Feijão bóer consorciado em pastagem reduz as emissões de metano em até 70%

O uso eficiente da leguminosa guandu BRS Mandarim consorciada com os capins Marandu e Basilisco aumentou o ganho de peso dos bovinos e emitiu menos metano por quilo obtido. A emissão diária de gases por quilograma de ganho de peso foi de 614,05 gramas na pastagem consorciada, cerca de 70% menor que na pastagem degradada, com 2.022,67 gramas.

A produtividade também foi melhor no tratamento consorciado de guandu – os animais ganharam 478 gramas por dia, enquanto no degradado, 302 gramas por dia de ganho médio anual de peso. Um aumento de 58% em relação à pastagem degradada.

A tecnologia pode ser vantajosa não só para os pecuaristas, mas também para o país, que, em 2021, durante a 26ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP26), na Escócia, assumiu o compromisso de reduzir em 30% as emissões de gases de efeito estufa. metano até 2030.

Patrocinadores

Segundo Alexandre Berndt, gerente geral da Embrapa Pecuária Sudeste (SP), qualquer tecnologia que reduza o metano, a baixo custo, e que contribua para a eficiência do sistema produtivo e para a sustentabilidade é desejável e deve ser adotada.

A pesquisa, desenvolvida em parceria entre a Embrapa Pecuária Sudeste, a Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ/USP) e o Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo (Cena/USP), em Piracicaba (SP), avaliou o desempenho e a emissão de metano entérico (resultante do processo digestivo) de novilhos Nelore em três diferentes sistemas de produção, incluindo o consórcio com guandu BRS Mandarim.

Os pesquisadores apresentaram o resumo do trabalho durante o VIII Congresso Internacional de Gases de Efeito Estufa em Sistemas de Produção Animal (GGAA 2022), realizado de 5 a 7 de junho, em Orlando, Flórida, EUA.

Inserção de leguminosas em consórcio é viável para pecuária sustentável
Para a pesquisadora Patrícia Perondi Anchão Oliveira, da Embrapa, a pastagem degradada é sempre o pior de todos os cenários. Em geral, o processo de degradação é caracterizado por uma acentuada perda de produtividade das pastagens (baixa produtividade), grandes áreas de solos expostos, ervas daninhas, erosão, sintomas evidentes de deficiência nutricional em plantas e animais, e uma taxa de crescimento mais lenta das plantas, que são refletido nas questões ambientais.

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“Nessas condições, o solo se esgota, comprometendo a produção e a qualidade da forragem e o desempenho dos animais, fatos que aumentam a emissão de metano entérico, além do processo de perda de matéria orgânica do solo, que prejudica a sequestro de carbono”, destaca.

Oliveira lembra que a recuperação de pastagens a partir da inserção de leguminosas é uma solução muito procurada no meio técnico-científico, um desafio de várias décadas, pois através da fixação biológica de nitrogênio, a leguminosa fornece esse nutriente tanto para animais quanto para alimentação. para melhoramento do solo. “Em tempos de escassez e preços altos de fertilizantes nitrogenados e suplementos de proteína mineral, além da preocupação com as emissões de metano entérico, esse tipo de tecnologia é ainda mais relevante”, acrescenta.

Estudos com consórcio de gramíneas e leguminosas podem melhorar o desempenho animal com sustentabilidade, acredita Furtado. “Mais pesquisas ainda são necessárias. No entanto, quando se pensa em produção de carne bovina a pasto, com baixas emissões, essa seria uma alternativa viável”, destaca.

Contribuição para os ODS
Os resultados desta pesquisa contribuem para alternativas de adaptação e mitigação frente aos efeitos das mudanças climáticas, para o desenvolvimento mais sustentável da pecuária brasileira e diretamente para o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) número 13 da Organização das Nações Unidas (ONU) “Adotar medidas urgentes para combater as mudanças climáticas e seus impactos”.

Experimentar consórcio combinado de forragem e recuperação de pastagens
O experimento ocorreu de julho de 2020 a julho de 2021, na Fazenda Canchim, sede do centro de pesquisas da Embrapa Pecuária Sudeste. Os 27 animais utilizados, com idades entre 15 e 16 meses, foram pesados ​​mensalmente e o metano foi medido pela técnica de gás traçador de hexafluoreto de enxofre (SF6) por cinco dias consecutivos nas estações úmida e seca.

Os tratamentos foram:

1) pastagem recuperada de gramíneas Urochloa decumbens cv. Basilisk e Urochloa brizantha cv. Marandu com calagem e adubação de correção com fósforo (P), potássio (K), enxofre (S) e micronutrientes e adubação nitrogenada com 200 kg de nitrogênio (N) por hectare por ano na estação chuvosa dividida em três aplicações, com taxa de lotação animal;

2) pastagem degradada com baixa taxa de lotação animal;

3) pastagem recuperada com calagem e adubação corretiva com P, K, S e micronutrientes e consorciada com gramíneas Urochloa decumbens cv. Basilisk e Urochloa brizantha cv. Marandu com feijão bóer BRS Mandarim, com taxa de lotação moderada.

O veterinário Althieres Furtado, que cursa o Mestrado em Nutrição e Produção Animal na FMVZ/USP, sob orientação do professor Paulo Henrique Mazza Rodrigues, conta que foram realizadas três repetições de cada tratamento, com ajuste da taxa de lotação utilizando o put e pegue a técnica. O método coloca e retira os animais do pasto, de acordo com a oferta de forragem em cada época do ano.

Os bovinos do tratamento consorciado com feijão guandu ganharam 478 gramas por dia, seguido do recuperado, com 387 gramas por dia e, por fim, no degradado, com 302 gramas por dia de ganho de peso médio anual.

A emissão diária de metano por quilograma de ganho de peso foi de 2.022,67 na pastagem degradada; 1.053,55 não recuperados; e 614,05 gramas de metano por quilograma de ganho de peso no consórcio. A recuperação com o consórcio de guandu emitiu 70% menos e a recuperação com uso de fertilizante nitrogenado emitiu 48% menos que a pastagem degradada.

Segundo o pesquisador André Pedroso, da Embrapa, esse resultado foi possível porque além de reduzir a emissão de metano entérico, o consórcio com guandu e a recuperação de pastagens melhoraram o desempenho dos animais, com aumento do ganho de peso médio diário .

Furtado diz que os pesquisadores esperavam esse efeito. “Existem várias maneiras de reduzir a produção de metano pelo animal. Além de melhorar a oferta nutricional do gado, os taninos presentes nas estruturas do feijão guandu BRS Mandarim atuam no rúmen e, consequentemente, reduzem a emissão”, explica.

Tecnologias para redução de metano estão disponíveis para pecuaristas
De acordo com Berndt, o metano é um gás de curta duração. “Se conseguirmos reduzir a emissão de metano, o impacto no aquecimento global será mais rápido. Tem uma vida útil de 10 a 20 anos, enquanto o dióxido de carbono – CO2, 100 anos”, explica.

Outra pesquisa da Embrapa Pecuária Sudeste avalia tecnologias para enfrentar esse desafio. O centro de pesquisa investe em estudos de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) há mais de 20 anos, tanto na pecuária de corte quanto nos sistemas de produção leiteira, buscando baixa emissão de gases como o metano entérico, a fim de reduzir o impacto da atividade na o planeta.

Muitos deles já estão à disposição do pecuarista, como a recuperação de pastagens degradadas, boas práticas de manejo animal e vegetal, uso adequado de insumos, bem-estar animal, redução do ciclo de vida e manejo nutricional. Para Berndt, a adoção dessas soluções tecnológicas e boas práticas, como sistemas integrados, manejo intensivo de pastagens e uso de aditivos na nutrição animal, é capaz de compensar as emissões geradas pela pecuária e tornar o sistema produtivo mais sustentável.

O consórcio com leguminosas é um bom exemplo de tecnologia que pode contribuir para a redução de metano no manejo de pastagens. Alguns, como o feijão guandu BRS Mandarim, possuem compostos em suas estruturas, como taninos e saponinas, que podem atuar nos microrganismos do rúmen e, portanto, interferir na fermentação, reduzindo as populações de organismos produtores de metano.

O principal desafio nacional, na visão do pesquisador, é a adoção em escala dessas soluções e práticas tecnológicas para reduzir significativamente a emissão de metano entérico.

Como medir o metano?
As coletas de metano dos animais são feitas por meios automatizados ou manuais. Na Embrapa Pecuária Sudeste são utilizadas as duas formas. No experimento, a medida utilizada foi manual. Uma canga tubular é presa a um cabresto, colocado logo atrás da cabeça do bovino, armazenando os gases emitidos pelo gado por 24 horas, sendo um deles um gás traçador fornecido ao animal com taxa de emissão conhecida, que permite medir a emissão dos demais. gases. Após o período, o tubo é retirado e vai para análise no laboratório. As coletas são feitas a partir de uma amostra de animais para uma determinada época em diferentes épocas do ano.

GreenFeed é uma tecnologia automatizada utilizada para medir, com mais rapidez e precisão, a emissão de metano (CH4) e dióxido de carbono (CO2) dos animais. O equipamento reconhece o bovino pela etiqueta eletrônica e fornece uma quantidade de alimento ao animal assim que um sensor detecta sua presença no cocho; ao mesmo tempo, aspira e mede os gases emitidos durante a alimentação. Assim, a emissão é monitorada continuamente.

