Antigo conhecido dos produtores, traça do tomate volta a causar danos na safra 2022

  • Produtores do DF e MS relatam perdas de até 50% nas lavouras de tomate por causa da praga e os ataques se tornam mais graves a cada ano.
  • Os produtores no Paraguai também relatam uma infestação 40% maior do que em anos anteriores.
  • A mariposa do tomate é mais comum nos períodos mais quentes e secos do ano.
  • Pesquisadores recomendam ações como limpeza de material usado e destruição de restos culturais como medidas de controle.
  • A peste foi detectada pela primeira vez em 1917 no Peru.

Os produtores de tomate do Distrito Federal registraram perdas de até 50% na safra de 2022. A causa de tantos danos é um velho familiar, a traça do tomateiro (Tuta absoluta), praga nativa da América do Sul, detectada pela primeira vez em 1917 no Peru. “Este ano a infestação é muito maior do que no ano passado”, avalia o produtor Maurício Severino Rezende (foto à direita), que também é presidente da Cooperativa Agropecuária da Região Planaltina (Cootaquara). com traça do tomate não atingiu 10%. “Este ano perdi metade da produção, e algumas plantações tiveram que ser abandonadas, porque não era economicamente viável colher”, diz Rezende.

A situação foi agravada pelo baixo preço oferecido pelo tomate. “No plantio anterior, os preços estavam altos e, portanto, o mercado conseguiu absorver um produto de qualidade um pouco inferior. Nesta safra, com o preço quatro vezes menor – R$ 40,00 a caixa contra R$ 160,00 do ano passado – a seleção teve que ser muito mais rigorosa”, explica. Como resultado, grande parte da produção virou ração animal ou foi simplesmente descartada.

A gestão adequada pode evitar perdas

O entomologista Alexandre Pinho de Moura (foto à esquerda), pesquisador da Embrapa Hortaliças (DF), observa que esses picos de infestação pela traça do tomateiro têm sido recorrentes no país. “Há cerca de três anos tivemos uma situação semelhante no Brasil, mas ainda não foi possível identificar os fatores que determinam essa sazonalidade”, enfatiza.

Patrocinadores

Moura destaca que as infestações são mais comuns nos períodos mais quentes e secos do ano, quando a praga completa seu ciclo mais rapidamente e é possível obter várias gerações em um curto período de tempo.

A traça do tomateiro ataca a cultura durante todo o ciclo produtivo, causando danos às folhas, galhos e frutos, que são perfurados pelas lagartas e perdem seu valor comercial.

Mas o pesquisador explica que perdas tão altas, de até metade da produção, não são comuns. “Em geral é possível manter um controle razoável. Eventualmente, pode haver algum desequilíbrio na lavoura, devido à aplicação errada de agrotóxicos, por exemplo, que faz explodir a população da praga.”

Também é importante que o produtor adote alguns cuidados, inclusive na entressafra. “Algumas medidas são bem simples, como a destruição de restos culturais contaminados e limpeza de todo material utilizado na plantação, além de cuidados durante toda a colheita, como monitoramento da infestação e escolha correta dos produtos a serem aplicados”, recomenda o entomologista . Ele informa ainda que o uso associado de defensivos químicos com um inimigo natural da praga trouxe bons resultados nos experimentos.

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Inimigo natural ajuda no controle de pragas

Recentemente, Moura concluiu um projeto de pesquisa que avaliou o controle da traça do tomateiro por meio do uso exclusivo de agrotóxicos e do uso de defensivos seletivos associados a um inimigo natural (controle biológico) da Tuta absoluta, um parasitoide de ovos chamado Trichogramma. pretiosum.

“O tratamento utilizando apenas defensivos foi eficiente, mas quando associado ao uso do parasitóide, a redução da praga foi mais expressiva, mantendo a infestação próxima aos níveis de controle – 20% de folhas atacadas e 5% de frutos emborrachados”, relata o relatório. investigador.

O experimento foi realizado em dois segmentos de casa de vegetação da Embrapa Hortaliças, utilizando o tomate híbrido BRS Kiara. A divisão da casa de vegetação foi feita de acordo com o tipo de controle utilizado: uma parte com defensivos recomendados para o cultivo de tomateiro e outra com o parasitóide T. pretiosum combinado com defensivos seletivos.

Em ambas as partes, foram dispostos 210 vasos, espaçados de um metro entre fileiras de plantas e 0,30 m entre plantas. Na última avaliação realizada dentro do estudo, foi encontrada uma taxa de infestação de 0% nas folhas para ambos os tratamentos. No caso dos frutos, os percentuais de ataque foram de 6,67% para o tratamento com uso combinado de agrotóxicos seletivos e T. pretiosum, e 20% para o tratamento com agrotóxicos isolado.

Para acompanhar e saber o momento exato de adoção de medidas adicionais de controle, foi realizado um monitoramento semanal da população da praga durante o estudo – nas folhas em fase vegetativa da planta e nos frutos em período de frutificação. “Recomenda-se que o produtor faça o mesmo na propriedade”, diz Moura, lembrando que a aplicação de defensivos junto ao inimigo natural deve ser feita de forma compatível, por meio de produtos seletivos, que sejam eficientes no controle da praga. , mas não causa dano ao inimigo natural.

