Boi/Cepea: Preços seguem estáveis em SP e vendas externas intensas

Carne bovina: recorde de produção em 2023!

Análise do Mercado de Carne Bovina em 2023

O ano de 2023 foi marcado por recordes na produção de carne bovina, conforme dados preliminares do IBGE divulgados recentemente. A oferta do produto superou a demanda, resultando em uma queda nos preços ao longo do ano. Pesquisadores do Cepea analisaram essas informações e apontam para um cenário de oferta excessiva que impactou o mercado nacional e internacional.

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Produção Recorde e Excesso de Oferta

De acordo com os números do IBGE, a produção de carne bovina em 2023 atingiu a marca de 8,91 milhões de toneladas, representando um aumento de 11,2% em relação ao ano anterior e 8,6% acima do recorde anterior estabelecido em 2019. Apesar do aumento nas exportações, que totalizaram 2,29 milhões de toneladas no ano, a maior parte da produção ficou no mercado interno, exigindo ajustes nos preços para equilibrar a oferta e a demanda.

Impactos na Produtividade e nos Preços

A produção histórica de carne em 2023 não se refletiu em uma produtividade média do rebanho nacional tão elevada quanto se esperava. Fatores conjunturais, como a estiagem em algumas regiões produtoras e os preços elevados dos grãos, impactaram a performance dos animais e a produtividade média. O aumento no peso dos animais foi uma resposta aos investimentos feitos por pecuaristas em genética, pastagens e sanidade, contribuindo para a melhora da produtividade no campo.

Novas Tendências na Pecuária Nacional

O aumento dos confinamentos e a profissionalização dessas estruturas têm modificado o perfil da pecuária nacional. Grandes confinamentos, com lotes mais padronizados e de alta qualidade, têm ganhado espaço no mercado, oferecendo maior eficiência na produção e comercialização de bovinos. Essas mudanças têm impactado a forma como os frigoríficos negociam a compra de animais, tornando o processo mais ágil e eficiente para ambas as partes.

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Com base nessa contextualização, este artigo se propõe a analisar mais profundamente o mercado de carne bovina em 2023, abordando os desafios enfrentados pelo setor, as tendências em produtividade e as perspectivas para o futuro da pecuária no Brasil. Acompanhe os próximos tópicos para uma análise aprofundada desse cenário.

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Conclusão

A produção recorde de carne bovina em 2023 trouxe desafios para o mercado, com uma oferta que superou a demanda ao longo do ano. A redução dos preços foi necessária para equilibrar o mercado interno, resultando em quedas significativas. A produtividade média do rebanho nacional também foi afetada por fatores conjunturais, como estiagens e altos preços dos grãos, resultando em um volume de carne histórico, porém com ligeira queda na produtividade por animal.

Investimento em tecnologia e genética

O aumento da produtividade dos animais tem sido impulsionado por investimentos dos pecuaristas em genética, pastagens, suplementação e sanidade. A expansão dos confinamentos e a profissionalização das estruturas também têm contribuído significativamente para esse cenário, oferecendo uma produção mais padronizada e de melhor qualidade.

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Tendências e desafios

Apesar da melhora na produtividade e na qualidade da carne produzida, o mercado enfrenta desafios, como a tendência de desvalorização dos bezerros e a maior participação de fêmeas nos abates. A demanda chinesa por animais jovens tem impactado diretamente a produção, gerando novas dinâmicas no setor pecuário nacional.

Profissionalização do setor

A profissionalização dos grandes confinamentos tem alterado o perfil da pecuária nacional, com estruturas mais eficientes e produtivas, capazes de oferecer lotes mais padronizados e de melhor qualidade. A busca por maior eficiência e produtividade tem sido uma tendência crescente no setor, impulsionando inovações e novas práticas no campo da pecuária.

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Conclusão

Diante do cenário apresentado, é evidente que a produção recorde de carne bovina em 2023 resultou em uma oferta muito acima da demanda, levando à queda nos preços no mercado interno. A produtividade média do rebanho nacional, embora ligeiramente abaixo dos anos anteriores, reflete questões conjunturais e não estruturais. Destaca-se também o papel dos confinamentos na melhoria da produtividade e na padronização dos lotes, reduzindo custos e facilitando negociações com frigoríficos.