Fonte: Embrapa Sudeste

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Feijão bóer consorciado em pastagem reduz as emissões de metano em até 70%

  • A utilização do feijão guandu variedade BRS Mandarim, em consórcio com os capins Marandu e Basilisco, aumentou o ganho de peso dos bovinos e emitiu menos metano por quilo obtido.
  • A emissão diária de gases por quilograma de ganho de peso foi de 614,05 gramas na pastagem consorciada, cerca de 70% menor que na pastagem degradada, com 2.022,67 gramas.
  • A utilização de leguminosas no consórcio também impactou a produtividade. Os animais ganharam 58% mais peso em relação ao pasto degradado em um ano.
  • Tecnologias para mitigar o metano já estão disponíveis para pecuaristas no Brasil.
  • Pesquisa da Embrapa e parceiros contribui para o compromisso do Brasil de reduzir as emissões de metano em 30% até 2030.
  • O uso eficiente da leguminosa guandu BRS Mandarim consorciada com os capins Marandu e Basilisco aumentou o ganho de peso dos bovinos e emitiu menos metano por quilo obtido. A emissão diária de gases por quilograma de ganho de peso foi de 614,05 gramas na pastagem consorciada, cerca de 70% menor que na pastagem degradada, com 2.022,67 gramas.

A produtividade também foi melhor no tratamento consorciado de guandu – os animais ganharam 478 gramas por dia, enquanto no degradado, 302 gramas por dia de ganho médio anual de peso. Um aumento de 58% em relação à pastagem degradada.

A tecnologia pode ser vantajosa não só para os pecuaristas, mas também para o país, que, em 2021, durante a 26ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP26), na Escócia, assumiu o compromisso de reduzir em 30% as emissões de gases de efeito estufa. metano até 2030.

Segundo o chefe-geral da Embrapa Pecuária Sudeste (SP), Alexandre Berndt, qualquer tecnologia que reduza o metano, a baixo custo, e que contribua para a eficiência do sistema produtivo e para a sustentabilidade é desejável e deve ser adotada. A pesquisa, desenvolvida em parceria entre a Embrapa Pecuária Sudeste, a Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ/USP) e o Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo (Cena/USP), em Piracicaba (SP), avaliou o desempenho e a emissão de metano entérico (resultante do processo digestivo) de novilhos Nelore em três diferentes sistemas de produção, incluindo o consórcio com guandu BRS Mandarim.

Os pesquisadores apresentaram o resumo do trabalho durante o VIII Congresso Internacional de Gases de Efeito Estufa em Sistemas de Produção Animal (GGAA 2022), realizado de 5 a 7 de junho, em Orlando, Flórida, EUA.

Experimentar consórcio combinado de forragem e recuperação de pastagens

O experimento ocorreu de julho de 2020 a julho de 2021, na Fazenda Canchim, sede do centro de pesquisas da Embrapa Pecuária Sudeste. Os 27 animais utilizados, com idades entre 15 e 16 meses, foram pesados ​​mensalmente e o metano foi medido pela técnica de gás traçador de hexafluoreto de enxofre (SF6) por cinco dias consecutivos nas estações úmida e seca.

Os tratamentos foram:

  1. pastagem recuperada de gramíneas Urochloa decumbens cv. Basilisk e Urochloa brizantha cv. Marandu com calagem e adubação de correção com fósforo (P), potássio (K), enxofre (S) e micronutrientes e adubação nitrogenada com 200 kg de nitrogênio (N) por hectare por ano na estação chuvosa dividida em três aplicações, com taxa de lotação animal;
  2. pastagem degradada com baixa taxa de lotação animal;
  3. pastagem recuperada com calagem e adubação corretiva com P, K, S e micronutrientes e consorciada com gramíneas Urochloa decumbens cv. Basilisk e Urochloa brizantha cv. Marandu com feijão bóer BRS Mandarim, com taxa de lotação moderada.

O veterinário Althieres Furtado, que cursa o Mestrado em Nutrição e Produção Animal na FMVZ/USP, sob orientação do professor Paulo Henrique Mazza Rodrigues, conta que foram realizadas três repetições de cada tratamento, com ajuste da taxa de lotação utilizando o put e pegue a técnica. O método coloca e retira os animais do pasto, de acordo com a oferta de forragem em cada época do ano.

Os bovinos do tratamento consorciado com feijão guandu ganharam 478 gramas por dia, seguido do recuperado, com 387 gramas por dia e, por fim, no degradado, com 302 gramas por dia de ganho de peso médio anual.

A emissão diária de metano por quilograma de ganho de peso foi de 2.022,67 na pastagem degradada; 1.053,55 não recuperados; e 614,05 gramas de metano por quilograma de ganho de peso no consórcio. A recuperação com o consórcio de guandu emitiu 70% menos e a recuperação com uso de fertilizante nitrogenado emitiu 48% menos que a pastagem degradada.

Segundo o pesquisador André Pedroso, da Embrapa, esse resultado foi possível porque além de reduzir a emissão de metano entérico, o consórcio com guandu e a recuperação de pastagens melhoraram o desempenho dos animais, com aumento do ganho de peso médio diário .

Furtado diz que os pesquisadores esperavam esse efeito. “Existem várias maneiras de reduzir a produção de metano pelo animal. Além de melhorar a oferta nutricional do gado, os taninos presentes nas estruturas do feijão guandu BRS Mandarim atuam no rúmen e, consequentemente, reduzem a emissão”, explica.

Inserção de leguminosas em consórcio é viável para pecuária sustentável

Para a pesquisadora da Embrapa Patrícia Perondi Anchão Oliveira, a pastagem degradada é sempre o pior de todos os cenários. Em geral, o processo de degradação é caracterizado por uma acentuada perda de produtividade das pastagens (baixa produtividade), grandes áreas de solos expostos, ervas daninhas, erosão, sintomas evidentes de deficiência nutricional em plantas e animais, e uma taxa de crescimento mais lenta das plantas, que são refletido nas questões ambientais. “Nessas condições, o solo se esgota, comprometendo a produção e a qualidade da forragem e o desempenho dos animais, fatos que aumentam a emissão de metano entérico, além do processo de perda de matéria orgânica do solo, que prejudica a sequestro de carbono”, destaca.

Oliveira lembra que a recuperação de pastagens a partir da inserção de leguminosas é uma solução muito procurada no meio técnico-científico, um desafio de várias décadas, pois através da fixação biológica de nitrogênio, a leguminosa fornece esse nutriente tanto para animais quanto para alimentação. para melhoramento do solo. “Em tempos de escassez e preços elevados de fertilizantes nitrogenados e suplementos minerais proteicos, além da preocupação com as emissões de metano entérico, esse tipo de tecnologia é ainda mais relevante”, acrescenta. Estudos com consórcio de gramíneas e leguminosas podem melhorar o desempenho animal com sustentabilidade, acredita Furtado. “Mais pesquisas ainda são necessárias. No entanto, quando se pensa em produção de carne bovina a pasto, com baixas emissões, essa seria uma alternativa viável”, destaca.

Tecnologias para redução de metano estão disponíveis para pecuaristas

De acordo com Berndt, o metano é um gás de curta duração. “Se conseguirmos reduzir a emissão de metano, o impacto no aquecimento global será mais rápido. Tem uma vida útil de 10 a 20 anos, enquanto o dióxido de carbono – CO2, 100 anos”, explica.

Outra pesquisa da Embrapa Pecuária Sudeste avalia tecnologias para enfrentar esse desafio. O centro de pesquisa investe em estudos de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) há mais de 20 anos, tanto na pecuária de corte quanto nos sistemas de produção leiteira, buscando baixa emissão de gases como o metano entérico, a fim de reduzir o impacto da atividade na o planeta.

Muitos deles já estão à disposição do pecuarista, como a recuperação de pastagens degradadas, boas práticas de manejo animal e vegetal, uso adequado de insumos, bem-estar animal, redução do ciclo de vida e manejo nutricional. Para Berndt, a adoção dessas soluções tecnológicas e boas práticas, como sistemas integrados, manejo intensivo de pastagens e uso de aditivos na nutrição animal, é capaz de compensar as emissões geradas pela pecuária e tornar o sistema produtivo mais sustentável.

O consórcio com leguminosas é um bom exemplo de tecnologia que pode contribuir para a redução de metano no manejo de pastagens. Alguns, como o feijão-guandu BRS mandarim, possuem compostos em suas estruturas, como taninos e saponinas, que podem atuar nos microrganismos do rúmen e, portanto, interferir na fermentação, reduzindo as populações de organismos metanogênicos, que produzem metano.

O principal desafio nacional, na visão do pesquisador, é a adoção em escala dessas soluções e práticas tecnológicas para reduzir significativamente a emissão de metano entérico.

Como medir o metano?

As coletas de metano dos animais são feitas por meios automatizados ou manuais. Na Embrapa Pecuária Sudeste são utilizadas as duas formas. No experimento, a medida utilizada foi manual. Uma canga tubular é presa a um cabresto, colocado logo atrás da cabeça do bovino (veja o vídeo abaixo), armazenando os gases emitidos pelo gado por 24 horas, sendo um deles um gás traçador fornecido ao animal com taxa de emissão conhecida, que permite medir a emissão de outros gases. Após o período, o tubo é retirado e vai para análise no laboratório. As coletas são feitas a partir de uma amostra de animais para uma determinada época em diferentes épocas do ano.