Problema vai além do DF

Em Mato Grosso do Sul, o produtor Uilson Júnior, do município de Angélica, relata perdas semelhantes às do presidente da Cootaquara no Distrito Federal. “De cada 20 caixas, dez são jogadas fora e dez consigo vender, mas por um preço bem menor. Já perdi uma estufa inteira e agora estou perdendo a segunda. Aplicar veneno não resolve mais o problema. A única solução é arrancar tudo e plantar do zero”, informa o produtor mato-grossense. , a infestação por Tuta absoluta em plantações de tomate este ano é pelo menos 40% maior do que nos anos anteriores, causando grandes prejuízos aos produtores.

O representante da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) na área de atuação da Cootaquara, Fabiano Ibraim Regis Carvalho, afirma que esse percentual de perdas não foi uniforme em toda a região. “Algumas lavouras tiveram que ser arrancadas antes da colheita, mas outros produtores conseguiram manter a produtividade. Depende muito da gestão que cada um adotou”, enfatiza.

Um fato, porém, é inegável na avaliação do extensionista: o ataque da traça do tomateiro vem se agravando a cada ano.

Vídeo sobre a traça do tomate

https://www.youtube.com/embed/GPxrN9USGu4

um problema mundial

A partir da década de 1960, a Tuta absoluta se espalhou do Peru para outros países da América do Sul, como Argentina, Uruguai, Bolívia e Paraguai. A praga foi detectada pela primeira vez no Brasil em 1979, no estado do Paraná, e após três anos já estava presente em todas as regiões produtoras de tomate do país.

Na década de 1990, a traça do tomateiro atingiu a região Nordeste com tanta intensidade, principalmente o Submédio do Vale do São Francisco, que boa parte das indústrias de tomate industrializado teve que fechar as portas e migrar para outras regiões, por causa da drástica redução da oferta de matéria-prima. Em 2006, T. absoluta foi detectada na Europa, na província de Valência (Espanha), e logo se espalhou para outras regiões da África e Ásia. Ainda não há registros oficiais da entrada da praga na China, o maior produtor de tomate do mundo, mas a mariposa do tomate foi encontrada no sul da Índia em 2014 e dois anos depois em fazendas no Nepal e no norte de Bangladesh. .

Segundo Moura, apesar da capacidade de voo do T.

absoluta é pequena e pode ser potencializada pelo vento, a disseminação da praga pelo planeta se deve principalmente à globalização do comércio mundial. “Basta uma fêmea fertilizada em uma caixa de tomates para levar a praga para outro continente”, diz ela.

o mercado de tomate

O Brasil produziu 3.679.160 toneladas de tomate em 2021, em uma área de 51.907 hectares (ha), o que representa uma produtividade média de 70.880 kg/ha. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o valor estimado dessa produção é de R$ 6.478.833,00, sendo São Paulo o maior estado produtor do país.

Ainda segundo o instituto, o valor estimado da produção vem crescendo ano a ano no Brasil, saltando de R$ 4.354.465,00 em 2017 para o valor registrado no ano passado; um aumento de quase 50% em apenas cinco anos.

Originário da região andina – que abrange Peru, norte do Chile, Equador e Ilhas Galápagos – o tomate é hoje produzido em mais de uma centena de países e está presente na mesa da população de diversas formas, desde a mais simples salada até produtos industrializados. , como molhos e extratos.

Sua importância alimentar e nutricional é caracterizada pela alta concentração de licopeno, um poderoso antioxidante que ajuda a proteger o organismo contra os radicais livres e até mesmo o câncer.

No Brasil, o tomate é uma das principais hortaliças, produzida em todas as regiões, com destaque para os estados de Goiás, São Paulo e Minas Gerais, que concentram mais da metade da área e da produção nacional, e onde estão as principais indústrias processadoras de tomate. As boas condições edafoclimáticas são os principais fatores de concentração do cultivo nesses estados.

Há uma grande variedade de tomates pelo mundo, desde os tradicionais, com a casca vermelha do fruto, até os verdes e roxos. A forma e o tamanho também são variados: redondos, oblongos, planos, minitomates.

O uso de híbridos já está consolidado e atende a todos os mercados de produção de tomate, principalmente para os dois grandes grupos, tomate para indústria e tomate de mesa.

As cultivares de tomate destinadas ao consumo in natura podem ser divididas em quatro grandes grupos:

  • Cereja: as variedades apresentam frutos pequenos, com 12 a 18 cachos, em forma de pêra e cor vermelha a amarela, com altos teores de sólidos solúveis. Utilizado na decoração de pratos e couvert, este grupo vem apresentando grande procura por parte dos consumidores, alcançando preços razoáveis ​​no mercado.
  • Santa Cruz: são as mais conhecidas do mercado, com preço mais baixo e sabor levemente ácido. Tradicional na culinária, usado em saladas e molhos. Frutos oblongos, pesando entre 80 e 220 gramas.
  • Italiano: frutos longos (7 – 10 cm), em alguns casos pontiagudos e oblongos. Polpa espessa com coloração intensa, firme e saborosa. Usado principalmente para molhos, podendo também fazer parte de saladas. Embora tenha sido observado um aumento frequente da demanda, muitos consumidores ainda não sabem disso.
  • Salada: também conhecida como tomate ou gaúcha. Sua forma é plana globular, os frutos são muito grandes e podem atingir até 500 g, com coloração vermelha ou rosada. Eles têm pouca acidez.

