A Importância do Manejo Adequado da Cercosporiose no Cafeeiro
Thank you for reading this post, don't forget to subscribe!Doença Destrutiva A doença causada pela Cercospora coffeicola, também conhecida como Mancha de Olho Pardo, é prejudicial para as plantações de café. Ela pode atacar mudas no viveiro ou lavouras adultas, resultando em grandes perdas na produção.
Ciclo da Doença O fungo Cercospora coffeicola se dissemina pelo vento, água ou insetos, penetrando na planta por aberturas naturais ou através da cutícula. Após a infecção, o fungo produz conídios e o ciclo recomeça. Condições favoráveis para a Cercosporiose Fatores como exposição ao sol, molhamento foliar, e temperatura influenciam a incidência da doença. O molhamento foliar e a temperatura ideal para o fungo são pontos críticos.
Nutrientes e Cercosporiose Desequilíbrios nutricionais, como deficiências de potássio, cálcio e boro, podem favorecer a incidência da doença. Altos teores de potássio e baixos teores de cálcio, por exemplo, podem competir pela absorção, afetando a nutrição das plantas. Sintomas e Danos da Doença A Cercosporiose manifesta-se em folhas e frutos, resultando em manchas necróticas e deprimidas, além de queda de folhas e frutos, afetando a produtividade.
Controle da Cercosporiose Medidas essenciais no controle da doença incluem evitar deficiências nutricionais, principalmente de potássio e cálcio, e manter o solo não compactado. O uso de silício também é uma alternativa recomendada para o controle da doença, fortalecendo as defesas naturais das plantas.
Com um manejo adequado, é possível reduzir a incidência da Cercosporiose no cafezal, minimizando perdas na produção e preservando a qualidade do café.
Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo
Você já ouviu falar sobre a Mancha de Olho Pardo ou Cercosporiose? Ela é uma doença causada pelo fungo Cercospora coffeicola, fungo necrotrófico, que invade as células e as matam, nutrindo-se das mesmas.
Essa doença pode atacar desde mudas no viveiro causando intensa desfolha, afetando o crescimento e desenvolvimento das plantas, ou mesmo lavouras adultas, que além da queda de folhas pode proporcionar queda de frutos.
Por isso, a falta de um manejo adequado e sob condições favoráveis para o desenvolvimento dessa doença, pode resultar em grandes perdas na produção.

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Ciclo da doença
A disseminação do fungo é feita pelo vento, água ou insetos, que após atingir a planta e com condições favoráveis de molhamento foliar e temperatura, ocorre a germinação e penetração do tubo germinativo, que penetra através da cutícula ou por aberturas naturais.
A temperatura ótima tanto para a germinação máxima quanto para o crescimento do fungo é de 24°C. Após a infecção, o fungo produz conídios e o ciclo de se reinicia.


Condições favoráveis para a cercosporiose
As variáveis ambientais apresentam grande influência na relação patógeno hospedeiro, dentre elas, a exposição ao sol, molhamento foliar e temperatura.
A incidência de cercosporiose é maior na face das plantas voltada para o lado norte, que apresenta maior exposição ao sol, devido a toxina cercosporina que é produzida e ativada pela presença de luz, e causa danos à membrana celular do hospedeiro.


De forma similar, Salgado et al. (2007) mostrou que a incidência de cercosporiose foi mais elevada nos cafeeiros a pleno sol, decrescendo para cafeeiros com grevílea e cafeeiros com ingazeiro, conforme é mostrado na tabela abaixo.


O molhamento foliar é um fator indispensável pois influencia na germinação, infecção e esporulação dos fungos, dessa forma, sendo mais favoráveis as condições com maior período de molhamento foliar, assim como a temperatura também influencia na incidência dessa doença.
Silva em 2014, observou o progresso de incidência da Cercosporiose do cafeeiro, em diversas horas de molhamento foliar e verificou que o maior progresso da doença foi observado com temperatura de 25°C no tratamento de 72 horas de molhamento foliar (Marcado em vermelho).