GreenFeed é uma tecnologia automatizada utilizada para medir, com mais rapidez e precisão, a emissão de metano (CH4) e dióxido de carbono (CO2) dos animais. O equipamento reconhece o bovino pela etiqueta eletrônica e fornece uma quantidade de alimento ao animal assim que um sensor detecta sua presença no cocho; ao mesmo tempo, aspira e mede os gases emitidos durante a alimentação. Assim, a emissão é monitorada continuamente.

Coleta de metano na pecuária

Coleta de metano na pecuária

Contribuição para os ODS

Os resultados desta pesquisa contribuem para alternativas de adaptação e mitigação frente aos efeitos das mudanças climáticas, para o desenvolvimento mais sustentável da pecuária brasileira e diretamente para o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) número 13 da Organização das Nações Unidas (ONU) “Adotar medidas urgentes para combater as mudanças climáticas e seus impactos”.



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Feijão bóer consorciado em pastagem reduz as emissões de metano em até 70%

Plantios consorciados aumentam a produtividade e reduzem as emissões de GEE – Foto: Althieres Furtado

O uso eficiente da leguminosa guandu BRS Mandarim consorciada com os capins Marandu e Basilisco aumentou o ganho de peso dos bovinos e emitiu menos metano por quilo obtido. A emissão diária de gases por quilograma de ganho de peso foi de 614,05 gramas na pastagem consorciada, cerca de 70% menor que na pastagem degradada, com 2.022,67 gramas.

A produtividade também foi melhor no tratamento consorciado de guandu – os animais ganharam 478 gramas por dia, enquanto no degradado, 302 gramas por dia de ganho médio anual de peso. Um aumento de 58% em relação à pastagem degradada.

A tecnologia pode ser vantajosa não só para os pecuaristas, mas também para o país, que, em 2021, durante a 26ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP26), na Escócia, assumiu o compromisso de reduzir em 30% as emissões de gases de efeito estufa. metano até 2030.

Segundo o chefe-geral da Embrapa Pecuária Sudeste (SP), Alexandre Berndt, qualquer tecnologia que reduza o metano, a baixo custo, e que contribua para a eficiência do sistema produtivo e para a sustentabilidade é desejável e deve ser adotada. pesquisa, desenvolvida em parceria entre a Embrapa Pecuária Sudeste, a Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ/USP) e o Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo (Cena/USP), em Piracicaba (SP), avaliou o desempenho e a emissão de metano entérico (resultante do processo digestivo) de novilhos Nelore em três diferentes sistemas de produção, incluindo o consórcio com guandu BRS Mandarim.

Os pesquisadores apresentaram o resumo do trabalho durante o VIII Congresso Internacional de Gases de Efeito Estufa em Sistemas de Produção Animal (GGAA 2022), realizado de 5 a 7 de junho, em Orlando, Flórida, EUA.

Experimentar consórcio combinado de forragem e recuperação de pastagens

O experimento ocorreu de julho de 2020 a julho de 2021, na Fazenda Canchim, sede do centro de pesquisas da Embrapa Pecuária Sudeste. Os 27 animais utilizados, com idades entre 15 e 16 meses, foram pesados ​​mensalmente e o metano foi medido pela técnica de gás traçador de hexafluoreto de enxofre (SF6) por cinco dias consecutivos nas estações úmida e seca.

Os tratamentos foram:

1) pastagem recuperada de gramíneas Urochloa decumbens cv. Basilisk e Urochloa brizantha cv. Marandu com calagem e adubação de correção com fósforo (P), potássio (K), enxofre (S) e micronutrientes e adubação nitrogenada com 200 kg de nitrogênio (N) por hectare por ano na estação chuvosa dividida em três aplicações, com taxa de lotação animal;

2) pastagem degradada com baixa taxa de lotação animal;

3) pastagem recuperada com calagem e adubação corretiva com P, K, S e micronutrientes e consorciada com gramíneas Urochloa decumbens cv. Basilisk e Urochloa brizantha cv. Marandu com feijão bóer BRS Mandarim, com taxa de lotação moderada.

O veterinário Althieres Furtado, que cursa o Mestrado em Nutrição e Produção Animal na FMVZ/USP, sob orientação do professor Paulo Henrique Mazza Rodrigues, conta que foram realizadas três repetições de cada tratamento, com ajuste da taxa de lotação utilizando o put e pegue a técnica. O método coloca e retira os animais do pasto, de acordo com a oferta de forragem em cada época do ano.

Os bovinos do tratamento consorciado com feijão guandu ganharam 478 gramas por dia, seguido do recuperado, com 387 gramas por dia e, por fim, no degradado, com 302 gramas por dia de ganho de peso médio anual.

A emissão diária de metano por quilograma de ganho de peso foi de 2.022,67 na pastagem degradada; 1.053,55 não recuperados; e 614,05 gramas de metano por quilograma de ganho de peso no consórcio. A recuperação com o consórcio de guandu emitiu 70% menos e a recuperação com uso de fertilizante nitrogenado emitiu 48% menos que a pastagem degradada.

Segundo o pesquisador André Pedroso, da Embrapa, esse resultado foi possível porque além de reduzir a emissão de metano entérico, o consórcio com guandu e a recuperação de pastagens melhoraram o desempenho dos animais, com aumento do ganho de peso médio diário .

Furtado diz que os pesquisadores esperavam esse efeito. “Existem várias maneiras de reduzir a produção de metano pelo animal. Além de melhorar a oferta nutricional do gado, os taninos presentes nas estruturas do feijão guandu BRS Mandarim atuam no rúmen e, consequentemente, reduzem a emissão”, explica.

Inserção de leguminosas em consórcio é viável para pecuária sustentável

Para a pesquisadora da Embrapa Patrícia Perondi Anchão Oliveira, a pastagem degradada é sempre o pior de todos os cenários. Em geral, o processo de degradação é caracterizado por uma acentuada perda de produtividade das pastagens (baixa produtividade), grandes áreas de solos expostos, ervas daninhas, erosão, sintomas evidentes de deficiência nutricional em plantas e animais, e uma taxa de crescimento mais lenta das plantas, que são refletido nas questões ambientais. “Nessas condições, o solo se esgota, comprometendo a produção e a qualidade da forragem e o desempenho dos animais, fatos que aumentam a emissão de metano entérico, além do processo de perda de matéria orgânica do solo, que prejudica a sequestro de carbono”, destaca.

Oliveira lembra que a recuperação de pastagens a partir da inserção de leguminosas é uma solução muito procurada no meio técnico-científico, um desafio de várias décadas, pois através da fixação biológica de nitrogênio, a leguminosa fornece esse nutriente tanto para animais quanto para alimentação. para melhoramento do solo. “Em tempos de escassez e preços elevados de fertilizantes nitrogenados e suplementos minerais proteicos, além da preocupação com as emissões de metano entérico, esse tipo de tecnologia é ainda mais relevante”, acrescenta. Estudos com consórcio de gramíneas e leguminosas podem melhorar o desempenho animal com sustentabilidade, acredita Furtado. “Mais pesquisas ainda são necessárias. No entanto, quando se pensa em produção de carne bovina a pasto, com baixas emissões, essa seria uma alternativa viável”, destaca.

Tecnologias para redução de metano estão disponíveis para pecuaristas

De acordo com Berndt, o metano é um gás de curta duração. “Se conseguirmos reduzir a emissão de metano, o impacto no aquecimento global será mais rápido. Tem uma vida útil de 10 a 20 anos, enquanto o dióxido de carbono – CO2, 100 anos”, explica.

Outra pesquisa da Embrapa Pecuária Sudeste avalia tecnologias para enfrentar esse desafio. O centro de pesquisa investe em estudos de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) há mais de 20 anos, tanto na pecuária de corte quanto nos sistemas de produção leiteira, buscando baixa emissão de gases como o metano entérico, a fim de reduzir o impacto da atividade na o planeta.

Muitos deles já estão à disposição do pecuarista, como a recuperação de pastagens degradadas, boas práticas de manejo animal e vegetal, uso adequado de insumos, bem-estar animal, redução do ciclo de vida e manejo nutricional. Para Berndt, a adoção dessas soluções tecnológicas e boas práticas, como sistemas integrados, manejo intensivo de pastagens e uso de aditivos na nutrição animal, é capaz de compensar as emissões geradas pela pecuária e tornar o sistema produtivo mais sustentável.

O consórcio com leguminosas é um bom exemplo de tecnologia que pode contribuir para a redução de metano no manejo de pastagens. Alguns, como o feijão-guandu BRS mandarim, possuem compostos em suas estruturas, como taninos e saponinas, que podem atuar nos microrganismos do rúmen e, portanto, interferir na fermentação, reduzindo as populações de organismos metanogênicos, que produzem metano.

O principal desafio nacional, na visão do pesquisador, é a adoção em escala dessas soluções e práticas tecnológicas para reduzir significativamente a emissão de metano entérico.

Como medir o metano?
As coletas de metano dos animais são feitas por meios automatizados ou manuais. Na Embrapa Pecuária Sudeste são utilizadas as duas formas. No experimento, a medida utilizada foi manual. Uma canga tubular é presa a um cabresto, colocado logo atrás da cabeça do bovino (veja o vídeo abaixo), armazenando os gases emitidos pelo gado por 24 horas, sendo um deles um gás traçador fornecido ao animal com taxa de emissão conhecida, que permite medir a emissão de outros gases. Após o período, o tubo é retirado e vai para análise no laboratório. As coletas são feitas a partir de uma amostra de animais para uma determinada época em diferentes épocas do ano.

