Mapa atualiza normas para inscrição no Cadastro Nacional da Agricultura Familiar

A Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SAF/ Mapa) publicou portaria estabelecendo as condições e os procedimentos gerais para inscrição no Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF). A portaria nº 293 foi publicada no Diário Oficial da União dessa terça-feira (20), data em entrou em vigor.

Em nota, o Mapa informa que, após uma série de encontros técnicos realizados com o objetivo de capacitar as equipes de cadastradores vinculados as entidades da Rede de Entidades Credenciadas para realizar a inscrição no CAF (Rede CAF), verificou a necessidade de alterar os regramentos estabelecidos na Portaria SAF/MAPA nº 242, de 8 de novembro de 2021.

O objetivo da atualização, segundo o Mapa, foi o de aprimorar as normas e conceitos por meio de novos dispositivos que visam ampliar o público beneficiário da Política Nacional da Agricultura Familiar (Pronaf).

“A principal mudança é a possibilidade de que empreendedores familiares rurais, microempreendedores individuais, microempresários e pequenas empresas também possam se inscrever no CAF, desde que atendam aos requisitos estabelecidos”, pontua a Mapa.

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Reforma agrária e crédito fundiário

Ainda de acordo com o ministério, a inscrição continua proibida para pessoas físicas que sejam proprietárias ou acionistas majoritárias de empresas, bem como para diretor, sócio-gerente e administrador de sociedade empresarial.

O ato normativo também traz mudanças no que diz respeito à inscrição dos beneficiários do Programa Nacional de Reforma Agrária (PNRA) e do Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF). A nova redação amplia o ingresso desse público específico para obtenção de inscrição no CAF.

Desde 1º de novembro, conforme Portaria nº 174, de 28 de junho de 2022, o CAF é a única ferramenta do agricultor familiar para o acesso às ações, programas e políticas públicas voltadas para a geração de renda e o fortalecimento da agricultura familiar.

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O instrumento é utilizado para identificar e qualificar as Unidades Familiares de Produção Agrária (UFPA) da agricultura familiar, os Empreendimentos Familiares Rurais e as formas associativas de organização da agricultura familiar.

Outras informações sobre o CAF podem ser solicitadas à Coordenação de Gestão do Cadastro Nacional da Agricultura Familiar do Mapa pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (61) 3276-4533.

 

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Saiba como aumentar produtividade da cana-de-açúcar

O incremento de produtividade, segundo dados da pesquisa da Embrapa, chega a 20% com o primeiro inoculante solubilizador de fósforo desenvolvido no país com recomendações agronômicas validadas para a cultura da cana-de-açúcar, identificado como Omsugo ECO e comercializado pela multinacional Corteva Agriscience. 

O novo bioinsumo promove a redução da aplicação de adubos fosfatados, resultando em ganhos econômicos e mais sustentabilidade ambiental. As duas cepas de bactérias que deram origem ao inoculante – Bacillus subtilis (CNPMS B2084) e Bacillus megaterium (CNPMS B119) – foram selecionadas a partir dos acessos da Coleção de Microrganismos Multifuncionais e Fitopatógenos (CMMF) da Embrapa Milho e Sorgo (MG).

Esse acervo tem enorme potencial em oferecer soluções para o aumento de produtividade de diversas culturas agrícolas, com foco em sustentabilidade e descarbonização da agricultura”

Enfatizou Myriam Maia Nobre, chefe-adjunta de Transferência de Tecnologia da Embrapa Milho e Sorgo, ao informar que a coleção possui 11 mil registros.

De acordo com a pesquisadora Christiane Paiva, líder da equipe desenvolvedora do estudo, as cepas dessas bactérias, a partir de mecanismos distintos, promovem maior crescimento das raízes e solubilização do fósforo adsorvido no solo.

“Realizamos pesquisas com foco na cultura da cana, definindo as doses e quais seriam as recomendações de uso do inoculante Omsugo ECO para buscarmos o melhor custo-benefício para o produtor rural.

Tivemos relatos de ganhos médios de cerca de 12 toneladas por hectare nas áreas onde os produtores realizaram testes com o produto, se comparadas com áreas sem aplicação”, reforça.

Experimentos conduzidos no ano agrícola 2020/2021 pela Embrapa e pela Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo (Coplacana) em três áreas produtoras brasileiras comprovam a eficiência do Omsugo ECO nessa cultura, fornecedora de matéria-prima para um setor de alta importância estratégica e econômica para o País. 

