Como identificar pastagens degradadas?

A degradação da pastagem é um problema que se não for resolvido, aumenta com o passar do tempo, por isso identificá-la logo no início pode garantir melhores resultados na sua propriedade.

A presença de solo exposto, sem vegetação, somado a infestação por plantas daninhas, por exemplo, é um forte indício de um pasto degradado.

O processo de degradação se divide em duas causas principais: degradação agrícola e degradação biológica.

Na degradação agrícola, há um aumento expressivo de plantas daninhas, além disso, pode se observar uma competição entre a forragem e as plantas indesejáveis. Essa competição leva a redução da produção da forragem e assim reduz a eficiência do pasto.

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Já na degradação biológica, a queda da produtividade forrageira está diretamente atrelada ao esgotamento da fertilidade natural do solo.

Além disso, é importante ressaltar que nem toda pastagem degradada é passível de ser recuperada, sendo assim é preciso classificar quanto ao grau de degradação para direcionar a tomada de decisão perante ao pasto.

Gostou das nossas dicas? Possui alguma outra que gostaria de compartilhar com a gente?

Sumário

1. Identificar pastagens degradadas

2. Etapas para a recuperação das pastagens degradadas

2.1 Identificação da área degradada

2.2 Coleta de solo para análise

2.3 Interpretação da análise

2.4 Recomendações agronômicas para correção

2.5 Fertilização corretiva

3. O futuro da propriedade depende de pastagens de qualidade

4. Quer se aprofundar em nutrição e pastagens?

A carne bovina no Brasil é majoritariamente produzida em regime de pastagens, cuja área total corresponde a aproximadamente 167 milhões de hectares. Nesse sentido, um dos principais desafios do pecuarista é garantir um pasto de qualidade durante todo ano, para tal feito, a utilização de técnicas de recuperação e manejo de pastagens se torna imprescindível.

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O uso constante do pasto, como qualquer recurso finito, gera a degradação. Estima-se que aproximadamente 20% das pastagens mundiais (plantadas e naturais) estejam degradadas ou em processo de degradação.

Esse processo ocorre principalmente pelo manejo inadequado da mesma, ações como: escolha equivocada da espécie forrageira, ausência de adubações periódicas e desrespeito a taxa de lotação, são alguns exemplos de catalisadores do esgotamento do pasto.

Nesse artigo você irá descobrir as principais características de uma pastagem degradada e também aprenderá o passo a passo para recuperação da mesma.

 

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Como identificar pastagens degradadas?

A degradação da pastagem é um problema que se não for resolvido, aumenta com o passar do tempo, por isso identificá-la logo no início pode garantir melhores resultados na sua propriedade.

A presença de solo exposto, sem vegetação, somado a infestação por plantas daninhas, por exemplo, é um forte indício de um pasto degradado.

O processo de degradação se divide em duas causas principais: degradação agrícola e degradação biológica.

Na degradação agrícola, há um aumento expressivo de plantas daninhas, além disso, pode se observar uma competição entre a forragem e as plantas indesejáveis. Essa competição leva a redução da produção da forragem e assim reduz a eficiência do pasto.

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Já na degradação biológica, a queda da produtividade forrageira está diretamente atrelada ao esgotamento da fertilidade natural do solo.

Além disso, é importante ressaltar que nem toda pastagem degradada é passível de ser recuperada, sendo assim é preciso classificar quanto ao grau de degradação para direcionar a tomada de decisão perante ao pasto.

A tabela a seguir, retirada da cartilha da Embrapa, demonstra os quatro níveis de degradação:

Níveis de degradação de pastagens

Fonte: EMBRAPA.

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Caso existam grandes áreas de solo exposto ou com predominância de plantas daninhas, a recuperação da pastagem não é indicada.

Nessa situação o ideal é uma nova implantação (reforma), do pasto.

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Etapas para a recuperação das pastagens degradadas

A recuperação das pastagens degradadas, quando possível, é uma prática viável técnica e economicamente, afinal recuperar uma pastagem é muito mais barato que estabelecê-la novamente.

Além disso, a recuperação é bastante interessante do ponto de vista ambiental, pois recuperar pastagens já existentes, evita desmatamentos para formar um novo pasto.

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As primeiras etapas para recuperação da pastagem consistem em corrigir as deficiências do solo. Confira a seguir as etapas para recuperação do pasto:

1. Identificação da área degradada

O primeiro passo para a recuperação do pasto, é identificar e calcular as áreas a serem recuperadas. Além da identificação visual do grau de degradação, é essencial realizar a demarcação e o cálculo da área, aplicativos como o Google Earth podem auxiliar nesse processo. 