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O Futuro da Produção de Carne Bovina no Brasil

A indústria pecuária é desafiada a encontrar equilíbrio entre oferta e demanda, investindo em tecnologia e estratégias para garantir a qualidade e competitividade do setor. A profissionalização dos confinamentos e a busca por maior eficiência na produção são caminhos promissores para o futuro da carne bovina no Brasil. Cabe aos produtores e gestores do setor se adaptarem às mudanças do mercado e buscarem por práticas sustentáveis e inovadoras para garantir o crescimento e desenvolvimento da indústria no país.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

Produção recorde de carne bovina em 2023: oferta supera demanda

No ano de 2023, a produção de carne bovina atingiu números recordes, de acordo com pesquisadores do Cepea. Os dados preliminares divulgados pelo IBGE confirmam que a oferta superou a demanda ao longo do ano, resultando em uma queda nos preços do boi e da carne no atacado.

FAQs

1. Qual foi o volume de carne produzido em 2023?

De acordo com os dados preliminares do IBGE, foram produzidas 8,91 milhões de toneladas de carne bovina em 2023, um aumento de 11,2% em relação a 2022 e 8.6% acima do recorde anterior de 2019.

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2. Qual foi a participação da exportação na produção de carne?

A exportação de carne bovina representou 25,7% da produção nacional em 2023, totalizando 2,29 milhões de toneladas.

3. Por que houve uma redução nos preços do boi e da carne ao longo do ano?

O mercado interno absorveu o excedente de carne produzida em 2023, levando a uma redução nos preços para equilibrar a oferta e a demanda.

4. Qual foi a produtividade média do rebanho em 2023?

A produtividade média do rebanho nacional em 2023 foi de 262,97 kg/animal, ligeiramente abaixo dos anos anteriores. Os pesquisadores atribuem essa queda a fatores conjunturais como estiagens e altos preços dos grãos.

5. Como a produtividade tem sido influenciada pelos confinamentos?

A expansão dos confinamentos e a profissionalização das estruturas têm contribuído para o aumento da produtividade média, com animais abatidos em torno de 20 arrobas. Os confinamentos produzem lotes mais padronizados e de boa qualidade, impactando positivamente o mercado.

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Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

Pesquisadores do Cepea avaliam números preliminares do IBGE e apontam a concordância com o que preços mostraram ao longo de 2023: a oferta superou a demanda

 

Cepea, 23/02/2024 – A produção de carne bovina foi recorde em 2023. Na avaliação de pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, a divulgação de dados, ainda preliminares, do IBGE sobre os abates em 2023 confirma a percepção de oferta acima da demanda ao longo do ano, fator que determinou o comportamento predominantemente em queda dos preços do boi e da carne no atacado ao longo do ano passado.

Segundo dados preliminares do IBGE, foram produzidas 8,91 milhões de toneladas, 11,2% a mais que em 2022 e 8,6% acima do recorde anterior, obtido em 2019. Pesquisadores do Cepea destacam que, em termos absolutos, o volume de carne aumentou em 900 mil toneladas frente a 2022, ao passo que a exportação foi ampliada em apenas 22,8 mil toneladas, para 2,29 milhões de toneladas – absorveu 25,7% da produção nacional.

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O “excedente” ficou no mercado interno, exigindo redução dos preços para que fosse atingido o ponto de equilíbrio com a demanda. Ao longo de 2023, o Indicador do Boi Gordo CEPEA/B3 recuou 12%, e a carcaça casada de boi no atacado da Grande São Paulo se desvalorizou 9%.  

O volume de carne foi histórico, mas a produtividade média do rebanho nacional (boi, vaca, novilho e novilha), na marca de 262,97 kg/animal, ou de 17,5 arrobas, ficou ligeiramente abaixo da obtida nos últimos dois anos. Na avaliação de pesquisadores do Cepea, os motivos não são “estruturais” – são de conjuntura. Refletem a combinação de estiagem em muitas regiões produtoras com certa desaceleração dos confinamentos diante dos preços altos dos grãos.