Apesar de ser classificado como fruta, o tomate é estudado dentro do grupo das hortaliças, pois faz parte da dieta brasileira, juntamente com outras espécies, como parte de saladas. Dentre todas as hortaliças, o tomate se destaca entre as mais consumidas, depois da alface, associada principalmente às principais refeições diárias ou lanches e fast food.



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Velho conhecido dos produtores, a mariposa do tomate volta a causar estragos…

A traça do tomateiro ataca a cultura durante todo o ciclo produtivo, causando danos às folhas, galhos e frutos, que são perfurados pelas lagartas e perdem seu valor comercial.

Os produtores de tomate do Distrito Federal registraram perdas de até 50% na safra de 2022. A causa de tantos danos é um velho familiar, a traça do tomateiro (Tuta absoluta), praga nativa da América do Sul, detectada pela primeira vez em 1917 no Peru. “Este ano a infestação é muito maior do que no ano passado”, avalia o produtor Maurício Severino Rezende (foto à direita), que também é presidente da Cooperativa Agropecuária da Região Planaltina (Cootaquara). com traça do tomate não atingiu 10%. “Este ano perdi metade da produção e algumas plantações tiveram que ser abandonadas, porque não era economicamente viável colher”, diz Rezende.

A situação foi agravada pelo baixo preço oferecido pelo tomate. “No plantio anterior, os preços estavam altos e, portanto, o mercado conseguiu absorver um produto de qualidade um pouco inferior. Nesta safra, com o preço quatro vezes menor – R$ 40,00 a caixa contra R$ 160,00 do ano passado – a seleção teve que ser muito mais rigorosa”, explica. Como resultado, grande parte da produção virou ração animal ou foi simplesmente descartada.

A gestão adequada pode evitar perdas
O entomologista Alexandre Pinho de Moura (foto à esquerda), pesquisador da Embrapa Hortaliças (DF), observa que esses picos de infestação pela traça do tomateiro têm sido recorrentes no país. “Há cerca de três anos tivemos uma situação semelhante no Brasil, mas ainda não foi possível identificar os fatores que determinam essa sazonalidade”, enfatiza.

Moura destaca que as infestações são mais comuns nos períodos mais quentes e secos do ano, quando a praga completa seu ciclo mais rapidamente e é possível obter várias gerações em um curto período de tempo.

A traça do tomateiro ataca a cultura durante todo o ciclo produtivo, causando danos às folhas, galhos e frutos, que são perfurados pelas lagartas e perdem seu valor comercial.

Mas o pesquisador explica que perdas tão altas, de até metade da produção, não são comuns. “Em geral é possível manter um controle razoável. Eventualmente, pode haver algum desequilíbrio na lavoura, devido à aplicação errada de agrotóxicos, por exemplo, que faz explodir a população da praga.”

Também é importante que o produtor adote alguns cuidados, inclusive na entressafra. “Algumas medidas são bem simples, como a destruição de restos culturais contaminados e limpeza de todo material utilizado na plantação, além de cuidados durante toda a colheita, como monitoramento da infestação e escolha correta dos produtos a serem aplicados”, recomenda o entomologista . Ele informa ainda que o uso associado de defensivos químicos com um inimigo natural da praga trouxe bons resultados nos experimentos.

Inimigo natural ajuda no controle de pragas

Recentemente, Moura concluiu um projeto de pesquisa que avaliou o controle da traça do tomateiro por meio do uso exclusivo de agrotóxicos e do uso de defensivos seletivos associados a um inimigo natural (controle biológico) da Tuta absoluta, um parasitoide de ovos chamado Trichogramma. pretiosum.

“O tratamento utilizando apenas defensivos foi eficiente, mas quando associado ao uso do parasitóide, a redução da praga foi mais expressiva, mantendo a infestação próxima aos níveis de controle – 20% de folhas atacadas e 5% de frutos emborrachados”, relata o relatório. investigador.

O experimento foi realizado em dois segmentos de casa de vegetação da Embrapa Hortaliças, utilizando o tomate híbrido BRS Kiara. A divisão da casa de vegetação foi feita de acordo com o tipo de controle utilizado: uma parte com defensivos recomendados para o cultivo de tomateiro e outra com o parasitóide T. pretiosum combinado com defensivos seletivos.

Em ambas as partes, foram dispostos 210 vasos, espaçados de um metro entre fileiras de plantas e 0,30 m entre plantas. Na última avaliação realizada dentro do estudo, foi encontrada uma taxa de infestação de 0% nas folhas para ambos os tratamentos. No caso dos frutos, os percentuais de ataque foram de 6,67% para o tratamento com uso combinado de agrotóxicos seletivos e T. pretiosum, e 20% para o tratamento com agrotóxicos isolado.