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2. Coleta de solo para análise

A recuperação do pasto possui como base a coleta de amostra de solo para análise, é só a partir dessa etapa que podemos entender as reais necessidades químicas daquela terra.

Fazer a análise de solo é sinônimo de economia! Para realizar a coleta, confira as seguintes dicas:

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  • Colete em vários pontos do pasto: cada coleta será uma subamostra da amostra a ser enviada para o laboratório;
  • Realize a coleta em zigue e zague;
  • Respeite a profundidade de 0 a 20 cm;
  • Não colete em locais como formigueiros, cupinzeiros, trilha dos animais e áreas de sombra;
  • Se na propriedade tiver solos diferentes quanto à cor e estrutura, então deverão ser coletadas amostras diferentes;
  • Homogenize bem a amostra final.

3. Interpretação da análise

A análise física do solo ou análise granulométrica, determina a porcentagem de argila, silte e areia. Além disso, é essa análise que determina a textura do solo, um dos parâmetros essenciais para a caracterização. Dessa forma, a partir dessa análise é possível interpretar adequadamente os teores de nutrientes encontrados naquele solo.

Já a análise química do solo aborda a quantidade de nutrientes já presentes naquela terra, a partir dela é possível calcular quanto de nutrientes será necessário para suprir a demanda. No que diz respeito ao pasto, as demandas mais comuns são: calagem, gessagem e adubação.

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4. Recomendações agronômicas para correção

A correção do solo possui como objetivo adequar a acidez do solo, para isso utiliza-se a técnica de calagem. Nessa etapa, é realizada a aplicação do calcário na superfície do solo sem utilizar grades, arados, etc, para sua incorporação.

O uso de calcário na superfície irá promover uma maior integridade do sistema radicular da forrageira já degradada, além disso, esse mineral melhora as propriedades físicas do solo e aumenta a atividade microbiana e a eficiência dos fertilizantes. Atenção: para uma melhor reação com os ácidos do solo, é importante aplicar o mineral em solo úmido.

A próxima recomendação a ser seguida é a gessagem. O gesso agrícola é um condicionador do solo, com ele é possível elevar o percentual de cálcio sem elevar o pH da terra, outra vantagem desse insumo é o aumento do volume de solo explorado pelas raízes das forrageiras, dessa forma as raízes se tornam mais profundas permitindo que as plantas superem o veranico.

O gesso agrícola deve ser aplicado em lanço, após a calagem, sem necessidade de incorporação.

As recomendações de calagem e gessagem sempre devem ser feitas por um profissional aparado pela análise de solo.

5. Fertilização corretiva

Outra etapa essencial no processo de recuperação das pastagens degradadas, é a realização da fertilização corretiva. Essa etapa deve ser feita após, pelo menos, 90 dias da execução da calagem.

A adubação fosfatada (reposição de fósforo) é a mais importante para garantir o sucesso da recuperação da pastagem, esse nutriente não está disponível para as plantas em solos ácidos (por isso é importante realizar a calagem). A adubação corretiva de fósforo (fosfatagem) pode ser realizada a lanço e em cobertura, e deve ser definida com base no teor de argila do solo.

Outra fertilização a ser realizada é a potassagem (reposição de potássio), a correção pode ser feita com a aplicação do cloreto de potássio na pastagem, que é a principal fonte do insumo na agricultura. O potássio é importante para o processo de fotossíntese da forragem, sendo essencial para o balanço hídrico e para o crescimento da pastagem.

Por fim, mas não menos importante, é imprescindível realizar a adubação de manutenção. Essa técnica pode ser feita por cobertura, logo após a saída dos animais do piquete.

O futuro da propriedade depende de pastagens de qualidade

A garantia de uma boa produção de pastagens vai além da manutenção periódica, é importante manter um equilíbrio no sistema solo, planta e animal.

Escolha sempre a forrageira adequada para o seu sistema produtivo e realize com antecedência o planejamento forrageiro, lembre-se: quanto maior for a qualidade do pasto maior será a produtividade na sua fazenda.

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Brisa SevidanesBrisa Sevidanes

A produção de carne bovina no Brasil é em sua maioria feita em pastagens, ocupando uma área de aproximadamente 167 milhões de hectares. No entanto, os pecuaristas enfrentam desafios em garantir um pasto de qualidade durante todo o ano. Por isso, o manejo e a recuperação das pastagens se tornam essenciais.

O uso constante do pasto pode levar à sua degradação, o que afeta aproximadamente 20% das pastagens mundiais, tanto as plantadas quanto as naturais. Essa degradação ocorre principalmente devido ao manejo inadequado, como a escolha errada das espécies forrageiras, a falta de adubação periódica e a falta de respeito à taxa de lotação.

