Tragédia em Caraguatatuba: morte de um animal de estimação gera controvérsia

Injustiça e dor da dona

Um trágico incidente resultou na morte de Calibre, um manga-larga marchador de 5 anos e três meses, que era considerado um membro da família. Sua dona, Evelyn Soraya, expressou sua indignação com a situação, alegando que a vida de seu animal foi tirada de forma injusta por um policial militar.

Despreparo e dor da família

Os donos de Calibre, Tiago Oliveira e Evelyn Soraya, afirmam que a policial militar agiu de forma imprudente durante a abordagem, resultando na morte do cavalo. Eles acreditam que o despreparo da policial durante a situação levou ao trágico desfecho, causando dor e sofrimento para toda a família.

Secretaria de Segurança Pública

A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo emitiu uma nota oficial sobre o caso, mantendo a versão relatada no boletim de ocorrência, indicando avanço do cavalo sobre os policiais e a necessidade de intervenção. A família contesta essa versão, alegando que os eventos se desenrolaram de forma diferente.

Boletim de Ocorrência

De acordo com o delegado responsável pelo caso, a policial militar teria agido em legítima defesa, tirando a vida do animal com base na necessidade de repelir uma injusta agressão. Para a família, esse argumento não justifica a morte de Calibre, causando ainda mais angústia e descrença no desenrolar dos fatos.

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Outros casos envolvendo animais

O trágico incidente com Calibre não é o primeiro envolvendo agentes das forças de segurança em Caraguatatuba. Em meio à controvérsia, entidades de proteção animal buscam responsabilização e justiça diante de casos semelhantes. Esses eventos têm gerado revolta e indignação, demonstrando a necessidade de revisão das práticas envolvendo animais de estimação.
Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

“Calibre”, um manga-larga marchador, tinha 5 anos e três meses de idade e estava com a família há 3 anos. O animal foi morto por um tiro disparado por um policial militar na noite de domingo(14) durante uma abordagem em Caraguatatuba, no Litoral Norte Paulista. Na foto acima, Calibre com Evelyn e Tiago durante romaria até Aparecida

 

“Tiraram a vida de meu animal injustamente”, afirma Evelyn Soraya, dona do cavalo que foi morto por um policial militar na noite de domingo(14), durante uma abordagem em Caraguatatuba, no Litoral Norte Paulista.

Evelyn Soraya e o marido Tiago Oliveira eram os donos de “Calibre”, um manga-larga marchador de 5 anos e três meses morto por um tiro efetuado pela  policial militar P. C.P., de 33 anos, durante uma abordagem feita pela PM no domingo(14) em quatro homens que cavalgavam pela avenida da praia em Caraguatatuba. 

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Durante a abordagem, “Calibre”, teria se assustado e a policial atirou contra o animal que ferido disparou por dois quarteirões, caiu na rua Santa Branca, agonizou por alguns minutos e morreu. O boletim de ocorrência relata que um dos cavaleiros estaria armado, que um deles, Douglas, que montava Calibre, teria tentado fugir, jogando o animal contra os policiais. 

Douglas, de 22 anos, que estava com o animal, nega a versão dada pela Polícia Militar. Segundo ele, nenhum dos quatro cavaleiros portavam arma e que, em nenhum momento, teriam tentado fugir da abordagem ou que ele tenha jogado o animal em cima dos policiais.  Segundo ele, se a polícia tiver acesso as câmeras de monitoramento da avenida Jundiaí,  comprovará que o cavalo não partiu para cima dos policiais e que em nenhum momento ele tentou fugir da abordagem. 

Despreparo

 

 

Calibre caído na rua, já morto, após ser atingido por um tiro efetuado por um policial militar durante uma abordagem

 

Tiago e Evelyn, donos do animal, acreditam que teria faltado preparo a policial militar durante a abordagem que resultou na morte de “Calibre”. Eles acreditam que ela, a policial militar, teria se assustado quando cavalo, acuado pelos policiais e viatura, se inquietou e disparou, ocasião em que ela teria efetuado o tiro.      