O Brasil é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, com 572,8 milhões de toneladas produzidas para a atual safra 2022/2023, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Os cientistas avaliaram os três mais importantes índices relacionados ao desempenho de uma lavoura de cana-de-açúcar: toneladas de cana por hectare (TCH) que mede a produtividade; açúcar total recuperável (ATR), indicador que representa a capacidade da cana de ser transformada em açúcar ou álcool; e toneladas de açúcar por hectare (TAH).

A maior média de produtividade observada coincidiu com a parcela que recebeu a maior dose do inoculante líquido do Omsugo ECO. 

“A produtividade em TCH foi 20% superior ao tratamento que não recebeu aplicação do inoculante ou adubo fosfatado”, relata o pesquisador Geraldo de Almeida Cançado, da Embrapa Agricultura Digital, que conduziu os estudos na cultura da cana.

Nas condições experimentais, o uso combinado de doses superiores a 500 ml por hectare do inoculante e aplicando somente 50% da quantidade de adubação fosfatada recomendada foi capaz de promover aumento significativo para os parâmetros de TCH e TAH.

“Esses índices são associados, respectivamente, à produtividade e à qualidade da matéria-prima na cultura da cana-de-açúcar, indicando a eficácia do inoculante para essa cultura,” relataram os pesquisadores.

Os dados foram publicados no Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa intitulado Utilização de Inoculante Líquido Solubilizador de Fosfato Formulado à Base dos Isolados de Bacillus megaterium e Bacillus subitilis no Plantio da Cana-de-Açúcar, que reúne autores da Embrapa Agricultura Digital e da Embrapa Milho e Sorgo.

As bactérias selecionadas pela Embrapa, por formarem esporos de alta resistência a estresses ambientais, permitem melhor colonização das raízes da cana e aplicação o ano todo. Além disso, é compatível com as práticas operacionais e de manejo da cultura.

Os mecanismos de ação das bactérias passam pela liberação de fitormônios e pela produção de enzimas fosfatase e fitases que auxiliam na ciclagem do fósforo orgânico do solo e na produção de ácidos orgânicos para a liberação do fósforo fixado na forma inorgânica, que são essenciais para a ação na raiz e o aumento da absorção do fósforo pela cultura da cana. 

Os testes realizados no primeiro ano de validação da tecnologia comprovam a eficácia e a compatibilidade com as demais práticas agropecuárias preconizadas no Portfólio Corteva, segundo a empresa.

“Estamos trazendo para o mercado o primeiro solubilizador de fósforo com recomendações agronômicas comprovadas para a cultura.

A tecnologia foi pesquisada ao longo de 18 anos pela equipe da Embrapa e agora se junta às ações de desenvolvimento em larga escala da Corteva voltadas à cultura da cana.

A demanda por produtos biológicos no mercado é crescente e deve continuar assim nos próximos anos”, informa o líder de Marketing de Cana da Corteva Agriscience, Rodrigo Takegawa.

O novo produto vem ao encontro da demanda e da expectativa dos produtores de cana-de-açúcar na busca por soluções inovadoras sustentáveis. O foco dessa solução é fazer uso do fósforo retido no solo e, ao mesmo tempo, melhorar significativamente no aproveitamento da adubação fosfatada, contribuindo para um salto em produtividade e longevidade do canavial”

De acordo com executivo da Corteva, o Omsugo ECO visa não apenas aproveitar melhor os fertilizantes de adubação fosfatada, mas também fazer uso das reservas do solo.

“Essa solução apresenta compatibilidade biológica, física e química com os principais produtos utilizados no cultivo, inclusive em conjunto com a vinhaça, participando assim das atuais práticas agrícolas presentes na lavoura,” reforça.

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Guilherme de Medeiros / Simbiose

“De forma inédita no setor canavieiro, a BP Bunge implementou ao longo da safra 2022/2023 o teste do Omsugo ECO em cerca de 10% da nossa área de plantio. Com base nos testes em andamento, há previsão de poder reduzir até 15% da adubação fosfatada.

Os resultados parciais nas nossas áreas experimentais indicam ser bastante promissores e apontam para um aumento da eficiência do fertilizante fosfatado aplicado e um aumento de produtividade”, comenta Mário Dias, gerente corporativo de Desenvolvimento Agronômico da BP Bunge Bioenergia.

