigo de inverno, essa janela não é relevante para milho e soja. “No entanto, dizer que os efeitos são menores durante o verão não é o mesmo que dizer que eles são inexistentes”, ressalta.

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Entre os dez principais estados produtores dos EUA, as correlações não são muito altas em nenhum lugar, o que significa que os efeitos, enquanto estão lá, são pequenos. A boa notícia é: eles foram em sua maioria positivos este ano. Os únicos estados onde um efeito negativo mais consistente é visto são Ohio e Indiana. Naqueles anos, o milho era mais suscetível a mudanças de produtividade do que a soja.

“Para o milho em particular, os EUA têm como meta a marca de mais de 180 bu/ac nacionalmente e, por algumas temporadas consecutivas, o mau tempo diminuiu essas expectativas. Pelo menos a princípio, parece que temos as condições para que isso aconteça este ano. O plantio começou cedo e as condições climáticas dos últimos anos do El Niño foram benéficas para as lavouras”, diz Schicchi.

Passando para a América do Sul, duas janelas são relevantes para serem analisadas: outono/início do inverno – quando temos milho de inverno se desenvolvendo no Brasil – e primavera/início do verão – quando temos soja no Brasil e soja e milho na Argentina. Primeiro, no outono/inverno brasileiro (março a agosto), o El Niño está associado a temperaturas mais altas no Brasil, conforme citado para outras commodities. A lógica geral também é semelhante: o risco de geada é menor e o crescimento é favorecido (desde que as temperaturas não sejam excessivamente altas).

“Dado esse contexto, há uma divisão muito clara entre a produtividade do sul do Brasil e da Argentina, em relação ao resto do Brasil. O El Niño teve influência positiva no primeiro grupo e neutra no segundo”, observa Schicchi. “No entanto, caímos na mesma nuance: como o El Niño não tem tanta correlação com a precipitação no Centro-Oeste, pode desviar para os dois lados. Como tal, torna-se um fator decisivo que pode puxar a safra para cima ou para baixo. Obviamente, com a probabilidade de calor na região, o impacto do estresse hídrico na produtividade é maior”, acrescenta o analista.

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Assim, em anos em que a precipitação é boa, a produtividade do milho safrinha também tende a ser maior. No entanto, quando falha, as altas temperaturas podem levar a perdas. A questão é que o inverno já é a estação mais seca do Brasil e, neste ciclo, vários estados plantaram milho fora da janela ideal, o que pressiona ainda mais as lavouras. “A safra 2022/2023 ainda tem grandes chances de ser uma boa safra”, prevê Schicchi, “mas as notícias não tão boas começam a se acumular e podem impedir que o Brasil chegue ao limite superior das expectativas”.

No Mar Negro, a Ucrânia pode experimentar temperaturas mais altas e condições mais secas durante um evento de El Niño, o que pode levar à seca e diminuir a produtividade das safras. As primeiras estimativas oficiais para a safra 23/24 já apontam para uma safra quase metade dos níveis pré-guerra (42,1M t em 21/22 contra 21,7M t em 23/24) e estoques no país, antes inflados pelas baixas exportações estão voltando aos níveis pré-conflito. Isso significa que qualquer impacto na produtividade devido ao El Niño pode levar a uma situação muito difícil no setor produtivo ucraniano.

“Embora as estimativas já indiquem produtividades menores devido às dificuldades da guerra, a projeção de 6 mt/ha continua acima do observado em outros anos de El Niño, como 2009 e 2015, mostrando que ainda há espaço para deterioração”, aponta Schicchi . A situação só não é mais alarmante porque a União Européia – grande importadora de milho ucraniano – deve se recuperar da quebra de safra do ano passado. E, o fenômeno meteorológico traz uma anomalia positiva de precipitação para a maioria dos países da UE, de modo que eles seriam menos dependentes do abastecimento ucraniano, segundo o especialista.

Fonte: hEDGEpoint Global Markets

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**Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo**

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Fonte: Destaque Rural

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