Por Enrico Ortolani – Professor Titular da Clínica de Ruminantes da FMVZ-USP ([email protected])

SURPRESA DE VERMINOSE PULMONAR EM DESMAMADOS E NUMA NOVILHADA

Notícias quentes! Veterinários que atendem fazendas em uma microrregião do sul de Goiás, constataram um grave surto de verminose pulmonar devido a Dictyocaulus viviparus Em duas fazendas próximas, uma delas possui grande lote de novilhas (± 18 meses) e outra bezerra desmamada (± 7 meses), ambas da raça Nelore.

Após um exame detalhado, registrarão que 4% e 25% das desmamadas e novilhas, respectivamente, foram acometidas pela doença, mais a mortalidade foi maior nas bezerras (8%) do que nas novilhas (2,5%).

Os veterinários registrarão que em ambas as fazendas os animais foram tratados em fevereiro com albendazol e que não foram desparasitados até maio.

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Antes de chamar os veterinários, ambos os proprietários devem, sem falta, tratar os médicos com antibióticos. Os bovinos apresentaram emagrecimento progressivo, tosse, catarro nas narinas e respiração mais acelerada.

Na necropsia verificou-se, na abertura de dois pulmões e da traquéia, a presença de grande quantidade de vermes adultos (foto), a 6 a 8 cm de compressão, e no interior de dois brônquios e bronquíolos, formas mais jovens e menores do parasita, acompanhado de muita secreção bolhosa.

Fica claro nesses casos que houve um erro no esquema vermífugo, pois a eficácia do tratamento na febre é baixa e não é necessário e o lote deveria ter sido vermifugado no início de maio, segundo esquema vermífugo estratégico recomendado para um região do Brasil Central.

Sobre mim Dictyocaulus Eles têm um ciclo de vida interessante. Os vermes adultos copulam em nossos pulmões, seus ovos saem da traquéia, são deglutidos e vão para o intestino. Depois as larvinhas “saem” dois ovos e são eliminadas nas fezes. Como larvas sobrevivem muito bem em pastagens úmidas e altas, transformando-se em larvas maiores e prontas para serem comidas pelos pelos bovinos.

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Empurrando os intestinos, as larvas perfuram esse órgão e perdem sangue, passam pelo coração e mordem a extremidade dos dois pulmões, onde migram, crescem e causam grandes estragos nos alvéolos (onde há oxigenação do sangue), bronquíolos e brônquios (pelos quais entram e saem de remo).

No entanto, os vermes pulmonares vivem em ambientes com temperaturas não tão altas e foram encontrados parasitando florestas de norte a sul do Brasil, incluindo a Amazônia.

Tipos de diciocaulose praticamente não são descritos desde meados da década de 1980, quando foram liberados pelas avermectinas, mas na última década se espalharam em muitos rebanhos do Brasil distante. Prestar atenção!

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Vermes adultos dentro de dois pulmões.
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Vermes adultos recuperados.
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Desmame com sintomas de Dictiocaulose

SURTO DE MATA BOVINOS “MIO-MIO” NO EXTREMO SUL DO RS

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Informações da Universidade Unipampa, do Uruguai (RS), atestam que já está ocorrendo um aumento da mortalidade de bovinos jovens na região de fronteira do RS com Uruguai e Argentina.

A causa do problema é a ingestão de uma planta tóxica chamada popularmente de “Mio-Mio” (Baccharis coridifolia), que nesta época do ano está em flor.

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Floração da planta “Mio-Mio”.

Nas flores, a quantidade de toxina pode ser até 16 vezes maior que o conteúdo de suas folhas. Anime-se que mais sofre são aqueles que foram comprados de outras regiões do estado, onde não tem planta, e colocados em pastagens infestadas com o “Mio-Mio”.

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Fonte: Tokarnia et al., (2000)

Enquanto os bovinos nativos não comerem a planta, a menos que esteja na condição de “comida em excesso”, os novatos vão comê-la para valer e sofrer as consequências. Segundas histórias, 10% dois novatos que passam por isso morrem.

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Os seguintes sintomas estão presentes: “timpanismo” (inchaço do rúmen), algum grau de “andar bebendo”, inquietação demonstrada por parar e levantar continuamente, sono prolongado, primeiro na “cama” e depois de lado, evoluindo para a morte Em algumas horas

As toxinas (tricotecenos) são produzidas apenas por alguns fungos e absorvidas por pouquíssimas plantas, entre elas B. coridifolia, e acumulo principalmente as inflorescências. Como toxinas que causam grandes inflamações na parede do rúmen, abdômen e intestinos, distúrbios hepáticos e órgãos internos.

Os tratamentos realizados pelos agricultores (cal e carvão ativado por via oral) parecem ser ineficazes. Para prevenção, sugere-se que o gado, nativo de outras áreas onde a planta não exista, deixe alguns (1 hora por dia) colocados em pastagens que tenham Mio-Mio, aumentando gradativamente esse tempo, até que em 10 dias o gado acostume-se e não passe mais para ingerir a planta.

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Morte num lote que come “Mio-Mio”.
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Ovelha intoxicada experimentalmente por “Mio-Mio”.

Envie o seu aviso da presença de focos ou focos recentes de dois mais variados tipos de incêndios no domínio do corte para ou próximo email: [email protected]

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