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O que esperar do açúcar em agosto: análise de Mauricio Muruci para o SEO

Noticias do Jornal do campo
Boa leitura!
O mês de agosto será marcado por um equilíbrio de forças de curto prazo sobre os preços do açúcar em Nova York. No Brasil, a tendência do cristal 150 Icumsa seguirá negativa por conta dos fundamentos, enquanto no mercado internacional como um todo, a Ásia será marcada pela incerteza quanto ao fim das chuvas de monção no país e a expansão das atuais reservas de água déficit da Tailândia. Em geral, o dia 23/outubro em Nova York vem desde o início da segunda quinzena de julho, oscilando dentro de um canal de alta com nível de inclinação bastante moderado.

Isso indica que a atual tendência de alta do açúcar se mantém, não só no curto prazo, mas também no médio prazo, apesar de possíveis quebras de suporte. Portanto, podemos antecipar que agosto será um mês de continuidade das oscilações da linha de preço de outubro/23 dentro do intervalo que direciona a linha de preço para US$ 26,00/centavos. No entanto, ainda há um longo caminho de consolidação de $ 24,00 centavos e $ 25,00 centavos antes de chegar aos $ 26,00 centavos. Um dos pontos de sustentação dessa tendência ascendente vem da Ásia e toda a sua complexidade climática.

Na Tailândia, por exemplo, houve um déficit hídrico de 28% em sua precipitação acumulada de maio até o início de julho em relação à média histórica dos últimos 20 anos. Esse padrão negativo de volumes de chuva impactará claramente o volume de produção de cana e açúcar no país. A marca de 10 milhões de toneladas na futura safra 2023/24 estará perdida, e a dúvida é se os volumes se acomodarão em 9,0 ou cairão para 8,0 milhões de toneladas. Esse cenário de estresse hídrico já vem impactando os canaviais locais desde o ano passado, sendo que os impactos de 2023 devem ser ainda mais fortes do que o esperado.

Na Índia, o mês de julho teve chuvas regulares em linha com a média histórica, porém os meses de maio e junho apresentaram déficit. Com isso, é possível afirmar que as chuvas de monção na Índia tiveram um atraso médio de 30 a 40 dias, dependendo da região produtora. A retomada das chuvas em julho não acaba com o risco climático, já que a temporada tende a terminar com uma extensão de 30 a 40 dias nesta versão de 2023, devido à simultaneidade com o El Niño. Isso resultará em dois efeitos negativos nas plantações de cana-de-açúcar na Índia: estresse hídrico causado pelo atraso das chuvas e redução da umidade, e estresse hídrico causado pelo excesso de água e menor incidência de luz solar, prejudicando a qualidade dos canaviais.

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No Brasil, o mercado físico do açúcar cristal 150 Icumsa continuará em queda devido ao aumento da oferta de cana com o avanço da moagem. Assim, a oferta sazonalmente elevada continuará pressionando os preços, enquanto as indústrias compradoras continuarão escalonando ao máximo suas compras para reduzir a demanda e pressionar ainda mais os preços. Dessa forma, agosto será um período de preços negativos no Brasil em contraste com os preços moderadamente superiores a outubro/23 na Bolsa de Nova York, evidenciando uma divergência de tendências entre os dois mercados.

Em conclusão, é esperado que o mês de agosto seja marcado por oscilações nos preços do açúcar em Nova York, com continuidade da tendência de alta. Os problemas climáticos na Ásia, como o déficit hídrico na Tailândia e o atraso das chuvas de monção na Índia, contribuirão para o fortalecimento dessa tendência. No Brasil, a oferta sazonalmente elevada de cana pressionará os preços para baixo. É importante acompanhar esses fatores para entender a dinâmica do mercado de açúcar.

Perguntas frequentes exclusivas:

1. Como o déficit hídrico na Tailândia afeta a produção de açúcar?
R: O déficit hídrico na Tailândia impacta negativamente o volume de produção de cana e açúcar no país, levando à redução da oferta.

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2. Por que as chuvas de monção na Índia influenciam os preços do açúcar?
R: As chuvas de monção na Índia afetam a produção de cana-de-açúcar devido ao atraso ou déficit de chuvas, resultando em estresse hídrico e menor qualidade dos canaviais.

3. Por que os preços do açúcar são divergentes entre o Brasil e Nova York?
R: No Brasil, a oferta sazonalmente elevada de cana pressiona os preços para baixo, enquanto em Nova York, os preços podem ser moderadamente superiores devido a outros fatores.

4. Qual é a tendência de curto e médio prazo dos preços do açúcar?
R: A tendência de curto e médio prazo dos preços do açúcar é de alta, apesar de possíveis quebras de suporte no curto prazo.

