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Reflexões sobre fatos e números da cana-de-açúcar em maio e o que vem a seguir em junho

No primeiro mês da safra 2023/24 da região Centro-Sul, a produção de cana-de-açúcar foi bastante produtiva, com um aumento de 18,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Foram moídas 34,8 milhões de toneladas de cana, segundo dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica). No entanto, é importante destacar que as chuvas intensas na segunda quinzena do mês prejudicaram a colheita em algumas regiões, levando a um atraso nas operações.

Além disso, há uma preocupação com a possibilidade de ocorrência de um El Niño no segundo semestre, o que pode afetar ainda mais a safra e a qualidade da cana-de-açúcar. Em abril, as usinas de energia da região Centro-Sul perderam até 10 dias de colheita devido às chuvas. No final de abril, a região contava com 209 usinas em operação, sendo a maioria destinada ao processamento de cana-de-açúcar.

Em relação ao teor de ATR (Açúcar Total Recuperável) na cana-de-açúcar, houve uma melhora na segunda quinzena de abril, com um aumento de 2,34% em relação ao período anterior. A média mensal do ATR em abril foi de 110,88 kg por tonelada de cana, uma alta de 2,5% em comparação ao mesmo mês de 2022.

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No mercado de CBios, foram emitidos cerca de 10,93 milhões de créditos de descarbonização até 9 de maio. No âmbito do programa RenovaBio, os obrigados no programa adquiriram 44,30 milhões de créditos de descarbonização até essa data.

Em relação à produção de açúcar, houve um aumento significativo na produção de adoçante em abril, com um crescimento de 43,65% em relação ao mesmo período do ano passado. No entanto, as exportações de açúcar tiveram uma queda em abril, tanto em volume quanto em valor. No acumulado de 2023, porém, os volumes exportados são superiores aos do ano anterior.

Os preços do açúcar estão em alta devido às preocupações com a quebra de safra na Ásia e a possibilidade de um El Niño no Brasil. Esses fatores têm impulsionado os preços tanto no mercado interno quanto no internacional.

No setor de etanol, abril registrou um aumento na produção em relação ao mesmo mês do ano passado. O hidratado teve uma queda de 10,42%, enquanto o anidro mais que dobrou, com um crescimento de 161,2%. O milho foi utilizado como matéria-prima para 24,6% do total produzido.

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No entanto, as vendas de etanol tiveram uma queda de 6,0% em abril, sendo a maior parte destinada ao mercado interno. O consumo de hidratado nos postos também teve uma queda, enquanto o anidro teve um aumento nas vendas. No mercado externo, houve um aumento significativo nas vendas de hidratado e anidro.

Os preços do etanol tiveram uma queda devido ao início da safra, que aumentou a oferta do biocombustível. É importante observar o clima na região Centro-Sul em junho, a nova política de preços da Petrobras, os resultados de produtividade e qualidade da matéria-prima, as vendas de etanol e o impacto dos altos preços do açúcar no mix de produção das usinas.

Em conclusão, é importante estar atento aos seguintes fatos em junho na cadeia da cana-de-açúcar: o clima na região Centro-Sul, a nova política de preços da Petrobras, os resultados de produtividade e qualidade da matéria-prima, as vendas de etanol e o impacto dos preços do açúcar no mix de produção das usinas. O valor do ATR também é um ponto importante a se observar, pois influencia os preços do açúcar. Acompanhar esses fatores ajudará a entender o que pode acontecer com o setor nos próximos meses.

Perguntas e respostas frequentes:

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1. Como foi o desempenho da produção de cana-de-açúcar no primeiro mês da safra 2023/24?
– A produção de cana-de-açúcar foi bastante produtiva, com um aumento de 18,8% em relação ao mesmo período do ano passado.

2. Qual é a preocupação em relação ao clima e suas consequências na safra de cana-de-açúcar?
– As chuvas intensas na segunda quinzena de abril prejudicaram a colheita em algumas regiões, levando a um atraso nas operações. Além disso, a possibilidade de um El Niño no segundo semestre pode afetar ainda mais a safra e a qualidade da cana-de-açúcar.

3. Qual é a expectativa para os preços do açúcar?
– Os preços do açúcar estão em alta devido às preocupações com a quebra de safra na Ásia e a possibilidade de um El Niño no Brasil.