No artigo a seguir, você conhecerá as principais características de uma pastagem degradada e aprenderá o passo a passo para sua recuperação.

Como identificar pastagens degradadas?

A degradação da pastagem é um problema que se agrava ao longo do tempo, por isso é importante identificá-la desde cedo para obter melhores resultados em sua propriedade. A presença de solo exposto, sem vegetação, e a infestação por plantas daninhas são sinais de uma pastagem degradada.

A degradação pode ser causada tanto por fatores agrícolas quanto biológicos. Na degradação agrícola, ocorre um aumento significativo das plantas daninhas, o que leva à competição entre a forragem e as plantas indesejáveis. Isso resulta na redução da produção de forragem e na diminuição da eficiência do pasto.

Já na degradação biológica, a queda na produtividade da forragem está relacionada ao esgotamento da fertilidade natural do solo.

É importante ressaltar que nem toda pastagem degradada pode ser recuperada. Portanto, é necessário classificar o grau de degradação para tomar a decisão adequada.

Etapas para a recuperação das pastagens degradadas

A recuperação das pastagens degradadas é uma prática viável técnica e economicamente, além de ser benéfica para o meio ambiente, evitando a necessidade de desmatamento para formar novas áreas de pasto.

As primeiras etapas para a recuperação da pastagem consistem em corrigir as deficiências do solo. Essas etapas incluem a identificação da área degradada, a coleta de solo para análise e a interpretação dessa análise.

Após a análise do solo, é possível corrigir a acidez do solo por meio da calagem, que consiste na aplicação do calcário na superfície do solo. Em seguida, é recomendada a aplicação de gesso agrícola para elevar o percentual de cálcio no solo, sem elevar o pH.

A próxima etapa é a fertilização corretiva, que envolve a reposição de nutrientes essenciais, como fósforo e potássio, por meio da adubação. A adubação corretiva de fósforo é especialmente importante para o sucesso da recuperação da pastagem.

O futuro da propriedade depende de pastagens de qualidade

Para garantir uma boa produção de pastagens, é importante escolher a forrageira adequada para o sistema produtivo e planejar antecipadamente o manejo das pastagens. Quanto maior a qualidade do pasto, maior será a produtividade da fazenda.

Quer se aprofundar em nutrição e pastagens?

Se você deseja se aprofundar no assunto de nutrição e pastagens na pecuária de corte, conheça o Curso Gestão da Nutrição e Pastagens na Pecuária de Corte. Esse curso aborda temas como suplementação, manejo de pastagens e engorda a pasto e em confinamento, entre outros, com foco em melhorar os resultados na produção pecuária.

Portanto, cuidar das pastagens e investir na recuperação das áreas degradadas é fundamental para garantir a qualidade e a produtividade da pecuária no Brasil. Com o devido manejo das pastagens, é possível obter melhores resultados na produção de carne bovina, além de preservar o meio ambiente e garantir o futuro da atividade pecuária.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

Conclusão

A recuperação de pastagens degradadas é um desafio importante para os pecuaristas brasileiros. A degradação das pastagens ocorre devido ao manejo inadequado e pode comprometer a produtividade do pasto. Identificar as características de uma pastagem degradada e seguir um processo de recuperação adequado são passos essenciais para garantir a qualidade do pasto e a sustentabilidade da propriedade.

Perguntas e Respostas

1. Como identificar pastagens degradadas?

A presença de solo exposto, ausência de vegetação e infestação por plantas daninhas são indícios de um pasto degradado.

2. Quais são as causas principais da degradação das pastagens?

A degradação ocorre principalmente devido ao manejo inadequado da pastagem, como a escolha equivocada da espécie forrageira, ausência de adubações periódicas e desrespeito à taxa de lotação.

3. Como é feita a recuperação de pastagens degradadas?

A recuperação envolve etapas como a identificação da área degradada, coleta de solo para análise, interpretação dos resultados da análise, correção do solo com calagem e gessagem, e fertilização corretiva com adubação de fósforo, potássio e adubação de manutenção.

4. Nem toda pastagem degradada pode ser recuperada?

Isso mesmo, em alguns casos, quando as áreas de solo exposto ou infestação por plantas daninhas são muito grandes, a recuperação da pastagem não é indicada, sendo necessário realizar uma nova implantação.

5. Por que a recuperação de pastagens é importante?

A recuperação de pastagens é importante para garantir a qualidade do pasto, a produtividade da pecuária e a sustentabilidade da propriedade. Além disso, é uma prática mais econômica do que estabelecer uma nova pastagem.

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