A BP Bunge Bioenergia está entre as maiores empresas do setor sucroenergético do País e é a maior exportadora de açúcar do mundo. Presente nos estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Tocantins, a empresa tem 11 unidades agroindustriais que somam uma capacidade de moagem de 32,4 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por safra.

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Com recuo de 2% no 3º trimestre, PIB do agro cai 4,28% no acumulado do ano

Foto: Jaelson Lucas/AEN/Gov. PR

O PIB do agronegócio brasileiro, calculado pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), alcançou recordes sucessivos em 2020 e em 2021, com esse biênio se caracterizando como um dos melhores da história recente do agronegócio nacional. Já em 2022, o PIB do setor teve recuos sucessivos ao longo dos três primeiros trimestres do ano, acumulando queda de 4,28% de janeiro a setembro de 2022.

Segundo pesquisadores do Cepea, a principal causa para esse cenário é a forte alta dos custos com insumos no setor, tanto na agropecuária quanto nas agroindústrias, que tem corroído o PIB ao longo das cadeias. De janeiro a setembro, o PIB do ramo agrícola caiu 5,69%, e o pecuário, 0,24%.

Considerando-se os desempenhos parciais da economia brasileira e do agronegócio, o Cepea estima que a participação do setor no total fique por volta de 25% em 2022, pouco abaixo dos 27% registrados em 2021 – isso porque a queda deste ano se verifica frente ao patamar recorde de PIB alcançado em 2021.

O resultado negativo do PIB do ramo agrícola decorreu especialmente da forte alta dos custos com insumos para a produção agrícola (dentro da porteira), como fertilizantes, defensivos, combustíveis, sementes e outros.

Ainda de acordo com o Cepea, o PIB agrícola também segue pressionado pela redução da produção em culturas importantes, especialmente soja e cana-de-açúcar. Além dessas duas atividades, que detêm peso expressivo no PIB, estima-se menor produção no ano para o arroz, a batata, o fumo, a mandioca, o tomate, a uva e a madeira em tora.

No ramo pecuário, houve reduções do PIB para todos os segmentos, exceto o primário, no acumulado de janeiro a setembro. Segundo pesquisadores do Cepea, no segmento primário pecuário, a alta decorreu de algum aumento do valor bruto da produção (produção maior e preços levemente superiores aos de 2021), somado à redução dos custos com insumos; nesse último caso, em relação ao patamar expressivamente elevado alcançado em 2021.

*Da redação, com Cepea

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Frigoríficos estão isentos da cobrança do Funrural, decide STF

Foto: Divulgação/STF

O Funrural não é devido pelos frigoríficos adquirentes da produção, consumidora ou consignatária ou a cooperativa. Foi o que decidiu o Supremo Tribunal Federal (STF), por 6 votos a favor e 5 contra, ao aceitar parcialmente a Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) nº 4395, ajuizada pela Abrafrigo (Associação Brasileira de Frigoríficos). Com isso, esses estabelecimentos estão isentos do pagamento do tributo retroativo ao período em que a sub-rogação foi declarada inconstitucional.  

Para a Abrafrigo, o resultado do julgamento, que durou mais de 12 anos e terminou nessa sexta-feira (16), confirmou “o respeito aos precedentes qualificados do STF, contribuindo com a segurança jurídica que se espera da Corte Suprema”. Os efeitos da decisão, esclarece a associação, se estendem não só às partes do processo, mas a todo contribuinte do país que esteve e ainda está sendo chamado a recolher o Funrural.

“A decisão representa a consagração da luta desta entidade em prol de seus associados, coroando um trabalho de mais de uma década, iniciado na gestão do saudoso presidente Péricles Salazar”, destacou o presidente executivo da Abrafrigo, Paulo Mustefaga.

O dirigente da entidade também expressou “gratidão às entidades de produtores rurais e de agroindústrias que trabalharam ombro a ombro com a Abrafrigo para o êxito de tão importante conquista, que beneficia a todos segmentos da agropecuária brasileira”.

O advogado da Abrafrigo, Fabriccio Petreli Tarosso, acrescentou: “O STF restaurou a justiça ao agronegócio de todo o país e mostra ao setor agropecuário, representado pelas indústrias frigoríficas, a segurança jurídica que todos aguardávamos do Tribunal”.