Além dessas variáveis, o desequilíbrio nutricional também apresenta grande influência na cercosporiose, nesse sentido, podemos citar principalmente nutrientes como potássio e cálcio.
Isso tem sido observado no campo, em que situações com altos teores de potássio e baixos teores de cálcio favorecem a ocorrência de Cercospora, isso ocorre, pois, altos níveis de potássio afetam a absorção de cálcio. Da mesma forma, estudos com esses dois nutrientes e a incidência de cercosporiose são mostrados abaixo.

Garcia Junior em 2003, realizou um trabalho com diferentes níveis de cálcio e de potássio, concluiu que, a menor área abaixo da curva de progresso da incidência (AACPI) foi obtida com a dose 4 mmol/L de potássio (K).
Após essa dose, o acréscimo de potássio resulta em maior incidência de Cercospora, isso porque, maiores doses de K competem pelo mesmo sítio de absorção do cálcio, tornando as mudas debilitadas em cálcio.


Com o aumento das doses de cálcio resultou em menor área abaixo da curva de progresso da incidência de Cerscospora (AACPI), devido à presença desse cátion no tecido foliar associado a níveis ideais de potássio inibir a ação de enzimas pectolíticas, produzidas por muitos parasitas de etiologia fúngica.
Essas enzimas possuem o objetivo de dissolver a lamela média da parede celular (Marschner, 1995), por isso, o cálcio tem grande importância na constituição da parede celular e na integridade dos tecidos.


Outro nutriente que merece atenção, é o boro, que de acordo com alguns autores, plantas deficientes desse nutriente se tornam enfraquecidas, apresentando menor barreira mecânica, favorecendo a infecção por patógenos. É observado, no campo, que plantas mais debilitadas, com deficiência de boro, podem sofrer com maior incidência de cercosporiose.
Por isso, destaca-se a importância de um fornecimento adequado dos nutrientes, de acordo com as necessidades das plantas. Pois esse manejo equilibrado, pode reduzir a incidência da doença.

Também, outras situações que podem afetar a severidade da doença são:
- Substratos de viveiros pobres em matéria orgânica, devido às melhores condições nutricionais proporcionadas quando se tem presente a matéria orgânica;
- Plantios efetuados tardiamente, devido a relação água e absorção de nutrientes em plantios mais tardios, que podem resultar em maior incidência dessa doença.
Sintomas da cercosporiose
A cercosporiose pode atacar tanto folhas quanto frutos em desenvolvimento. Nas folhas os sintomas característicos são manchas circulares de coloração castanho clara a escura, com o centro branco-acinzentado, quase sempre envolvidas por um halo amarelado.


Nos frutos, os sintomas são pequenas manchas necróticas e deprimidas, de cor marrom a negra, estendendo-se no sentido dos polos do fruto.




Danos da cercosporiose
A Cercosporiose pode causar queda de folhas, devido a ação do etileno, reduzindo assim o desenvolvimento da planta e podendo afetar a produtividade.
Os frutos apresentam processo de maturação acelerada, dessa forma resultando em mal granados ou mesmo queda precoce dos frutos em vários estádios de crescimento, podendo resultar em fermentações indesejadas.
Além disso, a qualidade da bebida também pode ser afetada, uma vez que, com o aumento de frutos infectados pela Cercospora, há um aumento da porcentagem de polifenóis, que exercem ação protetora antioxidante de aldeídos e participam nos mecanismos de defesa da planta mediante injúrias (Amorim, 1978).
A concentração de compostos fenólicos é inversamente proporcional a qualidade de bebida, por isso, sob condições adversas dos grãos a enzima polifenoloxidase age sobre os polifenóis diminuindo assim sua ação antioxidante e facilitando a oxidação com interferência no sabor e aroma do café após a torração.