Para acompanhar e saber o momento exato de adoção de medidas adicionais de controle, foi realizado um monitoramento semanal da população da praga durante o estudo – nas folhas em fase vegetativa da planta e nos frutos em período de frutificação. “Recomenda-se que o produtor faça o mesmo na propriedade”, diz Moura, lembrando que a aplicação de defensivos junto ao inimigo natural deve ser feita de forma compatível, por meio de produtos seletivos, que sejam eficientes no controle da praga. , mas não causa dano ao inimigo natural.

Problema vai além do DF

Em Mato Grosso do Sul, o produtor Uilson Júnior, do município de Angélica, relata perdas semelhantes às do presidente da Cootaquara no Distrito Federal. “De cada 20 caixas, dez são jogadas fora e dez consigo vender, mas por um preço bem menor. Já perdi uma estufa inteira e agora estou perdendo a segunda. Aplicar veneno não resolve mais o problema. A única solução é arrancar tudo e plantar do zero”, informa o produtor mato-grossense. , a infestação por Tuta absoluta em plantações de tomate este ano é pelo menos 40% maior do que nos anos anteriores, causando grandes prejuízos aos produtores.

O representante da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) na área de atuação da Cootaquara, Fabiano Ibraim Regis Carvalho, afirma que esse percentual de perdas não foi uniforme em toda a região. “Algumas lavouras tiveram que ser arrancadas antes da colheita, mas outros produtores conseguiram manter a produtividade. Depende muito da gestão que cada um adotou”, enfatiza.

Um fato, porém, é inegável na avaliação do extensionista: o ataque da traça do tomateiro vem se agravando a cada ano.

um problema mundial

A partir da década de 1960, a Tuta absoluta se espalhou do Peru para outros países da América do Sul, como Argentina, Uruguai, Bolívia e Paraguai. A praga foi detectada pela primeira vez no Brasil em 1979, no estado do Paraná, e após três anos já estava presente em todas as regiões produtoras de tomate do país.

Na década de 1990, a traça do tomateiro atingiu a região Nordeste com tanta intensidade, principalmente o Submédio do Vale do São Francisco, que boa parte das indústrias de tomate industrializado teve que fechar as portas e migrar para outras regiões, por causa da drástica redução da oferta de matéria-prima. Em 2006, T. absoluta foi detectada na Europa, na província de Valência (Espanha), e logo se espalhou para outras regiões da África e Ásia. Ainda não há registros oficiais da entrada da praga na China, o maior produtor de tomate do mundo, mas a mariposa do tomate foi encontrada no sul da Índia em 2014 e dois anos depois em fazendas no Nepal e no norte de Bangladesh. .

Segundo Moura, apesar da capacidade de voo do T.

absoluta é pequena e pode ser potencializada pelo vento, a disseminação da praga pelo planeta se deve principalmente à globalização do comércio mundial. “Basta uma fêmea fertilizada em uma caixa de tomates para levar a praga para outro continente”, diz ela.

o mercado de tomate

O Brasil produziu 3.679.160 toneladas de tomate em 2021, em uma área de 51.907 hectares (ha), o que representa uma produtividade média de 70.880 kg/ha. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o valor estimado dessa produção é de R$ 6.478.833,00, sendo São Paulo o maior estado produtor do país.

Ainda segundo o instituto, o valor estimado da produção vem crescendo ano a ano no Brasil, saltando de R$ 4.354.465,00 em 2017 para o valor registrado no ano passado; um aumento de quase 50% em apenas cinco anos.

Originário da região andina – que abrange Peru, norte do Chile, Equador e Ilhas Galápagos – o tomate é hoje produzido em mais de uma centena de países e está presente na mesa da população de diversas formas, desde a mais simples salada até produtos industrializados. , como molhos e extratos.

Sua importância alimentar e nutricional é caracterizada pela alta concentração de licopeno, um poderoso antioxidante que ajuda a proteger o organismo contra os radicais livres e até mesmo o câncer.

No Brasil, o tomate é uma das principais hortaliças, produzida em todas as regiões, com destaque para os estados de Goiás, São Paulo e Minas Gerais, que concentram mais da metade da área e da produção nacional, e onde estão as principais indústrias processadoras de tomate. As boas condições edafoclimáticas são os principais fatores de concentração do cultivo nesses estados.

Há uma grande variedade de tomates pelo mundo, desde os tradicionais, com a casca vermelha do fruto, até os verdes e roxos. A forma e o tamanho também são variados: redondos, oblongos, planos, minitomates.

O uso de híbridos já está consolidado e atende a todos os mercados de produção de tomate, principalmente para os dois grandes grupos, tomate para indústria e tomate de mesa.

As cultivares de tomate destinadas ao consumo in natura podem ser divididas em quatro grandes grupos:

• Cereja: as variedades apresentam frutos pequenos, com 12 a 18 cachos, em forma de pêra e de cor vermelha a amarela, com altos teores de sólidos solúveis. Utilizado na decoração de pratos e couvert, este grupo vem apresentando grande procura por parte dos consumidores, alcançando preços razoáveis ​​no mercado.