A Abrafrigo ressaltou ainda que “a decisão final do julgamento do STF contribui para a viabilidade financeira de inúmeros frigoríficos de todo o país, especialmente os de pequeno e médio portes, favorecendo a geração de empregos e renda no setor”.

 

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Embrapa desenvolve produtos com frutos da palmeira juçara, o açaí da Mata Atlântica

Fotomontagem: AGROemDIA – Fotos: Virginia da Matta/Embrapa/Divulgação

Fruto nativo da Mata Atlântica, a juçara (Euterpe edulis) é saudável e ótimo ingrediente para diferentes produtos alimentícios. Foi o que demonstrou uma pesquisa realizada pela Embrapa Agroindústria de Alimentos (RJ) que transformou a fruta em bebida tipo smoothie, corante e outros tipos de apresentação de polpa. A pesquisa procura agregar valor à matéria-prima e ajudar a proteger a espécie que chegou a ser incluída em lista de risco de extinção devido à extração ilegal de seu palmito.

Similar ao seu parente amazônico, o açaí (Euterpe oleracea), o fruto da Mata Atlântica apresentou propriedades antioxidantes valiosas. A pesquisadora da Embrapa Flávia Gomes informa que os frutos da juçara são fonte de compostos bioativos, em especial, ácidos fenólicos e antocianinas.

Evidências científicas têm apontado que essas substâncias têm ação antioxidante que protege as células contra radicais livres. Por isso, seu consumo poderá promover a redução do risco de diversas doenças degenerativas como câncer, aterosclerose, entre outras:

“Vale destacar que a possível eficácia dos compostos bioativos no organismo humano é determinada pela biodisponibilidade dessas moléculas, que é definida como a quantidade de composto absorvido e metabolizado após a digestão. A biodisponibilidade tem como fator limitante a bioacessibilidade, a qual está relacionada à quantidade desses compostos que é liberada do alimento durante a digestão, ou seja, é uma fração de um composto potencialmente disponível para absorção”, detalha a cientista.

Em testes realizados, os produtos avaliados apresentaram bioacessibilidade dos compostos fenólicos entre 5% e 25%, ou seja, nessa faixa, a quantidade de compostos fenólicos ingerida estaria disponível para absorção após a digestão.

Os pesquisadores esperam que a agregação de valor aos frutos vá contribuir para a preservação da espécie. A exploração racional da fruta contribui para manter a floresta protegida e o fornecimento de um produto de alto valor agregado com importantes características nutricionais, funcionais e até de desenvolvimento econômico.

Polpa em pó

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A polpa da juçara em pó apresenta como diferencial não conter agentes encapsulantes na formulação, o que permite a disponibilização de um produto com intensidade de cor e elevada capacidade antioxidante  -Foto: Kadijah Suleman/Embrapa/Divulgação

Secagem da polpa para aumentar vida útil

Segundo a pesquisadora Renata Tonon, devido à alta perecibilidade, a juçara apresenta vida útil muito curta. Assim, a secagem da polpa da fruta é uma forma de conservação do produto. “As polpas de frutas em pó apresentam baixa atividade de água o que dificulta, ou até impede, a multiplicação de microrganismos responsáveis por sua deterioração, aumentando consideravelmente a sua vida útil”, explica.

A produção da polpa da juçara em pó também propicia maior facilidade no transporte, armazenamento e manuseio, o que favorece a comercialização, especialmente a exportação:

“Além da possibilidade de reconstituição para consumo direto, a polpa em pó também pode ser utilizada como ingrediente em diversos produtos alimentícios. Por ser altamente concentrada em antocianinas, pigmento responsável por sua coloração roxa, pode, ainda, ser aplicada como corante natural, em substituição aos sintéticos”, destaca Tonon.

A polpa em pó de juçara demonstro, ainda possuir propriedades prebióticas (mais informações abaixo). A equipe da Embrapa investigou o potencial da polpa em influenciar o crescimento de grupos bacterianos específicos, em um sistema de fermentação controlado, simulando as condições do intestino grosso humano. A polpa em pó aumentou a contagem de Bifidobacterium (microrganismo benéfico) e reduziu a população de Escherichia coli (bactéria patogênica).

