Foto: Cleverson Beje/AEN/Gov. relações públicas/divulgação

O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1,9% no primeiro trimestre deste ano, em relação ao último trimestre do ano passado. O resultado foi puxado principalmente pelo crescimento de 21,6% da Agropecuária, maior alta do setor desde o quarto trimestre de 1996. O PIB, que é a soma dos bens e serviços finais produzidos no Brasil, atingiu R$ 2,6 trilhões em valores atuais.

Em relação ao primeiro trimestre de 2022, o PIB cresceu 4,0%. No acumulado dos quatro trimestres encerrados em março de 2023, o PIB registrou alta de 3,3% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores. Os dados são do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais, divulgados nesta quinta-feira (1º) pelo IBGE.

O crescimento do PIB foi impulsionado pelo crescimento da Agricultura (21,6%), que representa cerca de 8% da economia do país.

“Os problemas climáticos impactaram negativamente a Agricultura e Pecuária no ano passado e neste ano prevemos uma safra recorde de soja, que representa aproximadamente 70% da safra do trimestre, com aumento de mais de 24% na produção. A colheita da soja concentra-se no primeiro semestre do ano. Ao comparar o quarto trimestre de um ano ruim com um primeiro trimestre bom, observamos esse crescimento expressivo da agropecuária”, analisa a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.

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Ainda no campo positivo, o setor de Serviços, que tem maior peso no indicador, cresceu 0,6% no período. O resultado foi puxado, principalmente, pelos aumentos nos setores de Transportes e Atividades Financeiras, ambos com crescimento de 1,2%.

“A subida no sector dos Transportes foi influenciada tanto pelo transporte de carga como pelo transporte de passageiros e nas Actividades Financeiras, foi impulsionada pela parte dos seguros, pois o valor dos prémios cresceu, mas o da sinistralidade caiu, e o sector ganha quando isso acontece ”, aponta Palis.

Por outro lado, o setor de Informação e Comunicação (-1,4%) apresentou a maior queda no primeiro trimestre para serviços. “A queda dessa atividade pode ser explicada, em grande parte, por uma base de comparação elevada. Foi a atividade que mais cresceu após a pandemia, está 22,3% acima do patamar do quarto trimestre de 2019”, explica o coordenador.

A Indústria apresentou estabilidade (-0,1%) no primeiro trimestre de 2023. “A quebra da Indústria Transformadora foi influenciada pelas quebras dos bens de capital e bens intermédios, enquanto a Atividade de Eletricidade e água, gás, esgotos, gestão de resíduos subiu 6,4% , pois estamos em um momento de boas condições hídricas, sem escassez”, aponta Palis.

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IBGE PIB primeiro trimestre 2023

Consumo das famílias varia 0,2% enquanto Formação Bruta de Capital Fixo registra queda de 3,4%

Pela ótica da despesa, a Despesa de Consumo das Famílias (0,2%) e a Despesa de Consumo do Governo (0,3%) apresentaram variações positivas, enquanto a Formação Bruta de Capital Fixo (-3,4%) registrou queda.

O setor externo contribuiu positivamente para o crescimento, já que as Exportações de Bens e Serviços tiveram uma variação negativa de 0,4%, enquanto as Importações de Bens e Serviços caíram 7,1% face ao quarto trimestre de 2022.

PIB Interanual cresce 4,0%, com a Agricultura a registar um aumento de 18,8%

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Em relação ao mesmo período do ano anterior, o PIB cresceu 4,0% no primeiro trimestre de 2023. O Valor Adicionado a preços básicos aumentou 4,1% e os Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios aumentaram 3,0%.

A agropecuária cresceu 18,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse resultado pode ser explicado, principalmente, pelo bom desempenho dos produtos agrícolas que têm safra relevante no primeiro trimestre e pela produtividade. De acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA/IBGE), a soja, principal cultura, apresentou ganhos de produtividade e crescimento significativo na produção anual, estimada em 24,7%. Com exceção do arroz (-7,5%), outras culturas com safra relevante neste trimestre também apresentaram crescimento na produção anual e ganho de produtividade, como milho (8,8%), fumo (3,0%) e mandioca (2,1 %).

O valor adicionado de Serviços cresceu 2,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. Todas as suas atividades aumentaram: Informação e comunicação (6,8%), Transportes, armazenagem e correio (5,1%), Atividades financeiras, seguros e serviços conexos (4,6%). Outras atividades de serviços (4,3%), Atividades imobiliárias (2,8%), Comércio (1,6%) e Administração, defesa, saúde pública e educação e segurança social (0,4%).

A indústria cresceu 1,9%. Nesse contexto, as Indústrias Extrativas (7,7%) registraram o melhor resultado, influenciadas pelo aumento tanto da extração de petróleo e gás quanto da extração de minério de ferro. As atividades de eletricidade e gás, água, esgoto e gestão de resíduos também se destacaram (6,4%) com a melhoria das condições da água. A construção (1,5%), por outro lado, teve seu décimo aumento consecutivo, mas desacelerou com o crescimento da massa salarial real do setor, mas os insumos típicos da construção estão caindo em relação ao ano anterior.

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Da Agência de Notícias IBGE

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