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E se a Índia exportar mais 1Mt de açúcar? Confira análise da hEDGEpoint

Neste relatório, pretendemos discutir o que uma exportação entre 5Mt e 7Mt pode significar para os fluxos comerciais globais e, claro, para os estoques finais da Índia. Atualmente, a hEDGEpoint estima em torno de 34Mt de produção de açúcar durante a safra 22/23. Os números realizados em fevereiro foram divulgados e Maharashtra já está 2% abaixo de 21/22, enquanto a vantagem de Uttar Pradesh e Karnataka foi reduzida.

Quando se trata de 23/24, estamos sendo conservadores: a mudança para o etanol deve aumentar e, assim, reduzir a quantidade total de matéria-prima disponível para os adolescentes. Além disso, a formação do El-Niño pode resultar em menor recuperação da produtividade. Assim, nossa visão preliminar é de que a oferta total deve permanecer abaixo de 34Mt na próxima safra.

Tendo esclarecido as suposições básicas para a produção, vamos explorar o que acontece com os estoques finais da Índia dependendo de seus números de exportação, ceteris paribus. Dado que o governo indiano geralmente tenta manter estoques finais de pelo menos 3 meses de consumo, é fácil ver que mesmo com 7Mt, 6Mt ou mesmo 5Mt de exportação não atingiria sua meta para esta safra, 22/23.

O cenário marcado como caso base é a visão atual do hEDGEpoint. Presumimos que o governo esteja confortável com o menor nível de estoque final histórico: cerca de 5,3Mt visto em 21/22. Nesse sentido, não só a exportação de 6Mt seria possível em 22/23, como também permitiria a exportação de mais de 4Mt em 23/24 — mantendo os fluxos comerciais globais apertados, mas globalmente equilibrados.

Se o governo permitir mais 1Mt de cotas de exportação, os estoques finais cairiam para 4,4Mt e resultariam em disponibilidade extremamente baixa em 23/24. Se a Índia reabastecer para o nível de 5,3Mt, apenas 3,5Mt estariam disponíveis para exportação do país. Com isso, haveria uma tendência de baixa no curto prazo, enquanto o contrato de março de 2024 enfrentaria uma tendência de alta. Mesmo que o país consiga produzir 34,5Mt nesta temporada, os estoques provavelmente cairão para um novo mínimo se qualquer cota adicional for permitida.

Se o governo decidir que precisa manter um estoque maior até o final da atual temporada, pode retirar 1Mt de cotas. Isso levaria a um estoque final de 6,3Mt e, assumindo que exigiria pelo menos a mesma quantidade até 23/24, a Índia ainda poderia exportar 4,5Mt até 23/24. As exportações de 5Mt em 22/24 fornecem suporte de curto prazo aos preços do açúcar.

Existem, como sempre, muitos riscos dentro de um exercício preditivo. Embora não esperemos mais concessões ou retiradas de cotas, só poderemos validar o nível de produção do país asiático em abril – justamente no momento em que o governo indiano aguarda sua tomada de decisão. Podemos nos surpreender tanto com o aumento do volume – como algumas tradings vêm defendendo – quanto com o menor volume, conforme relatado pelos produtores locais.

Não apenas em relação à produção deste ano, mas prever 23/24 ainda é muito difícil. Claro que as confirmações de 22/23 vão nos ajudar a esclarecer algumas das expectativas, mas devemos ficar de olho nas previsões do ENSO para tentar entender como estará o clima durante a fase de desenvolvimento da cana.

Com relação aos fluxos comerciais, ainda temos discussões sobre o estresse das exportações brasileiras. Conforme discutimos em relatórios anteriores, depende sim do ritmo das exportações de grãos, principalmente da soja. Como a safra parece estar melhorando, podemos escapar de um possível deslocamento do açúcar, mas só o tempo dirá.



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