4. Como está o mercado de etanol?
– A produção de etanol teve um aumento em abril, mas as vendas tiveram uma queda, tanto no mercado interno quanto no externo. Os preços do etanol tiveram uma queda devido ao início da safra, que aumentou a oferta do biocombustível.

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5. Quais são os principais fatores a se observar em junho na cadeia da cana-de-açúcar?
– É importante observar o clima na região Centro-Sul, a nova política de preços da Petrobras, os resultados de produtividade e qualidade da matéria-prima, as vendas de etanol e o impacto dos preços do açúcar no mix de produção das usinas.
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Reflexões sobre fatos e números da cana-de-açúcar em maio e o que vem a seguir em junho

Prof. doutor Marcos Fava Neves, Vinicius Cambaúva e Vitor Nardini Marques

na bengala, o primeiro mês da safra 2023/24 da região Centro-Sul terminou com um ano bastante produtivo. Foram 34,8 milhões de toneladas de cana moída (+18,8%) contra 29,3 milhões de toneladas no mesmo período do ano passado, segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica). Mesmo assim, vale destacar que a segunda quinzena do mês registrou grande volume de chuvas, o que inviabilizou a colheita em algumas regiões.

Segundo a Unica, o usinas de energia da região Centro-Sul perdeu até 10 dias de colheita em abril devido às chuvas. Somado a isso, a chance de um El Niño no 2º semestre é um grande ponto de atenção que pode levar mais uma vez ao alongamento da safra, além de prejudicar a qualidade da cana-de-açúcar. No final de abril, estavam em operação na região 209 usinas (eram 184 no mesmo período do ano passado), sendo 197 unidades para processamento de cana-de-açúcar, 7 exclusivamente para a fabricação de etanol de milho e outras 5 usinas “flex” (que produzem etanol com cana-de-açúcar e milho).

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em relação a Teor de ATR (Açúcar Total Recuperável) na cana-de-açúcar, a segunda quinzena de abril registrou melhora no indicador com 112,79 kg por tonelada (+2,34%). Abril fechou com 110,88 kg de ATR por tonelada de cana, alta de 2,5% em relação ao mesmo mês de 2022.

não mercado CBios, dados da Bolsa de Valores do Brasil (B3) indicam que até 9 de maio foram emitidos 10,93 milhões de CBios. No âmbito do programa RenovaBio, 44,30 milhões de créditos de descarbonização foram adquiridos pelos obrigados no programa até a data em questão. Vale lembrar que esse valor representa o estoque de passagem em 2021, mais os créditos adquiridos em 2022 e 2023, considerando o adiamento do período vigente no programa.

Não açúcar, a produção de adoçante em abril somou 1,53 milhão de toneladas, alta de 43,65% em relação ao mesmo período de 2022/23, quando foram produzidas 1,07 milhão de toneladas, segundo a Unica.

já o exportação de açúcar fechou abril com queda, quando comparado ao mesmo mês de 2022. Foram US$ 458,3 milhões (-9,7%) e 969 mil toneladas (-26,2%). A queda no faturamento está diretamente relacionada à queda nos volumes expedidos; foram 344 mil t a menos do adoçante. Porém, no acumulado de 2023 (janeiro a abril), os volumes são superiores aos de 2022 e somam 5,96 milhões de t (+2,4%), enquanto as receitas somam US$ 2,70 bilhões (+19,8%). Os dados foram compilados pelo Mapa.

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E com as preocupações relacionadas à quebra de safra na Ásia, bem como a maior chance de um El Niño no Brasil, os preços do açúcar seguem subindo:

  • Ao final da nossa coluna, o bruto em Nova York para julho/23 foi cotado a 26,29 centavos de dólar por libra-peso; enquanto a de 23/10 foi de 25,95 cts/lb.
  • Em Londres, o crescimento também veio: os contratos julho/23 fecharam a US$ 717 em; enquanto para outubro/23 estava em US$ 707/t.
  • No Brasil, o açúcar cristal branco em São Paulo (Cepea/Esalq) estava cotado a R$ 134,59/sc (60kg) há 30 dias e R$ 149,09/sc na data de fechamento da nossa coluna (16/05), um aumento de 10,8%.

