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Foco da Gestão: O que preciso saber antes de investir em gado de corte?

Foco da Gestao O que preciso saber antes de investir
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Foco da Gestão: O que preciso saber antes de investir em gado de corte? 5

Nos últimos meses e, de forma mais intensa, nos últimos dias, assistimos a um movimento considerável de pessoas que atuam nos mais diversos segmentos da economia nos procurando com a intenção de investir na pecuária de corte. Daqueles que já tinham “pé no campo”, mas trabalham em outra atividade; mesmo aqueles que nunca haviam pisado em uma fazenda com a intenção de vê-la como um negócio. A pergunta que fica é: o que determinou esse movimento?

Uma breve história…

gado Na última década, o país viveu uma crise econômica, que elevou a inflação e os juros. Esse cenário é hostil ao empreendedorismo, abertura de novos negócios, e faz com que os investidores invistam seu capital no mercado financeiro, principalmente em renda fixa (tesouraria direta, CDB, CDI, etc.), com bons rendimentos. Com a mudança na política econômica veio o controle da inflação e a queda das taxas de juros. Renda fixa não é mais atraente. Neste ponto, muitas pessoas já começaram a procurar alternativas.

Boa parte se voltou para a bolsa de valores (B3), que começou a subir verticalmente, batendo recordes desde 2019, e todos que colocavam dinheiro em ações e fundos de investimento, mesmo com pouco conhecimento, estavam ganhando dinheiro. Nesse mesmo contexto, o mercado de boi gordo, muito influenciado pela crescente demanda externa, pela valorização do dólar e pela perspectiva de melhora da economia do país, elevou seus níveis de preços. A arroba, que havia sido cotada perto de R$ 150,00 em junho/2019, atingiu valores acima de R$ 220,00 em novembro/2019. Despertando o interesse de muitas pessoas.

Entramos no ano de 2020 e com ele a pandemia do COVID-19, o mercado de ações despencou e a renda fixa não atraiu. Por outro lado, o boi passa quase ileso, estável. Houve um aumento na volatilidade dos preços, mas em nenhum momento ela sucumbiu. A substituição então permaneceu muito firme.

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Isso nos lembra que trabalhamos em um segmento primordial da sociedade: a cadeia alimentar. Nós curamos a necessidade primária do ser humano. Ninguém desempenha bem seu papel na sociedade, muito menos salva outras vidas, sem antes estar bem nutrido. É mais do que claro que em tempos de crise, de instabilidade, a agricultura ainda é o setor mais resiliente.

Quanto ao gado de corte

Em 2019, a pecuária de corte representou 8,5% do PIB nacional (ABIEC, 2020). Ou seja, R$ 1,00 para cada R$ 12,00 gerado pelo país é resultado dessa cadeia. Intrinsecamente, é uma atividade historicamente considerada segura, possui alta liquidez, baixo risco financeiro e rentabilidade modesta a mediana. Mas esta paisagem mudou. Atualmente, o que encanta na pecuária é que ela não está mais “trancada”.

Há grande diversificação dos sistemas de produção, que podem ser os mais tradicionais, extensivos e pouco rentáveis; a sistemas de pastoreio intensivo ou confinado, com riscos financeiros acrescidos, mas com possibilidade de obtenção de elevada rentabilidade. Visto que existe a possibilidade de incrementos de intensificação em todas as fases do ciclo (criação, recria e engorda). Nesse sentido, a pecuária de corte é uma atividade multifacetada, que abrange todos os perfis de investidores, dos mais conservadores aos mais ousados.

Para dar números a essa conversa, o “Relatório Resumido da Carne Bovina 2020” da ABIEC apresenta o perfil do desembolso e do custo por @ produzido em diferentes sistemas de produção e em níveis crescentes de intensificação, em 2019.

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A situação é relatada na tabela de fazendas que operar com ciclo completo. Pode-se observar que sistemas mais extrativistas produzem menos arrobas e com maior custo unitário. Além disso, seu perfil de desembolso está mais focado em custos fixos (mão de obra, administrativos, manutenção, depreciação…) do que em custos variáveis ​​(nutrição, adubação, tratos culturais, reprodução…). Por outro lado, as fazendas mais tecnificadas tendem a diluir seus custos fixos pela alta produtividade e aportar mais capital nos custos variáveis.

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Fonte: Atenagro

Ao compilar os custos unitários de produção do @ e a produtividade média de cada cenário apresentado, é possível extrapolar e projetar a rentabilidade do sistema. Para isso, foi considerado um valor genérico de @ para gado vivo de R$ 200,00, em que esses custos não aumentaram de 2019 para 2020. Assim, podemos ver claramente que há uma lacuna considerável entre os cenários em termos de lucro/hectare /ano. Vale ressaltar que o uso de tecnologias, visando à intensificação, mas de forma desordenada, mal planejada e gerenciada, leva o produtor ao fracasso repentino.

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Portanto, antes de entrar na atividade, o investidor deve conhecê-la. A atividade rural é distinta da indústria e do comércio. É agradável, mas não simples, a pecuária lida com animais que respondem de forma diferente dentro de uma mesma condição e até mesmo com as condições climáticas. Além disso, é influenciado por uma cultura secular, que não evoluiu na velocidade do avanço tecnológico. Na pecuária, 2+2 tendem a ser 4, mas não necessariamente.

As perguntas que ficam são: qual é o desejo do investidor? Quanto ele espera ganhar? Que riscos ele está disposto a correr? Quanto ele sabe e quanto tem disponível para se dedicar à atividade?

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Assim como é dever do corretor de investimentos ou gerente de banco traçar o perfil de seu cliente e combiná-lo com os investimentos que lhe são indicados, nós, como profissionais da pecuária, devemos orientar o novo investidor para o caminho mais compatível com sua anseios. Mas esse é um assunto que abordaremos em outra conversa.

Nutrição Animal – Agroceres Multimix

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