Lei de desmatamento da UE pode marginalizar pequenos agricultores, diz associação

Lei de desmatamento da UE pode marginalizar pequenos agricultores, diz associação

Thank you for reading this post, don't forget to subscribe!
Foto: Divulgação

A UE concordou em dezembro com um novo regulamento de desmatamento que exige que as empresas apresentem uma declaração de “due diligence”.

Uma nova lei da União Europeia que impõe restrições à importação de commodities ligadas ao desmatamento pode deixar de lado os pequenos agricultores que não conseguem arcar com os altos custos de regras de conformidade, disse o chefe da Mesa Redonda sobre Óleo de Palma Sustentável (RSPO, na sigla em inglês) na terça-feira.

Joseph D’Cruz disse à Reuters que os membros maiores certificados pela RSPO não enfrentarão dificuldades para cumprir os requisitos da UE, pois seus padrões de certificação já proíbem o desmatamento e a conversão de florestas primárias.

“Existe um custo humano, social e de desenvolvimento, que produtores menores e marginais podem ser forçados a arcar para que o regulamento de desmatamento da UE seja implementado da maneira como está sendo configurado agora”, disse o CEO da RSPO em uma entrevista.

A UE concordou em dezembro com um novo regulamento de desmatamento que exige que as empresas apresentem uma declaração de “due diligence” mostrando quando e onde suas commodities foram produzidas e forneçam informações “verificáveis” de que não foram cultivadas em terras desmatadas após 2020, sob risco de pesadas multas.

A regulamentação foi bem recebida pelos ambientalistas como um passo importante na proteção das florestas, já que o desmatamento é responsável por cerca de 10% das emissões globais de gases de efeito estufa.

A lei vai se aplicar ao óleo de palma, soja, carne bovina, madeira, cacau e café e alguns produtos derivados.

Pequenos produtores sustentáveis na Ásia, África e América Latina, que mais se beneficiam do acesso a mercados premium, não poderão vender para a UE porque carecem de uma cadeia de suprimentos que possa demonstrar rastreabilidade desde a fazenda até o mercado europeu, D’Cruz disse.

Mais de sete milhões de pequenos produtores em todo o mundo cultivam óleo de palma para viver, de acordo com dados da RSPO. Na Indonésia e na Malásia, os principais produtores, os pequenos proprietários respondem por cerca de 40% da área total de produção de óleo de palma.

Os dois países acusaram a UE de bloquear o acesso ao mercado de seu óleo de palma, com a Malásia dizendo que poderia interromper as exportações para o bloco.

Quota de mercado

Há anos, ativistas acusam a indústria de óleo de palma pelo desmatamento desenfreado das florestas tropicais do Sudeste Asiático e pelo abuso dos direitos dos trabalhadores, embora a RSPO tenha abordado essas questões em seus critérios de certificação.

A participação de mercado do óleo de palma sustentável certificado pela RSPO permanece em 19,8% há anos, devido à demanda estagnada pelo produto certificado mais caro, especialmente em mercados sensíveis a preços, como Índia e China.

A RSPO está se concentrando em oportunidades na Índia e na China, onde as percepções dos consumidores sobre sustentabilidade estão mudando, disse D’Cruz.

“Quando essas percepções mudarem, acho que a demanda chegará a um ponto crítico e começará a crescer significativamente.”

Fonte: Reuters

🚀 Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? ✅ 👉🏽 Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). 🚜🌱 Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias

Todo o conteúdo áudio visual do CompreRural está protegido pela legislação brasileira sobre direito autoral, sua reprodução é permitida desde que citado a fonte e com aviso prévio através do e-mail [email protected]



Fonte