GreenFeed é uma tecnologia automatizada utilizada para medir, com mais rapidez e precisão, a emissão de metano (CH4) e dióxido de carbono (CO2) dos animais. O equipamento reconhece o bovino pela etiqueta eletrônica e fornece uma quantidade de alimento ao animal assim que um sensor detecta sua presença no cocho; ao mesmo tempo, aspira e mede os gases emitidos durante a alimentação. Assim, a emissão é monitorada continuamente.



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Grão bóer consorciado em pastagem reduz em até 70% a emissão de metano

A emissão diária de gases por quilograma de ganho de peso foi de 614,05 gramas na pastagem consorciada, cerca de 70% menor que na pastagem degradada, com 2.022,67 gramas.

A produtividade também foi melhor no tratamento consorciado de guandu – os animais ganharam 478 gramas por dia, enquanto no degradado, 302 gramas por dia de ganho médio anual de peso. Um aumento de 58% em relação à pastagem degradada.

A tecnologia pode ser vantajosa não só para os pecuaristas, mas também para o país, que, em 2021, durante a 26ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP26), na Escócia, assumiu o compromisso de reduzir em 30% as emissões de gases de efeito estufa. metano até 2030.

Segundo o chefe-geral da Embrapa Pecuária Sudeste (SP), Alexandre Berndt, qualquer tecnologia que reduza o metano, a baixo custo, e que contribua para a eficiência do sistema produtivo e para a sustentabilidade é desejável e deve ser adotada.

A pesquisa, desenvolvida em parceria entre a Embrapa Pecuária Sudeste, a Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ/USP) e o Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo (Cena/USP), em Piracicaba (SP), avaliou o desempenho e a emissão de metano entérico (resultante do processo digestivo) de novilhos Nelore em três diferentes sistemas de produção, incluindo o consórcio com guandu BRS Mandarim.

Os pesquisadores apresentaram o resumo do trabalho durante o “VIII International Congress on Greenhouse Gases in Animal Production Systems” (GGAA 2022), realizado de 5 a 7 de junho, em Orlando, Flórida, EUA.

Experimente consórcio combinado de forragem e recuperação de pastagens – O experimento ocorreu de julho de 2020 a julho de 2021, na Fazenda Canchim, sede do centro de pesquisas da Embrapa Pecuária Sudeste.

Os 27 animais utilizados, com idades entre 15 e 16 meses, foram pesados ​​mensalmente e o metano foi medido pela técnica de gás traçador de hexafluoreto de enxofre (SF6) por cinco dias consecutivos nas estações úmida e seca.

Foto: Altieres Furtado

Os tratamentos foram:

1) pastagem recuperada de gramíneas Urochloa decumbens cultivar Basilisco e Urochloa brizantha cultivar Marandu com calagem e adubação corretiva com fósforo (P), potássio (K), enxofre (S) e micronutrientes e adubação nitrogenada com 200 kg de nitrogênio (N) por hectare por ano na estação chuvosa dividida em três aplicações, com moderada meia animal;

2) pastagem degradada com baixa taxa de lotação animal;

3) pastagem recuperada com calagem e adubação corretiva com P, K, S e micronutrientes e consorciada com gramíneas Urochloa decumbens cultivar Basilisco e Urochloa brizantha cultivar Marandu com guandu BRS Mandarim, com taxa de lotação moderada.

O veterinário Althieres Furtado, que faz mestrado na área de Nutrição e Produção Animal na FMVZ/USP, sob orientação do professor Paulo Henrique Mazza Rodrigues, conta que foram realizadas três repetições de cada tratamento, com ajuste da meia taxa usando a técnica colocar e tirar.

O método coloca e retira os animais do pasto, de acordo com a oferta de forragem em cada época do ano.

Os bovinos do tratamento consorciado com feijão guandu ganharam 478 gramas por dia, seguido do recuperado, com 387 gramas por dia e, por fim, no degradado, com 302 gramas por dia de ganho de peso médio anual.

A emissão diária de metano por quilograma de ganho de peso foi de 2.022,67 na pastagem degradada; 1.053,55 não recuperados; e 614,05 gramas de metano por quilograma de ganho de peso no consórcio.

A recuperação com o consórcio de guandu emitiu 70% menos e a recuperação com uso de fertilizante nitrogenado emitiu 48% menos que a pastagem degradada.

SAIBA MAIS | Nova metodologia da Embrapa mede emissões de metano em jovens criadores

Segundo o pesquisador André Pedroso, da Embrapa, esse resultado foi possível porque além de reduzir a emissão de metano entérico, o consórcio com guandu e a recuperação de pastagens melhoraram o desempenho dos animais, com aumento do ganho de peso médio diário .

Furtado diz que os pesquisadores esperavam esse efeito. “Existem várias maneiras de reduzir a produção de metano pelo animal. Além de melhorar a oferta nutricional disponível para o gado, os taninos presentes nas estruturas do feijão guandu BRS Mandarim atuam no rúmen e, consequentemente, reduzem a emissão”explica.

Inserção de leguminosa em consórcio é viável para pecuária sustentável – Para a pesquisadora da Embrapa Patrícia Perondi Anchão Oliveira, a pastagem degradada é sempre o pior de todos os cenários.

Em geral, o processo de degradação é caracterizado por uma acentuada perda de produtividade das pastagens (baixa produtividade), grandes áreas de solos expostos, ervas daninhas, erosão, sintomas evidentes de deficiência nutricional em plantas e animais, e uma taxa de crescimento mais lenta das plantas, que são refletido nas questões ambientais.

“Nessas condições, o solo se esgota, comprometendo a produção e a qualidade da forragem e o desempenho dos animais, fatos que aumentam a emissão de metano entérico, além do processo de perda de matéria orgânica do solo, que prejudica a sequestro de carbono”aponta.

Oliveira lembra que a recuperação de pastagens a partir da inserção de leguminosas é uma solução muito procurada no meio técnico-científico, um desafio de várias décadas, pois através da fixação biológica de nitrogênio, a leguminosa fornece esse nutriente tanto para animais quanto para alimentação. para melhoramento do solo.

“Em tempos de escassez e preços altos de fertilizantes nitrogenados e suplementos de proteína mineral, além da preocupação com as emissões de metano entérico, esse tipo de tecnologia é ainda mais relevante”, completo.

Estudos com consórcio de gramíneas e leguminosas podem melhorar o desempenho animal com sustentabilidade, acredita Furtado.

“Mais pesquisas ainda são necessárias. No entanto, quando se pensa em produção de carne bovina a pasto, com baixas emissões, essa seria uma alternativa viável”Destaques.

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Embrapa: guandu consorciado em pastagem reduz em até 70% a emissão de metano

Foto: Juliana Sussai/Embrapa/Divulgação

O uso eficiente da leguminosa guandu BRS Mandarim consorciada com os capins Marandu e Basilisco aumentou o ganho de peso dos bovinos e emitiu menos metano por quilo obtido. A emissão diária de gases por quilograma de ganho de peso foi de 614,05 gramas na pastagem consorciada, cerca de 70% menor que na pastagem degradada, com 2.022,67 gramas.

A produtividade também foi melhor no tratamento consorciado de guandu – os animais ganharam 478 gramas por dia, enquanto no degradado, 302 gramas por dia de ganho médio anual de peso. Um aumento de 58% em relação à pastagem degradada.

A tecnologia pode ser vantajosa não só para os pecuaristas, mas também para o país, que, em 2021, durante a 26ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP26), na Escócia, assumiu o compromisso de reduzir em 30% as emissões de gases de efeito estufa. metano até 2030.

Segundo o chefe-geral da Embrapa Pecuária Sudeste (SP), Alexandre Berndt, qualquer tecnologia que reduza o metano, a baixo custo, e que contribua para a eficiência do sistema produtivo e para a sustentabilidade é desejável e deve ser adotada.

A pesquisa, desenvolvida em parceria entre a Embrapa Pecuária Sudeste, a Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ/USP) e o Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo (Cena/USP), em Piracicaba (SP), avaliou o desempenho e a emissão de metano entérico (resultante do processo digestivo) de novilhos Nelore em três diferentes sistemas de produção, incluindo o consórcio com guandu BRS Mandarim.

Os pesquisadores apresentaram o resumo do trabalho durante o VIII Congresso Internacional de Gases de Efeito Estufa em Sistemas de Produção Animal (GGAA 2022), realizado de 5 a 7 de junho, em Orlando, Flórida, EUA.

Inserção de leguminosas em consórcio é viável para pecuária sustentável

Para a pesquisadora da Embrapa Patrícia Perondi Anchão Oliveira, a pastagem degradada é sempre o pior de todos os cenários. Em geral, o processo de degradação é caracterizado por uma acentuada perda de produtividade das pastagens (baixa produtividade), grandes áreas de solos expostos, ervas daninhas, erosão, sintomas evidentes de deficiência nutricional em plantas e animais, e uma taxa de crescimento mais lenta das plantas, que são refletido nas questões ambientais. “Nessas condições, o solo se esgota, comprometendo a produção e a qualidade da forragem e o desempenho dos animais, fatos que aumentam a emissão de metano entérico, além do processo de perda de matéria orgânica do solo, que prejudica a sequestro de carbono”, destaca.

