Produtores, consultores, técnicos e estudantes de cinco regiões de Mato Grosso participaram, ao longo desta semana, de eventos da Caravana Embrapa. A iniciativa buscou levar informações ao setor produtivo sobre a melhor eficiência no uso de fertilizantes em um cenário de escassez e aumento do preço dos insumos. Em Mato Grosso, a Caravana foi realizada pela Embrapa, Senar-MT e Rede FertBrasil, e passou por Sinop, Canarana, Rondonópolis, Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis.

A programação em todas as localidades contou com uma contextualização sobre a oferta e consumo de fertilizantes no Brasil, seguida de uma introdução feita por parceiros locais apresentando a região onde a Caravana estava. Posteriormente, cinco pesquisadores de diferentes Unidades da Embrapa fizeram apresentações mostrando as iniciativas públicas que podem ser tomadas imediatamente nas propriedades rurais para melhor aproveitamento dos insumos, sem redução da produtividade. Ao final do evento, um debate permitiu aos participantes interagir com os palestrantes e tirar dúvidas.

Um dos coordenadores nacionais da Caravana Embrapa e pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão, Pedro Machado liderou os eventos em Mato Grosso e mostrou a vulnerabilidade do Brasil em relação aos fertilizantes. Segundo ele, o problema não começou com o conflito entre Rússia e Ucrânia que começou este ano. Com a pandemia de covid-19, houve aumento de preços e menor oferta de fertilizantes no mercado internacional. Isso, somado ao aumento de 300% do consumo interno nos últimos 20 anos e à redução de 30% da produção nacional no mesmo período, trouxe o país para a atual condição de dependência de importações.

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Dentre as estratégias para obter maior eficiência no uso de fertilizantes, a primeira é o melhor conhecimento do solo. O pesquisador da Embrapa Solos Ademir Fontana destacou que é preciso conhecer o solo além da camada superficial, para conhecer sua composição, textura, profundidade, capacidade de infiltração e retenção de água. Assim, o manejo da adubação é feito com maior precisão, de acordo com a demanda do solo.

Uma segunda estratégia diz respeito à adoção de boas práticas para o uso eficiente de fertilizantes. O pesquisador da Embrapa Soja, Fábio de Oliveira, mostrou que é preciso conhecer o ambiente de produção, identificar e corrigir os fatores que limitam a produção, utilizar um banco de dados histórico da área, monitorar a fertilidade do solo e o estado nutricional das plantas, além de fazer as recomendações de adubação de acordo com o balanço de nutrientes que saem da cultura. O palestrante também destacou que o uso de tecnologia não é sinônimo de uso de produtos. O produtor e o técnico devem confiar no conhecimento e experiência adquiridos no campo e devem desconfiar de tecnologias milagrosas e não validadas.

Novos fertilizantes e insumos, como organominerais, minerais e biológicos, foram discutidos na apresentação do pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste Alberto Bernardi. Ele mostrou tecnologias já disponíveis que permitem a liberação gradual de insumos, aumentando a eficiência de absorção pelas plantas. No entanto, salientou a importância de conhecer cada tecnologia, verificar se estão devidamente validadas e fazer as contas, para que seja possível tomar uma decisão sobre a melhor estratégia a utilizar, garantindo maior eficiência ao menor custo.

A precisão no uso dos insumos foi o tema abordado pelo chefe-geral e pesquisador da Embrapa Agrossilvipastoril, Laurimar Vendrusculo. Apresentou soluções digitais que permitem melhor monitoramento, análise e intervenção precisa de acordo com o problema a ser resolvido. Entre as ferramentas apresentadas está o uso de bancos de dados, sensores, drones, softwares e aplicativos.

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Por fim, o pesquisador e vice-chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agrossilvipastoril, Flávio Wruck, falou sobre tecnologias de manejo agrícola sustentável que contribuem para a ciclagem de nutrientes e melhoria dos atributos físicos, químicos e biológicos do solo. Resgatando conceitos básicos de Agronomia, Wruck demonstrou com os resultados de pesquisas realizadas em Mato Grosso os benefícios trazidos pelo uso de consórcios de segunda safra.

Produtor rural e presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Normando Corral participou da Caravana da Embrapa em Tangará da Serra. Segundo ele, eventos como este funcionam como uma provocação para que produtores e técnicos busquem mais informações e consigam se apropriar do conhecimento para uso.

“É uma oportunidade de ver que tem muita coisa boa que talvez os produtores ainda não tenham feito. Muitas vezes fazem uma recomendação básica, mas não fazem o acompanhamento e diagnóstico do solo, o que é importante para a melhor adubação para se obter os melhores índices de produtividade”, diz Normando Corral.

Ao final de cada evento, o chefe geral da Embrapa Agrossilvipastoril, Laurimar Vendrusculo, pediu ao público que continuasse com os conhecimentos adquiridos e experimentasse as ferramentas e estratégias apresentadas.

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caravana da Embrapa

A Caravana Embrapa é uma iniciativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e acontece desde maio, com planos de percorrer as principais regiões produtoras do Brasil, trazendo informações para o melhor uso de fertilizantes.

Até agora, a Caravana já percorreu Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.

Em Mato Grosso, a Caravana Embrapa foi co-organizada pelo Senar-MT e contou com o apoio local da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), do Laboratório de Solos e Plantas, da Federação dos Agrônomos de Mato Grosso e do Universidades Federais de Mato Grosso e Rondonópolis.

A Caravana Embrapa é patrocinada pela Rede ILPF, Bayer Climate Field View, Bioma, Fertisystem, Arko, Polli Fertilizantes e apoiada pelo Banco do Brasil, Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Sistema OCB e Sinprifert.

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