O frio pode gerar prejuízos nas lavouras paranaenses
As baixas temperaturas registradas no Paraná nos últimos dias podem trazer prejuízos para os produtores rurais do estado. Segundo o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), as culturas mais afetadas pelo frio são o milho safrinha, o café, as hortaliças e as frutas.
O milho safrinha, que está em fase de enchimento de grãos, pode ter sua produtividade reduzida pela ação das geadas, que queimam as folhas e prejudicam a fotossíntese. O café, que está em fase de floração, pode ter as flores danificadas pelo frio, comprometendo a formação dos frutos. As hortaliças e as frutas, que são mais sensíveis às baixas temperaturas, podem sofrer perdas totais ou parciais, dependendo da intensidade do frio e da duração da exposição.
Para minimizar os danos causados pelo frio, os produtores devem adotar algumas medidas preventivas, como irrigar as plantas antes da geada, cobrir as mudas com plástico ou tecido, podar os ramos queimados após a geada e aplicar fertilizantes foliares para estimular a recuperação das plantas.
O frio também pode trazer benefícios para algumas culturas, como o trigo, que tem seu ciclo alongado e sua qualidade melhorada pelo frio. Além disso, o frio reduz a incidência de pragas e doenças nas lavouras, diminuindo a necessidade de uso de defensivos agrícolas.
O Paraná é o segundo maior produtor de grãos do Brasil, com uma safra estimada em 41,6 milhões de toneladas em 2023, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral). O estado também se destaca na produção de café, frutas e hortaliças, sendo um importante fornecedor de alimentos para o mercado interno e externo.
A queda das temperaturas nos últimos dias trouxe preocupação aos produtores rurais que temem a chegada de geadas que podem causar grandes prejuízos às lavouras. Ainda que na região Oeste do Paraná haja poucas chances de geadas, o frio já pode causar prejuízos aos agricultores.
“Depois de uma boa quantidade de precipitação, temos agora uma mudança relativamente significativa em termos de temperatura e isso é uma preocupação dos produtores. Se a chuva trouxe alegria, agora o frio traz preocupação, principalmente para os produtores de milho. Porém, talvez a preocupação por nós, neste primeiro momento, não seja tão grande.
É uma frente relativamente grande que vai baixar a temperatura não só na região Sul do país, mas também em boa parte das regiões Sudeste e Centro-Oeste. É a primeira frente, um pouco mais forte e capaz de causar alguns estragos em alguns locais, principalmente nos locais mais altos da região sul do país e nos locais mais altos, principalmente nas regiões mais baixas.
Cascavel é um local relativamente mais alto, mas é possível, pelo menos é o que mostram os dados meteorológicos, que não tenhamos a temperatura, a ponto de causar alguns estragos maiores aqui na nossa região”, explica o meteorologista Reginaldo Ferreira .
O frio e a geada preocupam os agricultores, principalmente aqueles que plantam lavouras com pouca resistência às baixas temperaturas. Como o milho, por exemplo, onde temperaturas abaixo de 2ºC na fase de floração podem prejudicar a cultura. Como na cultura do feijão, quando o termômetro chega a 1ºC também pode causar perdas.
“A expectativa é que a temperatura mínima fique em torno de 7 a 8 graus. E com isso, na realidade, temos a possibilidade de lugares mais baixos terem uma temperatura um pouco mais baixa, mas não o suficiente para causar geadas. Mas chega a nos preocupar e também a trazer algumas dificuldades, principalmente em relação às safras de verão.
Podem ver que estamos a passar do outono para o inverno, por isso, neste momento, quem beneficia deste frio são as culturas de inverno, as culturas cultivadas neste período, que têm um clima temperado. Mas as safras de verão que realmente precisamos arriscar um pouco mais. Nesse caso, principalmente o feijão e o milho, que ocupam boa parte da nossa agricultura nas regiões Sul e Sudeste, já trazem uma preocupação relativamente grande”, explica Reginaldo.
Para as lavouras de verão, é claro que esse frio gera insegurança, afinal, as baixas temperaturas beneficiam as lavouras de inverno. Os agricultores estão atentos às lavouras de grãos, como milho e feijão, que se encontram em fases sensíveis de desenvolvimento.
“Temos essa entrada de massa de ar frio que atrapalha um pouco as lavouras e, principalmente, mais para o feijão do que para o milho e algumas lavouras mais sensíveis. E ainda temos a possibilidade da entrada de uma frente também um pouco mais forte e no início de maio. Então, de fato, isso já nos traz uma preocupação.
Se por um lado o frio é muito bom para as lavouras de clima temperado, por outro, o frio nesse momento seria extremamente ruim, principalmente para aqueles produtores que plantaram lavouras de verão. Agora, neste período estamos no outono e no inverno”, disse o agrometeorologista.
(Débora Damasceno/Sou Agro)
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