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Evelyn disse que Calibre sempre foi um animal manso e que todos os seus filhos montavam nele. Ela acredita que o animal ficou assustado com o cerco feito pelos policiais. Segundo ela, Douglas, que montava o animal, contou que tentou acalmar Calibre, passando uma das mãos em sua cabeça, mas o animal permanecia assustado, foi quando a policial teria feito o disparo. 

“Assustado, Calibre tomou o tiro. Ferido e com muita dor, ele disparou por dois quarteirões, até tombar ao chão, agonizar e morrer. Não teriam permitido que Douglas, já algemado, retirasse a cela para que Calibre pudesse respirar melhor”, contou.   

O casal tratava Calibre como um filho. O animal estava com eles há três anos, era muito em cuidado e o xodó dos filhos Felipe, de 10 anos, Enzo, de 7, Eloize, de 3 e Eloá, de três meses. Calibre deixou um filho, Nino, de 9 meses, que está com a família.

 

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Eloise, de 3 anos, filha de Tiago e Evelyn, era a mais apegada ao cavalo da família

 

“ Ainda não contamos para os nossos filhos o que aconteceu com o Calibre. Todos os nossos filhos tinham uma relação muito grande com o animal, principalmente, a Eloise, de três anos. Ela, a Eloise, está estranhando a ausência do animal e perguntando por ele”, contou Evelyn.

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Tiago conta que Calibre participou de cavalgadas e romarias, sempre montado por Evelyn. No ano passado, fizeram duas romarias até Aparecida. Segundo ele, no domingo(14), dia em que o animal foi morto pela policial militar, a família fez pela manhã uma cavalgada com Calibre até o bairro do Pirassunga, zona rural de Caraguatatuba. 

Segundo Tiago, no domingo à noite, Douglas pediu o animal para dar um passeio com outros três amigos. Os quatro amigos cavalgavam pela avenida da praia em direção até a avenida Jundiaí, no bairro do Sumaré, onde iriam comer uma pizza quando ocorreu o incidente por volta das 23 horas.

 

Secretaria de Segurança Pública

 

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Foto de “Calibre” poucas horas antes dele ser morto durante a abordagem da PM em Caraguatatuba

 

Procurada, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, emitiu uma nota oficial sobre o caso na noite de terça-feira(16). mantendo as informações que constam no boletim de ocorrência feito na Delegacia de Polícia de Caraguatatuba. 

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Segundo a nota: um cavalo foi morto após seu dono avançar contra policiais militares na noite deste domingo (14), na Rua Santa Branca, no bairro Sumaré, em Caraguatatuba. A Polícia Militar foi acionada para atender uma ocorrência onde quatro homens estavam trafegando na via, com os seus cavalos – um deles estava na posse de uma arma de fogo. 

A nota da SSP-SP, informa que durante a abordagem, um dos homens, de 22 anos, tentou fugir e foi acompanhado pela viatura. Em determinado momento, ele direcionou o cavalo para cima dos policiais, que precisaram intervir. O animal foi baleado e não resistiu. 

Ainda, segundo a nota da SSP-SP, foram requisitados exames periciais ao IC e ao IML. O caso foi registrado na Delegacia de Caraguatatuba e encaminhado ao Juizado Especial Criminal (JECRIM). 

Douglas, de 22 anos, que montava Calibre na noite do incidente, negou a versão dada pela Polícia Militar. Segundo ele, nenhum deles portava arma de fogo, nenhum deles tentou fugir durante a abordagem e em nenhum momento teria “jogado” o animal sobre os policiais. 

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Boletim de Ocorrência

 

O delegado responsável pelo caso entendeu que a agente teria atirado no animal  apenas com a finalidade de auto proteção e/ou proteger os demais integrantes de sua equipe, sem qualquer intenção de tirar a vida do animal, que, com base nos elementos informativos até o momento produzidos, ocorreu de forma acidental, o que afasta o crime de maus tratos a animais, ante a ausência de previsão do referido crime na modalidade culposa.

