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Saiba mais sobre o teste que mostra se os peixes são machos ou fêmeas

Um teste mostra se os peixes são machos ou fêmeas e ajuda na produção. Os produtores de alevinos de pirarucu e tambaqui poderão contar com um serviço de testes genéticos para identificar o sexo desses peixes, permitindo um manejo eficaz tanto na formação do plantel quanto na formação precoce de famílias para programas de melhoramento genético. Essa tecnologia de sexagem precoce é inédita para peixes nativos do Brasil.

Não é confiável diferenciar o sexo apenas pela aparência dos animais. A identificação do sexo em tambaqui só é possível pela inspeção visual do peixe adulto. No caso específico do pirarucu, os métodos disponíveis são invasivos, limitados ao período reprodutivo e caros. Portanto, a tecnologia deve auxiliar as cadeias produtivas de ambas as espécies, ambas com enorme potencial de mercado na piscicultura nacional.

A nova solução tecnológica consiste em testes de sexagem molecular para identificação individual do sexo de pirarucu e tambaqui. O teste de sexagem genética do pirarucu será realizado na Embrapa Amazônia Ocidental, em Manaus (AM) e o teste de sexagem genética do tambaqui será realizado na Embrapa Pesca e Aquicultura, em Palmas (TO).

A sexagem molecular tem as vantagens de oferecer precisão no resultado e a possibilidade de ser realizada em peixes jovens, além de não ser invasiva. A tecnologia, também conhecida como genotipagem sexual, permite a disponibilização no mercado de formas jovens com o sexo identificado, o que agrega valor ao produto.

Para desenvolver os testes, pesquisadores da Embrapa estudaram a fisiologia da espécie, focando nos aspectos genéticos que levam os indivíduos a se tornarem machos ou fêmeas. A técnica é resultado de pesquisas realizadas em colaboração com o Institut National de la Recherche Agronomique (INRA) na França, a Universidade de Würzburg na Alemanha e a Universidade de Stirling na Escócia.

A pesquisadora Fernanda Loureiro de Almeida O’Sullivan, da Embrapa, que trabalhou na coordenação do projeto e na experimentação dos testes, considera que as parcerias com universidades e institutos de pesquisa internacionais foram fundamentais para o desenvolvimento da tecnologia, principalmente porque as pesquisas na área são muito mais avançados em países onde os produtos da aquicultura já são tratados como commodities, como Noruega, Escócia, China e Canadá.

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“Unir esforços com instituições é extremamente importante para acelerar o desenvolvimento dessas tecnologias”, concorda o pesquisador Mateus Contar Adolfi, pós-doutorando da Universidade Alemã de Würzburg, que contribuiu para o desenvolvimento de trabalhos relacionados ao pirarucu envolvendo essa universidade e a Embrapa. “O Brasil tem uma enorme capacidade técnico-científica, além de um dos mais extensos litorais do mundo e uma majestosa rede hidrográfica. É urgente desenvolver uma ciência aplicável à produção pesqueira, bem como a utilização desse conhecimento na manutenção de espécies ameaçadas de extinção”, defende Adolfi, que, com pesquisadores da Embrapa e de outras instituições, é coautor do artigo que descreveu o marcador para machos em pirarucu.

Como funciona
A tecnologia para a sexagem precoce de peixes é baseada em marcadores moleculares de DNA associados ao sexo, utilizando a técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR). O’Sullivan explica que essa identificação é essencial para a reprodução do pirarucu em cativeiro, pois é necessário formar pares que devem ser isolados em tanques menores para se reproduzir. “A oferta de um teste de sexagem simplificado e eficiente para o pirarucu finalmente ajuda os alevinos a montar seus casais corretamente, evitando erros e perdas de produção devido à identificação equivocada de machos e fêmeas”, comenta.

O pesquisador Eduardo Sousa Varela, da Embrapa, que também participou do trabalho, destaca que a tecnologia beneficiará substancialmente os produtores de formas jovens de tambaqui que precisam manejar seus rebanhos. Um diferencial inovador é a identificação rápida e precoce do sexo de animais jovens e adultos, com precisão acima de 90%. Varela ressalta que o procedimento em animais é pouco invasivo, sendo coletada uma amostra de muco ou uma amostra de 0,5 centímetro (cm) de nadadeira caudal. Com a amostra no laboratório, o resultado do sexo é gerado rapidamente.

“Este é um teste muito robusto e eficiente porque, com algumas amostras do animal (sangue ou barbatana) e com base num teste de PCR, conseguimos identificar de forma objetiva machos e fêmeas”. O pesquisador destaca que o teste permitirá ao piscicultor planejar melhor sua atividade. “O produtor vai sair dessa área de subjetividade para identificar o sexo de cada peixe e poder fazer um planejamento mais objetivo”. A previsão é que a adoção dos testes permita uma redução de custos muito importante e aumento de produtividade.

Segundo os pesquisadores, a coleta de amostras para esse teste é fácil e rápida, podendo ser feita pelo próprio produtor durante o manejo do pescado. No entanto, eles enfatizam que cada peixe deve ser previamente identificado por meio de microchips. O teste pode ser realizado em peixes de qualquer idade e em qualquer fase do ciclo de produção.

(Tatiane Bertolino/Sou Agro – com a Embrapa)



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