A agricultura intensiva caracteriza-se pelo uso significativo de insumos e busca maximizar a produção em relação aos diversos fatores de produção, seja por meio do trabalho, do solo ou de outros meios de produção (equipamentos e insumos diversos). A agricultura extensiva, por outro lado, não maximiza a produtividade do solo, nem utiliza insumos químicos, mas os recursos naturalmente presentes no local e caracteriza-se por rendimentos relativamente baixos. Por outro lado, a agricultura de subsistência é uma forma de cultivo de produtos destinados, principalmente, à alimentação da população local.
Nesse universo, dos tipos de agricultura, os mais conhecidos são a agricultura convencional e a agricultura orgânica. Em meio ao desejo de preservação do meio ambiente, no sentido de sustentabilidade na produção agrícola e na evolução de novas práticas, surgiram outros modelos alternativos, como: agricultura sustentável, agricultura racional, agricultura integrada, agricultura multifuncional e agricultura de precisão. Como também há agricultura sem uso de solo, hidroponia.
Vamos conhecer um pouco mais sobre cada um deles?
1. Agricultura convencional
A noção de agricultura convencional não corresponde a uma forma específica de cultivo. No entanto, busca maior produtividade das culturas por meio do uso de insumos como fertilizantes e pesticidas (fungicidas, inseticidas e herbicidas). Este modo alcança resultados de eficiência econômica e agrícola de curto prazo.
2. Agricultura orgânica
A noção de agricultura orgânica surgiu no século XIX, após a chegada dos agroquímicos. Seu principal objetivo é abordar as condições da natureza. Desta forma, um conjunto de práticas agrícolas que respeitam o equilíbrio ecológico, o bem-estar animal e a autonomia do agricultor. Esta agricultura tem a particularidade de excluir o uso de produtos químicos sintéticos, organismos geneticamente modificados (OGM) e limitar o uso de insumos.
3. Agricultura sustentável
A agricultura sustentável deriva da agricultura convencional e é uma agricultura extensiva, que faz parte das perspectivas de desenvolvimento sustentável. Este modelo não é um modo de produção. Não há apenas uma forma de tornar a agricultura sustentável, mas reivindicar esse tipo de cultivo é levar simultaneamente em conta os 27 princípios da declaração da Rio-92 que, relacionados às áreas agrícola e rural, podem ser agrupados em quatro dimensões:
- Eficiência econômica: sistemas de produção econômicos e autônomos, renda decente;
- Equidade social: partilha de riqueza, direitos de produção e poder de decisão;
- Proteção ambiental: preservação da fertilidade do solo, biodiversidade, paisagens, qualidade do ar e da água;
- Cultura e ética: respeito às gerações futuras, comunidades rurais e camponesas. Gestão participativa do espaço e métodos de produção de alimentos de qualidade.
4. Agricultura integrada
A Agricultura Integrada é uma abordagem global, na qual a proteção de cultivos é considerada como um todo, e todos os elementos do sistema devem ser consistentes (pessoas, ambientes, desafios, ambiente técnico e econômico, ativos, restrições, etc.). É um modo de produção que privilegia os recursos naturais, ao produzir produtos de qualidade de forma economicamente viável, que respeitem o meio ambiente e a saúde, além de mecanismos reguladores naturais em relação ao uso de insumos potencialmente nocivos ao meio ambiente. O respeito pela diversidade e equilíbrio das terras agrícolas é considerado um ecossistema.
5. Agricultura multifuncional
O conceito de agricultura multifuncional surgiu em 1992, na cúpula do Rio, ao lado do conceito de desenvolvimento sustentável. O termo multifuncionalidade é, na verdade, um neologismo sob o qual se agrupam as três funções da agricultura: econômica (segurança alimentar, autossuficiência e aspectos nutricionais e de qualidade), ambiental (respeito ao meio ambiente, produção de efeitos externos positivos e prevenção de efeitos externos negativos) e sociais (manutenção das sociedades rurais). Este conceito redefine assim o lugar da agricultura na sociedade e as suas finalidades e implica uma nova definição da profissão de agricultor, que se torna mais especializada e complexa.
6. Agricultura de Precisão
A agricultura de precisão qualifica a agricultura que utiliza novas tecnologias: SIG (Sistema de Informação Geográfica), GPS, satélite e computador. Ele usa a ciência para ajustar as práticas agrícolas o mais próximo possível das necessidades das plantas, de acordo com a heterogeneidade do ambiente agrícola. Este cultivo é um conceito de manejo de parcelas agrícolas baseado na variabilidade do solo, plantas, plantas daninhas, entre outros. É então possível modular as densidades de semeadura, insumos de fertilizantes ou tratamentos químicos dentro de uma parcela. Limita os impactos negativos ao meio ambiente e otimiza os resultados agronômicos e econômicos da produção levando em consideração as reais necessidades de cada ponto de amostragem de solo.
7. Hidroponia
A hidroponia é uma forma particular de cultivo na água. De fato, as raízes estão imersas em uma solução carregada de nutrientes essenciais ao desenvolvimento da planta. É, portanto, uma cultura acima do solo, muito popular no contexto do desenvolvimento da agricultura urbana, pois pode ser realizada facilmente na cidade.
Entre outras vantagens, a hidroponia é uma prática cultural com eficiência hídrica, que garante uma produção sem agrotóxicos e que também possibilita combater a artificialização do solo.
Por sua vez, a solução nutritiva é composta por água com adição de fertilizante solúvel. Este nutriente é dosado para obter uma boa concentração de nitrogênio, fósforo, potássio e outros nutrientes necessários às plantas. Desta forma, as raízes se alimentam dos elementos contidos na solução aquosa para se desenvolver.
Assim, a hidroponia oferece dois grandes benefícios. Em primeiro lugar, torna possível a produção de culturas sem terras agrícolas disponíveis. Esta técnica é, portanto, usada principalmente no cultivo urbano.
Independentemente da agricultura realizada, as condições dos solos brasileiros não permitem o sucesso produtivo das culturas exploradas, se o fator nutricional não for atendido. Por se tratar de solos de baixa fertilidade natural, o uso de fertilizantes é uma necessidade quando o objetivo é produzir alimentos. Seja pela agricultura convencional ou orgânica, a adubação é o meio de agregar os nutrientes que faltam nos solos, mas também a forma de devolver os nutrientes que são exportados junto com a produção agrícola. Isso é o que chamamos de agricultura sustentável, com total respeito ao meio ambiente