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Gestão de propriedades rurais – Conheça o perfil da sua propriedade

Depois de falar sobre algumas características da pecuária de corte brasileira e o perfil do investidor pecuário, chegou a hora de caracterizar as nuances da propriedade em que a atividade será implantada.

Sabemos que existem vários aspectos a serem avaliados em um imóvel, a fim de definir sua melhor adequação, porém, no texto que segue, optei por elencar alguns fatores que acredito serem essenciais na decisão de investimento.

Relação do investidor com o imóvel

A primeira informação que precisa ser avaliada é sobre a posse da terra.

É próprio ou alugado/arrendado?

No caso de fazendas arrendadas, precisamos considerar: o prazo desse arrendamento e a perspectiva de continuidade futura. Essa é uma premissa básica, pois definirá os tipos de investimentos que podem ser feitos naquele imóvel. Por exemplo, quando se trata de contratos curtos (menos de 5 anos), raramente são viáveis ​​grandes investimentos em bens duráveis ​​com retorno de longo prazo, como: cercas fixas, currais (manejo e confinamento), galpões, fábrica de ração, reformas pastagem, irrigação, entre outros. Nesses casos, o recurso financeiro tende a ser direcionado exclusivamente para bens variáveis ​​que trazem retorno de curto prazo (animais, nutrição, protocolos sanitários e reprodutivos, manutenção de pastagens e estruturas, adubação nitrogenada, etc.) outras áreas. propriedades, como é o caso de algumas máquinas.

Outro ponto a ser considerado é o tipo de atividade que será desenvolvida em cenários de curto prazo. Por exemplo, se o investidor deseja trabalhar com bezerro, deve-se observar que o período entre o início do processo e a venda dos primeiros bezerros leva cerca de 2 anos e, mesmo que haja receita com a alienação de vacas vazias, muitas vezes, não basta pagar em dinheiro todo o período até o primeiro desmame dos bezerros. Portanto, em janelas de locação menores, a opção de apenas recria ou engorda ou recria-engorda intensiva pode ser mais viável. Há ainda outros fatores a serem considerados para essa tomada de decisão.


Localização

A localização do imóvel também pode ajudar a definir a atividade a ser desenvolvida. Ao falar de localização, vários pontos devem ser considerados, entre eles: clima, mercado comprador e vendedor, sem esquecer o acesso rodoviário.

A pluviosidade regional e a dispersão das chuvas ao longo do ano vão definir todo o planejamento da atividade. Lembrando que estamos tratando de animais ruminantes, que têm o consumo a pasto como base de sua dieta. O planejamento do manejo das pastagens, as variações da carga animal ao longo do ano, a época certa para adubar ou controlar as plantas daninhas, além do plantio e colheita de forragem/grãos para confinamento, dependem totalmente desse fator.

Precisamos entender o mercado regional. Embora estejamos lidando com um mercadoria, o Brasil é um país continental e cada região tem suas particularidades. Nesse sentido, devemos entender a atividade pecuária predominante na região (leite, criação, criação-engorda).


Como é o mercado do comprador?

Para os invernantes, quais e quantos frigoríficos estão operando na região, sua solidez financeira, como trabalham e quais mercadorias valorizam. Para o criador de bezerros, a disponibilidade dos invernantes, seja para comprar volumes maiores ou menores.


Como está o mercado do vendedor?

É importante que os investidores saibam se há oferta naquela região, em termos de quantidade e qualidade de bezerros, bovinos magros e gordos. Ou se há escassez de um desses bens, que geralmente é trazido de localidades mais distantes e pode ser uma oportunidade de negócio. Qual o preço médio pago por arroba do boi em relação ao CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada)? Qual é o prêmio médio do bezerro e do gado magro sobre o preço do gado gordo? São questões econômicas que influenciarão profundamente o resultado financeiro da atividade. Como está o mercado de insumos na região? É uma região produtora de grãos? Associando o preço médio de compra e venda de animais e insumos, podemos entender a viabilidade regional de atividades mais intensivas, que fazem uso de maior utilização de grãos na alimentação animal.

Clima e mercado são aspectos regionais, porém o acesso rodoviário pode variar de acordo com cada propriedade. Sabemos que o país ainda carece de muitos investimentos em infraestrutura e isso pode nos limitar em alguns momentos. De todas as atividades, o bezerro é o que mais se adapta a locais de menor acesso. Isso porque o transporte de animais comprados/vendidos é menos constante e muitas vezes se concentra em um período do ano. Nas fazendas que utilizam a época de reprodução, os bezerros geralmente são desmamados e vendidos na estação seca, quando as estradas de terra estão em melhores condições. Por outro lado, a fazenda de engorda já vende animais durante todo o ano. Além disso, depende mais do uso de concentrados que são transportados para a fazenda. Em algumas situações em que o acesso é precário, a atividade pode estar em risco devido à escassez de insumos.


Solo, topografia e recursos hídricos

Como dito anteriormente, a atividade pecuária é baseada na produção agrícola, seja de gramíneas forrageiras ou forrageiras e grãos. Assim, as características agronômicas devem ser analisadas. Este não é o lugar para discutir questões de solo, mas precisamos entender que as características físicas e químicas do solo influenciam na produção das plantas, capacidade de retenção de água, necessidade de correção e adubação, tipos de plantas que melhor se adequam àquela propriedade, entre outros fatores.

A topografia é outro atributo de propriedade que influenciará sua adequação. Em geral, fazendas com topografia predominantemente plana apresentam maior facilidade e agilidade em todos os tipos de operações agrícolas, principalmente as que envolvem máquinas. Além disso, fazendas com topografia ondulada terão algumas limitações produtivas quanto à intensificação de pastagens (divisão e adubação), distribuição de suplementos aos animais e área para plantio de forragem, o que pode inviabilizar alguns sistemas de produção.

Em relação aos recursos hídricos, a necessidade mais básica é a manutenção do animal. Algumas propriedades possuem bastante água natural, outras têm que buscar esse recurso no subsolo. No entanto, o importante é que haja água em quantidade e qualidade suficientes para que a produção animal não seja limitada. O abundante recurso hídrico também pode ser usado para irrigar lavouras e pastagens. As propriedades que possuem esse dom ou que possuem alta pluviosidade, além de características de solo e relevo favoráveis, possuem um amplo leque de opções em termos de sistemas de produção. O que os torna sólidos, por serem moldáveis, flexíveis.

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Finalmente…

É claro que não existe propriedade perfeita, que tenha clima e relevo favoráveis, associado a uma grande vantagem comercial e fácil acesso rodoviário, que possa tornar a vida “fácil” do investidor. Basta-nos reconhecer as virtudes e limitações de cada propriedade e trabalhá-las para que não inviabilizem o investimento.

Nesse sentido, se aliarmos as características de cada sistema de produção, o desejo e perfil do investidor, as competências da propriedade a ser trabalhada e o apoio de bons profissionais, temos grandes chances de construir um negócio lucrativo, sustentável e de longo prazo. -negócios duradouros na pecuária de corte. .

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