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Como vem mudando a produção de carne e leite

Como vem mudando a produção de carne e leite
Como vem mudando a produção de carne e leite

A pecuária, parte importante do agronegócio, sempre teve em seu DNA a busca de inovação, mesmo em um ritmo menos frenético do que a agricultura de ciclo anual e, portanto, mais imediata na tomada de decisões.

A inovação pecuária é uma das grandes forças motrizes do setor para a criação de soluções para problemas como produtividade, redução de emissões e maior conectividade nas fazendas.

Desde a década de 1960, com o rápido avanço das tecnologias no mundo – mesmo que ainda de forma analógica – o setor passou por grandes mudanças em sua forma de criar e selecionar animais com a melhor genética.

Não é por acaso que o Brasil se tornou dono do segundo maior rebanho comercial de bovinos e o maior exportador mundial de carne bovina, e em leite está entre as três maiores do mundo, com cerca de 34 bilhões de litros por ano. Hoje, os setores de produção de carne e leite vivem o momento da pecuária 4.0, de olho em um futuro não muito distante, que é a expansão desse conceito para a pecuária 5.0.

A história da pecuária 4.0 é concomitante a uma revolução que começou há cerca de 11 anos, segundo estudo da Esalq (Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”).

Em 2011, o governo alemão criou um projeto para modernização para impulsionar a informatização dos processos industriais e a integração de dados.

Naquela época, os alemães cunharam o termo indústria 4.0 para designar uma produção mais ligada a tecnologias como IoT (internet das coisas), M2M (machine-to-machine) e outras.

Assim como na agricultura, que embarcou no conceito para resolver problemas como produtividade, assertividade, sustentabilidade e conexão, pecuária começou a investir e desenvolver novas tecnologias que poderiam solucionar problemas semelhantes, aliando o negócio à sustentabilidade e ao bem-estar animal.

“Nos últimos anos, vimos um aumento nos sistemas baseados em tecnologia de precisão sendo projetados e desenvolvidos especificamente para produtores de bezerros”, diz um estudo publicado pela Universidade de Nebraska-Lincoln, localizada em uma das principais regiões de pecuária do EUA, produtor mundial e responsável pela produção de aproximadamente 31,2 milhões de cabeças de gado em 2021.

“Compreender o mercado atual, tecnologias ou empresas específicas e risco de investimento é importante para avaliar qual tecnologia é adequada para suas necessidades.”

Desde o século passado, a pecuária é conhecida por utilizar tecnologias como inseminação artificial, testes de progênies e outras que ajudaram o produtor a ser mais assertivo em sua produção. Mas no contexto da pecuária 4.0, cada vez mais novos itens e sistemas facilitaram a vida do pecuarista e trouxe precisão para as fazendas. Alguns deles são:

  • Software de controle de gestão: Já existem diferentes agtechs no mercado brasileiro que oferecem softwares desse tipo. A ideia é que informações como extrato do rebanho, produtividade e análises zootécnicas sejam reunidas em um único local com gráficos e relatórios para facilitar a decisão do pecuarista.
  • Telemetria: Essa tecnologia auxilia o produtor a otimizar a alimentação dos animais da propriedade, indicando as melhores áreas de pastagem. A telemetria também transmite dados que informam como o solo pode ser melhorado para que a pastagem seja produzida na quantidade ideal.
  • Drones: Com câmeras de boa qualidade e tamanho reduzido, os drones também ganharam espaço na pecuária 4.0. Eles são usados ​​para monitorar o rebanho, facilitando a identificação de vazamentos e também falhas na cerca que podem prejudicar o produtor.
  • Sensores de IoT: Usados ​​em coleiras inteligentes, os sensores IoT ajudam a medir e registrar informações relacionadas à saúde dos animais na propriedade. Algumas coleiras já indicam dados como período de ovulação, comportamento do animal e incidência de alguma doença. Essas informações podem ajudar a reduzir os custos trabalhistas e facilitar a manutenção do bem-estar animal nas fazendas.

Seja para a pecuária bovina ou leiteira, a adoção de tecnologias 4.0 em busca de uma fazenda sustentável trouxe uma série de benefícios em produtividade e/ou lucratividade para as fazendas.

Os resultados podem variar de acordo com questões de produção além da implantação de novas ferramentas, mas algumas pesquisas realizadas recentemente já reforçam que as máquinas digitais vieram para ficar e trazer algum tipo de retorno.

Para o pecuária leiteira, O mais recente Índice Ideagri do Leite Brasileiro, estudo publicado em meados de 2021 que entrevistou 1.144 propriedades, mostrou que rebanhos que trabalham com software de gestão e outras tecnologias tiveram um aumento de 11,1% desde 2018, elevando a produtividade para a média de 29,81 quilos de leite. leite produzido por animal diariamente.

A produção de carne também se beneficia com a implementação do 4.0 e pode trazer resultados diretos para a lucratividade.

Um estudo realizado este ano pela Embrapa Pecuária Sul (RS) indicou que a pecuária de corte que utiliza ferramentas de precisão, aliada à produção de soja e azevém, impulsionou os resultados financeiros dos pecuaristas em cerca de 24%.

Considerando o levantamento mais recente do Instituto de Métricas Agropecuárias, realizado em 2020 com cerca de 447 fazendas, a rentabilidade mínima da atividade seria de R$ 600 por hectare.

Ou seja, o uso de drones, sensores e softwares em sistemas integrados de produção pode potencializar o resultado das fazendas reduzido para pelo menos R$ 840.

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