Aplicação em sorvete, iogurte e bebidas de frutas

Nos produtos lácteos, foram testadas pequenas quantidades de corante de polpa da juçara, que variaram de 0,05% a 0,2%. Os resultados mostraram poder corante elevado da polpa desidratada, sendo que pequenas quantidades foram suficientes para reforçar a cor vermelha/rosada característica de sorvete e de iogurte de frutas vermelhas (mistura de morango e amora).

“A pequena quantidade de polpa desidratada utilizada como corante nos produtos desenvolvidos não modificou as características nutritivas. Porém, foi capaz de conferir uma coloração atrativa e estável ao longo da vida útil dos produtos, de um mês no caso do iogurte e três meses para o sorvete”, informa a pesquisadora Ana Carolina Chaves.

Adicionalmente, a polpa de juçara in natura foi estudada para o desenvolvimento de bebidas à base de frutas, buscando encontrar formulações otimizadas com base em valor nutritivo e aceitação sensorial.

Aceitação dos produtos

Testes sensoriais foram realizados visando avaliar o efeito da aplicação da polpa de juçara em pó, em diferentes concentrações, nas formulações de suco misto de maçã, iogurte e sorvete, além de avaliar o desempenho de diferentes proporções das frutas morango, banana e juçara na formulação de um smoothie.

Nessa avaliação com consumidores potenciais de cada produto, verificou-se a aceitação de aparência, sabor e consistência, permitindo a identificação da formulação com melhor potencial de mercado. A pesquisadora Daniela Freitas de Sá relata que os resultados também demonstraram que a polpa em pó de juçara proporcionou a cor desejada e aumentou a expectativa de aceitação dos produtos, impactando positivamente a intenção de compra pelos consumidores.

Já no desenvolvimento de uma bebida probiótica, avaliadores selecionados compararam bebidas produzidas com diferentes microrganismos probióticos e uma bebida referência (sem probiótico) após 90 dias de armazenamento, usando um método discriminativo.

“Os resultados das análises sensoriais indicaram que os microrganismos avaliados não provocaram mudanças na aparência e consistência das bebidas e que apenas um dos microrganismos estudados promoveu uma alteração no sabor em relação à bebida sem probiótico”, relata a pesquisadora.

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Foto: Virginia da Matta/Embrapa/Divulgação

Inspiração no açaí

A aproximação da pesquisa da Embrapa com a juçara começou em 2008, por meio do proprietário da empresa Juçaí na época, George Braile. “Logo depois, a Embrapa abriu edital de propostas e eu submeti um projeto com o objetivo de estudar a aplicação dos processos de separação com membranas na polpa de juçara, aproveitando todo o conhecimento que já tínhamos sobre o açaí”, relembra a pesquisadora Lourdes Cabral.

O projeto foi aprovado e, na equipe, foi incluída uma aluna de mestrado que avaliou a nanofiltração como ferramenta para concentrar as antocianinas presentes na polpa. “A grande motivação foi, de fato, validar a experiência que o grupo de pesquisa tinha com o açaí amazônico e valorizar um produto da Mata Atlântica, tão pertinho de nós”, destaca Lourdes Cabral.

Em um segundo projeto da Embrapa, foi desenvolvido um smoothie de juçara, banana e morango, 100% fruta, sem adição de água ou açúcar, com capacidade antioxidante elevada. “O efeito da ingestão desse smoothie por ratos foi avaliado, por meio de parceria com o professor do Instituto de Nutrição da Universidade do Estado do Rio de janeiro (UERJ), Júlio Beltrame Daleprane. O trabalho verificou que o consumo da bebida contribuiu para a redução da esteatose hepática [acúmulo de gordura no fígado] em camundongos obesos”, conta a pesquisadora Virgínia da Matta.

Em um segundo momento do projeto, foi desenvolvida uma bebida não fermentada, também à base de juçara, banana e morango, porém com probióticos, que mantiveram um elevado tempo de prateleira, até 90 dias, em armazenamento refrigerado. “No projeto mais recente, foi desenvolvida uma terceira bebida, dessa vez à base de maçã, contendo a juçara em pó como fonte de compostos antioxidantes”, acrescenta a pesquisadora.

Tanto a UERJ quanto a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) participaram de diferentes etapas dos trabalhos de pesquisas, por meio de alunos de graduação e pós-graduação.

O que é efeito prebiótico?

