O arroz produzido em Santa Catarina vem ganhando cada vez mais reconhecimento por sua alta qualidade, afirma o Sindicato das Indústrias do Arroz de Santa Catarina (SindArroz-SC). “Fatores que variam desde o modelo de cultivo, cuidado extremo de dois agricultores até sementes desenvolvidas especialmente para a região estão entre as características que atribuem a excelência do cereal catarinense”, enfatiza a entidade, em nota.
Segundo o SindArroz-SC, os dados são verificados pela safra finalizada no último mês, que tem desempenho recorde, segundo análise do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agropecuário (Epagri/Cepa). A produtividade e o alto padrão são aspectos cada vez mais destacados, uma vez que também foram registrados nos dois anos anteriores, avalizados pelo agrônomo Jordanis Hoffmann, gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da Cooperja, associado à associação.
preparação solo
Segundo o SindArroz-SC, o preparo apenas para receber as sementes mostra-se tão importante quanto todo o restante do processo. “Essa área não respeita o nivelamento do lençol freático, mas também o equilíbrio nutricional do solo e o manejo fitossanitário. Como auxiliar de técnicos, é possível atentar para esses detalhes, fazer diagnósticos e soluções, quando necessário”.
Além do forte investimento em inovação e tecnologia, destaca Hoffmann, os produtores trabalham cada vez mais na análise de indicadores de fertilidade e outras substâncias que agregam à qualidade final, como teores de nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, enxofre, magnésio e outros micronutrientes. “São vários detalhes que merecem atenção para que as pragas e doenças não desqualifiquem e prejudiquem o cereal. A partir dessa parceria de especialistas com seus próprios agricultores, torna-se possível conceber um produto de alta qualidade”, acrescenta.
Boas sementes, ótimos grãos
Tudo começa com as sementes, desenvolvidas especialmente para ou somente de Santa Catarina. Por meio de estudos realizados pela Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), as cultivares são elaboradas para máxima adaptabilidade e, conseqüentemente, rendimento nas lavagens. Nesse sentido, não mais de junho, a instituição lançou sua 34ª semente, que promete resistir a temperaturas extremas, tanto altas quanto baixas.
O melhoramento de grandes lavouras traça um ganho genético a cada lançamento, sublinha o agrônomo Célito Mezzari, gerente da Sementes da Cooperja “A partir dos novos estudos, os produtores têm acesso a cultivares com maior resistência a pragas e pragas, por exemplo. Nesse cenário, vale ressaltar que é uma vantagem em todas as áreas, pois o consumidor também se beneficiará de um produto de maior qualidade, valor nutricional, entre muitos outros benefícios”, afirma Mezzari.
Além disso, outro fator favorece as melhores características da safra catarinense: o uso de sementes certificadas. Ou se, ao contrário, o produtor cola o grão semeado e planta de novo, ele prioriza os distribuídos por empresas especializadas em sementes. Desta forma, reduzimos as chances de perder a qualidade e as características do cereal.
Modelo de agricultura diferenciada
Que o cereal apresente características que agradem tanto ao consumidor final quanto às indústrias que o beneficiam, ou ao processo que inicia as lavouras. No caso de Santa Catarina, com plantio iniciado em várzeas de agosto, o modelo de cultivo adotado por quase 80% dos agricultores é o pré-germinado, fator que, segundo Mezzari, também está entre os diferenciais e marca registrada da produção catarinense .
A forma de plantio, mais comum no estado, é desconhecida por muitos e difere da tradicional. Quem adota esse padrão, inicialmente, deixa a semente imersa em água por um determinado período e, depois, expõe os grãos ao sol. Assim que a radícula – uma pequena raiz – aparecer, parecerá que os produtores germinam nas lavagens. Porque vão ser distribuídos num lençol de água, ou correr para evitar ervas daninhas e, em alguns casos, torna-se possível reduzir ou usar dispositivos defensivos.
Agricultores e indústrias
Neste ano, a área plantada se recuperou para 147 mil hectares no estado, segundo dados do último Boletim Agropecuário da Epagri. Enquanto isso, assinala o SindArroz-SC, a redução da área incentiva ainda mais o produtor a buscar maior produtividade nas lavagens, a fim de compensar essa queda.
“A gestão e o capricho se superam. Nosso produtor investe constantemente no trabalho, aposta em uma genética qualificada e busca assessoria técnica. Para fermento ou cereal para cada país temos nossas indústrias especializadas, que valorizam para que o consumidor tenha acesso ao melhor produto possível. Essa parceria não poderia ter outro resultado sem um arroz de altíssima qualidade”, afirma o presidente do SindArroz-SC, Walmir Rampinelli.