Ainda, segundo delegado, “ante aos elementos informativos produzidos, entendo que ficou constatado que a policial militar efetuou disparo de arma de fogo com a finalidade de repelir injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem, caracterizando a excludente de ilicitude da legítima defesa, prevista no art. 23, inciso II; e art. 25, ambos do Código Penal”. O delegado finalizou alegando que a policial teria agido em legítima defesa. O boletim de ocorrência foi elaborado no inicio da madrugada de segunda-feira,  dia 15, pelo agente policial Rogério Angelo Belutti Neto da equipe chefiada pelo delegado Caio Fresatto Nunes de Miranda.

 

Casos

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Foi a segunda ocorrência envolvendo agentes das forças de segurança com morte de animal de estimação em Caraguatatuba. Em julho do ano passado, um guarda civil municipal matou o cachorro de um morador de rua durante uma blitz no bairro do Indaiá. O GCM foi exonerado pela prefeitura e o Ministério Público cobra uma indenização de R$ 10 mil do ex-GCM.

Entidades de proteção animal entendem que o ex-GCM deve ser responsabilizado criminalmente pela morte do cachorro. Segundo as entidades, o ex-GCM deveria ser enquadrado na Lei 14.064/2020 que aumentou a pena para quem maltratar cães e gatos. Desde 2020, a lei prevê que quem cometer esse crime será punido com 2 a 5 anos de reclusão, multa e proibição da guarda. Caso o crime resulte na morte do animal, a pena pode ser aumentada em até 1/3. Antes, a  referida legislação alterou a Lei 9.605/98, que dispunha sobre os crimes contra o meio-ambiente, fauna e flora e previa pena de detenção de 3 meses a 1 ano e multa, no caso de crime de maus-tratos contra animais.

 

FAQ sobre a morte do cavalo “Calibre” por um policial militar

1. O que aconteceu com o cavalo “Calibre”?

“Calibre”, um manga-larga marchador, foi morto por um tiro disparado por um policial militar durante uma abordagem em Caraguatatuba, no Litoral Norte Paulista. O incidente ocorreu na noite de domingo(14).

2. Quem era o dono do cavalo?

Evelyn Soraya e o marido Tiago Oliveira eram os donos de “Calibre”. O animal fazia parte da família há 3 anos.

3. Qual foi a justificativa dada pela polícia militar para o disparo?

Segundo a versão da polícia, um dos homens que estava na posse do cavalo teria tentado fugir e teria direcionado o cavalo para cima dos policiais, o que levou à intervenção e ao disparo que resultou na morte do animal.

4. Qual é a posição dos donos do cavalo?

Evelyn e Tiago acreditam que houve despreparo por parte da policial militar durante a abordagem, resultando na morte de “Calibre”. Eles contestam a versão dada pela polícia e afirmam que o animal era manso e nunca representou perigo.

5. Qual foi a resposta da Secretaria de Segurança Pública?

A Secretaria de Segurança Pública emitiu uma nota mantendo as informações que constam no boletim de ocorrência, justificando que o tiro foi efetuado para repelir uma injusta agressão, caracterizando legítima defesa por parte da policial militar.

6. Como a família está lidando com a perda do animal?

A família estava consternada com a morte de “Calibre”, especialmente as crianças que tinham uma relação especial com o cavalo. Eles acreditam que o animal deixou um filho, Nino, de 9 meses, que está com a família.

7. Há precedentes a esse caso na região?

Sim, foi a segunda ocorrência envolvendo agentes das forças de segurança com morte de animal de estimação em Caraguatatuba, o que tem gerado repercussão e debate sobre os métodos de abordagem e o tratamento dispensado aos animais durante operações policiais.

“Calibre”, um manga-larga marchador, tinha 5 anos e três meses de idade e estava com a família há 3 anos. O animal foi morto por um tiro disparado por um policial militar na noite de domingo(14) durante uma abordagem em Caraguatatuba, no Litoral Norte Paulista. Na foto acima, Calibre com Evelyn e Tiago durante romaria até Aparecida

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