A pesquisadora Ana Carolina Chaves explica que alimentos ou produtos alimentícios podem ser considerados prebióticos, ou seja, eles têm componentes variados que podem, por exemplo, ser fibras não digeríveis que agem seletivamente na multiplicação de bactérias probióticas que atuam no cólon do intestino como as Bifidobactérias e os Lactobacilos.

Em 2017, houve uma atualização na definição de prebióticos publicada na Nature Reviews, elaborada pela Associação Científica Internacional de Probióticos e Prebióticos (ISAPP). Prebiótico passou a ser definido como um substrato que é seletivamente utilizado por microrganismos do hospedeiro conferindo benefícios à saúde. Foram incluídas novas substâncias, como por exemplo, os compostos fenólicos, fitoquímicos ou ácido linoleico conjugado, que também podem ter efeito prebiótico.

“Com essa atualização, expandiram-se os efeitos prebióticos, que eram apenas na microbiota intestinal, para outras regiões do organismo colonizadas por microrganismos como, por exemplo, o trato vaginal e a pele. Dessa forma, os prebióticos podem ser administrados diretamente nessas regiões, além da via oral [mai comum]”, finaliza Ana Carolina.

Da Embrapa Agroindústria de Alimentos

 

 

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Com investimento em tecnologias, abate bovino cresce em 2022

 

 

Wenderson Araujo/CNA

Os investimentos realizados pelo setor pecuário nacional em tecnologias ao longo dos últimos anos, sobretudo em nutrição, genética, pastagem e sanidade, vêm sendo evidenciados atualmente por dados oficiais, que mostram crescimento no número de abate de animais e ganho de produtividade

No acumulado de janeiro a setembro, segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foram abatidos no Brasil 22,191 milhões de animais, 7,83% a mais que no mesmo período de 2021. 

Pesquisadores do Cepea indicam que esses números ajudam a entender a dinâmica dos preços da arroba ao longo deste ano. Vale lembrar que, no acumulado da parcial de 2022, o valor médio mensal do Indicador do boi gordo Cepea/B3 (mercado paulista) já recuou 9,4%, em termos reais (IGP-DI), passando para R$ 290,76 em dezembro (média até o dia 13). 

Do Cepea 

 

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Preços do frango se enfraquecem na maior parte das praças

Foto: Divulgação/AEN/Gov. PR

Os preços da carne de frango se enfraqueceram nesta semana na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea. Segundo agentes consultados, as recentes desvalorizações são reflexo da já esperada menor liquidez, devido à típica preferência do consumidor por “carnes natalinas” neste período do ano.

Pesquisadores do Cepea ressaltam que, diferentemente das praças sulistas e das do interior de São Paulo, no atacado da Grande São Paulo, os frangos inteiros congelado e resfriado registraram leves valorizações.

Apesar da alta, colaboradores relatam dificuldades em sustentar os preços pedidos, sinalizando a possibilidade de quedas, como observado na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea.

Do Cepea

 

 

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Momento de investir no potencial reprodutivo das vacas

O período, caracterizado por chuvas constantes e abundância de forragens, proporciona melhores condições corporais e nutricionais para que vacas em fase de acasalamento voltem a clicar e conceber.

Porém, para a obtenção de resultados reprodutivos eficientes, são necessários pastagem de qualidade, fêmeas com peso adequado, sanidade e suplementação mineral.

Assim, ainda que as fêmeas tenham acesso à forragem com boas propriedades, estejam saudáveis e apresentem escore corporal apropriado, o implemento nutricional de minerais garantirá desempenhos superiores. Um exemplo é a suplementação de 8% de fósforo, num consumo diário de 80 a 120 gramas.

Já em casos de animais que entram na estação de monta com índices corporais abaixo do recomendado, necessitando de recuperação de peso, o fornecimento de suplementos proteicos e energéticos é fundamental.

O atendimento da exigência nutricional das fêmeas destinadas à reprodução é essencial para que o feto se desenvolva de maneira correta, o que resultará em bezerros saudáveis e com maior potencial de ganho de peso na desmama e no abate.

Segundo o gerente de Produtos para Ruminantes da Guabi Nutrição e Saúde Animal, José Leonardo Ribeiro, estudos comprovam que bezerros provenientes de vacas que não sofreram restrição nutricional durante o terço médio da gestação chegam a performances mais elevadas.