• Santa Cruz: são as mais conhecidas do mercado, com preço mais baixo e sabor levemente ácido. Tradicional na culinária, usado em saladas e molhos. Frutos oblongos, pesando entre 80 e 220 gramas.

• Italiano: frutos compridos (7 – 10 cm), em alguns casos pontiagudos e oblongos. Polpa espessa com coloração intensa, firme e saborosa. Usado principalmente para molhos, podendo também fazer parte de saladas. Embora tenha sido observado um aumento frequente da demanda, muitos consumidores ainda não sabem disso.

• Salada: também conhecida como tomate ou gaúcho. Sua forma é plana globular, os frutos são muito grandes e podem atingir até 500 g, com coloração vermelha ou rosada. Eles têm pouca acidez.

Apesar de ser classificado como fruta, o tomate é estudado dentro do grupo das hortaliças, pois faz parte da dieta brasileira, juntamente com outras espécies, como parte de saladas. Dentre todas as hortaliças, o tomate se destaca entre as mais consumidas, depois da alface, associada principalmente às principais refeições diárias ou lanches e fast food.



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Um velho conhecido dos produtores, a mariposa do tomate mais uma vez causa…

A traça do tomateiro ataca a cultura durante todo o ciclo produtivo, causando danos às folhas, galhos e frutos, que são perfurados pelas lagartas e perdem seu valor comercial.

Os produtores de tomate do Distrito Federal registraram perdas de até 50% na safra de 2022. A causa de tantos danos é um velho familiar, a traça do tomateiro (Tuta absoluta), praga nativa da América do Sul, detectada pela primeira vez em 1917 no Peru. “Este ano a infestação é muito maior do que no ano passado”, diz o produtor Maurício Severino Rezende, que também é presidente da Cooperativa Agropecuária da Região Planaltina (Cootaquara).

Segundo ele, em 2021 as perdas com a traça do tomate não chegaram a 10%. “Este ano perdi metade da produção e algumas plantações tiveram que ser abandonadas, porque não era economicamente viável colher”, diz Rezende.

A situação foi agravada pelo baixo preço oferecido pelo tomate. “No plantio anterior, os preços estavam altos e, portanto, o mercado conseguiu absorver um produto de qualidade um pouco inferior. Nesta safra, com o preço quatro vezes menor – R$ 40,00 a caixa contra R$ 160,00 do ano passado – a seleção teve que ser muito mais rigorosa”, explica. Como resultado, grande parte da produção virou ração animal ou foi simplesmente descartada.

A gestão adequada pode evitar perdas

O entomologista Alexandre Pinho de Moura, pesquisador da Embrapa Hortaliças (DF), observa que esses picos de infestação pela traça do tomateiro têm sido recorrentes no país. “Há cerca de três anos tivemos uma situação semelhante no Brasil, mas ainda não foi possível identificar os fatores que determinam essa sazonalidade”, enfatiza.

Moura destaca que as infestações são mais comuns nos períodos mais quentes e secos do ano, quando a praga completa seu ciclo mais rapidamente e é possível obter várias gerações em um curto período de tempo.

A mariposa do tomateiro ataca a cultura durante todo o ciclo produtivo, causando danos às folhas, galhos e frutos, que ficam “entediados”, ou seja, feridos pelas lagartas e perdem seu valor comercial.

Mas o pesquisador explica que perdas tão altas, de até metade da produção, não são comuns. “Em geral, é possível manter um controle razoável. Eventualmente, pode haver algum desequilíbrio na lavoura, devido à aplicação errada de agrotóxicos, por exemplo, que faz explodir a população da praga.”

Também é importante que o produtor adote alguns cuidados, inclusive na entressafra. “Algumas medidas são bem simples, como a destruição de restos culturais contaminados e limpeza de todo material utilizado na plantação, além de cuidados durante toda a colheita, como monitoramento da infestação e escolha correta dos produtos a serem aplicados”, recomenda o entomologista . Ele informa ainda que o uso associado de defensivos químicos com um inimigo natural da praga trouxe bons resultados em experimentos (veja tabela abaixo).

Inimigo natural ajuda no controle de pragas

Recentemente, Moura concluiu um projeto de pesquisa que avaliou o controle da traça do tomateiro por meio do uso exclusivo de agrotóxicos e do uso de defensivos seletivos associados a um inimigo natural (controle biológico) da Tuta absoluta, um parasitoide de ovos chamado Trichogramma. pretiosum.

“O tratamento utilizando apenas agrotóxicos foi eficiente, mas quando associado ao uso do parasitóide, a redução da praga foi mais significativa, mantendo a infestação próxima aos níveis de controle – 20% de folhas atacadas e 5% de frutos ‘quebrados’”, relata o pesquisador.

O experimento foi realizado em dois segmentos de casa de vegetação da Embrapa Hortaliças, utilizando o tomate híbrido BRS Kiara. A divisão da casa de vegetação foi feita de acordo com o tipo de controle utilizado: uma parte com defensivos recomendados para o cultivo de tomateiro e outra com o parasitóide T. pretiosum combinado com defensivos seletivos.

