Todo ano o ciclo se repete e é sempre o mesmo, as chuvas começam, a grama brota com toda a força, você se empolga com a quantidade e qualidade da grama, mas esquece que o período de seca vem logo depois, causando um diminuição repentina no ganho de peso dos animais. Mas vamos….
Se o ciclo da água e da seca acontece todos os anos, por que você está sempre lutando contra a seca? A justificativa é a falta de planejamento!
Então, o que você faz agora para aproveitar a alta produção de pastagens e não ter seca?
Para te ajudar a passar por esse período com lindos gado no pasto, trouxemos 4 estratégias que você pode usar para mitigar os efeitos da estiagem.
O céu e o inferno do pecuarista.
O Brasil possui um clima bastante diversificado, principalmente devido à sua ampla extensão territorial, relevo e dinâmica das massas de ar.
Dentre os climas que predominam no país, o clima tropical é o que mais se destaca, principalmente por abranger grande parte do território nacional.
O clima tropical é caracterizado por duas estações bem definidas: verões quentes e chuvosos e invernos amenos e secos. Portanto, inevitavelmente, em determinado período do ano, haverá pouca ou nenhuma chuva e redução da temperatura, fatores que limitam o crescimento da grama (Figura 1).
Se a condição climática está bem definida e sabemos que todos os anos há uma seca e isso impacta negativamente no desempenho das pastagens e dos animais, por que os pecuaristas continuam sofrendo tanto no período de estiagem?
A resposta é simples
Falta de planejamento!
A sazonalidade da produção de forragem causada pelo clima faz com que, em média, 80% da produção se concentre no período chuvoso, diferentemente da demanda de forragem do rebanho, que é constante ao longo do ano (Figura 2).
Planeje agora para não se arrepender depois!
A sazonalidade da produção de forragem no Brasil já está bem definida, portanto, a única forma de superar períodos de baixa produção é com a utilização de boas tecnologias de processo e insumos, aliados a um bom planejamento operacional para o manejo das lavouras. . Se não usarmos essas ferramentas, só temos uma certeza…
O ciclo se repetirá e todo o seu trabalho na estação chuvosa acompanhará as chuvas de março.
Para solucionar essa situação,
Trouxemos 04 soluções/estratégias que vão ajudar você, técnico ou agricultor, a ter bons ganhos de peso no período de estiagem.
1 – Ajuste do índice de lotação.
Manter uma alta taxa de lotação durante a estação seca sem uma estratégia bem definida é um tiro no pé, pois reduz a capacidade de carga do pasto, reduzindo os lucros por animal. Portanto, ajustar a taxa de lotação pode ser uma ferramenta estratégica para enfrentar esse período crítico.
O ajuste da taxa de lotação pode ser feito de acordo com a produção de forragem, ou seja, programando a compra e venda de animais para acomodar variações na capacidade de carga da fazenda, ou deslocando os animais para outras áreas da fazenda. O problema dessa estratégia é que a fazenda pode passar por um período de lotação muito baixa ou mesmo ausência de animais, além do fato de o produtor ficar preso às oscilações da arroba do boi e da reposição.
2- Adiamento de pastagens.
Uma estratégia de manejo para garantir pastagem em quantidade durante a estação seca é o diferimento das pastagens. A técnica consiste em reservar parte do excedente forrageiro das águas para ser utilizado na estiagem devido ao adiamento do pasto. Essa técnica consiste em selar (retirar o pastejo) uma determinada área para que se acumule forragem, geralmente no final da água, para ser utilizada no período de menor produção de forragem. O diferimento é uma estratégia de baixo investimento, mas é válida para sistemas onde a taxa de lotação da fazenda não ultrapasse 1,5 UA/ha/ano (Martha Júnior et al., 2003).
3 – Suplementação volumosa.
A terceira estratégia seria o uso de suplementos de forragem durante a seca, indicado para manter altas taxas de lotação. Devido ao excedente de forragem produzido durante a estiagem, o número de pecuaristas que buscam fazer silagem de pastagem está aumentando para que o excedente produzido no verão não se perca e seja utilizado como suplemento durante o inverno.
Outras formas de suplementação de forragem podem ser através do uso de feno ou capina. No entanto, essas estratégias exigem áreas maiores, investimentos, mão de obra qualificada e outros recursos.
4 – Suplementação mineral/proteica ou proteica/energética
A suplementação estratégica na estação seca é uma das estratégias mais utilizadas pelos agricultores. Pode ser um suplemento mineral/proteico ou proteico/energético. Um dos pontos importantes para definir suplementação é criar a relação suplementação x objetivo.
Você precisa ter muito bem definido qual é o seu objetivo (reprodução, crescimento, engorda) e procurar o tipo de suplemento mais adequado de acordo com a disponibilidade e qualidade da forragem para atingir sua meta de produção. Em geral, a suplementação aumentou os níveis de suplementação variando de 1,0 a 2,0% do peso vivo, o que reduziria a dependência do pasto.
– Qual é a melhor decisão?
Escolher uma estratégia para lidar com a sazonalidade da produção de forragem implica, inicialmente, entender as condições climáticas de sua região, a realidade de sua fazenda, os recursos disponíveis e o objetivo do produtor.
Além disso, essa decisão deve ser tomada o mais rápido possível, pois é nas águas que começa a estratégia que será utilizada na próxima seca.
Portanto, a falta de planejamento traz grandes riscos para o produtor, deixar os animais passar fome por falta de planejamento é perder dinheiro, e a melhor opção é aquela que resulta na rentabilidade e sustentabilidade da atividade.
Outra função é o “estado das pastagens”, que permite avaliar o estado das áreas de pastagem dos últimos 15 dias e dos próximos 30 dias, levando em consideração o tamanho da área do piquete, a forragem manejada, o clima, a dieta estratégia de cada bando e taxa de lotação.
Além de diversos recursos que o ajudarão a tomar a melhor decisão quanto ao tipo de estratégia a ser utilizada para enfrentar o período seco e obter ganhos de peso satisfatórios de seus animais.
– Bibliografia:
Corrêa et al. Produção de forragem e desempenho de bovinos castrados em pastagens não irrigadas com suplementação na seca ou irrigadas o ano todo. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 43., João Pessoa, 2006.
MARTHA JR et al. Uso de Pastagem Diferida no Cerrado. Brasília: Embrapa Cerrados, 2003 (Comunicado Técnico, 102).
Silva et al. (2021). Acúmulo mensal de forragem em pastagem de tifton 85 no oeste catarinense.