Oliveira lembra que a recuperação de pastagens a partir da inserção de leguminosas é uma solução muito procurada no meio técnico-científico, um desafio de várias décadas, pois através da fixação biológica de nitrogênio, a leguminosa fornece esse nutriente tanto para animais quanto para alimentação. para melhoramento do solo. “Em tempos de escassez e preços altos de fertilizantes nitrogenados e suplementos de proteína mineral, além da preocupação com as emissões de metano entérico, esse tipo de tecnologia é ainda mais relevante”, acrescenta.

Estudos com consórcio de gramíneas e leguminosas podem melhorar o desempenho animal com sustentabilidade, acredita Furtado. “Mais pesquisas ainda são necessárias. No entanto, quando se pensa em produção de carne bovina a pasto, com baixas emissões, essa seria uma alternativa viável”, destaca.

Contribuição para os ODS

Os resultados desta pesquisa contribuem para alternativas de adaptação e mitigação frente aos efeitos das mudanças climáticas, para o desenvolvimento mais sustentável da pecuária brasileira e diretamente para o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) número 13 da Organização das Nações Unidas (ONU) “Adotar medidas urgentes para combater as mudanças climáticas e seus impactos”.

Experimentar consórcio combinado de forragem e recuperação de pastagens

O experimento ocorreu de julho de 2020 a julho de 2021, na Fazenda Canchim, sede do centro de pesquisas da Embrapa Pecuária Sudeste. Os 27 animais utilizados, com idades entre 15 e 16 meses, foram pesados ​​mensalmente e o metano foi medido pela técnica de gás traçador de hexafluoreto de enxofre (SF6) por cinco dias consecutivos nas estações úmida e seca.

Os tratamentos foram:

1) pastagem recuperada de gramíneas Urochloa decumbens cv. Basilisk e Urochloa brizantha cv. Marandu com calagem e adubação de correção com fósforo (P), potássio (K), enxofre (S) e micronutrientes e adubação nitrogenada com 200 kg de nitrogênio (N) por hectare por ano na estação chuvosa dividida em três aplicações, com taxa de lotação animal;

2) pastagem degradada com baixa taxa de lotação animal;

3) pastagem recuperada com calagem e adubação corretiva com P, K, S e micronutrientes e consorciada com gramíneas Urochloa decumbens cv. Basilisk e Urochloa brizantha cv. Marandu com feijão bóer BRS Mandarim, com taxa de lotação moderada.

O veterinário Althieres Furtado, que cursa o Mestrado em Nutrição e Produção Animal na FMVZ/USP, sob orientação do professor Paulo Henrique Mazza Rodrigues, conta que foram realizadas três repetições de cada tratamento, com ajuste da taxa de lotação utilizando o put e pegue a técnica. O método coloca e retira os animais do pasto, de acordo com a oferta de forragem em cada época do ano.

Os bovinos do tratamento consorciado com feijão guandu ganharam 478 gramas por dia, seguido do recuperado, com 387 gramas por dia e, por fim, no degradado, com 302 gramas por dia de ganho de peso médio anual.

A emissão diária de metano por quilograma de ganho de peso foi de 2.022,67 na pastagem degradada; 1.053,55 não recuperados; e 614,05 gramas de metano por quilograma de ganho de peso no consórcio. A recuperação com o consórcio de guandu emitiu 70% menos e a recuperação com uso de fertilizante nitrogenado emitiu 48% menos que a pastagem degradada.

Segundo o pesquisador André Pedroso, da Embrapa, esse resultado foi possível porque além de reduzir a emissão de metano entérico, o consórcio com guandu e a recuperação de pastagens melhoraram o desempenho dos animais, com aumento do ganho de peso médio diário .

Furtado diz que os pesquisadores esperavam esse efeito. “Existem várias maneiras de reduzir a produção de metano pelo animal. Além de melhorar a oferta nutricional do gado, os taninos presentes nas estruturas do feijão guandu BRS Mandarim atuam no rúmen e, consequentemente, reduzem a emissão”, explica.

Tecnologias para redução de metano estão disponíveis para pecuaristas

De acordo com Berndt, o metano é um gás de curta duração. “Se conseguirmos reduzir a emissão de metano, o impacto no aquecimento global será mais rápido. Tem uma vida útil de 10 a 20 anos, enquanto o dióxido de carbono – CO2, 100 anos”, explica.

Outra pesquisa da Embrapa Pecuária Sudeste avalia tecnologias para enfrentar esse desafio. O centro de pesquisa investe em estudos de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) há mais de 20 anos, tanto na pecuária de corte quanto nos sistemas de produção leiteira, buscando baixa emissão de gases como o metano entérico, a fim de reduzir o impacto da atividade na o planeta.

Muitos deles já estão à disposição do pecuarista, como a recuperação de pastagens degradadas, boas práticas de manejo animal e vegetal, uso adequado de insumos, bem-estar animal, redução do ciclo de vida e manejo nutricional. Para Berndt, a adoção dessas soluções tecnológicas e boas práticas, como sistemas integrados, manejo intensivo de pastagens e uso de aditivos na nutrição animal, é capaz de compensar as emissões geradas pela pecuária e tornar o sistema produtivo mais sustentável.

O consórcio com leguminosas é um bom exemplo de tecnologia que pode contribuir para a redução de metano no manejo de pastagens. Alguns, como o feijão-guandu BRS mandarim, possuem compostos em suas estruturas, como taninos e saponinas, que podem atuar nos microrganismos do rúmen e, portanto, interferir na fermentação, reduzindo as populações de organismos metanogênicos, que produzem metano.

O principal desafio nacional, na visão do pesquisador, é a adoção em escala dessas soluções e práticas tecnológicas para reduzir significativamente a emissão de metano entérico.

Como medir o metano?

As coletas de metano dos animais são feitas por meios automatizados ou manuais. Na Embrapa Pecuária Sudeste são utilizadas as duas formas. No experimento, a medida utilizada foi manual. Uma canga tubular é presa a um cabresto, colocado logo atrás da cabeça do bovino (veja o vídeo abaixo), armazenando os gases emitidos pelo gado por 24 horas, sendo um deles um gás traçador fornecido ao animal com taxa de emissão conhecida, que permite medir a emissão de outros gases. Após o período, o tubo é retirado e vai para análise no laboratório. As coletas são feitas a partir de uma amostra de animais para uma determinada época em diferentes épocas do ano.

GreenFeed é uma tecnologia automatizada utilizada para medir, com mais rapidez e precisão, a emissão de metano (CH4) e dióxido de carbono (CO2) dos animais. O equipamento reconhece o bovino pela etiqueta eletrônica e fornece uma quantidade de alimento ao animal assim que um sensor detecta sua presença no cocho; ao mesmo tempo, aspira e mede os gases emitidos durante a alimentação. Assim, a emissão é monitorada continuamente.

Da Embrapa Pecuária Sudeste

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guandu consorciado em pastagem reduz emissões de metano em até 70%

Qualquer tecnologia que reduza o metano, a baixo custo, e que contribua para a eficiência do sistema produtivo e para a sustentabilidade é desejável e deve ser adotada.

O uso eficiente da leguminosa guandu BRS Mandarim consorciada com os capins Marandu e Basilisco aumentou o ganho de peso dos bovinos e emitiu menos metano por quilo obtido. A emissão diária de gases por quilograma de ganho de peso foi de 614,05 gramas na pastagem consorciada, cerca de 70% menor que na pastagem degradada, com 2.022,67 gramas.

A produtividade também foi melhor no tratamento consorciado de guandu – os animais ganharam 478 gramas por dia, enquanto no degradado, 302 gramas por dia de ganho médio anual de peso. Um aumento de 58% em relação à pastagem degradada.

A tecnologia pode ser vantajosa não só para os pecuaristas, mas também para o país, que, em 2021, durante a 26ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP26), na Escócia, assumiu o compromisso de reduzir em 30% as emissões de gases de efeito estufa. metano até 2030.

Segundo o chefe-geral da Embrapa Pecuária Sudeste (SP), Alexandre Berndt, qualquer tecnologia que reduza o metano, a baixo custo, e que contribua para a eficiência do sistema produtivo e para a sustentabilidade é desejável e deve ser adotada.

A pesquisa, desenvolvida em parceria entre a Embrapa Pecuária Sudeste, a Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (Fmvz/USP) e o Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo (Cena/USP), em Piracicaba (SP), avaliou o desempenho e a emissão de metano entérico (resultante do processo digestivo) de novilhos Nelore em três diferentes sistemas de produção, incluindo o consórcio com guandu BRS Mandarim.

Os pesquisadores apresentaram o resumo do trabalho durante o VIII Congresso Internacional de Gases de Efeito Estufa em Sistemas de Produção Animal (Ggaa 2022), realizado de 5 a 7 de junho, em Orlando, Flórida, EUA.

Experimentar consórcio combinado de forragem e recuperação de pastagens

O experimento ocorreu de julho de 2020 a julho de 2021, na Fazenda Canchim, sede do centro de pesquisas da Embrapa Pecuária Sudeste. Os 27 animais utilizados, com idades entre 15 e 16 meses, foram pesados ​​mensalmente e o metano foi medido pela técnica de gás traçador de hexafluoreto de enxofre (SF6) por cinco dias consecutivos nas estações úmida e seca.