Ainda de acordo com ele, quando a síntese de fibras musculares (hiperplasia) do feto não é comprometida, há maior potencial de desenvolvimento após o nascimento.

Trabalhos complementares, acrescenta Ribeiro, mostram que vacas que foram suplementadas com minerais protegidos por uma mistura complexa de aminoácidos e proteinatos, conhecidos como minerais orgânicos, apresentam maior índice de prenhez e, durante a desmama, peso superior em comparação àquelas sem suplementação de minerais orgânicos.

Ribeiro também reforça que o sucesso da estação de monta e, consequentemente, dos índices reprodutivos, dependerá de um acompanhamento minucioso das fêmeas, da nutrição ofertada aos animais e de um bom planejamento estratégico dos produtores:

“A estação de monta é uma forma de organizar e concentrar as atividades da fazenda em um mesmo momento. Quando se trabalha a estação, otimizamos as atividades. 

E criando um protocolo de prenhez bem planejado, é possível fazer com que inseminação, nascimentos e desmama aconteçam simultaneamente.”

Conforme Ribeiro, os programas nutricionais desenvolvidos pela Guabi Nutrição e Saúde Animal possibilitam que os animais tenham acesso a suplementos compostos por minerais orgânicos, além de probióticos e prebióticos, que contribuem para o incremento da fertilidade das fêmeas nulíparas e multíparas, melhoram o perfil imunológico e potencializam a ação de insulina.

“É importante destacar também os impactos positivos decorrentes desta suplementação em bezerros.”

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Soja avança no Cerrado, mas desmatamento associado à cultura cai, diz Abiove

Foto: Divulgação

O mais recente relatório de análise geoespacial do Cerrado mostra que a soja quase triplicou sua área cultivada no bioma desde 2000, passando de 7,4 milhões de hectares em 2000/01 para 21,4 milhões de ha em 2021/22. Essa área representa 11% do Cerrado e 52% da atual área de soja do Brasil.

O levantamento, desenvolvido pela Agrosatélite em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), revela que a taxa média de crescimento da sojicultura nestes 21 anos foi de 667 mil ha/ano, sendo que nas últimas duas safras (2020/21 e 2021/22) dobrou, passando para 1.320 mil ha/ano.

Apesar do aumento do desmatamento no Cerrado entre 2021 (853 mil ha) e 2022 (1,07 milhão de ha), que corresponde a um incremento de 26%, a Abiove diz que as taxas de desmatamento nos primeiros cinco anos do monitoramento do Prodes Cerrado (2001 a 2005) apresentaram uma média de 2,6 milhões de ha anuais. Porém, sofreram uma queda significativa nos últimos cinco anos (2018 a 2022), com média anual de 810 mil ha, ou seja, três vezes menor.

Além da diminuição nos anos mais recentes, assinala a Abiove, observa-se uma diferença marcante entre as regiões do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) e outras unidades da Federação (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo e Paraná).

Conversão de vegetação

Quanto à participação da soja na conversão de vegetação nativa do Cerrado, do desmatamento de 2021 (853 mil ha), foram convertidos para a sojicultura 52 mil ha (6,2% do total), dos quais 9 mil ha nas outras unidades da Federação e 43 mil ha no Matopiba. Ou seja, 94% da vegetação convertida no Cerrado em 2021 não foi para a cultura da soja.

De acordo com o gerente de Sustentabilidade da Abiove, Bernardo Pires, “o levantamento mostra claramente esta distinção entre as duas regiões produtoras de soja no bioma. A região das outras unidades da Federação, considerada mais consolidada, possui amplos estoques de terras abertas com aptidão agrícola, de tal forma que a pressão sobre a vegetação nativa em propriedades produtoras é menor. Já no Matopiba, os estoques de terras abertas há mais tempo são restritos quando comparados aos de terras aptas com vegetação nativa, fazendo com que parte significativa da expansão com desmatamento ocorra nesta região.”

De fato, uma análise detalhada da dinâmica de mudança de uso e cobertura da terra associada à expansão de 5,9 milhões de ha de soja no período de 2013/14 a 2021/22 mostrou que ela se dá prioritariamente pela intensificação do uso da terra por meio da conversão de pastagens. Nas outras unidades da Federação, 190 mil ha expandiram com desmatamento; no Matopiba, foram 700 mil ha de aumento com desmatamento.

 

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