5. Quais os principais fatores a serem monitorados para entender a dinâmica do mercado de açúcar?
R: É importante acompanhar os problemas climáticos na Ásia, a oferta de cana no Brasil e os preços em Nova York para entender a dinâmica do mercado de açúcar.
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O mês de agosto deve ser novamente [de modo semelhante ao que foi observado em julho] marcado por um equilíbrio de forças de curto prazo sobre os preços do açúcar em Nova York. No Brasil, a tendência do cristal 150 Icumsa seguirá negativa por conta dos fundamentos, enquanto no mercado internacional como um todo, a Ásia será marcada pela incerteza quanto ao fim das chuvas de monção no país e a expansão das atuais reservas de água déficit da Tailândia. Em geral, o dia 23/outubro em Nova York vem desde o início da segunda quinzena de julho, oscilando dentro de um canal de alta com nível de inclinação bastante moderado.

Isto significa que a atual tendência de alta deste ativo se mantém não só no curto prazo, mas também no médio prazo, apesar de possíveis quebras de suporte. Portanto, apenas pelo tom de consolidação e previsibilidade de um canal ascendente sem ângulo de inclinação muito forte, podemos antecipar que agosto será um mês de continuidade das oscilações da linha de preço de outubro/23 dentro deste intervalo que direciona o linha de preço para US$ 26,00/centavos. No entanto, ainda há um longo caminho de consolidação de $ 24,00 centavos e $ 25,00 centavos antes de $ 26,00 centavos. Um dos pontos de sustentação dessa tendência ascendente vem da Ásia e toda a sua complexidade climática.

Por um lado, temos a Tailândia que, de maio a início de julho, apresentou um déficit hídrico de 28% em sua precipitação acumulada em relação à média histórica dos últimos 20 anos para esta mesma época do ano. Este padrão negativo de volumes de chuva impactará claramente [mais uma vez] o volume de produção de cana e açúcar no país. A marca de 10 milhões de toneladas na futura safra 2023/24 [que começa em outubro desde ano] realmente estará perdido. A dúvida que fica é se os volumes se acomodarão na faixa de 9,0 ou cairão para patamares de 8,0 milhões de toneladas. É interessante lembrar que na estação chuvosa das monções do ano anterior, as indicações dos órgãos internacionais de climatologia [como o Accuweather] já deu sinais de volumes abaixo da média na Tailândia.

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Portanto, chuvas fracas e impactos negativos nos canaviais não começaram em 2023, sendo um cenário de estresse hídrico que já vem impactando os canaviais locais desde o ano passado. É exatamente por isso que os impactos de 2023 devem ter efeito cumulativo, sendo ainda mais fortes do que o esperado. Na Índia, temos um mês de julho com chuvas regulares, em linha com a média histórica do ano. No entanto, os meses de maio e junho apresentaram fortes níveis de déficit. Com isso é até possível afirmar que as chuvas de monção na Índia tiveram um atraso médio de 30 a 40 dias dependendo da região produtora. No entanto, SAFRAS & Mercado alerta que a retomada das chuvas em julho não acaba de vez com o risco climático. Isto porque, começando com um atraso, a temporada tende a terminar com uma extensão de 30 a 40 dias nesta versão de 2023, claramente devido à simultaneidade com o El Niño.

Portanto, em vez de terminarem em setembro, essas chuvas podem terminar no final de outubro. [de modo semelhante ao que aconteceu no ano passado, o qual não tivera o El Niño] ou mesmo estendendo-se até a primeira quinzena de novembro. Como resultado, a Índia terá dois efeitos negativos nas plantações de cana-de-açúcar relacionados à estação chuvosa das monções de 2023. A primeira, com o estresse hídrico causado pelo atraso das chuvas e redução da umidade, e a segunda com um novo estresse hídrico causado pelo excesso de água. umidade e menor incidência de luz solar, fator climático que também prejudica a qualidade dos canaviais. Portanto, temos na prática três problemas relacionados ao clima na Índia que terão seus desdobramentos iniciais ao longo de agosto.

No Brasil, o mercado físico do açúcar cristal 150 Icumsa continuará em queda devido ao aumento da oferta de cana com o rápido avanço da moagem com clima favorável [sem chuvas e com sol] desde o início da terceira semana de junho. Assim, a oferta sazonalmente elevada continuará pressionando os preços, enquanto as indústrias compradoras continuarão escalonando ao máximo suas compras com o objetivo de reduzir a demanda e pressionar ainda mais os preços. Com isso, agosto deve ser um período de preços negativos no Brasil e moderadamente superiores a outubro/23 na Bolsa de Nova York em uma clara divergência de tendências entre os dois mercados.

Maurício Muruci – Analista da Safras & Mercado, atua há 12 anos na análise de mercado econômico e agrícola. Graduando em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

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**Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo**

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Fonte: Portal do Agronegócio

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