Não etanol, Abril registrou produção de 1,76 bilhão de litros do biocombustível, alta de 17,45% em relação a abril passado. Destes, 1,12 bilhão de litros ou 63,6% correspondem ao hidratado (-10,42%), enquanto o anidro mais que dobrou, com 634,40 milhões de litros produzidos (+161,2%). Ainda segundo a Unica, 24,6% do total fabricado (ou 432,3 milhões de litros) teve como matéria-prima o milho, alta de 53,8% em relação ao mesmo período do ciclo anterior.

Agora em relação a vendasForam vendidos 2,08 bilhões de litros de etanol em abril, queda de 6,0%, sendo 93,75% vendidos no mercado interno e 6,25% destinados à exportação.

Em relação a vendas domésticas, 1,12 bilhão de litros de hidratado foram vendidos pelas usinas com as distribuidoras em abril, queda de 18,5%; e anidro, foram 833,8 milhões de litros, alta de 13,8%. No mercado externo, foram comercializados 90,76 milhões de litros de hidratado (+143,52%) e 36,48 milhões de litros de anidro (+47,7%). Os dados também foram compilados pela Unica.

Por fim, quanto ao preços, o Indicador Semanal de Combustíveis Hidratados de São Paulo (Cepea/Esalq) marcava R$ 2,6373/litro no dia 12 de maio. Há um mês, os preços estavam em R$ 2,8953/l, ou seja, cerca de 26 centavos de real mais barato ou 8,9% a menos. Vale lembrar que na semana de 20 de abril os preços chegaram a R$ 3,0917/l. O início da safra no Centro-Sul, que aumentou a oferta do biocombustível, é o principal fator que explica a tendência de queda.

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Em conclusão, os cinco principais fatos a seguir em junho na cadeia da cana-de-açúcar:

  1. Observe o clima na região Centro-Sul neste próximo mês, principalmente as chuvas, buscando entender os impactos nas operações de colheita e no andamento da moagem.
  2. Nova política de preços da Petrobras, como ela deve afetar o setor.
  3. Resultados de produtividade e qualidade da matéria-prima no início da safra. Com a colheita de novas safras, esses indicadores serão fundamentais para entender o que pode acontecer com os preços do ATR, bem como com os resultados agrícolas e industriais.
  4. Venda de etanol pelas usinas, bem como consumo de hidratado nos postos. Com o início da safra e maior oferta de biocombustível, que tem suavizado os preços, é importante acompanhar como será a decisão de compra do consumidor, principalmente considerando a política de preços do novo governo, que já prevê redução no preço da gasolina.
  5. Por fim, com relação ao açúcar, observaremos como os altos preços no mercado internacional têm impactado na decisão do mix de produção das usinas no Brasil, além de ficar de olho nos importantes players globais: Índia, Tailândia, China e outros.

Valor do ATR: no 1º mês da safra 2023/24, o valor mensal do ATR (Açúcar Total Recuperável) fechou em R$ 1,2129/kg, alta de 0,9% em relação à média mensal de março, último mês da safra anterior. Vale lembrar que nos 3 meses anteriores (janeiro, fevereiro e março), o ATR mensal foi de R$ 1,1562/kg, R$ 1,1792/kg e R$ 1,2019/kg, respectivamente. Lembrando também que a média de 2022/23 (acumulado) foi de R$ 1,1707/kg. Nossa expectativa, até o momento, é que fechem entre R$ 1,17/kg e R$ 1,20/kg no ciclo atual. Vamos seguir!

Marcos Fava Neves É Professor Titular (meio período) das Escolas de Negócios da USP de Ribeirão Preto e da EAESP/FGV de São Paulo, especialista em planejamento estratégico para o agronegócio. Acompanhe outras matérias na página DoutorAgro.com e no canal do Youtube.

Vinícius Cambaúva É associado do Grupo Markestrat, mestrando em Administração Organizacional pela FEA-RP/USP e especialista em comunicação estratégica no agronegócio.

Victor Nardini Marques É associado do Grupo Markestrat, mestrando em Administração Organizacional pela FEA-RP/USP e especialista em inteligência de mercado para o agronegócio.

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**Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo**

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