Segundo os dados do IBGE, a produtividade de 2023 foi 1,7% menor que a de 2022 e 2,7% inferior ao recorde de 2021. O número de cabeças abatidas no ano em que se obteve a máxima produtividade (2021) foi o menor desde 2004, mas o peso médio (incluindo todos os bovinos abatidos) chegou a 270,2 kg/animal (18 arrobas); no quarto trimestre/21, atingiu 281,60 kg/animal (18,8 arrobas).

Pesquisadores do Cepea lembram que produtividade recorde de 2021 refletiu uma conjuntura bem particular. Naquele ano, a oferta de animais diminuiu em função dos abates de fêmeas em 2018 e 2019 ao mesmo tempo em que a China vinha intensificando suas compras e puxando os preços para cima, motivando pecuaristas a reforçar os investimentos – principalmente em genética e nutrição. Houve também aumento do volume confinado – foi o boom do confinamento!

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Analisando-se apenas os dados do quarto trimestre de 2023 (de outubro a dezembro), foram produzidas 2,407 milhões de toneladas de carne bovina, o melhor trimestre do ano, superando em 1,1% o anterior e em 1,8% o de um ano atrás. Em termos de produtividade, o quarto trimestre teve média 266,04 kg/animal, a oitava maior marca para um trimestre, no compasso consistente dos meses anteriores.

ANIMAIS ABATIDOS – Os dados ainda preliminares do IBGE mostram que foram abatidos no ano passado 33,9 milhões de cabeças (machos e fêmeas), total que se aproxima do recorde de 2013, na marca de 34,4 milhões de animais. No comparativo com 2022, o aumento é de 13,2%. Especificamente no 4º trimestre do ano, os números de abates ultrapassaram ligeiramente as 9 milhões de cabeças, número recorde para um trimestre, superando em 20% o resultado do 4º trimestre de 2022.

Chama atenção a participação das fêmeas. Ao longo de 2023, segundo o IBGE, vacas e novilhas representam mais de 40% do total em vários meses, chegando a 49% em março, período em que sazonalmente ocorre o maior descarte de vacas. Muitos criadores têm optado por descartar fêmeas por estarem desanimados com os preços dos bezerros. Dados do Cepea mostram que esses animais estão em tendência de desvalorização há cerca de três anos. De fevereiro/21 até agora, o Indicador do Bezerro ESALQ/BM&FBovespa caiu quase 30%.

O abate de novilhas especificamente está relacionado à demanda chinesa por animais jovens – independentemente de macho ou fêmea. Segundo o IBGE, de abril a maio de 2023, novilhas chegaram a representar 14% do total de abates.

MELHORA DA PRODUTIVIDADE – Numa perspectiva mais ampla, avalia a equipe Cepea, o peso dos animais vem aumentado em resposta aos investimentos que muitos pecuaristas têm feito em aprimoramento da genética, em pastagens, suplementação e sanidade. A elevação da produtividade média tem sido favorecida também por animais de confinamentos, geralmente abatidos em torno de 20 arrobas.  

De acordo com as pesquisas do Cepea, a expansão dos confinamentos e a profissionalização dessas estruturas têm alterado o perfil da pecuária nacional. São encontrados confinamentos com animais apenas da própria empresa e também aqueles que prestam serviço de engorda ou só de terminação a dezenas/centenas de pecuaristas, os chamados “boitéis”.

Segundo os levantamentos do Cepea, os grandes confinamentos contam com profissionais de primeira linha responsáveis por oferecer alimentação bem balanceada, manejo eficiente e comercialização tanto dos insumos (comprados) quanto da produção final (vendida) com os melhores instrumentos de mercado. Os pesquisadores ressaltam que a própria robustez da demanda por insumos quanto da oferta de bois que os confinamentos detêm elevam a eficiência de suas negociações. 

O Cepea aponta que essas estruturas costumam produzir lotes mais padronizados e com boa qualidade, envolvendo grande número de animais e a um custo de custo de transação e logístico menor para os frigoríficos. O esforço que os compradores tinham para negociar com dezenas de pecuaristas, sobretudo para formar lotes destinados à exportação, diminui bastante quando negociam com alguns grandes confinadores. Ao mesmo tempo, comentam os especialistas em mercado, esses ofertantes adquirem maior poder de negociação que um pecuarista tradicional.

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