Os tratamentos foram:

1) pastagem recuperada de gramíneas Urochloa decumbens cv. Basilisk e Urochloa brizantha cv. Marandu com calagem e adubação de correção com fósforo (P), potássio (K), enxofre (S) e micronutrientes e adubação nitrogenada com 200 kg de nitrogênio (N) por hectare por ano na estação chuvosa dividida em três aplicações, com taxa de lotação animal;

2) pastagem degradada com baixa taxa de lotação animal;

3) pastagem recuperada com calagem e adubação corretiva com P, K, S e micronutrientes e consorciada com gramíneas Urochloa decumbens cv. Basilisk e Urochloa brizantha cv. Marandu com feijão bóer BRS Mandarim, com taxa de lotação moderada.

O veterinário Althieres Furtado, que cursa o Mestrado em Nutrição e Produção Animal na Fmvz/USP, sob orientação do professor Paulo Henrique Mazza Rodrigues, conta que foram realizadas três repetições de cada tratamento, com ajuste da taxa de lotação utilizando-se o put e pegue a técnica. O método coloca e retira os animais do pasto, de acordo com a oferta de forragem em cada época do ano.

Os bovinos do tratamento consorciado com feijão guandu ganharam 478 gramas por dia, seguido do recuperado, com 387 gramas por dia e, por fim, no degradado, com 302 gramas por dia de ganho de peso médio anual.

A emissão diária de metano por quilograma de ganho de peso foi de 2.022,67 na pastagem degradada; 1.053,55 não recuperados; e 614,05 gramas de metano por quilograma de ganho de peso no consórcio. A recuperação com o consórcio de guandu emitiu 70% menos e a recuperação com uso de fertilizante nitrogenado emitiu 48% menos que a pastagem degradada.

Segundo o pesquisador André Pedroso, da Embrapa, esse resultado foi possível porque além de reduzir a emissão de metano entérico, o consórcio com guandu e a recuperação de pastagens melhoraram o desempenho dos animais, com aumento do ganho de peso médio diário .

Furtado diz que os pesquisadores esperavam esse efeito. “Existem várias maneiras de reduzir a produção de metano pelo animal. Além de melhorar a oferta nutricional do gado, os taninos presentes nas estruturas do feijão guandu BRS Mandarim atuam no rúmen e, consequentemente, reduzem a emissão”, explica.

Inserção de leguminosas em consórcio é viável para pecuária sustentável

Para a pesquisadora da Embrapa Patrícia Perondi Anchão Oliveira, a pastagem degradada é sempre o pior de todos os cenários. Em geral, o processo de degradação é caracterizado por uma acentuada perda de produtividade das pastagens (baixa produtividade), grandes áreas de solos expostos, ervas daninhas, erosão, sintomas evidentes de deficiência nutricional em plantas e animais, e uma taxa de crescimento mais lenta das plantas, que são refletido nas questões ambientais. “Nessas condições, o solo se esgota, comprometendo a produção e a qualidade da forragem e o desempenho dos animais, fatos que aumentam a emissão de metano entérico, além do processo de perda de matéria orgânica do solo, que prejudica a sequestro de carbono”, destaca.

Oliveira lembra que a recuperação de pastagens a partir da inserção de leguminosas é uma solução muito procurada no meio técnico-científico, um desafio de várias décadas, pois através da fixação biológica de nitrogênio, a leguminosa fornece esse nutriente tanto para animais quanto para alimentação. para melhoramento do solo. “Em tempos de escassez e preços altos de fertilizantes nitrogenados e suplementos de proteína mineral, além da preocupação com as emissões de metano entérico, esse tipo de tecnologia é ainda mais relevante”, acrescenta.

Estudos com consórcio de gramíneas e leguminosas podem melhorar o desempenho animal com sustentabilidade, acredita Furtado. “Mais pesquisas ainda são necessárias. No entanto, quando se pensa em produção de carne bovina a pasto, com baixas emissões, essa seria uma alternativa viável”, destaca.

Tecnologias para redução de metano estão disponíveis para pecuaristas

De acordo com Berndt, o metano é um gás de curta duração. “Se conseguirmos reduzir a emissão de metano, o impacto no aquecimento global será mais rápido. Tem uma vida útil de 10 a 20 anos, enquanto o dióxido de carbono – CO2, 100 anos”, explica.

Outra pesquisa da Embrapa Pecuária Sudeste avalia tecnologias para enfrentar esse desafio. O centro de pesquisa investe em estudos de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) há mais de 20 anos, tanto na pecuária de corte quanto nos sistemas de produção leiteira, buscando baixa emissão de gases como o metano entérico, a fim de reduzir o impacto da atividade na o planeta.

Muitos deles já estão à disposição do pecuarista, como a recuperação de pastagens degradadas, boas práticas de manejo animal e vegetal, uso adequado de insumos, bem-estar animal, redução do ciclo de vida e manejo nutricional. Para Berndt, a adoção dessas soluções tecnológicas e boas práticas, como sistemas integrados, manejo intensivo de pastagens e uso de aditivos na nutrição animal, é capaz de compensar as emissões geradas pela pecuária e tornar o sistema produtivo mais sustentável.

O consórcio com leguminosas é um bom exemplo de tecnologia que pode contribuir para a redução de metano no manejo de pastagens. Alguns, como o feijão-guandu BRS mandarim, possuem compostos em suas estruturas, como taninos e saponinas, que podem atuar nos microrganismos do rúmen e, portanto, interferir na fermentação, reduzindo as populações de organismos metanogênicos, que produzem metano.

O principal desafio nacional, na visão do pesquisador, é a adoção em escala dessas soluções e práticas tecnológicas para reduzir significativamente a emissão de metano entérico.

Como medir o metano?

As coletas de metano dos animais são feitas por meios automatizados ou manuais. Na Embrapa Pecuária Sudeste são utilizadas as duas formas. No experimento, a medida utilizada foi manual. Uma canga tubular é presa a um cabresto, colocado logo atrás da cabeça do bovino (veja o vídeo abaixo), armazenando os gases emitidos pelo gado por 24 horas, sendo um deles um gás traçador fornecido ao animal com taxa de emissão conhecida, que permite medir a emissão de outros gases. Após o período, o tubo é retirado e vai para análise no laboratório. As coletas são feitas a partir de uma amostra de animais para uma determinada época em diferentes épocas do ano.

GreenFeed é uma tecnologia automatizada utilizada para medir, com mais rapidez e precisão, a emissão de metano (CH4) e dióxido de carbono (CO2) dos animais. O equipamento reconhece o bovino pela etiqueta eletrônica e fornece uma quantidade de alimento ao animal assim que um sensor detecta sua presença no cocho; ao mesmo tempo, aspira e mede os gases emitidos durante a alimentação. Assim, a emissão é monitorada continuamente.

Contribuição para os ODS

Os resultados desta pesquisa contribuem para alternativas de adaptação e mitigação frente aos efeitos das mudanças climáticas, para o desenvolvimento mais sustentável da pecuária brasileira e diretamente para o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) número 13 da Organização das Nações Unidas (ONU) “Adotar medidas urgentes para combater as mudanças climáticas e seus impactos”.

Fonte: Embrapa Pecuária Sudeste

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Feijão bóer consorciado em pastagem reduz as emissões de metano em até 70%

O uso eficiente da leguminosa guandu BRS Mandarim consorciada com os capins Marandu e Basilisco aumentou o ganho de peso dos bovinos e emitiu menos metano por quilo obtido. A emissão diária de gases por quilograma de ganho de peso foi de 614,05 gramas na pastagem consorciada, cerca de 70% menor que na pastagem degradada, com 2.022,67 gramas.

A produtividade também foi melhor no tratamento consorciado de guandu – os animais ganharam 478 gramas por dia, enquanto no degradado, 302 gramas por dia de ganho médio anual de peso. Um aumento de 58% em relação à pastagem degradada.

A tecnologia pode ser vantajosa não só para os pecuaristas, mas também para o país, que, em 2021, durante a 26ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP26), na Escócia, assumiu o compromisso de reduzir em 30% as emissões de gases de efeito estufa. metano até 2030.

Segundo o chefe-geral da Embrapa Pecuária Sudeste (SP), Alexandre Berndt, qualquer tecnologia que reduza o metano, a baixo custo, e que contribua para a eficiência do sistema produtivo e para a sustentabilidade é desejável e deve ser adotada.

A pesquisa, desenvolvida em parceria entre a Embrapa Pecuária Sudeste, a Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ/USP) e o Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo (Cena/USP), em Piracicaba (SP), avaliou o desempenho e a emissão de metano entérico (resultante do processo digestivo) de novilhos Nelore em três diferentes sistemas de produção, incluindo o consórcio com guandu BRS Mandarim.

Os pesquisadores apresentaram o resumo do trabalho durante o VIII Congresso Internacional de Gases de Efeito Estufa em Sistemas de Produção Animal (GGAA 2022), realizado de 5 a 7 de junho, em Orlando, Flórida, EUA.

Experimentar consórcio combinado de forragem e recuperação de pastagens

O experimento ocorreu de julho de 2020 a julho de 2021, na Fazenda Canchim, sede do centro de pesquisas da Embrapa Pecuária Sudeste. Os 27 animais utilizados, com idades entre 15 e 16 meses, foram pesados ​​mensalmente e o metano foi medido pela técnica de gás traçador de hexafluoreto de enxofre (SF6) por cinco dias consecutivos nas estações úmida e seca.