Em ambas as partes, foram dispostos 210 vasos, espaçados de um metro entre fileiras de plantas e 0,30 m entre plantas. Na última avaliação realizada dentro do estudo, foi encontrada uma taxa de infestação de 0% nas folhas para ambos os tratamentos. No caso dos frutos, os percentuais de ataque foram de 6,67% para o tratamento com uso combinado de agrotóxicos seletivos e T. pretiosum, e 20% para o tratamento com agrotóxicos isolado.

Para acompanhar e saber o momento exato de adoção de medidas adicionais de controle, foi realizado um monitoramento semanal da população da praga durante o estudo – nas folhas em fase vegetativa da planta e nos frutos em período de frutificação. “Recomenda-se que o produtor faça o mesmo na propriedade”, diz Moura, lembrando que a aplicação de defensivos junto ao inimigo natural deve ser feita de forma compatível, por meio de produtos seletivos, que sejam eficientes no controle da praga. , mas não causa dano ao inimigo natural.

Problema vai além do DF

Em Mato Grosso do Sul, o produtor Uilson Júnior, do município de Angélica, relata perdas semelhantes às do presidente da Cootaquara no Distrito Federal. “De cada 20 caixas, dez são jogadas fora e dez consigo vender, mas por um preço bem menor. Já perdi uma estufa inteira e agora estou perdendo a segunda. Aplicar veneno não resolve mais o problema. A única solução é arrancar tudo e começar a plantar do zero”, informa o produtor mato-grossense.

No Paraguai, de acordo com o agrônomo José Sevian, coordenador de projetos do Centro Tecnológico Agropecuário do Paraguai (Cetapar), a infestação por Tuta absoluta nas plantações de tomate este ano é pelo menos 40% maior do que nos anos anteriores, causando grandes perdas. aos produtores.

Fabiano Ibraim Regis Carvalho, representante da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) na área de atuação da Cootaquara, diz que esse percentual de perdas não foi uniforme em toda a região. “Algumas lavouras tiveram que ser arrancadas antes da colheita, mas outros produtores conseguiram manter a produtividade. Depende muito da gestão que cada um adotou”, enfatiza.

Um fato, porém, é inegável na avaliação do extensionista: o ataque da traça do tomateiro vem se agravando a cada ano.

Traça-do-tomateiro volta a causar prejuízos na safra 2022

um problema mundial

A partir da década de 1960, a Tuta absoluta se espalhou do Peru para outros países da América do Sul, como Argentina, Uruguai, Bolívia e Paraguai. A praga foi detectada pela primeira vez no Brasil em 1979, no estado do Paraná, e após três anos já estava presente em todas as regiões produtoras de tomate do país.

Na década de 1990, a traça do tomateiro atingiu a região Nordeste com tanta intensidade, principalmente o Submédio do Vale do São Francisco, que boa parte das indústrias de tomate industrializado teve que fechar as portas e migrar para outras regiões, por causa da drástica redução da oferta de matérias-primas.

Em 2006, T. absoluta foi detectada na Europa, na província de Valência (Espanha), e logo se espalhou para outras regiões da África e Ásia. Ainda não há registros oficiais da entrada da praga na China, o maior produtor de tomate do mundo, mas a mariposa do tomate foi encontrada no sul da Índia em 2014 e, dois anos depois, em fazendas no Nepal e no norte de Bangladesh. .

Segundo Moura, apesar da capacidade de voo da mariposa T. absoluta ser pequena e potencializada pelo vento, a disseminação da praga pelo planeta se deve principalmente à globalização do comércio mundial. “Basta uma fêmea fertilizada em uma caixa de tomates para levar a praga para outro continente”, diz ela.

o mercado de tomate

O Brasil produziu 3.679.160 toneladas de tomate em 2021, em uma área de 51.907 hectares (ha), o que representa uma produtividade média de 70.880 kg/ha. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o valor estimado dessa produção é de R$ 6.478.833,00, sendo São Paulo o maior estado produtor do país.

Ainda segundo o instituto, o valor estimado da produção vem crescendo ano a ano no Brasil, saltando de R$ 4.354.465,00 em 2017 para o valor registrado no ano passado; um aumento de quase 50% em apenas cinco anos.

Originário da região andina – que abrange Peru, norte do Chile, Equador e Ilhas Galápagos – o tomate é hoje produzido em mais de uma centena de países e está presente na mesa da população de diversas formas, desde a mais simples salada até produtos industrializados. , como molhos e extratos.

Sua importância alimentar e nutricional é caracterizada pela alta concentração de licopeno, um poderoso antioxidante que ajuda a proteger o organismo contra os radicais livres e até mesmo o câncer.

No Brasil, o tomate é uma das principais hortaliças, produzida em todas as regiões, com destaque para os estados de Goiás, São Paulo e Minas Gerais, que concentram mais da metade da área e da produção nacional, e onde estão as principais indústrias processadoras de tomate. As boas condições edafoclimáticas são os principais fatores de concentração do cultivo nesses estados.

