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JBS e a pecuária: lições importantes!

O Fantasma da Corrupção e os Desafios da JBS nos Estados Unidos

A acusação de greenwashing às subsidiárias americanas da JBS nos Estados Unidos, feita pela procuradoria-geral de Nova Iorque, trouxe à tona o debate sobre a transparência e a reputação da maior processadora de carne do mundo. 

A queda da JBS no ranking do Coller FAIRR Protein Producer Index também levanta questões importantes sobre a indústria da carne. Mas, afinal, o que esses acontecimentos significam para a pecuária brasileira? Como os holofotes norte-americanos podem impactar o cenário interno? Neste post, vamos analisar os desafios enfrentados pela JBS, o contexto da acusação nos Estados Unidos e as possíveis repercussões para toda a cadeia produtiva.

Prepare-se para se aprofundar nessa discussão e entender as lições que podemos tirar desse cenário.

O Contexto Atual da Pecuária Brasileira

Desde o final de fevereiro, a pecuária brasileira está sob os holofotes devido à acusação de greenwashing feita às subsidiárias americanas da JBS. O histórico recente da empresa no ranking do Coller FAIRR Protein Producer Index também levanta questionamentos sobre a transparência e a reputação do setor.

Neste cenário, é importante compreender as implicações desses eventos para a pecuária nacional e como as ações da JBS nos Estados Unidos podem impactar a produção e o mercado interno. Vamos explorar esses aspectos e entender o que está em jogo para a indústria da carne no Brasil.

A Importância da Sustentabilidade na Indústria da Carne

A alegação de greenwashing feita à JBS nos Estados Unidos levanta questões cruciais sobre a sustentabilidade na indústria da carne. A necessidade de transparência, a busca por práticas mais responsáveis e a reputação das empresas do setor são temas essenciais para o debate atual.

É o que explica Alcides Torres, analista-chefe da SCOT Consultoria. Ele comenta os Estados Unidos são os maiores produtores mundiais de carne bovina, com volume estimado em 12,3 milhões de toneladas em equivalente de carcaça em 2023, de acordo com recente relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

A partir desta informação sobre a produção interna norte-americana, cujo Canadá também é relevante, Alcides não acredita que a ação da promotora Letitia James seja uma forma de protecionismo estadunidense sobre a pecuária brasileira.

JBS nos Estados Unidos

A atuação da empresa nos Estados Unidos não é recente. De acordo com o relatório de sustentabilidade da companhia, a JBS USA Pork é a segunda maior produtora de carne suína in natura do país americano, com cinco unidades de produção de carne suína e capacidade para processar 92.000 suínos por dia e mais uma unidade de processamento.

Em 2019, a JBS USA Beef e a JBS Foods Canada compraram mais de oito milhões de cabeças de gado de aproximadamente 32.000 agricultores familiares e pecuaristas parceiros. Os números demonstram o tamanho da empresa na América do Norte e explicam a negociação da companhia para abertura de capital na Bolsa de Nova York. A entrada no mercado de capital está dificultada há meses.

Em setembro de 2023, 16 organizações ambientais, de bem-estar animal e de direitos dos povos indígenas enviaram uma carta à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) e centenas de investidores associando a atividade da JBS e os riscos da pecuária ao clima.

No documento de resposta à SEC, a JBS concorda que há riscos socioambientais no modelo de negócio e, em caso de não comprovação da origem ou processo produtivo, estará sujeita a multas.

No dia 29 de fevereiro, quando a notícia ganhou proporção na imprensa nacional e internacional, o Google registrou aumento da procura sobre JBS e, nos Estados Unidos, os estados de Nebraska e Iowa foram os mais curiosos. Mesmo que as atenções estejam concentradas na JBS, Alcides Torres acredita que fica uma lição para toda a cadeia produtiva.

De acordo com ele, o setor no Brasil deve ficar atento, porque o episódio nos Estados Unidos trouxe nitidez sobre o quanto o fator da sustentabilidade está em voga no Hemisfério Norte e pode influenciar os negócios.

“A bronca não pode ser desconsiderada”, afirma. Além de toda a discussão reputacional, o consumidor brasileiro pode sentir as consequências. No raciocínio de Alcides Torres, a JBS vai ter que se defender, vai gastar dinheiro, a carne vai ficar mais cara.

“Do ponto de vista do pecuarista, a gente vê que a carne vai ficar mais cara, porque terão que contratar um escritório de advocacia nos Estados Unidos para fazer a defesa e isso é custo a ser repassado”, avalia o analista-chefe da SCOT Consultoria.

Em termos de impacto e repercussão, eventos como este envolvendo a JBS nos Estados Unidos não apenas afetam a reputação da empresa, mas também servem como alerta para a cadeia produtiva como um todo. A ligação entre sustentabilidade, transparência e reputação ganha cada vez mais destaque no cenário global, influenciando não só o mercado americano, mas também o brasileiro.

A necessidade de prestação de contas, a transparência nos processos e a atenção aos aspectos socioambientais estão se tornando imperativos para as empresas do setor. A JBS, mesmo sendo uma gigante do ramo, enfrenta desafios que reforçam a importância da conduta ética e responsável em suas operações.

