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Leguminosas podem aumentar a produção de carne em 60%

Leguminosas podem aumentar a producao de carne em 60

O desmodio (desmodium ovalifolium) é uma leguminosa forrageira perene, originária da Ásia e, segundo a Embrapa, pode aumentar a produção de carne em 60%, além de reduzir em 30% o tempo de abate dos animais.

A redução do uso de fertilizantes nitrogenados nas pastagens também permite eliminar as emissões de COdois fóssil resultante da fabricação, transporte e aplicação no campo. Estima-se que para cada 100 kg de fertilizante nitrogenado, 450 kg de CO são emitidos.dois equivalente. “Além desse ganho para o meio ambiente, há a possibilidade de reduzir o gasto com fertilizantes, que hoje gira em torno de 300 dólares por hectare de pasto”, lembra o cientista.

O pesquisador De acordo com Urquiagatambém da Embrapa, ressalta que os resultados obtidos com o desmodium ganham especial importância porque o alto custo dos fertilizantes faz com que as pastagens do país tenham uma adoção limitada de fertilizantes nitrogenados. “Atualmente, estima-se que menos de 5% das pastagens brasileiras recebam algum tipo de fertilizante nitrogenado”, enfatiza Urquiaga.

Resistência ao uso de leguminosas

O uso de leguminosas em pastagens não é uma opção amplamente adotada pelos melhoristas. “Existe resistência entre os produtores porque além das sementes serem caras, as espécies utilizadas até agora, principalmente o stylosante, não apresentam boa persistência associada à Brachiaria”explica Bodey.

Após algum tempo no campo, a leguminosa diminui ou morre, sendo necessário renovar o pasto, o que significa custo e trabalho.

O pesquisador da Embrapa diz que com o desmodium isso não acontece, sendo possível manter a leguminosa no pasto por mais de nove anos. “Como é uma planta estolonífera, ou seja, suas raízes ou caules crescem rente ao solo e dão origem a uma nova planta, não é necessário ficar renovando a pastagem”, explica Boddey.

Segundo ele, se as leguminosas que se reproduzem de seus estolhos forem manejadas adequadamente no pasto, elas persistirão no pasto.

No caso do desmodium, a solução é trazer o gado quando a altura estiver chegando a 30 centímetros e retirar os animais quando a altura média for de 15 centímetros.”, recomenda.

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Foto: Cláudia Rezende

Próximos passos

Os cientistas explicam que uma das principais fontes de emissão de gás metano para a atmosfera é o “arroto de boi” e, dependendo da alimentação do gado, pode ser mais ou menos intenso. Com o desmodium, por ser uma espécie com alto teor de tanino, os pesquisadores entendem que ele pode auxiliar na digestão e também contribuir para a redução da emissão desse gás. O tanino é um composto químico presente principalmente na casca, caule, folhas e sementes de leguminosas.

Alguns estudos de emissão de GEE já estão sendo realizados em campo e em laboratórios. “Avaliar o animal é bastante complicado, pois o consumo de forragem e o desempenho do animal também precisam ser avaliados”, relata Boddey.

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Para isso, os pesquisadores utilizam uma espécie de coletor acoplado ao animal, que coleta o gás emitido por um período, que depois é avaliado em laboratório. Dados preliminares mostram que a redução pode ser superior a 10%.

A pesquisa

Durante quatro anos, este estudo foi realizado pela Embrapa Agrobiologia, na Estação Experimental de Zootecnia do Comitê Executivo do Plano Safra de Cacaueira (Ceplac), no município de Itabela, sul da Bahia.

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Foto: Cláudia Rezende

Foram comparadas três áreas de pastagem, uma misturada com Desmodium e Brachiaria (Capim Marandu) sem aplicação de adubo nitrogenado, outra com monocultivo de Brachiaria com aplicação de 150 kg de nitrogênio por hectare por ano (pastagem adubada) e uma terceira área com monocultivo de Brachiaria sem adubação nitrogenada.

O uso de desmodium em pastagens nesta região da Mata Atlântica vem sendo avaliado desde 2009 pela Embrapa. O objetivo da pesquisa é verificar a capacidade de incorporar nitrogênio ao sistema, reduzir as emissões de gases de efeito estufa, bem como tornar as pastagens brasileiras mais produtivas.

É importante notar que os resultados obtidos com a desmodium ovalifolium são para este bioma”acrescenta o pesquisador.

Sementes na alimentação do gado

Segundo a pesquisadora da Ceplac Cláudia de Paula Rezende, o manejo do desmodium exige tanto quanto outras espécies. O zootécnico trabalha há mais de duas décadas avaliando o uso desta e de outras espécies de leguminosas em pastagens. “O produtor precisa ver a pastagem como uma cultura à qual deve fornecer nutrientes suficientes para que se torne perene e possa dar resultados tanto para o animal quanto para todo o sistema.”, diz o pesquisador.

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Rezende explica que o Desmodium pode ser introduzido no pasto no momento do plantio do capim com alguns cuidados. “Você não pode plantar junto porque a semente dessa leguminosa é muito pequena e quando você coloca na máquina junto com a semente de capim, ela cai primeiro”, enfatiza.

No entanto, a maneira que ela acha mais fácil é adicionar sementes de desmodium à ração da vaca. “Acrescentamos cerca de 100 gramas de sementes não escarificadas, o gado vai ingeri-las, defecar no pasto e as sementes vão assentar e desenvolver-se”, explica o zootécnico.

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