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Produtor rural supera barreiras e alcança ótimos resultados na propriedade

Há 15 anos, o pecuarista de corte Goraci Luzia do Carmo Miranda enfrentou um grande desafio: administrar, sozinho e com bons resultados, a Fazenda Retirinho, uma propriedade de 67,7 hectares no município de Santa Vitória, em Minas Gerais, herança de família.

“Em 2002, meu pai me transferiu o cuidado da propriedade, mas na época era meu marido quem mandava. Quando me divorciei em 2007, tive que cuidar disso. Meus dois irmãos sempre me ajudam com opiniões sobre o que fazer, mas eu faço o trabalho. Eu mesmo cuido do gado e faço a maioria das atividades aqui. Estou vencendo”, disse o produtor, que tem alcançado resultados acima da média na região com o auxílio do Projeto FIP Paisagens Rurais, do Sistema FAEMG.

Produtor supera barreiras e alcança resultados acima da média - SENAR MINAS

O apoio dos irmãos foi fundamental para superar barreiras em um mercado onde os homens ainda são maioria. “No início, pedi ajuda aos meus irmãos para comprar os mantimentos necessários e também para negociar os animais. Senti um pouco de discriminação por ser mulher.

Hoje eu já sou conhecido, eu mesmo converso com revendedores e já negocio sozinho em feiras e fazendas. Meus irmãos só me acompanham em leilões, onde ainda tenho dificuldades. Eles licitam, mas na hora de assinar, sou eu”, revelou. Aos 65 anos e aposentada, o trabalho de Goraci com a pecuária é um importante complemento de sua renda.

Assistência na propriedade

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Desde outubro de 2020, o Projeto FIP Paisagens Rurais vem auxiliando o pecuarista no desenvolvimento de sua atividade. O técnico de campo Vinícius Tadin Sardinha lembra que, ao chegar na propriedade, Goraci não fazia anotações financeiras e guardava na cabeça receitas e despesas. “Ela relatou as dificuldades que teve para entrar no mercado e que precisava fazer as compras através dos irmãos. Ela era muito dedicada e hoje administra, tira todas as notas e é a principal mão de obra da fazenda. Goraci é um case de sucesso dentro do projeto e também se tornou líder na região”, disse.

Entre as orientações do técnico colocadas em prática estão análise e correção do solo, controle de plantas invasoras e implantação de protocolo de suplementação. Goraci reconhece que o trabalho do técnico ajudou a propriedade a evoluir. “Eu jogava adubo sem orientação, não anotava nada e fazia tudo na minha cabeça, porque sempre vi meu pai fazendo assim. Depois que Vinícius chegou, eu controlo tudo. O projeto está indo muito bem e estou melhorando a renda”, disse.

Resultados acima da média na região

Após quase dois anos de assistência, os resultados são impressionantes. A propriedade está alcançando taxas acima da média da região. Por exemplo, antes do atendimento, as novilhas eram vendidas com peso médio de 375 quilos, ou 12,5 arrobas. No primeiro ano, as vendas atingiram um peso médio de 386,6 quilos (12,88 arrobas) e agora saltou para 418,9 quilos por novilha (13,96 arrobas). O técnico de campo considera muito significativo esse aumento de 11,7% no mercado de crescimento e engorda, resultado alcançado com planejamento nutricional.

A produção anual de arrobas passou de aproximadamente 1.000 arrobas antes do atendimento, para 1.211,5 no primeiro ano e chegará a 1.312,6 arrobas vendidas no segundo ano. Esses índices colocaram a propriedade acima da média da região na produção de arrobas por hectare/ano. Enquanto a região tem uma média de 11 a 13 arrobas por hectare/ano, a Fazenda Retirinho chegou a 18 arrobas por hectare/ano.

Em termos de margem bruta por hectare/ano, o pecuarista apresentou resultado 70% superior à média da região. Fechou o primeiro ano em R$ 2.062, enquanto a média da região varia de R$ 950 a R$ 1.307. “Goraci está no caminho certo. Ela administra muito bem as pastagens e monitora a lotação para ter um parâmetro para o próximo ano. Agora, ela pretende dividir os pastos e comprar uma balança para ficar mais precisa”, acrescentou Vinícius. Em relação à preservação ambiental, o pecuarista mantém 3,73 hectares de área de vegetação nativa além da área de reserva legal exigida na propriedade. Na verdade, todas as áreas de reserva legal são cercadas.

A supervisora ​​do Projeto FIP Paisagens Rurais, Cristiano Ramos Evangelista, destacou que a pecuarista é uma inspiração para o empoderamento de outras mulheres que precisam assumir a tarefa de cuidar de uma propriedade, seja por renda ou tradição familiar. “A Goraci representa isso muito bem e, dentro do projeto, conseguiu aliar a gestão com a parte técnica. Ela pode ver os indicadores e tomar suas decisões. Hoje, ela sabe analisar o mercado, avaliando o melhor momento para negociar animais e insumos. Esse diferencial a levou ao sucesso”, concluiu.

Paisagens Rurais FIP

O Projeto de Manejo Integrado da Paisagem no Bioma Cerrado – FIP Paisagens Rurais é financiado com recursos do Programa de Investimento Florestal, por meio do Banco Mundial. A coordenação é feita pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e pela Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação, MAPA, em parceria com a Agência Alemã de Cooperação Técnica (GIZ), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e MCTIC, por meio de Inpe e Embrapa.

(Débora Damasceno/Sou Agro com senar)

(Foto: Sena)



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