Impacto da Acusação de Greenwashing na JBS

A reputação da JBS foi abalada com a acusação de greenwashing, trazendo à tona questões éticas e de transparência. A lição para os frigoríficos e toda a cadeia produtiva é clara: a sustentabilidade é um tema em alta e pode impactar diretamente os negócios.

A defesa da JBS terá custos, o que pode resultar no aumento do preço da carne e afetar o consumidor final. É um alerta para todos os envolvidos no setor agropecuário sobre a importância da transparência e responsabilidade ambiental.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

 

Perguntas frequentes

1. Qual a acusação de greenwashing feita às subsidiárias americanas da JBS?

Resposta: A procuradoria-geral de Nova Iorque acusou a JBS de greenwashing, ou seja, de promover a sustentabilidade de forma enganosa para aumentar as vendas.

2. Por que a JBS caiu no ranking do Coller FAIRR Protein Producer Index?

Resposta: Apesar de ser a maior processadora de carne do mundo, a JBS caiu para a 22ª posição do índice ESG da indústria da carne devido a questões de transparência e reputação.

3. Qual a atuação da JBS nos Estados Unidos?

Resposta: A JBS possui unidades de produção de carne suína e bovina nos Estados Unidos, comprando milhões de cabeças de gado de agricultores familiares e pecuaristas parceiros.

4. O que a promotora Letitia James afirma sobre a JBS?

Resposta: Letitia James afirma que a JBS se comprometeu a reduzir as emissões de gases de efeito estufa, mas utiliza práticas de greenwashing ao não apresentar um plano concreto para atingir a meta.

5. Como o episódio nos Estados Unidos pode impactar a pecuária brasileira?

Resposta: O episódio traz atenção para a importância da sustentabilidade na cadeia produtiva e pode resultar em aumento de custos para a defesa da JBS, o que pode refletir no preço da carne para o consumidor brasileiro.

Desde o final de fevereiro, atores envolvidos na pecuária brasileira têm voltado as atenções para a acusação de greenwashing às subsidiárias americanas da companhia JBS, nos Estados Unidos, feita pela procuradoria-geral de Nova Iorque. Soma-se a isto o histórico recente de queda da JBS no ranking do Coller FAIRR Protein Producer Index, índice ESG da indústria da carne.

Embora seja a maior processadora de carne do mundo, a empresa está na 22ª posição do indicador. Na prática, o que isso significa para a pecuária brasileira? Como os holofotes norte-americanos podem iluminar o cenário interno? Preço, aprimoramento da produção, transparência e reputação são fatores relevantes para a lição de casa, não apenas da própria JBS, mas também outros frigoríficos.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

Desde o final de fevereiro, atores envolvidos na pecuária brasileira têm voltado as atenções para a acusação de greenwashing às subsidiárias americanas da companhia JBS, nos Estados Unidos, feita pela procuradoria-geral de Nova Iorque.

Soma-se a isto o histórico recente de queda da JBS no ranking do Coller FAIRR Protein Producer Index, índice ESG da indústria da carne. Embora seja a maior processadora de carne do mundo, a empresa está na 22ª posição do indicador.

prática, o que isso significa para a pecuária brasileira? Como os holofotes norte-americanos podem iluminar o cenário interno? Preço, aprimoramento da produção, transparência e reputação são fatores relevantes para a lição de casa, não apenas da própria JBS, mas também outros frigoríficos.

 

“É um histórico, o currículo da JBS não é dos mais limpos. Então, essa promotora deve ter estudado o histórico de corrupção no Brasil e estão de olho. Por isso, acredito que seja uma bronca maior sobre a JBS do que sobre a pecuária brasileira”, diz o analista.

 

“A criação de gado e outros animais está às vezes associada ao desmatamento, invasão de terras indígenas e áreas protegidas e outras preocupações ambientais e de direitos humanos”.

É neste contexto que Letitia James reuniu argumentos para dizer que a empresa promove a sustentabilidade, mas apresenta “falsas alegações para aumentar as vendas”

O processo afirma que o frigorífico se comprometeu a reduzir as emissões de gases de efeito estufa até 2040, no entanto se vale de “práticas de marketing falsas e enganosas” por não apresentar um plano concreto para atingir a meta.

Lição para os pares

No dia 29 de fevereiro, quando a notícia ganhou proporção na imprensa nacional e internacional, o Google registrou aumento da procura sobre JBS e, nos Estados Unidos, os estados de Nebraska e Iowa foram os mais curiosos. Mesmo que as atenções estejam concentradas na JBS, Alcides Torres acredita que fica uma lição para toda a cadeia produtiva.

De acordo com ele, o setor no Brasil deve ficar atento, porque o episódio nos Estados Unidos trouxe nitidez sobre o quanto o fator da sustentabilidade está em voga no Hemisfério Norte e pode influenciar os negócios. “A bronca não pode ser desconsiderada”, afirma.

Além de toda a discussão reputacional, o consumidor brasileiro pode sentir as consequências. No raciocínio de Alcides Torres, a JBS vai ter que se defender, vai gastar dinheiro, a carne vai ficar mais cara.

“Do ponto de vista do pecuarista, a gente vê que a carne vai ficar mais cara, porque terão que contratar um escritório de advocacia nos Estados Unidos para fazer a defesa e isso é custo a ser repassado”, avalia o analista-chefe da SCOT Consultoria.

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