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PM de SP começa a dissolver protestos bolsonaristas nas estradas; no país tem…

PM de SP comeca a dissolver protestos bolsonaristas nas estradas

Por Eduardo Simões e André Romani e Leonardo Benassatto

SÃO PAULO (Reuters) – Insatisfeitos com a derrota eleitoral do último domingo, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) bloquearam 230 pontos de estradas em 21 estados e no Distrito Federal até a manhã desta terça-feira, apesar de decisão do Supremo Tribunal Federal. Justiça Federal determina o desbloqueio imediato das vias tanto pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) quanto pela Polícia Militar Estadual.

Os protestos, que já causam eventuais problemas de abastecimento, acontecem enquanto Bolsonaro continua sem reconhecer os resultados eleitorais que deram a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) um terceiro mandato na presidência no domingo.

Inicialmente liderados por caminhoneiros, os grupos bolsonaristas pedem desrespeito às urnas e, em alguns casos, pedem explicitamente uma “intervenção” militar que impeça o PT de assumir o cargo em janeiro.

Em São Paulo, por ordem do governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), a Polícia Militar começou a desobstruir estradas estaduais. De acordo com o balanço da PM, desde domingo, 48 rodovias foram liberadas, 102 foram liberadas parcialmente e 14 seguem fechadas no estado.

Um dos primeiros protestos dissolvidos foi na rodovia que leva ao aeroporto de Guarulhos, o maior do Brasil, onde o bloqueio na noite de segunda-feira levou ao cancelamento de 25 voos, segundo a concessionária que administra o aeroporto.

“Nós, brasileiros decentes e honestos, somos contra a volta da quadrilha que saqueou o poder”, disse à Reuters Vando Soares, 49, motorista que participou do bloqueio que impediu a chegada ao terminal de São Paulo. “Ele não pode assumir”, ele seguiu.

No final da manhã desta terça-feira, uma equipe da Reuters também acompanhou o desbloqueio parcial da Rodovia Castelo Branco pela Polícia Militar de São Paulo.

O governador de São Paulo criticou a contestação das urnas. “As eleições acabaram, vivemos em um país democrático, São Paulo respeita o resultado das urnas e nenhuma manifestação vai fazer a democracia do Brasil retroceder”, disse o tucano, que apoiou Bolsonaro no segundo turno. “Aos vencedores, o mandato, aos perdedores, o reconhecimento da derrota”, continuou.

Também nesta terça-feira, outro governador que apoiou Bolsonaro, Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, usou o Twitter para alegar que ordenou o desbloqueio de estradas no estado. “Acabou a eleição, temos que garantir o direito de todos de ir e vir, e também que as mercadorias cheguem onde precisam chegar para que não falte. Vamos cumprir a lei”, disse.

Segundo dados da Polícia Rodoviária Federal, foram 236 pontos de bloqueio ou interdição em estradas em 20 estados e no Distrito Federal pouco depois das 11h desta terça-feira.

Os estados mais afetados foram Santa Catarina, Pará e Mato Grosso. Apenas Amapá, Alagoas, Ceará, Paraíba, Roraima e Sergipe não registraram protestos. A PRF disse que 288 manifestações foram desfeitas.

Entre outros pontos, os bloqueios impediram a chegada de caminhões ao porto de Paranaguá (PR), importante rota de exportação agrícola do país. Os bloqueios também começaram a causar desabastecimento nos supermercados, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras).

MORAES E MTST

Na noite de segunda-feira, Moraes ordenou que as forças policiais tomassem todas as medidas necessárias para desobstruir rodovias bloqueadas por protestos “antidemocráticos”.

Na decisão, ele citou vídeos que mostravam a “passividade” da PRF e também determinou que o diretor-geral da instituição, Silvinei Vasques, adote imediatamente todas as medidas necessárias para desobstruir as vias, sob pena de multa de 100 mil. reais pessoalmente. , além de prever, “se for o caso” o afastamento do dirigente de suas funções e a prisão em flagrante pelo crime de desobediência.

Nesta terça-feira, em outra decisão, Moraes disse que a Polícia Militar dos Estados tem competência para desobstruir as estradas, mesmo aquelas que são de responsabilidade federal, e ordenou que os governadores estaduais e os comandantes-gerais da Polícia Militar sejam notificados.

A determinação do ministro foi endossada por 9 dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal.

O PT exigiu que o governo Bolsonaro resolva a crise bloqueando caminhoneiros. Lula ainda não comentou o caso.

Em nota publicada em sua conta no Twitter, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) instruiu seus militantes a desmantelar as barricadas montadas pelos bolsonaristas nos pontos de bloqueio. O deputado federal eleito e ex-candidato à presidência Guilherme Boulos (PSOL-SP) é um importante apoiador de Lula e dos coordenadores do MTST.

“A coordenação nacional do MTST orienta sua militância nos estados para organizar manifestações para desbloquear as principais vias de acesso, exigindo respeito às eleições. Esperamos ser tão bem recebidos pelas forças de segurança quanto os bolsonaristas estão sendo”, diz a nota.

Mais de 36 horas após a definição da derrota de sua tentativa de reeleição nas urnas, Bolsonaro ainda não comentou o resultado eleitoral, nem fez qualquer comentário sobre os protestos de seus apoiadores que bloqueiam estradas.

Durante seus quatro anos no cargo, Bolsonaro repetidamente lançou suspeitas infundadas contra o sistema eleitoral e fez falsas alegações sobre urnas eletrônicas.

O segundo turno das eleições gerais, em que foram eleitos 12 governadores estaduais além de Lula, foi reconhecido como limpo e justo pelas autoridades dentro e fora do Brasil e não houve relatos de fraudes durante a votação.

(Reportagem adicional de Ana Mano, Gabriel Araújo, Brian Ellsworth e Fernando Cardoso, em São Paulo, e de Ricardo Brito, em Brasília, Editado por Alexandre Caverni e Flávia Marreiro)



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