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Reunião debate produção de lúpulo no RS

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O cenário atual das microcervejarias gaúchas e a emergente cultura do lúpulo no Estado foram temas do encontro da Câmara Setorial de Bebidas Regionais nesta semana, realizado de forma híbrida pela Secretaria de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).

O coordenador da câmara, João Giovanella, destacou que o Brasil é o terceiro maior produtor de cerveja do mundo, e que o Rio Grande do Sul vem se consolidando como o segundo estado brasileiro com mais fábricas de cerveja. O Estado responde por um terço do volume de cerveja artesanal produzida nacionalmente. “As cervejas artesanais já representam 4% do mercado no Brasil. Parece pouco, mas antes era 2%, então dobramos a participação. Isso é significativo”, avalia. A taxa média anual de crescimento da produção de cerveja no Rio Grande do Sul é de 19,4%, segundo dados apresentados pela Associação Gaúcha de Microcervejarias (AGM).

Giovanella destacou a importância de articular a iniciativa privada com os órgãos públicos para compartilhar informações e desenvolver ações que fortaleçam a cadeia produtiva de bebidas, principalmente as cervejas artesanais.

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Ações de fomento ao cultivo do lúpulo em Santa Catarina

O agrônomo Stéfano Kretzer, proprietário da Lúpulo do Vale e consultor do Ministério da Agricultura, apresentou ações de fomento ao cultivo do lúpulo realizadas em Santa Catarina.

Ele destacou a importância de estabelecer unidades de processamento para grupos ou associações de produtores realizarem a separação, secagem e enfardamento do lúpulo, além de uma unidade central que faça a peletização do produto, já que 99% da comercialização do lúpulo ocorre neste Formato.

“A estrutura é muito parecida com a da cadeia produtiva da uva e do vinho e, como ela, precisa de políticas públicas em linhas de crédito e isenções, unidades de processamento, cooperativas ou associações de produtores. E, para manter essas unidades processadoras e grupos de produtores, tem que haver garantia de comercialização”, acrescentou.

Dentre os gargalos da produção de lúpulo no Brasil, Kretzer identifica que os principais são o volume de produção, que ainda é pequeno em relação à demanda; a homogeneidade da produção ao longo do ano; e a própria estrutura da cadeia produtiva.

Projeto Lúpulo: Caracterização da produção no RS

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Os pesquisadores Alexander Cenci e Carlos Alberto de Oliveira, do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Seapi, apresentaram algumas pesquisas e ações de extensão rural voltadas para o cultivo do lúpulo. As atividades são realizadas em parceria interinstitucional entre a Secretaria, a Emater/RS-Ascar, a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs) e a Universidade de Caxias do Sul (UCS).

Entre as principais ações realizadas desde 2021 estão: pesquisas com produtores de lúpulo da Serra do Nordeste; cultura de tecidos para mudas de lúpulo; exposição de plantas na Expointer e na Festa das Colheitas; censo dos produtores de lúpulo do Rio Grande do Sul; treinamento de técnicos da Emater/RS-Ascar; instalação de unidade demonstrativa de cultivo de lúpulo no Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Vitivinicultura (CEVITIS), em Caxias do Sul; e a criação de uma estufa para plantas de lúpulo.

O Cenci destacou a necessidade de mais instituições inseridas na parceria interinstitucional e a continuidade das ações conjuntas com a Emater/RS-Ascar para pesquisas e cursos de capacitação. “Também queremos finalizar a estrutura da área experimental de lúpulo que temos no Centro de Pesquisas de Caxias do Sul, ampliando o escopo para outros insumos cervejeiros, como o malte, por exemplo”, acrescentou.

Carlos apresentou alguns dados do 1º Levantamento dos Produtores de Lúpulo (Censo RS), realizado com 40 produtores distribuídos pelo Estado. O produtor médio de lúpulo no Rio Grande do Sul é do sexo masculino, com idade entre 30 e 39 anos, com menos de quatro anos de cultivo da planta. Sua propriedade chega a cinco hectares, mas a área de cultivo do lúpulo, na maioria das vezes, restringe-se a menos de mil metros quadrados, 10% de um hectare. “É muito característico de uma safra que está começando, que está sendo testada pelos produtores”, avaliou o pesquisador.

A boa notícia, segundo Carlos, é que a maioria dos produtores (82,5%) pretende expandir a área de cultivo. “Muitos pontos positivos estão associados ao lúpulo: é uma cultura produtiva em nossas condições de clima e solo, rústica, de fácil adaptação. Além disso, pode ser cultivada em pequenas áreas, é uma cultura perene e de fácil produção de mudas”, listou. Entre os pontos negativos apontados pelos produtores estão o custo de implantação, a falta de conhecimento técnico e a ausência de linhas de financiamento e de produtos químicos registrados no Ministério da Agricultura para uso no cultivo do lúpulo.

Ao final do encontro, o extensionista da Emater/RS-Ascar, Carlos Gabriel Nunes dos Santos, informou sobre a realização do Webinar Estadual de Cultura do Lúpulo, nesta quinta-feira (15/6), com transmissão pelas redes sociais da Emater.

Participaram do encontro representantes das seguintes entidades: Associação Gaúcha de Microcervejarias (AGM), Banco do Brasil, Emater/RS-Ascar, Lúpulo do Vale, Salva Craft Beer e Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR).

(Com Agricultura.rs)

(Emanuely/Sou Agro)



Sou Agro