Da redação//AGROemDIA
Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro que estavam acampados no Comando Militar do Sul, em Porto Alegre, estão a caminho de Brasília. Em vídeo gravado em um ônibus, eles agradecem o apoio do agro para viabilizar a viagem. Dizem também que 40 ônibus com bolsonaristas estão saindo do Rio Grande do Sul com destino à capital da República para participar de atos de contestação à posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
“Vou agradecer ao pessoal do agro aqui que está oportunizando isso aí pra nós”, diz um homem de boné e jaqueta preta identificado como Jéferson, referindo-se ao custeio da viagem. “Obrigado, agro”, respondem em coro os demais passageiros do ônibus, que saiu de Porto Alegre nessa quarta-feira (28).
“Rumo a Brasília”, acrescenta um jovem de camiseta branca. “Liberdade”, grita uma mulher de óculos, com uma jaqueta camuflada do Exército, demonstrado o ânimo do grupo “Estes são os patriotas que que estão há 58 dias no Comando Militar do Sul”, informa o homem que fez a gravação do vídeo.
Assim como o grupo de gaúchos, bolsonaristas de outros estados organizaram viagens a Brasília para se unir aos manifestantes que estão acampados nas imediações do QG do Exército. Contrários à posse de Lula, eles questionam o resultado das eleições e defendem uma intervenção militar – na prática, um golpe de Estado.
Inquérito policial
As ações de bolsonaristas em várias partes do país resultaram na abertura de inquérito policial, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e membro do Supremo Tribunal Federal (SFT).
Na manhã desta quinta-feira (29), a Polícia Federal e a Polícia Civil do Distrito Federal deflagram uma operação contra suspeitos de participarem da tentativa de invasão à sede da PF em Brasília, incêndios de ônibus e carros e depredação do patrimônio público no último dia 12.
Segundo a polícia, 40 pessoas foram identificas. Dessas, 11 são alvos de mandados de prisão. Até o momento, quatro já foram presas. Os nomes de três foram divulgados: Klio Damião Hirano, Atilla Mello e Joel Pires Santana.
Eles são investigados pelos crimes de dano qualificado, incêndio majorado, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. Os suspeitos podem ser condenados a penas máximas que, somadas, alcançam 34 anos de prisão.
Além do DF, a operação contra os atos antidemocráticos é realizada no Pará, Tocantins, Ceará, Rio de Janeiro, São Paulo, Rondônia e Mato Grosso.