Há uma grande variedade de tomates pelo mundo, desde os tradicionais, com a casca vermelha do fruto, até os verdes e roxos. A forma e o tamanho também são variados: redondos, oblongos, planos e minitomates.

O uso de híbridos já está consolidado e atende a todos os mercados de produção de tomate, principalmente para os dois grandes grupos, tomate para indústria e tomate de mesa.

As cultivares de tomate destinadas ao consumo in natura podem ser divididas em quatro grandes grupos:

• Cereja: as variedades apresentam frutos pequenos, com 12 a 18 cachos, em forma de pêra e de cor vermelha a amarela, com altos teores de sólidos solúveis. Utilizado na decoração de pratos e couvert, este grupo vem apresentando grande procura por parte dos consumidores, alcançando preços razoáveis ​​no mercado.

• Santa Cruz: são as mais conhecidas do mercado, com preço mais baixo e sabor levemente ácido. Tradicional na culinária, usado em saladas e molhos. Frutos oblongos, pesando entre 80 e 220 gramas.

• Italiano: frutos compridos (7 – 10 cm), em alguns casos pontiagudos e oblongos. Polpa espessa com coloração intensa, firme e saborosa. Usado principalmente para molhos, podendo também fazer parte de saladas. Embora tenha sido observado um aumento frequente da demanda, muitos consumidores ainda não sabem disso.

• Salada: também conhecida como tomate ou gaúcho. Sua forma é plana globular, os frutos são muito grandes e podem atingir até 500 g, com coloração vermelha ou rosada. Eles têm pouca acidez.

Apesar de ser classificado como fruta, o tomate é estudado dentro do grupo das hortaliças, pois faz parte da dieta brasileira, juntamente com outras espécies, como parte de saladas. Dentre todas as hortaliças, o tomate se destaca entre as mais consumidas, depois da alface, associada principalmente às principais refeições diárias ou lanches e fast food.



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Qual o nome do animal marinho com escamas e nadadeiras que é conhecido como peixe?

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Quantas vezes por semana o peixe faz parte do seu cardápio? Se você está consumindo menos de vinte quilos por ano, saiba que está abaixo da média. A Fish Week acontece de 1 a 15 de setembro e chega à sua 20ª edição com o objetivo de ampliar ainda mais o consumo de pescado no Brasil. Desde 2004, o evento criado pelo Ministério da Pesca e atualmente organizado pela iniciativa privada tem visto o consumo aumentar. No início, a média era de apenas 6,5 quilos por habitante por ano. Em 20 anos o salto foi de 65%.

O avanço foi grande, mas o setor quer mais.

O presidente do International Fish Congress & Fish Expo Brasil (IFC Brasil) e membro da coordenação nacional do evento, Altemir Gregolin informou que a meta é aumentar o consumo em 30% em relação às semanas normais, com o evento sendo realizado em todos os estados brasileiros. “Descentralizar mais, chegar aos pequenos e médios municípios, dar cobertura nacional à Semana do Peixe. A ideia é levar o peixe para onde antes estava.”

obstáculos

Um dos entraves observados em anos anteriores era que os consumidores diziam não consumir porque não havia onde comprar o pescado. Isso está sendo superado com a ampliação do número de pontos de venda nas cidades de chegada do pescado. “O que fazemos é envolver o setor produtivo, desde a pesca artesanal, que tem capilaridade nacional, piscicultura, produtores de camarão, empresas que processam e distribuem. Do outro lado quem faz a venda, que são os bares e restaurantes e a rede de supermercados”. Gregolin lembrou que a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) tem 94 mil lojas.

A população precisa conhecer o peixe

Ao contrário do frango e do porco, o peixe tem a particularidade de ter uma variedade de peixes. “Uma das barreiras para o consumo é que muita gente não sabe escolher, não sabe qual é a espécie, se está boa para o consumo”. Apesar disso, segundo o coordenador do evento, na última década a qualidade melhorou muito porque as empresas modernizaram os processos e aperfeiçoaram a qualidade dos produtos, assim como aumentou a fiscalização dos órgãos públicos sobre o pescado.

O presidente do IFC Brasil destacou que cada região brasileira possui espécies mais consumidas e mais difundidas. São cerca de 20 espécies só de peixes cultivados, embora algumas se destaquem entre as demais, como tilápia, camarão e tambaqui. Ele destacou que o aumento do consumo no mercado brasileiro é relevante não só pela questão da saúde da população, mas também porque impulsiona a produção. O aumento de 65% no consumo em 20 anos refletiu uma expansão de 60% na produção. “E mesmo assim esse aumento de produção não atendeu a demanda de pescado”. Peixes como salmão e bacalhau não são produzidos no Brasil, cuja balança comercial é negativa.

Balança comercial

Até 2006, a balança comercial do pescado era positiva para o Brasil. Ou seja, o país exportou mais do que importou. A partir dessa data, com o aumento do consumo, o saldo comercial passou a ser negativo. Em 2022, o país importou US$ 1,4 bilhão em pescados, contra US$ 300 milhões exportados. “Significa que somos um país gigantesco, com uma infinidade de espécies e um enorme potencial, mas ainda deficitário.”