Os tratamentos foram:

1) pastagem recuperada de gramíneas Urochloa decumbens cv. Basilisk e Urochloa brizantha cv. Marandu com calagem e adubação de correção com fósforo (P), potássio (K), enxofre (S) e micronutrientes e adubação nitrogenada com 200 kg de nitrogênio (N) por hectare por ano na estação chuvosa dividida em três aplicações, com taxa de lotação animal;

2) pastagem degradada com baixa taxa de lotação animal;

3) pastagem recuperada com calagem e adubação corretiva com P, K, S e micronutrientes e consorciada com gramíneas Urochloa decumbens cv. Basilisk e Urochloa brizantha cv. Marandu com feijão bóer BRS Mandarim, com taxa de lotação moderada.

O veterinário Althieres Furtado, que cursa o Mestrado em Nutrição e Produção Animal na FMVZ/USP, sob orientação do professor Paulo Henrique Mazza Rodrigues, conta que foram realizadas três repetições de cada tratamento, com ajuste da taxa de lotação utilizando o put e pegue a técnica. O método coloca e retira os animais do pasto, de acordo com a oferta de forragem em cada época do ano.

Os bovinos do tratamento consorciado com feijão guandu ganharam 478 gramas por dia, seguido do recuperado, com 387 gramas por dia e, por fim, no degradado, com 302 gramas por dia de ganho de peso médio anual.

A emissão diária de metano por quilograma de ganho de peso foi de 2.022,67 na pastagem degradada; 1.053,55 não recuperados; e 614,05 gramas de metano por quilograma de ganho de peso no consórcio. A recuperação com o consórcio de guandu emitiu 70% menos e a recuperação com uso de fertilizante nitrogenado emitiu 48% menos que a pastagem degradada.

Segundo o pesquisador André Pedroso, da Embrapa, esse resultado foi possível porque além de reduzir a emissão de metano entérico, o consórcio com guandu e a recuperação de pastagens melhoraram o desempenho dos animais, com aumento do ganho de peso médio diário .

Furtado diz que os pesquisadores esperavam esse efeito. “Existem várias maneiras de reduzir a produção de metano pelo animal. Além de melhorar a oferta nutricional do gado, os taninos presentes nas estruturas do feijão guandu BRS Mandarim atuam no rúmen e, consequentemente, reduzem a emissão”, explica.

Inserção de leguminosas em consórcio é viável para pecuária sustentável

Para a pesquisadora da Embrapa Patrícia Perondi Anchão Oliveira, a pastagem degradada é sempre o pior de todos os cenários. Em geral, o processo de degradação é caracterizado por uma acentuada perda de produtividade das pastagens (baixa produtividade), grandes áreas de solos expostos, ervas daninhas, erosão, sintomas evidentes de deficiência nutricional em plantas e animais, e uma taxa de crescimento mais lenta das plantas, que são refletido nas questões ambientais. “Nessas condições, o solo se esgota, comprometendo a produção e a qualidade da forragem e o desempenho dos animais, fatos que aumentam a emissão de metano entérico, além do processo de perda de matéria orgânica do solo, que prejudica a sequestro de carbono”, destaca.

Oliveira lembra que a recuperação de pastagens a partir da inserção de leguminosas é uma solução muito procurada no meio técnico-científico, um desafio de várias décadas, pois através da fixação biológica de nitrogênio, a leguminosa fornece esse nutriente tanto para animais quanto para alimentação. para melhoramento do solo. “Em tempos de escassez e preços altos de fertilizantes nitrogenados e suplementos de proteína mineral, além da preocupação com as emissões de metano entérico, esse tipo de tecnologia é ainda mais relevante”, acrescenta.

Estudos com consórcio de gramíneas e leguminosas podem melhorar o desempenho animal com sustentabilidade, acredita Furtado. “Mais pesquisas ainda são necessárias. No entanto, quando se pensa em produção de carne bovina a pasto, com baixas emissões, essa seria uma alternativa viável”, destaca.

Tecnologias para redução de metano estão disponíveis para pecuaristas

De acordo com Berndt, o metano é um gás de curta duração. “Se conseguirmos reduzir a emissão de metano, o impacto no aquecimento global será mais rápido. Tem uma vida útil de 10 a 20 anos, enquanto o dióxido de carbono – CO2, 100 anos”, explica.

Outra pesquisa da Embrapa Pecuária Sudeste avalia tecnologias para enfrentar esse desafio. O centro de pesquisa investe em estudos de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) há mais de 20 anos, tanto na pecuária de corte quanto nos sistemas de produção leiteira, buscando baixa emissão de gases como o metano entérico, a fim de reduzir o impacto da atividade na o planeta.

Muitos deles já estão à disposição do pecuarista, como a recuperação de pastagens degradadas, boas práticas de manejo animal e vegetal, uso adequado de insumos, bem-estar animal, redução do ciclo de vida e manejo nutricional. Para Berndt, a adoção dessas soluções tecnológicas e boas práticas, como sistemas integrados, manejo intensivo de pastagens e uso de aditivos na nutrição animal, é capaz de compensar as emissões geradas pela pecuária e tornar o sistema produtivo mais sustentável.

O consórcio com leguminosas é um bom exemplo de tecnologia que pode contribuir para a redução de metano no manejo de pastagens. Alguns, como o feijão-guandu BRS mandarim, possuem compostos em suas estruturas, como taninos e saponinas, que podem atuar nos microrganismos do rúmen e, portanto, interferir na fermentação, reduzindo as populações de organismos metanogênicos, que produzem metano.

O principal desafio nacional, na visão do pesquisador, é a adoção em escala dessas soluções e práticas tecnológicas para reduzir significativamente a emissão de metano entérico.

Como medir o metano?

As coletas de metano dos animais são feitas por meios automatizados ou manuais. Na Embrapa Pecuária Sudeste são utilizadas as duas formas. No experimento, a medida utilizada foi manual. Uma canga tubular é presa a um cabresto, colocado logo atrás da cabeça do bovino (veja o vídeo abaixo), armazenando os gases emitidos pelo gado por 24 horas, sendo um deles um gás traçador fornecido ao animal com taxa de emissão conhecida, que permite medir a emissão de outros gases. Após o período, o tubo é retirado e vai para análise no laboratório. As coletas são feitas a partir de uma amostra de animais para uma determinada época em diferentes épocas do ano.

GreenFeed é uma tecnologia automatizada utilizada para medir, com mais rapidez e precisão, a emissão de metano (CH4) e dióxido de carbono (CO2) dos animais. O equipamento reconhece o bovino pela etiqueta eletrônica e fornece uma quantidade de alimento ao animal assim que um sensor detecta sua presença no cocho; ao mesmo tempo, aspira e mede os gases emitidos durante a alimentação. Assim, a emissão é monitorada continuamente.

Contribuição para os ODS

Os resultados desta pesquisa contribuem para alternativas de adaptação e mitigação frente aos efeitos das mudanças climáticas, para o desenvolvimento mais sustentável da pecuária brasileira e diretamente para o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) número 13 da Organização das Nações Unidas (ONU) “Adotar medidas urgentes para combater as mudanças climáticas e seus impactos”.

Fonte: Embrapa

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Cultivo consorciado de café com macadâmia é 215% mais produtivo e 3,2 vezes mais rentável que o sistema tradicional

Após 13 anos de estudos, pesquisa liderada pela APTA Regional, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, mostra que o consórcio de café com macadâmia é uma opção viável para os produtores rurais paulistas. Os sistemas consorciados foram mais produtivos que os monocultivos, chegando a 215% a mais de produtividade e rendimento até 3,2 vezes maior em condições sem irrigação. O consórcio também oferece a possibilidade de seqüestro de sete toneladas de dióxido de carbono por hectare por ano. Os resultados foram publicados na revista científica internacional Food and Energy Security.

Segundo o pesquisador da APTA Regional de Bauru, Marcos Perdoná, os resultados foram alcançados por meio de um experimento de longa duração instalado em um produtor rural do município paulista de Dois Córregos. “Após 13 anos de trabalho e a colheita de dez lavouras de café e macadâmia, conseguimos tirar muitas dúvidas sobre os sistemas e chegar a resultados bastante consistentes, que comprovam que o consórcio de café e macadâmia traz benefícios agronômicos, econômicos e ambientais . ”, diz o pesquisador da APTA Regional, líder do projeto ao lado do professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp/Botucatu), Rogério Soratto.

Perdoná explica que no consórcio as duas culturas podem alcançar uma complementaridade mais efetiva no uso de recursos ambientais como nutrientes, água e luz, principalmente quando há uma exploração temporal e espacial desses recursos. “O consórcio de café com macadâmia demonstrou resultar não apenas em melhores condições ambientais, mas também em maior produtividade de café e macadâmia. Isso proporciona maior rentabilidade e retorno mais rápido do investimento quando comparado à monocultura de café, tanto irrigada quanto de sequeiro, aumentando a eficiência no uso da terra e da água na fase inicial”, afirma.

Segundo o pesquisador, o trabalho mostrou que, no consórcio, os cafeeiros se beneficiam da redução da velocidade do vento em até 60%, já que as nogueiras funcionam como quebra-ventos. “Além disso, nos primeiros anos, são protegidos do calor excessivo, produzindo 10% a mais do que os cafeeiros a pleno sol. Para as nogueiras, os benefícios são ainda maiores. Eles aproveitam a adubação e os tratamentos fitossanitários realizados nos cafeeiros, reduzem o período juvenil e iniciam a produção aos três anos”, diz Perdoná.