Controle da cercosporiose
Como medidas gerais de controle é importante evitar as deficiências e desequilíbrios nutricionais, visto que a nutrição tem grande influência na incidência dessa doença.
Dessa forma, um planejamento adequado e equilibrado das adubações e um acompanhamento das análises foliares torna-se essencial. Estando sempre atento a relação dos nutrientes, principalmente cálcio e potássio.
Também, um fornecimento adequado de matéria orgânica, tanto na preparação de mudas no viveiro, como no campo, com o intuito de proporcionar melhores condições nutricionais. No plantio, além de evitar plantios tardios, é importante que seja feita uma boa preparação do solo, a fim de evitar a compactação do mesmo, para que não afete na absorção de nutrientes pelas raízes.
Além disso, alguns estudos sugerem a utilização de silício no controle da cercosporiose, os mecanismos pelos quais o silício pode conferir resistência a determinada doença podem ser por acúmulo do elemento na parede das células da epiderme e cutícula, acúmulo no local de penetração do patógeno (barreiras naturais), ou ativação das barreiras químicas e bioquímicas da planta (EPSTEIN, 1999) (POZZA et al., 2004).
Um estudo realizado por Pozza et al. (2004) com o objetivo de avaliar o efeito da aplicação de silício em três variedades (Catuaí, Mundo Novo e Icatú) no controle da cercosporiose, observou que as plantas da variedade Catuaí com silício incorporado ao substrato apresentaram 63,2% menos folhas lesionadas e 43% menos lesões, quando comparadas a testemunha.
Da mesma forma, Cogo, Graciano e Campos (2011), observaram que a aplicação de silicato de cálcio e magnésio via solo, proporcionou redução da cercosporiose em mudas inoculadas com o patógeno.
No controle químico é importante estar atento às condições ambientais favoráveis para tomada de decisão da melhor época de aplicação, sempre monitorando a lavoura e suas condições. Os grupos químicos utilizados são:
- Estrobilurina;
- Triazol;
- Benzimidazol;
- Isoftalonitrila;
- Ditiocarbamato.
Sempre destacando a importância de alternar os ingredientes ativos, principalmente com Hidróxido de cobre e Oxicloreto de Cobre que auxiliam no controle preventivo da cercosporiose.
Devido a alguns desses grupos químicos atuarem também sobre outras doenças, como a ferrugem do café (Hemileia vastatrix), pode-se manejar as aplicações visando a prevenção e controle das duas doenças de forma simultânea.


Em lavouras de plantio, não é interessante a aplicação de alguns tipos de trizóis, como por exemplo o epoxiconazol, flutriafol e ciproconazol, pois eles podem acarretar em fitotoxidez.
Dessa forma, nesses casos, são mais utilizados as estrobilurinas, os fungicidas cúpricos (hidróxido de cobre e oxicloreto de Cobre) e os benzimidazóis (Tiofanato metílico).
Além da escolha do ingrediente ativo a se utilizar, deve-se estar atento à tecnologia de aplicação utilizada, envolvendo todos os fatores que podem afetar a eficiência da aplicação e consequentemente a prevenção contra essa doença.
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Perguntas Frequentes Sobre a Cercosporiose do Cafeeiro
1. O que é a Mancha de Olho Pardo ou Cercosporiose?
A Cercosporiose é uma doença causada pelo fungo Cercospora coffeicola, que ataca as plantas de café, causando intensa desfolha, afetando o crescimento e desenvolvimento das mesmas.
2. De que forma o ciclo da doença da Cercosporiose acontece?
A disseminação do fungo é feita pelo vento, água ou insetos, que após atingir a planta e com condições favoráveis de molhamento foliar e temperatura, ocorre a germinação e penetração do tubo germinativo.
3. Quais são as condições favoráveis para a Cercosporiose?
As variáveis ambientais como exposição ao sol, molhamento foliar e temperatura influenciam na incidência da doença. Além disso, o desequilíbrio nutricional também apresenta grande influência.
4. Quais são os sintomas e danos causados pela Cercosporiose?
A doença causa manchas circulares em folhas e pequenas manchas necróticas em frutos, resultando em queda de folhas, desenvolvimento acelerado e queda precoce de frutos, podendo afetar a qualidade da bebida.
5. Como controlar a Cercosporiose nas lavouras de café?
Medidas como evitar deficiências nutricionais, um bom planejamento de adubações, a aplicação de silício e o controle químico são importantes no manejo da doença.
Você já ouviu falar sobre a Mancha de Olho Pardo ou Cercosporiose?
Lembre-se de que identificar, prevenir e tratar a Cercosporiose é essencial para evitar grandes perdas na produção de café. Mantenha suas plantações saudáveis e produtivas com um manejo adequado!