Gregolin argumentou que se o Brasil aumentasse um quilo de pescado por habitante/ano, isso representaria 200 mil toneladas de produto processado. “Se vamos transformar isso em peixe vivo, temos mais 500 mil toneladas para produzir”.

(Fernanda Toigo/Sou Agro)

São várias as vantagens de incluir peixe em sua alimentação diária. Além de ser uma fonte de proteínas, o consumo regular desse alimento traz diversos benefícios à saúde. No entanto, muitas pessoas ainda consomem quantidades abaixo do recomendado, ficando abaixo da média anual de consumo de peixe no Brasil, que é de vinte quilos por ano.

Para incentivar e aumentar o consumo de peixe no país, acontece anualmente a Fish Week, um evento criado pelo Ministério da Pesca e que atualmente é organizado pela iniciativa privada. Em sua 20ª edição, a Fish Week tem como objetivo ampliar ainda mais o consumo de pescado no Brasil. Desde sua primeira edição, em 2004, o evento tem sido um sucesso, contribuindo para o aumento do consumo de peixe no país. No início, a média anual era de apenas 6,5 quilos por habitante, mas ao longo desses vinte anos o salto foi de 65%.

Atualmente, a meta da Fish Week é aumentar em 30% o consumo de peixe em relação às semanas normais. Para isso, o evento será realizado em todos os estados brasileiros, com o objetivo de descentralizar e atingir não apenas as grandes cidades, mas também os pequenos e médios municípios. A proposta é levar o peixe para onde antes sua oferta era escassa, expandindo a venda e oferecendo mais opções aos consumidores.

Um dos obstáculos observados nas edições anteriores da Fish Week era a falta de pontos de venda de pescado, o que levava os consumidores a não adquirirem esse alimento. Porém, essa questão está sendo superada com a ampliação do número de pontos de venda nas cidades que recebem o pescado. A estratégia é envolver todo o setor produtivo, desde a pesca artesanal até as empresas que processam e distribuem o pescado, além de bares, restaurantes e a rede de supermercados. A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) possui atualmente 94 mil lojas, o que contribui para a disponibilidade do peixe em diversas regiões do país.

Um fator que muitas pessoas alegam ser um obstáculo ao consumo de peixe é a falta de conhecimento sobre as diversas espécies disponíveis. Diferente do frango e do porco, o peixe possui uma variedade de tipos, o que pode gerar dúvidas na hora da escolha. Porém, nos últimos anos a qualidade dos produtos tem melhorado, assim como a fiscalização dos órgãos públicos sobre o pescado. Esses fatores têm contribuído para um aumento da confiança dos consumidores na hora de escolher o peixe.

Cada região do Brasil possui espécies de peixes mais consumidas e difundidas. Atualmente, existem cerca de 20 espécies só de peixes cultivados, sendo a tilápia, o camarão e o tambaqui algumas das mais populares. O aumento do consumo de peixe no mercado brasileiro é importante não apenas para a saúde da população, mas também para impulsionar a produção. Nos últimos vinte anos, o aumento de 65% no consumo refletiu em uma expansão de 60% na produção. No entanto, ainda há uma demanda significativa que não é atendida pelo mercado nacional. Peixes como salmão e bacalhau, por exemplo, são importados, o que gera um saldo negativo na balança comercial do país.

Até 2006, a balança comercial do pescado era positiva para o Brasil, ou seja, o país exportava mais do que importava nesse setor. Porém, com o aumento do consumo interno, o saldo comercial se tornou negativo. Em 2022, o Brasil importou US$ 1,4 bilhão em pescados, enquanto exportou apenas US$ 300 milhões. Isso mostra que há um potencial gigantesco para a produção de pescado no país, mas que ainda precisa ser explorado.

Um aumento de apenas um quilo de pescado por habitante por ano representaria um acréscimo de 200 mil toneladas de peixes processados. Além disso, se levarmos em consideração a produção de peixes vivos, teríamos mais 500 mil toneladas a serem produzidas. Portanto, há um grande potencial a ser explorado tanto na produção quanto no consumo de peixe no Brasil.

Em conclusão, a Fish Week é um evento importante para incentivar o consumo de peixe no Brasil. Ao longo dos anos, tem contribuído para aumentar a média anual de consumo de peixe por habitante no país. Porém, ainda há obstáculos a serem superados, como a falta de pontos de venda e o desconhecimento sobre as diversas espécies disponíveis. A ampliação da oferta de peixe, aliada a um trabalho de divulgação e conscientização sobre os benefícios desse alimento, pode contribuir para uma maior adesão ao consumo regular de peixe.

Perguntas:
1. Quais são as vantagens de incluir peixe na alimentação diária?
2. Qual é a média anual de consumo de peixe no Brasil?
3. O que é a Fish Week e qual é o seu objetivo?
4. Como o evento tem contribuído para aumentar o consumo de peixe no país?
5. Quais são os obstáculos a serem superados para aumentar o consumo de peixe no Brasil?
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Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

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