Os estudos também mostraram que esse tipo de consórcio apresentou resultados agronômicos e econômicos superiores ao cultivo de café simples, com aumento da eficiência do uso da terra em 2,6 vezes, maior rentabilidade e retorno mais rápido do investimento, aumento de 10% na produtividade do café sob sequeiro condições, expansão da produção de macadâmia em 51 e 27%, em condições com e sem irrigação, respectivamente.

Os ganhos foram tão promissores que os pesquisadores afirmam que é possível transformar a bienal do café. “Dizemos que o café é uma safra bienal, ou seja, em um ano tem uma safra com alta produtividade e no outro com baixa. Quando o café é consorciado com macadâmia, transformamos todos os anos em anos com duas safras agrícolas, produzindo café e macadâmia na mesma área”, explica o pesquisador.

O sistema é altamente sustentável

Do ponto de vista ambiental, o sistema consorciado traz uma série de vantagens, como melhor ciclagem de nutrientes e captura de carbono. Perdoná explica que o café é considerado uma cultura neutra em termos de sequestro de carbono, porém, a macadâmia sequestra grande parte desse gás do meio ambiente. Dessa forma, o consórcio pode contribuir decisivamente para o sequestro de carbono da atmosfera, pois cada hectare de café consorciado com macadâmia pode sequestrar anualmente entre 6,7 Mg de CO2 a mais do que os cafeeiros solteiros.

“Na maioria dos países, o café é sombreado, mas a cafeicultura brasileira está em pleno sol (monocultura). Se apenas 10% da área cultivada com café no Brasil adotasse a prática do consórcio com macadâmia, mais de 1,5 Tg de CO2 seriam retirados da atmosfera anualmente. Isso representa muito mais do que muitos programas de reflorestamento, além de aumentar a produção de alimentos, melhorar o uso dos recursos naturais e gerar mais renda para os produtores”, afirma o pesquisador.

O sombreamento proporcionado pelas macadâmias também reduz a necessidade de herbicidas para controlar as ervas daninhas do cafeeiro. “Além disso, nossos resultados mostram uma melhora nos índices de produtividade ao comparar sistemas sem irrigação. O microclima alcançado pelo consórcio melhora consideravelmente a produtividade do cafeeiro nos primeiros anos”, afirma.

Diante dos indicadores, os pesquisadores concluíram que o sistema consorciado é mais estável e eficiente, melhorando a segurança alimentar com melhor aproveitamento dos recursos, intensificação da produção e entrada de recursos econômicos para os agricultores, além de oferecer serviços ecossistêmicos.

Várias modalidades

As vantagens encontradas no estudo chamaram a atenção dos produtores rurais paulistas. Muitos produtores já adotaram o sistema em vários municípios de regiões cafeeiras como Garça, Franca, Mogiana e Alta Paulista.

“Existem vários tipos de consórcio. O que usamos neste estudo em Dois Córregos tinha a estratégia de que o café pagaria o estabelecimento do pomar de macadâmia nos primeiros anos da safra e que após 13 anos seria retirado para que apenas as nogueiras ficassem em a área. Esta é uma modalidade. Mas há produtores, por exemplo, que têm a estratégia de manter um consórcio permanente, por isso adotam um espaçamento maior entre as fileiras de macadâmia”, explica.



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Inoculante reduz perdas de produtividade de milho consorciado com Brachiaria

Pesquisa realizada pela Embrapa Agropecuária Oeste (MS) comprovou que o uso de inoculante à base da bactéria Azospirillum brasilense em milho consorciado com Brachiaria contribui para a redução das perdas de produtividade de grãos causadas pela competição forrageira. Os resultados da pesquisa abrem novos horizontes para o consórcio das duas culturas.

Além do bom desempenho agronômico, o microrganismo, quando associado a gramíneas, como o milho, promove o crescimento radicular, devido à ação dos fitohormônios, possibilitando a fixação do nitrogênio nas plantas. A tecnologia favorece a redução do uso de fertilizantes nitrogenados e uma agricultura mais sustentável. O trabalho foi publicado na revista Pesquisa Agropecuária Brasileira (PAB).

A agrônoma e analista da Embrapa Gessí Ceccon ressalta a importância da pesquisa. Ele explica que, no caso do milho consorciado com a braquiária, costuma haver deficiência de nitrogênio, um dos principais elementos responsáveis ​​pela produção dos grãos. A alta demanda desse elemento químico pelas plantas e sua baixa disponibilidade nos solos brasileiros tornam a adubação nitrogenada uma prática indispensável.

“Os fertilizantes inorgânicos acabam sendo a forma tradicional e padrão de adicionar esse nutriente ao solo”, diz Ceccon. A tecnologia de inoculação suportada por um insumo biológico, como o Azospirillum brasilense, associado a um inseticida biológico, reduz os impactos ambientais. “Esta é uma alternativa sustentável e viável em tempos de escassez e altos preços de fertilizantes químicos”, reforça.

O agrônomo destaca ainda que, a partir do segundo ano de consórcio, a braquiária começa a deixar cobertura, ou seja, matéria orgânica, no solo, o que contribui para um maior crescimento das raízes do milho. “A inoculação do milho com Azospirillum não substitui completamente a adubação química, que contém outros elementos além do nitrogênio, como potássio, fósforo, cálcio e magnésio. Mas reduz os custos relacionados à quantidade de fertilizantes demandada pelas lavouras, proporcionando ganhos para o produtor.”

sobre a pesquisa

Ceccon conta que o objetivo da pesquisa foi avaliar o desempenho agronômico do milho consorciado com a forrageira Urochloa ruziziensis (nova nomenclatura científica de Brachiaria ruziziensis), em sucessão à soja inoculada com as bactérias fixadoras de nitrogênio Bradyrhizobium japonicum e Azospirillum, bem como a inoculação e a reinoculação de milho com A. brasilense, em solo arenoso.

Nas lavouras de milho, nas quais as sementes foram inoculadas, observou-se o efeito positivo de A. brasilense, maior quando a planta foi consorciada com Brachiaria. “Na literatura científica, observa-se que essa bactéria beneficia as lavouras, quando todas as condições são atendidas, mas neste estudo constatamos que esse inoculante biológico teve efeito mesmo em condições restritivas. No nosso caso, ainda em condições de solo arenoso, com menor fertilidade e competitividade com a braquiária”, diz.

Os resultados revelaram que a bactéria Azospirillum brasilense contribui para o crescimento das raízes do milho, proporcionando um aumento na produtividade. “Assim, apesar do cultivo em solo arenoso e em campo competitivo, os resultados comprovaram que a inoculação e a reinoculação com essa bactéria reduzem as perdas de produtividade do milho causadas pela competição da Brachiaria, principalmente em solo arenoso”, comemora Ceccon.

Fixação Biológica de Nitrogênio (BNF)

Azospirillum brasilense é um dos vários microrganismos benéficos às plantas, sendo capaz de colonizar suas raízes e estimular seu crescimento. Bactérias do gênero Azospirillum ganharam destaque mundial a partir da década de 1970, com a descoberta, pela pesquisadora da Embrapa Johanna Döbereiner (1924-2000), de sua capacidade de fixar biologicamente nitrogênio quando em associação com gramíneas.

Na prática, essas bactérias conseguem capturar nitrogênio da atmosfera e transformá-lo para que possa ser assimilado pelas plantas, reduzindo a adubação química nitrogenada. Esse processo natural que ocorre em associação de plantas com bactérias diazotróficas é chamado de Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN).

Além dos ganhos econômicos, uma vez que o mercado de fertilizantes no Brasil é dependente de importações, os resultados do FBN são expressivos relacionados a melhorias na qualidade do solo, como proteção contra erosão, maior fertilidade, retenção de umidade e redução de plantas daninhas. .

Outro ponto que merece destaque refere-se ao aumento da profundidade das raízes do milho, pois essa amplitude permite que a planta, em períodos de estiagem prolongada, busque água nas camadas mais profundas do solo, contribuindo para a sustentabilidade da cultura.

Competitividade do sistema de consórcio

A competição entre forragem e milho foi a principal motivação para a pesquisa. Assim, a quantidade de plantas forrageiras inseridas no sistema foi maior do que o indicado, a fim de estimular essa competição. “Em uma lavoura convencional, o plantio adequado e ajustado entre a população de braquiária e milho é essencial”, enfatiza Gessí Ceccon.

Ele explica que esse ajuste pode ser feito no momento do plantio, mas também durante o seu desenvolvimento, quando necessário. “É possível usar herbicida para suprimir a Brachiaria, que é o mesmo usado para controlar ervas daninhas.”

A competição ocorre inicialmente por água e depois por outros nutrientes, especialmente nitrogênio. Este nutriente está presente na atmosfera e é convertido em formas que podem ser utilizadas pelas plantas. A reação é catalisada pela enzima nitrogenase, encontrada em todas as bactérias fixadoras.

Redução de produtividade quantificada

Gessí explica que são feitas pesquisas em cultivos experimentais para identificar o potencial produtivo de cada híbrido, em busca de resultados que possibilitem quantificar a redução de produtividade de uma cultura.

“Funciona assim: são feitos experimentos com cultivo único de milho, sem Brachiaria, em que a produtividade dessa cultura é avaliada isoladamente. Em outra área, é realizado o consórcio. Essa diferença é então calculada para que as perdas de produtividade possam ser quantificadas. Como parâmetro, pode-se avaliar o número de grãos por espiga de milho colhida, bem como verificar o peso das espigas colhidas. Teremos então os resultados da quantificação da redução da produtividade”.



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